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HSE CONSULTORIA

TREINAMENTOS E CAPACITAÇÕES

CURSO DE PREVENÇÃO E COMBATE


A INCÊNDIOS (TPCI)

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

1º Revisão

São Leopoldo

Julho de 2020
NR 35 - TRABALHO EM ALTURA

EMPRESA RESPONSÁVEL

Nome da Empresa: HSE Consultoria

Endereço: Rua Santo Antônio, 678 – Centro – São Leopoldo

CNPJ: 93.459.636/0001-06

Telefone: (51) 98451 7702

Site: hsesegurança.com.br

ELABORADOR APOSTILA

GABRIEL BAVARESCO

Técnico(a) de Segurança do Trabalho

MTE 45/00932-7
2 | NR 35 - Trabalho em Altura

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NR 35 - TRABALHO EM ALTURA

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 4

2. OBJETIVOS ................................................................................................................................................ 4

3. RESPOSABILIDADES ............................................................................................................................... 4

3.1 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR:.......................................................................................................... 4


3.2 RESPONSABILIDADES DO TRABALHADOR: ........................................................................................................ 5

4. CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO ........................................................................................................ 6

4.1 TRABALHADOR QUALIFICADO, HABILITADO, CAPACITADO E AUTORIZADO ..................................................... 6


4.2 CAPACITAÇÃO NR 35 (TRABALHO EM ALTURA) .............................................................................................. 6
4.3 VALIDADE TREINAMENTO .................................................................................................................................. 7

5. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO ........................................................................... 7

5.1 PLANEJAMENTO DE EXECUÇÃO ......................................................................................................................... 7

6. ÁNALISE DE RISCOS E CONDIÇÕES IMPEDITIVAS ......................................................................... 8

6.1 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) ........................................................................................................... 9


6.2 PERMISSÃO DE TRABALHO (PT)........................................................................................................................ 9
6.3 CONDIÇÕES IMPEDITIVAS ................................................................................................................................ 11

7. RISCOS POTENCIAIS ............................................................................................................................ 11

7.1 RISCOS MECÂNICOS ......................................................................................................................................... 11


7.2 RISCOS ELÉTRICOS ........................................................................................................................................... 11
7.3 COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS ........................................................................................................................ 12
7.4 CORTES E SOLDAS ............................................................................................................................................ 12
7.5 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ADVERSAS .............................................................................................................. 12
7.6 OUTROS RISCOS............................................................................................................................................... 12

8. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE ........................................................................................ 12

8.1 PONTOS DE ANCORAGEM ................................................................................................................................ 12


8.2 SISTEMA DE ANCORAGEM ............................................................................................................................... 15
8.3 FATOR DE QUEDA ........................................................................................................................................... 16
8.3 ZONA LIVRE DE QUEDA (ZLQ): ..................................................................................................................... 17
8.4 NÓS PARA TRABALHO EM ALTURA ................................................................................................................. 17

9. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ....................................................................................................... 18

9.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ........................................................................................... 18


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9.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ......................................................................................... 19

10. ACIDENTES TÍPICOS EM TRABALHO EM ALTURA .................................................................... 22

11. PLANO DE EMÊRGENCIA E PRIMEIRO SOCORROS ................................................................. 23

11.1 – PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGENCIAL ............................................................................................................ 23

12. GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... 24

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1. INTRODUÇÃO

Uma das principais causas de acidentes de trabalho no Brasil é causada pela queda da
diferença de níveis por parte dos trabalhadores, sejam elas em ambiente de trabalho ou até
mesmo em sua própria residência. As consequências ocasionadas por uma queda de diferença
de nível, podem ser graves ou até mesmo fatais, trazendo grandes transtornos para vida do
trabalhador. Como medida para reduzir os acidentes de trabalho decorrentes da diferença
de níveis, foi implantada a Norma Regulamentadora de Nº 35, na qual estabelece referências
normativas, para que sejam executadas atividades cuja sua diferença de altura seja superior a
2 metros.

2. OBJETIVOS

A Norma Regulamentador de Nº 35 (Trabalho em Altura), tem como objetivo estabelecer os


requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o
planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade

3. RESPOSABILIDADES

3.1 Responsabilidades do Empregador:

a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma;

b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da Permissão


de Trabalho - PT;

c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;

d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura, pelo
estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas complementares de
segurança aplicáveis;

e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de


proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;

f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle;


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g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de


proteção definidas nesta Norma;

h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição de


risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja este texto não substitui
o publicado no DOU possível;

i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura;

j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma

será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;

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k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma.

3.2 Responsabilidades do Trabalhador:

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os


procedimentos expedidos pelo empregador;

b) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta


Norma;

c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem


evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas,
comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas
cabíveis; (Revogada pela Portaria SEPRT n.º 915, de 30 de julho de 2019)

OQUE É O DIREITO DE RECUSA?

Conforme estabelecido em Norma Regulamentadora de Nº 1:

Item 1.4.3 (NR-01) O trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma
situação de trabalho onde, a seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua vida e
saúde, informando imediatamente ao seu superior hierárquico.

A Norma Regulamentadora de Nº 3 baseia-se como explicação para risco grave e iminente:

Item 3.1.1 (NR-03) Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de
trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à
integridade física do trabalhador.

Item 1.4.3.1 (NR-01) Comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco, não
poderá ser exigida a volta dos trabalhadores à atividade enquanto não sejam tomadas as
medidas corretivas.
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O DIREITO DE RECUSA É UMA FERRAMENTA PARA SALVAR VIDAS, E NÃO DEVE SER
USADO COMO FORMA DE REJEITAR UM TRABALHO.

d) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por
suas ações ou omissões no trabalho.

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4. CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO

4.1 Trabalhador Qualificado, Habilitado, Capacitado e autorizado

Trabalhador Qualificado: É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar


conclusão de curso específico para sua atividade em instituição reconhecida pelo sistema
oficial de ensino.

Trabalhador Habilitado: É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador


previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.

Trabalhador Capacitado: É considerado trabalhador capacitado aquele que receba


capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

Trabalhador Autorizado: É considerado trabalhador autorizado aquele que é formalmente


autorizado pela empresa mediante um processo administrativo.

Após a conclusão do curso de capacitação na norma regulamentadora de Nº 35, trabalhador


deve apresentar a empresa o certificado de conclusão de capacitação, para que a
mesma, seguindo seus procedimentos administrativos internos, tornará esse trabalhador, um
trabalhador capacitado e autorizado parece executar trabalhos com diferença de nível
superior a 2 m de altura.

4.2 Capacitação NR 35 (Trabalho em Altura)

Todo trabalhador que for submetido a trabalhos com diferença de nível superior a 2 metros de
altura, tens como dever ser capacitado, forma prática e teórica, com carga horária mínima de
8 horas (oito), conforme conteúdo programático estabelecido na norma regulamentadora de
Nº 35.

Conteúdo Programático Exigido na Norma Regulamentadora de Nº 35:

a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;

b) análise de Risco e condições impeditivas;

c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;


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d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,


conservação e limitação de uso;

f) acidentes típicos em trabalhos em altura;

g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de


primeiros socorros.

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4.3 Validade Treinamento

O treinamento periódico, ou também conhecido como reciclagem, deve ser realizado de


forma bienal (2 anos), devendo ter carga horária mínima de oito horas, conforme conteúdo
programático definido pelo empregador.

5. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO

Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalhador
capacitado e autorizado. Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele
capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para executar essa
atividade e que possua anuência formal da empresa.

Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que exercem atividades em
altura, garantindo que:

a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo estar nele consignados;

b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos em cada


situação;

c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal súbito e queda
de altura, considerando também os fatores psicossociais.

A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado de saúde ocupacional do
trabalhador (ASO).

5.1 Planejamento de Execução

No planejamento do trabalho devem ser adotadas, de acordo com a seguinte hierarquia:

a) medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execução;

b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de execução


do trabalho de outra forma;

c) medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de queda não puder
ser eliminado.
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6. ÁNALISE DE RISCOS E CONDIÇÕES IMPEDITIVAS

A análise de risco (AR) é uma técnica ou ação, muito utilizada no meio da saúde e
segurança do trabalho, com o propósito de verificar detalhadamente atividades do processo
no qual será executado, visando realizar uma avaliação para analisar e identificar perigos
presentes nas atividades em questão, com intuito de descobrir causas e consequência para
evitar acidentes de trabalho.

DIFERENÇA ENTRE PERIGO E RISCO

Definição de Perigo:
Perigo é uma ou mais condições que têm o perfil de causar ou contribuir para risco potencial
a saúde, meio ambiente ou patrimonial. É uma expressão que se relaciona a exposição ao
risco. O nível de perigo pode ser alto ou baixo.

PERIGO = RISCO/ MEDIDAS DE CONTROLE


OBS: Quanto maior forem as medidas de controles impostas em uma atividade, menor será
a chance de perigo para os trabalhadores.

Definição de Risco:
Risco é a capacidade ou potencial de uma grandeza, de causar lesões ou danos à saúde de
algumas pessoas, meio ambiente ou patrimonial.

RISCO = CONSEQUÊNCIA X FREQUÊNCIA

Exemplo prático e fácil para entendermos a diferença entre Perigos e Riscos:

Risco: Acidente de Trânsito


Perigos:

• NÃO SABER DIRIGIR


• DIRIGIR EM ALTA VELOCIDADE
• NÃO RESPEITAR AS LEIS DE TRÂNSITO
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• NÃO FAZER A MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO AUTOMÓVEL


• DIRIGIR ALCOOLIZADO

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6.1 Análise Preliminar de Risco (APR)

A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma ferramenta eficaz para a identificação de potenciais
riscos no ambiente de trabalho. Partindo da identificação antecipada de elementos e fatores
ambientais que representem perigo elevado, analisa, de maneira detalhada, cada uma das
etapas do processo, possibilitando assim a escolha das ações mais adequadas para minimizar
a possibilidade de acidentes.

A Análise Preliminar de Risco (APR) é apenas um modelo, podendo ser adaptada as


necessidades da empresa ou local de execução da atividade.
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6.2 Permissão de Trabalho (PT)

A Permissão de Trabalho (PT) é a autorização dada por escrito, em documento próprio para a
execução de qualquer trabalho de manutenção, montagem, desmontagem, construção,
reparo ou inspeção de equipamentos a ser realizado na área industrial. Tem por objetivo
esclarecer as etapas para avaliação de liberação de serviços com riscos potenciais de acidentes
a serem executados nas diversas áreas.

A Permissão de Trabalho é apenas um modelo, podendo ser adaptada as necessidades do local


de execução da atividade.

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6.3 Condições Impeditivas

Algumas situações durante a fase de planejamento ou até mesmo execução do serviço podem
ser de caráter primordial para que ocorra a execução, pois algumas desdás situações são de
extremo risco para a saúde dos trabalhadores. O trabalho não deve ser executado nos
seguintes casos:

- Trabalhador não possuir a devida anuência para realizar trabalho em altura;

- Trabalhador sem a devida qualificação para o trabalho em altura (treinamentos);

- Trabalhador sem condições físicas, mentais e psicossociais (ASO);

- Ausência de sistema e pontos de ancoragem adequados.

- Situações que impedem a realização ou continuidade dos serviços que podem colocar em
risco a saúde ou a integridade física do trabalhador. Ausência da AR – Análise de Risco,

- Procedimento operacional, e/ou PT – Permissão de Trabalho.

- Ausência de supervisão;

- Ausência de EPI adequado;

- Falta de inspeção rotineira do EPI’s, materiais e do sistema de ancoragem;

- Ausência de isolamento e sinalização no entorno da área de trabalho;

- Condições meteorológicas adversas (ventos fortes, chuva, calor excessivo);

- Não observância a riscos adicionais e/ou às demais normas de segurança.

7. RISCOS POTENCIAIS

Além dos riscos presentes na execução no trabalho em altura, como a queda por diferença de
altura, existem alguns outros riscos adicionais que podem estar presentes no ambiente, onde
podem interferir direta ou indiretamente na execução da atividade e até mesmo expor a
integridade física do colaborador que a estiver executando.

7.1 Riscos Mecânicos


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Os riscos mecânicos são aqueles que ocorrem em situações que podem levar a acidentes, no
qual se referem as condições do local de trabalho, tais como, falta de espaço, iluminação
inadequada, falta de ventilação ou equipamentos que podem gerar lesões ou danos a saúde
do trabalhador.

7.2 Riscos Elétricos

São todos os perigos relacionados com tensões elétricas presentes direta ou indiretamente
presentes no local de execução da atividade, sejam por meios de equipamentos energizados,
quadros de distribuição ou redes de alta tensão. Os danos por um choque elétrico podem ser
irreversíveis e até mesmo levar a morte imediata dos trabalhadores.

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7.3 Combustíveis e Inflamáveis

Ocorre na presença nos arredores da atividade, onde há presença de produtos combustíveis e


inflamáveis que quando expostos em condições inseguras no ambiente, podem acarretar
graves acidentes e doenças ocupacionais imediatas ou futuras para os trabalhadores.

7.4 Cortes e Soldas

Os trabalhos envolvendo soldas e cortes, apresentam um grave risco para os trabalhadores


expostos, devido a atividade produzir perigos próprios como radiação, emissão de partículas
incandescentes e nevoas prejudicais para a saúde do trabalhador.

7.5 Condições Climáticas Adversas

Atividades que forem executadas sobre fornos, estufas ou até mesmo em ambiente aberto
sobre alta carga de incidência solar, devem ser avaliadas e tomadas as medidas cabíveis para
a execução da atividade, pois apresentam graves riscos que comprometem a saúde do
trabalhador

7.6 Outros Riscos

- Pessoal não capacitado para a atividade

- Falta de isolamento no local, com presença de pessoal não autorizado

- Queda de ferramentas ou materiais

- Energia estática armazenada

8. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE

8.1 Pontos de Ancoragem

Pontos de ancoragem são estruturas fixadas em edifícios ou estruturas de forma estratégica e


com planejamento prévio. As mesmas permitem que cordas, cabos de aço, talabartes e trava
quedas, sejam acopladas sustentando equipamentos de proteção coletiva e individual.

Ancoragem do Tipo A:

Tipo 1: Dispositivo de ancoragem projetado para ser fixado a uma estrutura por meio estrutural
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ou de um elemento de fixação.
Os tipos mais comuns são placas (ou chapeletas) e os olhais. São construídos em materiais
metálicos como o aço carbono e o aço inox (melhor indicado). A sua carga de resistência
mínima em testes para ser certificado deve suportar uma carga estática de 12kN, embora a
grande maioria suporte uma carga de resistência acima dos 22kN, dependendo do fabricante
e material utilizado. Os requisitos para esse tipo de dispositivo são específicos para suportar a
carga dinâmica de apenas uma pessoa.

Tipo 2: Dispositivo de ancoragem desenvolvido para ser fixado em telhados inclinados.


São dispositivos geralmente utilizados em telhado ou planos que apresentam uma inclinação
que desfavorece a utilização dos dispositivos tipo A1.

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Figura 8.2 – Pontos de Ancoragem do Tipo A1

Ancoragem do Tipo B:
Dispositivo de ancoragem transportável com um ou mais pontos de ancoragem estacionários.
Esses dispositivos não são instalados em uma ancoragem estrutural através de um elemento
de fixação. Por exemplo, são montados ao redor de uma viga, no marco de uma porta ou janela
ou no piso de alguma estrutura. Os dispositivos desse tipo podem ser metálicos ou têxtil. A
sua carga de resistência mínima em testes para ser certificado deve suportar uma carga
estática de 12kN, ou para elementos não metálicos deve ser de 18kN.

Figura 8.2 – Pontos de Ancoragem do Tipo B


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Ancoragem do Tipo C:
São dispositivos de ancoragem empregados em linhas de vida flexíveis horizontais. Para os
efeitos da norma brasileira linha horizontal é subentendida como a que deriva do plano
horizontal não mais que 15°. Os sistemas de linhas de vida são uma das soluções mais básicas
para trabalhos em altura em telhados ou superfícies onde não existem sistema de proteção
coletiva, onde se faz necessário deslocamento dos trabalhadores ao longo de um ou mais
pontos em edificações que não oferecem um controle para o risco de queda.

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Figura 8.3 – Pontos de Ancoragem do Tipo C

Ancoragem do Tipo D:
Dispositivo de ancoragem empregado em uma linha de ancoragem rígida que não se desvie
do plano horizontal por mais de 15°. Esse sistema é formado basicamente por um trilho rígido
metálico por onde desliza um carro ou um trole que servirá como ponto móvel de ancoragem
para conexão do componente de união.

Figura 8.3 – Pontos de Ancoragem do Tipo D


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COMENTÁRIOS NORMATIVOS SOBRE PONTOS DE ANCORAGEM

Portaria SIT Nº 318


18.15.56.2 Os pontos de ancoragem devem:
a) estar dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação;
b) suportar uma carga pontual de 1.500 Kgf (15 KN);
c) constar do projeto estrutural da edificação;
d) ser constituídos de material resistente a intempéries. como aço inoxidável ou
material de características equivalentes.

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Norma Regulamentadora de Nº 35:


35.5.4 Quanto ao ponto de ancoragem, devem ser tomadas as seguintes providências:
a) ser selecionado por profissional legalmente habilitado;
b) ter resistência para suportar a carga máxima aplicável;
c) ser inspecionado quanto à integridade antes da sua utilização.

8.2 Sistema de Ancoragem

O sistema de ancoragem é definido como um conjunto de componentes, integrante de um


sistema de proteção individual contra quedas - SPIQ, que incorpora um ou mais pontos de
ancoragem, aos quais podem ser conectados Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
contra quedas, diretamente ou por meio de outro componente, e projetado para suportar as
forças aplicáveis. (Norma Regulamentadora de Nº 35 – Anexo II)

Os sistemas de ancoragem têm como finalidade atuar nas seguintes situações:

a) retenção de queda;

b) restrição de movimentação;

c) posicionamento no trabalho;

d) acesso por corda.

Ancoragem Simples Ancoragem Equalizada


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Figura 8.4 – Sistema de Ancoragem Simples Figura 8.5 – Sistema de Ancoragem Equalizado

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8.3 Fator de Queda

É a razão entre a distância que o trabalhador percorreria na queda e o comprimento do


equipamento que irá detê-lo.

FATOR DE QUEDA 0

FATOR DE QUEDA 1

FATOR DE QUEDA 2
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8.3 Zona Livre de Queda (ZLQ):

É a região compreendida entre o ponto de ancoragem e o obstáculo inferior mais próximo


contra o qual o trabalhador possa colidir em caso de queda, tal como o nível do chão ou o piso
inferior.

Figura 8.6 – Representação de Zona de Livre de Queda (ZLQ)

8.4 Nós para Trabalho em Altura

Nó Oito Duplo Nó Borboleta


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Nó Pescador Nó Volta do Fiel

OBS: Foram apresentados apenas alguns modelos de nós utilizados no trabalho em altura.

9. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

9.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

Os equipamentos de proteção coletiva (EPC), são equipamentos utilizados para proteção


direta e indiretamente de um grupo de pessoas que está executando determinada tarefa ou
atividade.
Exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):

•Redes de Proteção (nylon)

•Sinalizadores de segurança (Placas, Fitas Zebradas, Cavaletes e Cones))

•Extintores de incêndio

•Chuveiro Lava-olhos

•Exaustores

Redes de Proteção (Nylon) Cones de Sinalização


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9.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

O Equipamentos de Proteção Individual (EPI), é todo dispositivo ou produto, de uso individual


utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança
e a saúde no trabalho.

OBS: Cabe ao profissional legalmente habilitado e ao trabalhador, considerar todos os riscos


presentes na atividade em que será executada, devendo assim selecionar os EPI’s específicos
para mitigar os perigos para a integridade física do trabalhador.

CINTOS DE SEGURANÇA

Os Cintos de Segurança, são equipamentos de proteção individual (EPI), quando ajustados de


forma adequada e correta, tem como finalidade reter uma pessoa em caso de quedas e depois
durante sua suspensão no ar.

Suspenção e Risco de Queda Risco de Queda

TRAVA-QUEDAS

O Trava-Quedas é um dispositivo mecânico deslizante, sendo acoplado à uma linha de vida,


que deve fazer a ligação entre o cinto de segurança e o ponto de ancoragem evitando que o
trabalhador sofra uma queda durante o trabalho.
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Para Corda Para Cabo de Aço Retrátil

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TALABARTES

O Talabarte é o elemento de ligação entre o Cinto de Segurança do trabalhador com o ponto


de ancoragem em que ele ficará conectado para realizar suas tarefas. Seu principal objetivo é
restringir e evitar a queda do profissional e faz parte do Sistema Individual de Proteção de
Queda, formado por um ponto de ancoragem, um dispositivo de conexão e um Cinto de
Segurança.

Talabarte de Deslocamento Talabarte de Posicionamento

CAPACETE

Para trabalho em altura são recomendados os capacetes Classe A do tipo III (3), onde tenham
um desenho específico de jugular, fita na qual une o capacete a cabeça, afim para garantir a
fixação do mesmo na cabeça do trabalhador, além de proteger contra quaisquer
impactos contra cabeça do trabalhador. Caso seja necessário o trabalho em altura com
eletricidade, são recomendados os capacetes Classe B.

Classe A Tipo III Classe B Tipo III


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NR 35 - TRABALHO EM ALTURA

MOSQUETÃO

Os mosquetões, geralmente produzido em material metálico, tem como função permitir a


conexão entre o cinto de segurança e os equipamentos de segurança, além de assegurar a
conexão dos equipamento de segurança aos pontos ou sistemas de ancoragem.
A utilização do mesmo, deve ser de forma vertical, ou sentido que traçam longitudinal,
conforme recomendações do fabricante.

Figura 8.6 – Modelo de Mosquetão para Trabalho em Altura

CORDA

A NR-18 estabelece quais são as especificações cabíveis aos cabos de segurança destinados à
sustentação de cadeira suspensa ou como linha de segurança para fixação do trava-quedas ao
cinto de segurança.

1ª capa: Trançado externo em multifilamento de poliamida.

2ª capa: Alerta visual polipropileno ou poliamida na cor amarela.

3ª capa: Trançado interno em multifilamento de poliamida.


21 | NR 35 - Trabalho em Altura

Alma: Alma central torcida em multifilamento de poliamida.

Fita de identificação Constando: NR 18.16.5 - ISO 1140 1990 e nome do fabricante com CNPJ.

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FATORES DE CONSERVAÇÃO DA VIDA ÚTIL DAS CORDAS

▪ Tempo de uso e cuidados

▪ Frequência de uso e tipo de uso


▪ Equipamentos e nós utilizados

▪ Intensidade da carga e proteção

▪ Degradação química

Inspeção: antes de cada uso, a corda deve ser inteiramente inspecionada (Inspeção visual e
tátil}. Verifique cortes, desgastes, sujidade. A corda não deve apresentar caroços,
inconsistência à dobra, emagrecimento da alma e folga entre capa e alma.

Manutenção: manutenção de cordas deve ser feita preferencialmente com uso de água e
detergente neutro, devendo secar à sombra.

10. ACIDENTES TÍPICOS EM TRABALHO EM ALTURA

No Brasil, 40% dos acidentes de trabalho estão relacionados a quedas de funcionários em


altura, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Devido a isso, vem a
importância da realização d todos os procedimentos seguros e cabíveis para evitar que
venham a ocorrer acidente no trabalho em altura.

Queda de Escada Queda de Andaime


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Queda de Objetos Choques Eletricos

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11. PLANO DE EMÊRGENCIA E PRIMEIRO SOCORROS

O empregador deve disponibilizar equipe apta para atuar em caso de emergências para
trabalho em altura, que responda de acordo com o determinado no plano de emergências, não
significando que a equipe é dedicada a esta atividade.

Conforme Norma Regulamentadora de Nº 35:

35.6.1 O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências para
trabalho em altura.

35.6.1.1 A equipe pode ser própria, externa ou composta pelos próprios trabalhadores que
executam o trabalho em altura, em função das características das atividades.

35.6.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos necessários para as
respostas a emergências.

35.6.3 As ações de respostas às emergências que envolvam o trabalho em altura devem


constar do plano de emergência da empresa.

35.6.4 As pessoas responsáveis pela execução das medidas de salvamento devem estar
capacitadas a executar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptidão física e mental
compatível com a atividade a desempenhar.

SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE

O referido problema foi estudado inicialmente após a morte de vários espeleologistas que
abandonaram os métodos tradicionais de escalada que utilizavam escadas, pelo método
que utilizava apenas cordas e passava longos períodos em suspensão. A falha no sistema
circulatório ocasionado pela compressão das fitas do cinturão de segurança tipo
paraquedista, devido longos períodos em suspensão em trabalhos de Alpinismo Industrial
ou após ter a queda retida e encontrar-se suspenso pelo sistema de segurança contra
quedas, foi inicialmente chamado de Síndrome do Boudrier, mas algumas literaturas
tratam como choque ortostático e no Brasil popularizou-se como Síndrome da suspensão
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11.1 – Procedimentos em Caso de Emergencial

1º Passo: Ligar imediatamente para os serviços de emergência (Samu: 192)

2º Passo: Reavaliar o plano de emergência

3º Passo: Proceda o resgate conforme o plano de ação

4º Passo: Aplique os primeiros socorros, se necessário e

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NR 35 - TRABALHO EM ALTURA

12. GLOSSÁRIO

Absorvedor de energia: dispositivo destinado a reduzir impacto transmitido ao corpo do


trabalhador e sistema de segurança durante a contenção da queda.

Análise de Risco - AR: avaliação dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas
de controle.

Atividades rotineiras: Atividades habituais, independente da frequência, que fazem parte do


processo de trabalho da empresa.

Cinto de segurança tipo paraquedista: Equipamento de Proteção Individual utilizado para


trabalhos em altura onde haja risco de queda, constituído de sustentação na parte inferior do
peitoral, acima dos ombros e envolto nas coxas.

Condições impeditivas: situações que impedem a realização ou continuidade do serviço que


possam colocar em risco a saúde ou a integridade física do trabalhador.

Fator de queda: razão entre a distância que o trabalhador percorreria na queda e o


comprimento do equipamento que irá detê-lo.

Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na definição e seleção das
medidas de proteção, para segurança das pessoas, cujo controle não é possível implementar
de forma antecipada.

Permissão de Trabalho – PT: documento escrito contendo conjunto de medidas de controle


visando o desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate.

Ponto de ancoragem: ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexão de


dispositivos de segurança, tais como cordas, cabos de aço, trava-queda e talabartes.

Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com registro no


competente conselho de classe.

Riscos adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos existentes no trabalho
em altura, específicos de cada ambiente ou atividade que, direta ou indiretamente, possam
afetar a segurança e a saúde no trabalho.
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Sistemas de ancoragem: componentes definitivos ou temporários, dimensionados para


suportar impactos de queda, aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de
Proteção Individual, diretamente ou através de outro dispositivo, de modo a que permaneça
conectado em caso de perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda.

Suspensão inerte: situação em que um trabalhador permanece suspenso pelo sistema de


segurança, até o momento do socorro.

Talabarte: dispositivo de conexão de um sistema de segurança, regulável ou não, para


sustentar, posicionar e/ou limitar a movimentação do trabalhador.

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Trabalhador qualificado: trabalhador que comprove conclusão de curso específico para sua
atividade em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino.

Trava-queda: dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações


com movimentação vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão de segurança para
proteção contra quedas.
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