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MASSA EM CONCRETOS
RESUMO
O desempenho do concreto, enquanto barreira para diminuição do transporte de agentes
potencialmente causadores de corrosão das armaduras, está relacionado com a sua
porosidade. Assim, modificar a porosidade do concreto pode ser um solução
econômica, eficiente e simples para aumentar a durabilidade do concreto armado.
Dentro deste contexto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar a
influência do volume total de vazios e das dimensões dos poros nas propriedades de
transporte de água, de íons cloreto e de CO2 em concretos, sendo abordado em maior
profundidade, o transporte de água. Neste aspecto, foi proposto e avaliado um modelo
de transporte de água em concretos não saturados visando estabelecer um método para a
previsão da quantidade de água absorvida por concretos em função do tempo. Foi
também desenvolvido um método de medição da difusividade hidráulica, que é um
parâmetro necessário para o modelo proposto.
O estudo foi conduzido com concretos com dois níveis de porosidade total tendo, em
cada nível, duas distribuições distintas de dimensões de poros. A modificação na
porosidade total foi feita alterando-se a relação água/cimento e as dimensões de poros
foram modificadas utilizando-se dois tipos de cimento: o Portland comum, disponível
comercialmente, e o Portland com adição de escória, preparado em laboratório.
Foi avaliada a influência da porosidade total e das dimensões de poros no transporte de
massa, analisando-se a penetração de íons cloreto, a profundidade de carbonatação, o
teor de umidade de equilíbrio, a difusividade de água, a absortividade de água e a
penetração de água sob pressão, em função das dimensões e volume de poros dos
concretos.
O modelo de transporte de água em meios não saturados foi avaliado, comparando-se os
valores de concentração de água medidos, com os valores calculados teoricamente a
partir de valores de difusividade hidráulica medidos.
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
1
O termo permeabilidade foi utilizado para representar o mecanismo de transporte que ocorre quando um
2 OBJETIVO
Traço 1 Traço 2
Cimento Portland Cimento Portland (30%) + Cimento Portland Cimento Portland (30%) +
comum escória (70%) comum escória (70%)
Exposição
Materiais
Porosidade Teor de umidade
Dosagem
Transporte de massa
3.2 Materiais
3.2.1 Cimento Portland
O cimento Portland selecionado foi o CP- I, por não conter adições.
3.2.3 Areia
Empregou-se areia média proveniente do rio Tietê.
3.2.4 Brita
Para a confecção dos concretos utilizou-se brita 1 (granito) proveniente da pedreira
Riúma.
3.2.5 Concreto
A partir de dosagem experimental, realizada pelo método do IPT ( TANGO, 1993 )
foram determinados os traços de concreto de cimento Portland comum com resistência à
compressão característica de 20 MPa e 40 MPa pré-fixadas. Na Tabela 3.1 estão
apresentados estes traços:
A partir dos valores de massa de água absorvida, desde o início da imersão até a
saturação do material, foram calculadas a cada 30 minutos (intervalo de tempo entre
registros sucessivos de massa imersa do corpo-de-prova), as concentrações médias de
água no corpo-de-prova, pela equação:
∞
C (t) − Ci 8 exp (-(2j + 1) 2 π 2 D t / (4 e 2 ))
Cs − Ci
= 1−
π 2 j=0
∑ (2j + 1) 2
(3.4)
4 RESULTADOS E CONCLUSÕES
2
Utilizou-se o programa de computador denominado Statistica for Windows, versão 5.0, desenvolvido
No entanto, a frequência de ocorrência de poros menores foi maior nos concretos com
adição, conforme ilustrado nas Figuras 4.1 e 4.2:
0.14
C P 20 C P E 20
0.12
Volume de mercúrio (mL/g)
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
0.001 0.01 0.1 1 10 100 100
D iâm etro de poro (m icrom etros)
0.14
C P 40 C P E 40
0.12
Volume de mercúrio (mL/g)
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000
D iâm etro de poro (m icrom etros)
Permeabilidade
Difusão gasosa
Capilaridade
Figura 4.3 – Dimensões de poros/ transporte de massa (MENG, 1994; HELENE, 1993)
Para efeitos de comparação dos concretos, os dados da Figura 4.4 estão apresentados na
Tabela 4.2, em porcentagem. Os valores referem-se aos concretos expostos durante mais
que 240 dias na estação de envelhecimento natural.
Tabela 4. 2 – Fração de poros com diâmetro maior que 0,12 micrometros
os concretos.
5000
3000 R2 = 0.9586
2000
1000
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Volume de poros > 0,12 micrometros (mL/g)
3
Foram efetuados os cálculos tomando-se como referência o valor de 0,12 micrometros, medido em
todos os concretos.
Da Figura 4.5 observa-se que a penetração de íons cloreto ocorreu em proporção direta
com o volume de poros maiores que 0,12 micrometros. Naturalmente, quanto maior a
quantidade de poros maiores, o transporte de água ou de íons ocorre com maior
facilidade e com maior velocidade, influindo também nestes fenômenos a conectividade
entre os poros. Embora conceitualmente o mecanismo de transporte de íons envolvido
no método de ensaio utilizado seja basicamente de migração iônica, ou seja, de difusão
forçada de íons em decorrência da imposição de diferença de concentração e de um
campo elétrico (HELENE, 1993), observou-se que ocorreu também transporte de
solução de uma célula para outra, principalmente nos ensaios com os concretos de poros
maiores. A quantidade de poros com dimensões maiores que 0,12 micrometros
possivelmente teve um papel relevante no transporte de íons nos casos em que
simultaneamente ocorreu transporte da solução, pois o mecanismo envolvido neste caso,
é o da permeabilidade. A complexidade dos fenômenos de transporte envolvidos
justifica a realização de estudos adicionais mais aprofundados, bem como o
desenvolvimento de um maior número de ensaios para confirmar os resultados obtidos.
O efeito da porosidade do concreto nos processos de carbonatação não pode ser
analisado sem se considerar o tipo de cimento empregado. O fato de que a carbonatação
está fortemente associada também à quantidade de hidróxido de cálcio presente na
solução intersticial do concreto, já é bastante difundido no meio técnico. Os resultados
do estudo, apresentados na Tabela 4.3, confirmaram que, mesmo com poros bem
menores, os concretos com escória, por apresentarem menor reserva alcalina, sofrem
maior carbonatação que os concretos sem escória, fato este já observado após a
exposição em estação de envelhecimento natural, sem submetê-los à carbonatação
acelerada.
Tabela 4.3 – Profundidade de carbonatação
Profundidade de carbonatação (mm)
Inicial (> 240 dias em Em câmara de carbonatação acelerada
Concreto estação de envelhecimento
natural ) 7 dias 21 dias 35 dias
CP 20 5 10 15 17
CPE 20 10 13 16 27
CP 40 0 0 1 1
CPE 40 2 2 5 7
O efeito do tamanho dos poros no teor de umidade de equilíbrio dos concretos foi
verificado pelos resultados dos ensaios realizados e apresentados na Tabela 4.4:
0.080
0.070
Concentração (g/g)
0.060
0.050
0.040
0.030
0.020
0.010
0.000
0 50 100 150
0,5
Raiz quadrada do tempo (min )
Medida Estimada
Concentração (g/g)
0.06
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
0
0 50 100 150
0,5
Raiz quadrada do tempo (min )
Medida Estimada
0.08
0.07
Concentração (g/g)
0.06
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
0
0 50 100 150
0,5
Raiz quadrada do tempo (min )
Medida Estimada
0.08
0.07
Concentração (g/g)
0.06
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
0
0 50 100 150
0,5
Raiz quadrada do tempo (min )
Medida Estimada
Figura 4.9 - Concentração de água medida e estimada – Concreto CPE 40
Menisco estável
Menisco instável
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS