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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


ENGENHARIA CARTOGRÁFICA E DE AGRIMENSURA

GERSON OLIVEIRA LIMA

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE LEVANTAMENTO


PLANIALTIMÉTRICO (TOPOGRAFIA CONVENCIONAL E
AEROFOTOGRAMÉTRICO) PARA FINS DE ELABORAÇÃO DO PLANO
DIRETOR DA COMISSÃO REGIONAL DE OBRAS EM BELÉM

BELÉM
2018
GERSON OLIVEIRA LIMA

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE LEVANTAMENTO


PLANIALTIMÉTRICO (TOPOGRAFIA CONVENCIONAL E
AEROFOTOGRAMÉTRICO) PARA FINS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR
DA COMISSÃO REGIONAL DE OBRAS EM BELÉM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal Rural da Amazônia como
requisito parcial para a conclusão do Curso de
Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

Orientadora: MSc. Prof.ª. Mayara Cobacho


Ortega Caldeira
Coorientador: MSc. Prof. Carlos Rodrigo
Tanajura Caldeira

BELÉM
2018
Lima, Gerson Oliveira
Estudo comparativo entre os métodos de levantamento
planialtimétrico (topografia convencional e aerofotogramétrico) para fins
de elaboração do plano diretor da comissão regional de obras em Belém
/ Gerson Oliveira Lima. – Belém, 2018.
72 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia


Cartográfica e de Agrimensura) – Universidade Federal Rural da
Amazônia, Belém, 2018.
Orientadora: MSc. Mayara Cobacho Ortega Caldeira.

1. Levantamento topográfico 2. Topografia convencional 3.


Topografia aerofotogramétrico 4. Topografia - Veículos Aéreos Não-
Tripulados I. Caldeira, Mayara Cobacho Ortega (orient.) II. Título.

CDD – 526.98
Bibliotecária-Documentalista: Letícia Lima de Sousa – CRB2/1549
GERSON OLIVEIRA LIMA

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE


LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO (TOPOGRAFIA
CONVENCIONAL E AEROFOTOGRAMÉTRICO) PARA FINS DE
ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DA COMISSÃO REGIONAL
DE OBRAS EM BELÉM

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia,


como parte das exigências do Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica e de
Agrimensura, para obtenção da graduação.

____________________________________
Data da Aprovação

Banca Examinadora:

_____________________________________________________Orientadora
Mayara Cobacho Ortega Caldeira MSc.
Universidade Federal Rural da Amazônia

_____________________________________________________Co orientador
Carlos Rodrigo Tanajura Caldeira MSc.
Universidade Federal Rural da Amazônia

_____________________________________________________Membro 2
Kelmo Lins Braga MSc.
Comissão Regional de Obras da 8ª Região Militar – Exército Brasileiro
DEDICATÓRIA

É com grande honra que dedico este trabalho a


minha mãe, esposa e filhos: Valdeneide,
Patricia, Rainer, Raiane e Loren. A família te
conduz e te impulsiona a tentar novas
conquistas, acima de anseios pessoais, o apoio
e o incentivo familiar não me faltaram durante
a minha jornada acadêmica, minha mãe com
sua postura determinada e vencedora me
serviu de inspiração em todos os momentos.
Patricia sua dedicação a mim e aos nossos
filhos foi minha base constante e solidária,
para que efetivamente pudesse dedicar várias
horas somente ao estudo e a aquisição do
saber. Filhos tenham certeza que apesar de
níveis acadêmicos diferentes, vocês muito
contribuíram para minha formação, por vezes
trouxeram à tona conhecimentos básicos vistos
agora com outra perspectiva e que em muito
engrandeceram a minha graduação. A todos
apresento este trabalho com grande satisfação
e orgulho, digno do apoio ofertado por vocês.
AGRADECIMENTO

À minha família, pelo apoio e condições tranquilas de desenvolvimento de toda e


qualquer atividade acadêmica por mim realizada.
Sou grato a Professora MSc. Mayara Cobacho Ortega Caldeira, orientadora deste
trabalho, pelo estímulo e apoio prestado na execução do trabalho, oportunamente, destaco a
admiração por esta docente que serve de inspiração e motivação para todos que tenham a
oportunidade de tê-la como mestre.
Ao Professor MSc. Carlos Rodrigo Tanajura Caldeira, coorientador, que através de
suas opiniões sempre assertivas em muito contribuíram para a feição deste trabalho,
tempestivamente, também destaco sua dedicação e qualidade na transmissão do saber.
Especial agradecimento dedico aos componentes (militares e civis) da Comissão
Regional de Obras da 8ª Região Militar, por me proporcionar a oportunidade e as condições
de adquirir conhecimentos específicos na área da engenharia e particular agradecimento ao
Major Kelmo pela compreensão e espírito de companheirismo nos momentos de discernir
“missões” da CRO 8 e atividades acadêmicas, de tal forma que pudesse cumprir a todas com
êxito.
Sinceros agradecimentos a todos os professores da graduação do curso de Engenharia
Cartográfica e de Agrimensura da UFRA, suas abnegações em prol do saber nos enche de
orgulho e crença de que através de seus ensinamentos certamente faremos um país melhor.
Aos amigos Francinei Matos, Gabriela Rodrigues e Thamyres da Silva, que ao longo
do curso os seus desenvolvimentos teóricos e práticos serviu de incentivo para melhoria do
meu desempenho, a troca de ideias (por vezes conflitantes) em diversos trabalhos realizados
durante a graduação, refinaram conhecimentos que considerava consolidados.
Aos amigos acadêmicos que encontrei durante o curso, por terem compartilhado suas
experiências e companheirismo ao longo da graduação. A todos meus sinceros
agradecimentos.
EPÍGRAFE

Quem disse que não se ensina truques novos a um


cachorro velho. Quem disse que um cachorro velho não
aprende truques novos. Certamente estavam enganados
(Gerson Oliveira Lima)

Ninguém nunca conseguiu alcançar sucesso


simplesmente fazendo o que lhe é solicitado. É a
quantidade e a excelência do que está além do
solicitado que determina a grandeza da distinção final
(Charles Kendall Adams)

Vibre, comemore, beba um copo de água em sua


homenagem e siga em frente que a motivação é você
(Desconhecido)

Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro, e


uma incessante devoção às coisas que você quer ver
acontecer
(Frank Lloyd Wright)
RESUMO

No levantamento topográfico planialtimétrico tradicional ou terrestre, os meios mais


difundidos de aquisição de dados são através da Estação Total e do GNSS de precisão, sendo
uma técnica já consagrada. Com a evolução tecnológica ocorrida na área de aquisição de
dados topográficos surge a Aeronave Remotamente Pilotada (RPA), sobretudo pela redução
do custo de equipamentos e a rapidez na obtenção dos dados, diante da topografia
convencional. Entre as décadas de 1990 e 2000, vimos o surgimento de estações totais que
possibilitou a simplificação dos cálculos realizados após as medições de campo,
consequentemente aumentando a produtividade dos levantamentos. Nos anos 2000 surgiu o
GNSS RTK (que é a sigla em inglês Real Time Kinematic), que foi uma nova revolução, pois
passaríamos a obter as medições em tempo real, aumentamos ainda mais a produtividade.
Agora estamos assistindo a mais uma quebra de paradigma na topografia, que é o advento do
RPA ou Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANTs) ou Drones. Os RPA utilizam sensores
óticos embarcados e através das imagens georreferenciadas captadas por estes sensores, são
utilizados softwares de fotogrametria específicos para processamento destas imagens
coletadas. Diferentemente da topografia convencional, que é uma técnica consagrada, as não
convencionais por serem remotas, apresentam incertezas na precisão e confiabilidade dos
resultados por elas gerados. O presente trabalho busca comparar os dados de levantamento
topográfico planialtimétrico, cálculo de área, perímetro e vetorização das edificações geradas
por dois métodos de aquisição de dados (topografia convencional e aerofotogrametria),
utilizando as instalações da Comissão Regional de Obras em Belém-PA; apresentando
resultados para cada método de aquisição de dados e indicando comparativamente qual
método é mais adequado para o levantamento topográfico da área em questão.

Palavras chave: Levantamento Planialtimétrico, RPA, GNSS, Precisão, Topografia,


Aerofotogramétrico.
RESUMEN

En el levantamiento topográfico plan altimétrico tradicional o terrestre, los medios más


difundidos de adquisición de datos son a través de la Estación Total y del GNSS de precisión,
siendo una técnica ya consagrada. Con la evolución tecnológica ocurrida en el área de
adquisición de datos topográficos surge la Aeronave Remotamente Pilotada (RPA), sobre
todo por la reducción del costo de equipos y la rapidez en la obtención de los datos, frente a la
topografía convencional. Entre las décadas de 1990 y 2000, vimos el surgimiento de
estaciones totales que posibilitó la simplificación de los cálculos realizados después de las
mediciones de campo, consecuentemente aumentando la productividad de los levantamientos.
En los años 2000 surgió el GNSS RTK (que es la sigla en inglés Real Time Kinematic), que
fue una nueva revolución, pues pasaríamos a obtener las mediciones en tiempo real,
aumentamos aún más la productividad. Ahora estamos asistiendo a una ruptura de paradigma
en la topografía, que es el advenimiento del RPA o Vehículos Aéreos no Tripulados (VANTs)
o Drones. Los RPA utilizan sensores ópticos embarcados ya través de las imágenes
georreferenciadas captadas por estos sensores, se utilizan softwares de fotogrametría
específicos para el procesamiento de estas imágenes recogidas. A diferencia de la topografía
convencional, que es una técnica consagrada, las no convencionales por ser remotas,
presentan incertidumbres en la precisión y confiabilidad de los resultados generados por ellas.
El presente trabajo busca comparar los datos de levantamiento topográfico plan altimétrico,
cálculo de área, perímetro y vectorización de las edificaciones generadas por dos métodos de
adquisición de datos (topografía convencional y aerofotogrametría), utilizando las
instalaciones de la Comisión Regional de Obras en Belém-PA; presentando resultados para
cada método de adquisición de datos e indicando comparativamente qué método es más
adecuado para el levantamiento topográfico del área en cuestión.

Palabras clave: Levantamiento Plan altimétrico, RPA, GNSS, Precisión, Topografia,


Aerofotogrametría
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Levantamento de uma Poligonal Fechada (a), Aberta (b) e Enquadrada (c) ........ 20
Figura 2 – Levantamento por irradiações ................................................................................ 21
Figura 3 – Representação de um levantamento planialtimétrico com irradiações .................. 21
Figura 4 – Voo fotogramétrico, exemplificando coberturas laterais e transversais. ............... 23
Figura 5 – Localização da área de estudo ............................................................................... 27
Figura 6 – Localização dos marcos bases e estações da poligonal.......................................... 30
Figura 7 – Disposição dos pontos irradiados ........................................................................... 32
Figura 8 – Plantas de planimétrica (a), PDOM (b) e Curvas de nível(c) ................................ 32
Figura 9 –VANT Phanthom 4 Pro ........................................................................................... 33
Figura 10 – Alvo natural - Marco de concreto ........................................................................ 34
Figura 11 – Alvo Artificial - Pré-sinalizado ............................................................................ 34
Figura 12 – Distribuição dos pontos de apoio ......................................................................... 36
Figura 13 – Planejamento do voo ........................................................................................... 38
Figura 14 – Ortofoto e MDT finalizados no Autocad Civil 3D .............................................. 39
Figura 15 – Planta planialtimétrica (ortofoto/MDT) ............................................................... 40
Figura 16 – Vetorização por aerofotogrametria (a) e topografia convencional (b) e Croqui (c)
.................................................................................................................................................. 42
Figura 17 – Vetorização convencional (a) , aerofotogramétrica (b) e sobreposição (c) ......... 45
Figura 18– Edificação principal e seus vértices ...................................................................... 46
Figura 19 – Vetorização convencional e aerofotogramétrica .................................................. 47
Figura 20 – Limite da área pelo método topográfico (a) e aerofotogramétrico(b) .................. 48
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Fluxo de trabalho do programa Agisoft Photoscan .............................................. 38


Quadro 2– Marca e modelo de Equipamentos e Software ...................................................... 41
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coordenadas planas UTM ajustadas dos pontos de partida MC01 e MC02. ........ 30
Tabela 2– Observáveis lineares e de área da poligonal topográfica. ....................................... 31
Tabela 3 – Erros e tolerâncias da poligonal topográfica.......................................................... 31
Tabela 4 – Coordenadas para os pontos de apoio .................................................................... 37
Tabela 5 – Valores de aquisição de equipamentos e software ................................................. 41
Tabela 6 – Tempo médio gasto nas atividades ........................................................................ 41
Tabela 7 – Efetivo e qualificação do corpo técnico ................................................................. 43
Tabela 8 – Demonstrativo de erros do pixel e dos pontos de controle .................................... 43
Tabela 09 – Valores de média, desvio-padrão e RMS............................................................. 44
Tabela 10 – Discrepâncias apresentadas nos vértices.............................................................. 46
Tabela 11 – Área e perímetro obtidos pelos dois métodos ...................................................... 48
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.


AETESP - Associação das Empresas de Topografia do Estado de São Paulo.
CAD - Computer Aided Design
CRO 8 - Comissão Regional de Obras da 8ª Região Militar.
GNSS - Global Navigation Satellite System.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IGS - Serviço GNSS Internacional.
MDS - Modelo Digital de Superfície.
MDT - Modelo Digital do Terreno.
PDOM - Plano Diretor da Organização Militar.
RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo do Sistema GNSS.
SGB - Sistema Geodésico Brasileiro.
SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas.
SPSO - Spectra Precision Solution Office.
TIN - Rede de Triângulos Irregulares.
VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado.
SUMÁRIO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 14
2. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14
1.1 Justificativa e problemática........................................................................... 15
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 17
2.1. Topografia: Conceitos e Definições .............................................................. 17
2.1.1. Levantamento Topográfico ........................................................................... 18
2.1.2. Poligonação ..................................................................................................... 19
2.1.3. Irradiação ........................................................................................................ 21
2.2. Fotogrametria: Conceitos e Definições ......................................................... 22
2.2.1. Levantamento Aerofotogramétrico .............................................................. 22
2.2.2. Fototriangulação............................................................................................. 23
2.2.3. Ortofotos ......................................................................................................... 25
3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 26
3.1. Área de estudo ................................................................................................ 26
3.2. Planejamento .................................................................................................. 27
3.3. Levantamento Topográfico Convencional ................................................... 27
3.3.1. Equipamentos ................................................................................................. 27
3.3.2. Software........................................................................................................... 28
3.3.3. Levantamento dos dados planialtimétricos.................................................. 29
3.3.4. Elaboração do desenho topográfico planialtimétrico ................................. 32
3.4. Levantamento Aerofotogramétrico .............................................................. 33
3.4.1. Equipamentos ................................................................................................. 33
3.4.2. Software........................................................................................................... 34
3.4.3. Levantamento dos dados aerofotogramétricos ............................................ 35
3.4.3.1. Planejamento dos pontos de apoio (controle e verificação): ...................... 35
3.4.3.2. Determinação das coordenadas dos pontos de apoio .................................. 36
3.4.3.3. Planejamento do voo ...................................................................................... 37
3.4.3.4. Execução do voo ............................................................................................. 38
3.4.3.5. Processamento dos dados do voo .................................................................. 38
3.4.3.6. Geração dos Produtos: Ortofotocarta, Modelo Digital do Terreno e Planta
Planialtimétrica .............................................................................................................. 39
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 40
4.1. Custos operacional dos levantamentos ......................................................... 40
4.2. Tempo para execução de cada método ......................................................... 41
4.3. Condições de viabilidade operacional .......................................................... 42
4.4. Precisão alcançada nos métodos ................................................................... 43
4.5. Análise de dados comparativa dos produtos gerados ................................. 45
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 50
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 52
APÊNDICE A – MEMORIAIS DESCRITIVOS DOS PONTOS DE APOIO ........... 54
ANEXO A – PADRÃO DE EXATIDÃO CARTOGRÁFICA DOS PRODUTOS
CARTOGRÁFICOS DIGITAIS ..................................................................................... 56
ANEXO B – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO PHANTOM 4 PRO ................ 58
ANEXO C – DESCRITIVO DA ESTAÇÃO BELE E BEPA ...................................... 59
ANEXO D - PLANTAS PLANIALTIMÉTRICAS .....................................................61

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GERSON OLIVEIRA LIMA
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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MÉTODOS PARA FINS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DA COMISSÃO REGIONAL DE OBRAS EM BELÉM
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Inicialmente será realizada uma pesquisa bibliográfica sobre as formas de executar um
levantamento topográfico, priorizando topografia convencional e métodos
aerofotogramétricos. Assim, será possível obter suporte teórico para as demais etapas do
estudo.
Vale ressaltar que como se trata da apresentação comparativa entre dois métodos, será
abordado neste capítulo (itens 2.1 e 2.2) os procedimentos metodológicos das técnicas
utilizadas.

2. INTRODUÇÃO

De acordo com a ABNT (1994), o levantamento topográfico é definido como: O


conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais,
de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão
pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando
suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a
sua exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação
altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também predeterminada e/ou
pontos cotados.
O levantamento topográfico se faz necessário para a elaboração de projetos em
qualquer construção de obra civil ou militar. Devemos estudar os terrenos em plantas
topográficas levando em consideração não só as características planimétricas, mas também as
altimétricas, ambas explicitadas pela planta de levantamento topográfico planialtimétrico.
No âmbito do Ministério da Defesa, no Exército Brasileiro, as Organizações Militares
(OM) foram edificadas conforme o plano diretor de construção, que consiste “na definição em
planta cadastral de como as instalações devem ser construídas” (DOM, 2017). Todas as
unidades militares do país têm seus planos diretores estabelecidos e normatizados pela
Diretoria de Obras Militares (DOM) e ratificados por meio de plantas planialtimétricas.
Atualmente as organizações militares apresentam uma série de modificações na sua
concepção original e mesmo a criação de novas unidades militares, o que originou a
necessidade de realizar o levantamento planialtimétrico cadastral para atualização dos planos
diretores existentes bem como a realização de novos planos diretores.
Atualmente a disponibilidade de equipamentos de medição topográfica (estação total e

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receptores GNSS) conduzem as organizações militares para a execução de levantamento


topográfico convencional, com obtenção das coordenadas posicionais das edificações e do
terreno através de medição ponto a ponto de todos os elementos que caracterizam o espaço
ocupado. Segundo Coelho Júnior (2014), por meio de levantamento topográfico é possível
coletar todos os dados e características importantes do terreno de uma determinada área, para
posterior representação em escala adequada e com orientação de todos os detalhes naturais e
artificiais que foram levantados.
Ressalta-se a importância do levantamento planialtimétrico pelo fato de ser condição
“sine qua non” para a realização dos projetos de engenharia civil no que tange a ampliação,
adequação, demolição e aperfeiçoamento das edificações e infraestrutura existente na
organização militar.
Tendo em vista a redução do custo de equipamentos e a crescente procura pelo
levantamento aerofotogramétrico, aliado ao aumento da área de cobertura por satélites e com
isso a maior disponibilização dos dados de modelos digitais de terreno (MDT) em áreas de
interesse, nos deparamos cada vez mais com diferentes processos de obtenção de dados
topográficos, onde antes só contávamos com a topografia convencional. Nos últimos anos a
evolução dos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT1) demonstra a possibilidade de realizar
o levantamento planialtimétrico utilizando a fotogrametria digital para obtenção do modelo
digital do terreno que definirá a altimetria e métodos de restituição fotogramétrica para a
vetorização dos elementos planimétricos.
No presente trabalho será realizado o levantamento topográfico planialtimétrico
utilizando duas técnicas: Topografia Convencional e a Aerofotogrametria apoiada por VANT.
A execução dos levantamentos viabilizará a apresentação de um estudo comparativo entre os
métodos e possibilitará traçar um comparativo sobre a confiabilidade, precisão, custo e
possibilidade de execução de uma ou outra técnica na implementação do plano diretor de uma
organização militar. Tratando-se de uma nova forma de aquisição de dados; a
Aerofotogrametria suscita incertezas quanto à precisão e à confiabilidade dos produtos
gerados, portanto, este trabalho busca esclarecer essas nuances e também avaliar em que nível
do projeto de elaboração do plano diretor poderá ser utilizada.

1.1 Justificativa e problemática

1
Veículo aéreo não tripulado (VANT) ou drone (do Inglês, zangão), é todo e qualquer tipo de aeronave que pode
ser controlada nos 3 eixos e que não necessite de pilotos embarcados para ser guiada (DECEA, 2017).
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O Exército brasileiro amparado no desenvolvimento tecnológico, tem produzido


ferramentas de gestão com forte amparo na tecnologia da informação, diante dessa premissa,
foi desenvolvido em âmbito militar o OPUS (Sistema Unificado de Controle de Obras) que
consiste em uma plataforma que visa agregar todas as informações referentes à execução de
obras de engenharia civil nas instalações militares.
Sistema Unificado do Processo de Obras – OPUS é um sistema informatizado de
apoio à decisão que visa suportar as funcionalidades de planejamento, programação,
acompanhamento, fiscalização, controle, gerência e execução de obras e serviços de
engenharia de todas as atividades dos macroprocessos finalísticos do sistema de
obras militares (SOM), tanto no nível executivo quanto gerencial e estratégico
(DOM, 2017).
Importante salientar que para o perfeito funcionamento da ferramenta de gestão é
primordial que o banco de dados esteja atualizado no sentido de viabilizar o acompanhamento
“pari passu” de todo processo que cerca a execução de uma obra no âmbito do exército, quais
sejam: a concepção do projeto, a orçamentação, a execução do projeto e a entrega e
recebimento da obra solicitada pela organização militar.
Nesse processo, a atualização do plano diretor da Comissão Regional de Obras,
através do seu levantamento planialtimétrico, torna-se o passo inicial e primordial na
sequência das próximas etapas do OPUS. Nesse sentido, a definição de Plano Diretor da
Organização Militar (PDOM) é clara:
É o documento que contém a descrição, a planta de situação, a indicação do estágio
de construção, a relação das obras a realizar, as prioridades, os custos, tudo referente
a um conjunto – aquartelamento, vila residencial ou outra qualquer edificação
(DOM, 2017).
A inserção e posteriores atualizações da planta de situação do Plano Diretor da
Organização Militar (PDOM) no OPUS possibilitam o acompanhamento e o gerenciamento
das obras realizadas na OM por parte do agente gestor dos recursos. A caracterização do
terreno, das edificações e da infraestrutura que compõem a OM, o corpo técnico desenvolverá
a concepção do projeto e definirá o orçamento necessário para execução.
Portanto, esse estudo contribuirá de forma significativa para a definição do método de
levantamento topográfico a ser utilizado nas diversas organizações militares do Exército
Brasileiro, fornecendo subsídios para uma tomada de decisão mais eficiente quando se tratar
de levantamento topográfico planialtimétrico e suas condicionantes quantitativa e qualitativa.

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1.2 Objetivos
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) visa comparar a utilização de
métodos de levantamentos topográficos diferentes (convencional e aerofotogramétrico) para
a obtenção de um mesmo produto, a planta de situação da CRO 8, sediada na Avenida
Almirante Barroso, nº 1467, bairro do Souza, município de Belém-PA.
Deste modo, será objeto de análise comparativa entre os tipos de levantamento, em
busca de respostas para questões relevantes quando se compara métodos diferentes para
obtenção do mesmo produto:
 A precisão alcançada;
 A relação custo-benefício;
 As condições de viabilidade operacional;
 O tempo dispendido para a realização de cada método;
 Questões quanto à viabilidade técnica (pessoal e equipamento) para execução
dos métodos; e
 A análise de dados comparativa dos resultados alcançados.
A obtenção desses resultados servirá de arcabouço teórico e prático para que o gestor
do sistema OPUS possa orientar qual o método de levantamento mais adequado a ser
empregado na execução do plano diretor de outras organizações militares. Também poderá
ser utilizado como objeto de pesquisa para o meio acadêmico, subsidiando estudos a serem
realizados.

2.1. Topografia: Conceitos e Definições


Topografia é o conjunto dos princípios, técnicas e convenções utilizadas para a
determinação do contorno, das dimensões e da posição relativa de pontos sobre a superfície da
terra ou no seu interior (minas, túneis, galerias, etc.) (BLITZKOW et al, 2004). Espartel
(1987) acrescenta que a topografia não leva em consideração em seus cálculos a curvatura
resultante da esfericidade terrestre, e apresenta como o objetivo principal, destacado por
Doubek (1989) representar uma pequena parte da superfície terrestre.
O princípio da Topografia é baseado na geometria e na trigonometria. Deste modo são
necessárias observações lineares e angulares realizadas sobre a superfície da Terra. Com base
nestas medidas, calculam-se coordenadas, perfil, áreas, volumes, perímetro etc. Além disto,
estas grandezas poderão ser representadas de forma gráfica através de mapas ou plantas. Para

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tanto é necessário um sólido conhecimento sobre instrumentação, técnicas de medição,


métodos de cálculo e estimativa de precisão (KAHMEN; FAIG, 1988).
O objetivo principal é efetuar o levantamento (executar edições de ângulos, distâncias
e desníveis) que permita representar uma porção da superfície terrestre em uma escala
adequada. As operações efetuadas em campo, com o objetivo de coletar dados para a posterior
representação, denominam-se levantamento topográfico (ESPARTEL, 1987).

2.1.1. Levantamento Topográfico


A Norma Brasileira de Execução de Levantamento Topográfico (NBR 13133),
apresenta a definição de levantamento topográfico como sendo um conjunto de métodos e
processos que, através de observações de ângulos (horizontais e verticais) e de distâncias
(horizontais, verticais e inclinadas) e com instrumental compatível à precisão pretendida,
primordialmente, implanta-se e materializa-se pontos de apoio no terreno, determinando suas
coordenadas topográficas, visando a sua exata representação planimétrica numa escala pré-
determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com
equidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados (ABNT, 1994)
As operações topográficas podem ser divididas em Levantamento Topográficos
Planimétrico, Altimétrico e Planialtimétrico.

 Levantamento Topográfico Planimétrico: é o procedimento ou método em que


não se leva em consideração o relevo do terreno (considera um plano). Baseia-se
na medição de ângulos e distâncias horizontais para obtenção da representação
das dimensões horizontais da área em questão, ou seja, quando representado em
um plano cartesiano, as coordenadas requeridas são “X” e “Y”, as quais são
relacionadas a uma origem pré-determinada no plano a ser definido (VEIGA ET
AL., 2012).

 Levantamento Topográfico Altimétrico: é o modelo de levantamento


responsável por determinar o relevo do terreno. No plano cartesiano é
representado pela coordenada “Z” (VEIGA ET AL., 2012). A ABNT (1994)
apresenta-o como sendo o levantamento que objetiva, exclusivamente, a
determinação das alturas relativas a uma superfície de referência (Plano local,

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Elipsoide2 ou Geoide3), dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes,


pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à
representação altimétrica da superfície levantada.

 Levantamento Topográfico Planialtimétrico: É o método em que, em uma única


representação, obtêm-se as coordenadas horizontais (X,Y) e verticais (Z) do
terreno, ou seja, quando apresentada conjuntamente o levantamento planimétrico
e altimétrico, tem-se uma representação tridimensional da área levantada
(VEIGA ET AL., 2012).
Em suma, o levantamento topográfico pode ser divido em duas partes: o levantamento
planimétrico, onde se procura determinar a posição planimétrica dos pontos (coordenadas X e
Y) e o levantamento altimétrico, onde o objetivo é determinar a cota ou altitude de um ponto
(coordenada Z). A realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao chamado
levantamento planialtimétrico.

2.1.2. Poligonação
A poligonação é um dos métodos mais empregados para a determinação de
coordenadas de pontos em Topografia, principalmente para a definição de pontos de apoio
planimétricos. É realizada através do método do caminhamento, percorrendo-se o contorno de
um itinerário definido por uma série de pontos, medindo-se todos os ângulos, lados e uma
orientação inicial com uso de teodolitos ou estações totais (VEIGA ET AL., 2012).
Embora este método seja aplicado há muito tempo no Brasil, a poligonação tomou
impulso definitivo a partir do advento dos instrumentos de medição eletrônico de distâncias e
estações totais (SILVA e SEGANTINE, 2015). As medições concomitantes de ângulos e
distâncias facilitam enormemente o uso dos métodos.
Vale destacar, que a Topografia utiliza o solo como seu meio de aquisição de dados,
portanto, para realizar a topografia convencional, pelo método de poligonação, será necessário
que uma equipe vá até o campo coletar os dados (pontos). O procedimento em campo
consiste em partir de pontos da rede brasileira, pertencentes ao Sistema Geodésico Brasileiro
(SGB) ou determinados por posicionamento GNSS (Global Navigation Satellite System) e

2
Para Tuler e Saraiva (2016, p. 17) é uma superfície com possibilidade de tratamento matemático originada pela
rotação de uma elipse em torno do eixo de rotação da Terra.
3
Segundo Silva e Segantine (2015, p. 23), o geoide é a superfície equipotencial do campo de gravidade que mais
se aproxima do nível médio dos mares não perturbado.
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lançar os novos pontos realizando o caminhamento sobre o terreno, transportando as


coordenadas (SILVA e SEGANTINE, 2015).

As poligonais podem ser classificadas em fechada, aberta e enquadrada. Segundo


Silva e Segantine (2015), uma poligonal é considerada fechada quando ela inicia em um ponto
de coordenadas conhecidas e termina sobre o mesmo ponto, conforme apresentado na Figura
1 (a). Os erros lineares e angulares podem ser ajustados conforme a geometria do polígono,
conforme descrito por Veiga et al (2012, p. 140-147).
Uma poligonal é considerada geometricamente aberta quando ela parte de um ponto
com coordenada conhecida e chega a outro destino, conforme indicado na Figura 1 (b). Este
método é raramente empregado devido ao fato de ser totalmente desprovido de controle
angular e linear segundo Silva e Segantine (2015).
Por fim, se a poligonal partir de dois pontos de coordenadas conhecidas e terminar em
outros dois pontos, diz-se que é poligonal apoiada ou enquadrada (Figura 1(c)). Neste tipo de
poligonal, os erros angulares e lineares podem ser ajustados a partir de cálculos de
compensação descritos por Veiga et al (2012, p.155 -163).

Figura 1 – Levantamento de uma Poligonal Fechada (a), Aberta (b) e Enquadrada (c)

(a)

(b)

(c)

Fonte: Adaptado de Veiga et al, 2012

Deste modo, empregando-se uma poligonal, é possível definir uma série de pontos de
apoio ao levantamento topográfico, a partir dos quais serão determinadas coordenadas de

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outros pontos de detalhes do terreno, utilizando, por exemplo, o método de irradiação.

2.1.3. Irradiação
Consiste em, a partir de uma linha de referência conhecida, medir um ângulo e uma
distância (Figura 2(a)). Neste método, muito empregado no levantamento de detalhes, o
equipamento fica estacionado sobre um ponto e faz-se a “varredura” dos elementos de
interesse próximos ao ponto ocupado, medindo direções e distâncias para cada elemento a ser
representado (Figura 2 (b)).

Figura 2 – Levantamento por irradiações

a b

Fonte: Fundamentos de Topografia. Pág. 164, UFPR, 2012

Após a determinação dos pontos de detalhes, é possível representar as feições de


interesse a partir dos dados medidos e calculados, para a elaboração de um mapa ou carta
dependendo da escala almejada.
A Figura 3 (a) ilustra os pontos coletados em um levantamento planialtimétrico de
uma área, empregado o método de poligonação com os pontos de detalhes (edificações,
arrumamentos, árvores, postes, etc) determinados por irradiação, e a Figura 3(b) apresenta a
representação desta área.

Figura 3 – Representação de um levantamento planialtimétrico com irradiações


a b

Fonte: Autor (2017)


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2.2. Fotogrametria: Conceitos e Definições


Uma definição mais abrangente de Fotogrametria foi proposta pela American Society
of Photogrammetry (ASP) e consiste: “Fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia de
obtenção de informação confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente, através de
processos de gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas e padrões de energia
eletromagnética radiante e outras fontes” (1979 apud Assis 2011).
Segundo Abib (1982), a Fotogrametria é uma técnica em constante evolução de
instrumentos e processos. Após a Primeira Guerra Mundial, e com o desenvolvimento da
aviação, a Fotogrametria se tornou destaque no mapeamento de áreas, o que resultou em
novas demandas por instrumentos de melhor acurácia. Nas últimas décadas, o crescente
avanço tecnológico, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de métodos e
processos computacionais, gerou o aparecimento de um novo conceito, a Fotogrametria
Digital (RIBEIRO, 1995).
Embora originalmente a Fotogrametria se ocupasse de analisar fotografias, esta
definição atual também engloba dados provenientes de sensores remotos. Esta definição
também inclui duas áreas distintas: fotogrametria, num sentido mais restrito, referindo-se aos
métodos de obtenção de dados quantitativos, como coordenadas, áreas, etc.., a partir dos quais
são elaborados os mapas e cartas topográficas e a fotointerpretação, que consiste em obter
dados qualitativos a partir da análise das fotografias e de imagens de satélite.

2.2.1. Levantamento Aerofotogramétrico


A Fotogrametria Aérea (Aerofotogrametria) é uma subdivisão da Fotogrametria, onde
as fotografias da área a ser levantada são tomadas por uma câmera de precisão montada em
uma aeronave (TOMMASELLI, 2004). Trata da elaboração de cartas mediante fotografias
aéreas tomadas com câmaras aerotransportadas (eixo ótico posicionado na vertical),
utilizando-se aparelhos e métodos estereoscópicos. A técnica aerofotogramétrica é aplicada
nas atividades de mapeamento para a cartografia, no planejamento e desenvolvimento urbano,
nas engenharias civil, agronômica e florestal, com a finalidade de determinar a forma,
dimensões e posição dos objetos contidos numa fotografia, através de medidas efetuadas
sobre a mesma foto.
Segundo Paredes (1987), para um levantamento fotogramétrico completo, deve ser

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feita uma cuidadosa programação do voo fotogramétrico, que tem por objetivo a obtenção da
cobertura aerofotográfica da área do terreno, cujo levantamento topográfico será realizado por
meio da fotogrametria.
A cobertura aerofotogramétrica é um conjunto de fotografias aéreas verticais
tecnicamente tiradas a partir de uma aeronave, de forma a assegurar uma correta e completa
representação de toda a área do terreno a ser estudado (PAREDES, 1987).
Com os recursos disponíveis como plantas ou mapas da região onde será executado o
levantamento, são especificados os diversos elementos necessários para o planejamento de
uma cobertura aerofotogramétrica. Normalmente, a região de interesse é coberta
aerofotogrametricamente utilizando-se faixas com linhas de voos paralelas entre si.
De acordo com Fontes (2005), se o objetivo da cobertura é o mapeamento da região,
as linhas de voo são planejadas com um espaçamento lateral tal que se obtenha uma área
comum entre as faixas em torno de 20% a 30%, como mostra a Figura 4. Estas áreas comuns,
resultantes da superposição entre faixas num sentido transversal à direção do voo, são
denominadas de recobrimento lateral ou transversal. Cada fotografia tomada ao longo de uma
linha de voo cobre uma área que se superpõe à área coberta pela fotografia anterior em
aproximadamente 60% (ver Figura 4). Esta superposição entre as áreas fotografadas
consecutivamente é denominada de recobrimento longitudinal. No caso de uma cobertura
aerofotogramétrica cuja finalidade é a obtenção de ortofotos, a taxa de recobrimento
longitudinal é de 80%.

Figura 4 – Voo fotogramétrico, exemplificando coberturas laterais e transversais.

Fonte: Tommaselli (2004)

2.2.2. Fototriangulação
Segundo Lugnani (1987), a fototriangulação é um método de determinação de
coordenadas de pontos de interesse no espaço objeto, sendo necessário conhecer a relação

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geométrica entre as fotografias adjacentes, o controle de campo mediante pontos de apoio 4 e o


conjunto de valores aproximados de parâmetros de orientação da fotografia. Seu maior
objetivo, conforme destacado por Andrade (1998), é proporcionar coordenadas precisas para
os pontos necessários para a orientação de modelos fotogramétricos para a restituição ou
elaboração de ortofotos.
Vale ressaltar, que para atingir resultados satisfatórios, deve-se dispor de dados iniciais
de boa qualidade, sem, contudo, implicar dispêndios excessivos. Esses dados iniciais
constituem-se, basicamente, na determinação dos pontos de controle e de verificação (ou
check), parâmetros de Orientação Interior (POI), de Orientação Exterior (POE).
A função dos pontos de controle é servir de referência para “amarrar” o bloco
fotogramétrico ao terreno no método da fototriangulação. Geralmente são obtidos através de
um referencial geodésico, para que as informações que resultam desse processo possam
permitir intercâmbio com informações oriundas de diversas fontes. Já os pontos de
verificação (ou check), são obtidos da mesma forma que o ponto de controle, porém não são
empregados no processo de fototriangulação, a sua utilização como o próprio nome sugere é
verificar (atestar) a acurácia (qualidade posicional) dos produtos cartográficos gerados.
A orientação interior consiste nos dados que serão utilizados para a reconstrução do
feixe perspectivo, devido a efeitos que surgem devido às distorções das lentes, por exemplo,
alinhando-os a um sistema métrico. Os principais parâmetros são: Distância focal (f),
distorções das lentes – radial simétrica (k0, k1, k2 e k3) e descentrada (P1 e P2), e o Ponto
Principal (x0, y0), contidos no certificado de calibração da câmara.
Já a orientação exterior possui seis (6) parâmetros: as coordenadas X, Y, Z da posição
do Centro Perspectivo (CP) determinados a partir do receptor 5 acoplado na plataforma, e os
ângulos de Euler, ω, φ e κ, determinados a partir de um IMU (Inertial Measurement Unit -
sistema inercial) que fornecem a atitude da câmara, ou seja, expressam as rotações sofridas
pelo sensor. (BRITO; COELHO, 2007).
De acordo com Neto (2015) na Fotogrametria clássica (com aviões tripulados) os
pontos de apoio tinham uma enorme importância no processamento dos dados, pois os

4
São pontos foto identificáveis, ou seja, são objetos, alvos, detalhes no terreno e que irão aparecer nas imagens
aéreas. Basicamente são pontos de referência (coordenada conhecida, determinada por GNSS) que são utilizados
no processamento das imagens para aumentar a qualidade dos produtos finais gerados, pois fazem a relação entre
o sistema de coordenadas da imagem com o sistema de coordenadas do terreno.
5
maioria das aeronaves utiliza um receptor GNSS de navegação no qual apresenta um erro posicional em média
de 5 a 10 metros)
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softwares disponíveis não eram capazes de processar as imagens sem uma referência em solo.
Hoje em dia, com o avanço da visão computacional, os algoritmos dos softwares mudaram e
os pontos de apoio já não são mais um pré-requisito para o pós-processamento dos dados,
porém a sua utilização influencia diretamente na qualidade dos produtos gerados.
Coelho Filho (2007) destaca que o planejamento da fototriangulação deve iniciar na
cobertura fotogramétrica, pois é necessário conhecer o número de pontos de campo, realizar
um voo apoiado, entre outros fatores que modificam os procedimentos futuros, pois é
necessário confiar que os dados para a triangulação foram obtidos com qualidade.
Em suma, o método de fototriangulação caracteriza um importante passo nas técnicas
fotogramétricas, pois permite a obtenção de coordenadas de vários pontos no terreno através
da interpolação de alguns pontos de campo apenas, segundo a conclusão de Brito e Coelho
Filho (2007). Então, é de extrema importância a realização dessa operação com qualidade,
pois a retificação, ortorretificação e a restituição estão na dependência do passo inicial.

2.2.3. Ortofotos
Ortofotos são representações cartográficas de uma região da superfície terrestre,
produzidas mediante um conjunto de imagens aéreas, tomadas por avião ou satélite. Nas
fotografias capturadas, ainda com deformações devido ao deslocamento do relevo, são
aplicadas correções, seguindo um Modelo Digital de Terreno (MDT6) para garantia da
qualidade métrica da ortofoto, removendo qualquer distorção geométrica (posição e
inclinação).
Vale ressaltar, as ortofotos digitais são de fácil manuseio, permitindo a extração de um
grande número de informações em razão de sua riqueza de detalhes. Além disso apresentam
verdadeiras posições geográficas, podendo ser medidos diretamente sua posição, distância,
ângulos horizontais e áreas. Deste modo, pode-se, a partir de ortofotos, representar as feições
e por meio de vetorização, gerar um mapa.
No entanto, segundo Campiteli (2016) apud Galo (2016), o emprego de ortofotos
apresenta algumas vantagens em comparação a um mapa, sendo elas:
• Um usuário pode retirar as informações desejadas, em qualquer tempo, a partir
da ortofoto de uma mesma área, diferente de um mapa que já se encontra pré-

6
é uma representação digital da superfície terrestre a partir de um conjunto de pontos, considerando somente os
pontos contidos no terreno, ignorando pontos acima do terreno, como árvores, edificações, construções...
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interpretado, sendo utilizado na maioria das vezes para uma mesma destinação;
• Os atributos geométricos da ortofoto são os mesmos de um mapa, no entanto
com dados pictóricos superiores; e
• Fornece uma visão do terreno ainda mais compreensível que um mapa, com
informações visuais completas, auxiliando na qualidade do estudo da área.
Para a obtenção de uma ortofoto, compõe-se um mosaico de duas ou mais fotos
digitais, organizadas num arranjo de pixels, observando que os mesmos estão implicitamente
georreferenciados em cada uma das fotos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Área de estudo
Para o estudo, foi considerada a área da Comissão Regional de Obras da 8ª Região
Militar (CRO 8), organização militar responsável pelo planejamento, execução e fiscalização
dos projetos de engenharia aplicados no âmbito da 8ª Região Militar que abrange os estados
do Pará, Maranhão e Amapá; sediada no perímetro urbano da cidade de Belém-PA, cito a
Avenida Almirante Barroso, nº 1467, bairro do Souza (Figura 5).
Situada na região metropolitana de Belém, a área de estudo apresenta média taxa de
ocupação populacional no seu entorno, ocorrendo nos setores norte e leste resquícios de
vegetação secundária de porte elevado. Nos demais setores, apresenta edificações e áreas
abertas com a presença de algumas árvores isoladas.

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Figura 5 – Localização da área de estudo

Fonte: Autor (2018)

3.2. Planejamento
Tratando-se de um comparativo entre formas de levantamento topográfico
(convencional e aerofotogramétrico), adotou-se como forma de execução desse estudo, a
realização de duas etapas, a seguir descritas.

3.3. Levantamento Topográfico Convencional

3.3.1. Equipamentos
Para a realização deste levantamento foram utilizados os seguintes Equipamentos:
 Receptores GNSS: são unidades de processamento capazes de decodificar, em tempo
real, as informações enviadas pelos satélites das constelações (GPS, GLONASS,
GALILEO, BEIDOU, QZSS e SBAS). Através de métodos de posicionamento

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(Absoluto, Ponto Preciso, Relativo, Relativo/RTK), fornecem as coordenadas das


posições de interesse e as coordenadas de partida para a orientação. Neste
levantamento, foi empregado para determinar as coordenadas conhecidas necessárias
para aplicação do método de poligonação. Sendo assim, foi utilizado o receptor SP60
da Spectra Precision, que apresenta como especificação técnica precisão Horizontal: 3
mm + 0,1 ppm e Vertical: 3,5 mm + 0,137 ppm no modo estático.
 Estação Total: é um instrumento eletrônico utilizado na medida de ângulos e
distâncias. A estação total armazena os dados recolhidos e executa alguns cálculos
mesmo em campo. Com a estação total, foi possível determinar ângulos e distâncias
das direções de interesse. A Estação Total utilizada apresenta a marca Leica, modelo
TCR-407Ultra, com precisão angular de 03” e linear de 2 mm + 2 ppm.

 Prisma Refletor: tem a finalidade de refletir o sinal eletrônico emitido e ao transmiti-lo


de volta a Estação, possibilitar a medição eletrônica da distancia entre a Estação e o
ponto de interesse.
 Tripé: Entre os acessórios mais comuns de uma estação total está o tripé. Serve para
estacionar o aparelho a ser utilizado.
 Marco de Concreto e Piquete: materializam os pontos da poligonal

3.3.2. Software
Devido à utilização do receptor GNSS, Estação Total e realização de uma planta
planialtimétrica digital, tornou-se necessário a utilização de alguns programas que
viabilizassem a execução das etapas do levantamento, a saber:
 Spectra Precision Survey Office - Versão 3.90: este programa fornece um conjunto
completo de recursos, quando se trata de processamento e análise de dados de
pesquisa GNSS gravados no campo e que necessitam de tratamento para gerar os
produtos, apresenta a capacidade de trabalhar com dados RTK e Estático para geração
de relatórios, bem como identificar e corrigir erros de campo. Importar dados de
pesquisas existentes ou diretamente da Internet e exportar dados como pontos, ou em
formato CAD ou XML, apresenta recursos integrados de garantia de qualidade e
controle de qualidade, sendo utilizado para determinação das coordenadas dos marcos
de apoio básico.

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 Topograph V. 4.10a : Utilizado para descarga de dados da Estação Total, apresenta


como características a feição de cadernetas de campo, controle e ajuste da poligonal,
geração das coordenadas das irradiações e exportação de arquivos em texto ou em
Computer Aided Design (CAD), o mesmo, foi utilizado para o tratamento dos dados
oriundos da Estação Total.
 AutoCAD Civil 3D: Sendo um software da linha AutoCAD, é voltado para elaboração
e análise de projetos nos mais diversos ramos da engenharia civil. Possui todas as
funcionalidades do AutoCAD e uma gama de ferramentas exclusivas que permitiram
desenvolver a plantas planialtimétricas e apresentar o produto final do levantamento.

3.3.3. Levantamento dos dados planialtimétricos


A metodologia adotada no levantamento foi a de locação de uma poligonal de apoio
fechada, a partir desta, foram irradiados pontos que determinaram o cadastro do terreno e suas
interferências.
Como referências planimétricas e altimétricas, foram implantados pontos de apoio
com coordenadas referenciadas ao SGB, tendo como Datum horizontal oficial o Sistema de
Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS2000) e com Datum vertical o marégrafo
de Imbituba em Santa Catarina. Esse apoio foi materializado através de marcos de concreto
denominados MC01 e MC02, dispostos na área de estudo (Figura 6 (a)), contemplando a
intervisibilidade entre os mesmo, condição necessária para dar início a poligonal de apoio.
No dado procedimento, foi utilizado um par de receptores GNSS de dupla frequência e
acessórios para possibilitar o seu uso. Os pontos foram obtidos a partir do tipo de
levantamento relativo estático, utilizando as estações da Rede Brasileira de Monitoramento
Contínuo dos sistemas GNSS (RBMC) localizadas no município de Belém como base: BELE
(localizada no SIPAM - Sistema de Proteção da Amazônia) e BEPA (localizada no INPE -
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O tempo de coleta foi de aproximadamente 40
minutos e adotou–se a máscara de elevação de 10° (graus) e intervalo de gravação de 5
segundos.
Vale ressaltar, que as configurações aqui estabelecidas facilitam a elucidação da
ambiguidade, assim no erro pertinente ao multicaminho. Suprime, também, o efeito de
primeira ordem da ionosfera, o qual é imprescindível ao erro sistemático.
Os dados coletados foram processados no software Spectra Precision Survey Office,

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em relação aos arquivos RINEX das estações BELE e BEPA. Para o aumento da precisão
foram usados os arquivos de efemérides precisas finais, fornecidas pelo IGS (International
GNSS Service), dos dias de seus respectivos levantamentos.
Os resultados obtidos pelo processamento GNSS estão representados na Tabela 1. Vale
ressaltar, que as coordenadas obtidas no processamento GNSS foram utilizadas como
referência de partida na poligonal topográfica.

Tabela 1 – Coordenadas planas UTM ajustadas dos pontos de partida MC01 e MC02.
Ponto E(m) N(m) h(m)
MC01 784.399,484 9.843.698,922 -8,713
MC02 784.421,980 9.843.686,145 -8,792
Fonte: Autor (2018).

Em posse destas coordenadas e feito o reconhecimento de campo, iniciou-se a


determinação das estações da poligonal e da estação auxiliar denominadas de: MC 01, E3, E4,
E5, E6, E7, E8A, dispostas no terreno conforme Figura 6 (b). As estações foram
materializadas através de piquetes fixados no solo natural encimado por um prego
centralizado.

Figura 6 – Localização dos marcos bases e estações da poligonal


a b

Fonte: Autor (2017)

Realizado o levantamento da poligonal fechada, a descarga de dados foi feita no


software TOPOGRAPH 4.10a. Após a descarga de dados, foi gerada a caderneta de campo da
poligonal e processada esta caderneta para controle e ajuste das coordenadas das estações da
poligonal. A mesma apresentou erros e tolerâncias (Tabela 2 e 3) preconizadas na norma NBR
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13.133 da ABNT para levantamentos topográficos.

Tabela 2– Observáveis lineares e de área da poligonal topográfica.


Observados Compensados
Perímetro 465,5135 m 465,5206 m
Área 11.866,599 m² 11.788,3297 m²
Fonte: Autor (2018).

Tabela 3 – Erros e tolerâncias da poligonal topográfica.


Erros Tolerância
Angular 00° 04’ 48” 00° 05’ 39” (=0°02’00”× √𝑛)
Relativo 1: 6258 1: 2000
Linear 0,0744 m
Eixo Norte -0,0699 m
Eixo Este 0,0255 m
Altimétrico 0,0170 m 0,068 m (=100 mm × √𝑛)
Fonte: Autor (2018).

De posse das coordenadas ajustadas, o passo seguinte foi a transmissão dos dados para
a estação total, dessa forma, quando da ocupação das estações, a coleta de pontos de interesse
já apresentariam as coordenadas finais sem a necessidade do processamento das cadernetas
geradas. As medições foram feitas com posicionamento do bastão/prisma nos alvos
(edificações, arruamento, campo de futebol, muro, cerca, caixa de energia, poste, meio-fio,
árvores, boca de lobo e caixas de passagem) e também com medições sem o bastão/prisma,
principalmente na determinação de árvores. Com a determinação de 516 pontos irradiados,
onde foram coletados pontos de interesse planimétrico, altimétrico e definidores do limite da
área de estudo (Figura 7).

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Figura 7 – Disposição dos pontos irradiados

Fonte: Autor (2018)

3.3.4. Elaboração do desenho topográfico planialtimétrico


Com a aquisição dos pontos coletados, foi possível a conversão dos arquivos para a
análise do levantamento utilizando o software AutoCAD 3D Civil (Autodesk). Através deste,
foi efetuada a elaboração das plantas de levantamento planimétrico e de Plano Diretor da
Organização Militar (PDOM), geração de superfície topográfica, extração de curvas de nível e
cálculo do perímetro e da área ocupada pela organização militar (Figura 8 a, b e c).

Figura 8 – Plantas de planimétrica (a), PDOM (b) e Curvas de nível(c)


a b c

Fonte: Autor (2018)

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3.4. Levantamento Aerofotogramétrico


3.4.1. Equipamentos
Para a realização deste levantamento foram utilizados além dos receptores GNSS,
supracitados, para a coleta dos pontos de apoio, os seguintes Equipamentos:

 Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT): Para realizar a fotogrametria com qualidade é
necessária uma boa plataforma estabilizada e que possa ser programada para voos
autônomos, além de um ótimo sensor, pois este é o responsável pela coleta dos dados.
Neste trabalho utilizou-se o modelo PHANTHOM 4 PRO da marca DJI (Figura 12).
Um dos principais diferenciais deste VANT é a sua estabilidade. Uma ótima
estabilização é essencial na captura de imagens para o mapeamento aéreo. No Anexo
B estão presentes as principais caraterísticas técnicas deste modelo.

Figura 9 –VANT Phanthom 4 Pro

Fonte: Empresa DJI (2018)

 Alvos naturais e artificiais: A ocorrência de alvos naturais é mais comum em


mapeamento aéreo de zonas urbanas, que consiste em um grande nível de detalhe em
solo que também estará visível na imagem podendo ser identificado e utilizado como
ponto de controle. Neste projeto foram utilizados marcos de concreto (Figura 10)
como alvos naturais, sendo que alguns já existiam na área oriundos de outros
levantamentos e outros foram implantados com a motivação de adensar os pontos de
controle e de verificação.

 Alvos pré-sinalizados: A área de estudo também apresenta terrenos em que não


ocorrem detalhes do solo visíveis na imagem para que possam ser utilizados como
alvos. Nestes casos, foram implantados alvos artificiais (Figura 11) e, em ato contínuo,
realizado o voo. Este tipo de levantamento é definido como voo pré-sinalizado, sendo
que a medição desses alvos foi realizada antes do aerolevantamento e posteriormente
sinalizada.

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Figura 10 – Alvo natural - Marco de concreto

Alvo Natural na imagem

Coleta do alvo natural

Fonte: Autor (2018)

Figura 11 – Alvo Artificial - Pré-sinalizado

Alvo pré-sinalizado na imagem

Alvo pré-sinalizado em campo


Fonte: Autor (2018)

3.4.2. Software
O levantamento aerofotogramétrico apresenta etapas bem definidas e específicas que
necessitam da utilização de programas especializados que viabilizassem a execução das
etapas:

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 Drone Deploy : Este software é um aplicativo de voo automatizado voltado aos


VANT da marca DJI. Nele é possível fazer os planos de voo em escritório (com
internet) com as configurações de altitude, sobreposição das fotos, direção e
velocidade do voo e posteriormente realizar o voo de maneira totalmente
autônoma e seguindo o planejamento configurado.
 Agisoft Photoscan: Este programa realiza processamento fotogramétrico de
imagens digitais e gera dados espaciais em 3D, resulta em um sistema de
processamento automatizado inteligente que, por um lado, pode ser gerenciado
por um recém-chegado no campo da fotogrametria e por outro lado, tem muito a
oferecer a um especialista que possa ajustar o fluxo de trabalho a várias tarefas e
diferentes tipos de dados. O software tem uma interface intuitiva e pode ser
facilmente dominado por um não especialista. Por outro lado, profissionais da
fotogrametria têm controle completo sobre a precisão dos resultados gerados.

3.4.3. Levantamento dos dados aerofotogramétricos


A metodologia adotada consistiu em dividir o estudo da área em fases de execução:

 Planejamento dos pontos de apoio (controle e verificação):

 Determinação das coordenadas dos pontos de apoio;


 Planejamento de voo;

 Execução do voo;

 Processamento dos dados do voo.

3.4.3.1. Planejamento dos pontos de apoio (controle e verificação):


Foram planejados um total de 10 pontos de apoio (MC 01, MC 04, MC 05, PT 07, PT
08, PT 09, PT 10, PT 11, PT 12 e PT13) e 03 pontos de verificação (MC 02, MC 03 e MC
06), com distribuição espacial que recobrisse equanimemente toda a área objeto do estudo
(Figura 12). Observa-se que os marcos MC 01 e MC 02 e MC 06, já haviam sido implantados
anteriormente, quando da feição da poligonal fechada para apoiar o método topográfico
convencional.

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Figura 12 – Distribuição dos pontos de apoio

Fonte: Autor (2018)

3.4.3.2.Determinação das coordenadas dos pontos de apoio


A determinação dos pontos de apoio foi realizada através de um receptor GNSS de
dupla frequência L1/L2, com tempo de coleta da base (MC 01) de 5 horas e tempo de coleta
dos demais pontos de 40 minutos, e configuração semelhante a descrita no item 3.3.3. A
amarração ao SGB foi realizada com apoio das estações BELE e BEPA (ANEXO C).
O processamento das informações coletadas do sistema GNSS foram executadas no
software Spectra Precision Survey Office V 3.90 (Tabela 4), sendo consideradas todas as
características de configuração com relação à precisão e com a utilização das efemérides
precisas finais dos satélites, fornecidas pela IGS.
Com a determinação das coordenadas de cada ponto, efetuaram-se as transformações
das altitudes geométricas (elipsoidais) em altitudes ortométricas (geoidais), apoiado no
aplicativo fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para
transformações de altitudes o MAPGEO2015, desta forma as altitudes foram referenciadas ao
marégrafo de Imbituba-SC, referencial vertical oficial do Brasil.

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Tabela 4 – Coordenadas para os pontos de apoio


Ponto E(m) 𝝈𝑬 N(m) 𝝈𝑵 H(m) 𝝈𝑯
MC 01 784.399,484 0,001 9.843.698,922 0,001 16,789 0,1004
MC 02 784.421,980 0,001 9.843.686,145 0,001 16,710 0,1000
MC 03 784.375,783 0,001 9.843.737,471 0,000 16,791 0,1000
MC 04 784.301,129 0,000 9.843.674,326 0,000 16,727 0,1000
MC 05 784.427,176 0,001 9.843.567,851 0,001 16,563 0,1000
MC 06 784.316,333 0,001 9.843.686,806 0,001 16,547 0,1002
PT 07 784.333,818 0,001 9.843.610,084 0,001 16,189 0,1000
PT 08 784.427,362 0,001 9.843.625,602 0,001 15,220 0,1000
PT 09 784.372,854 0,001 9.843.668,323 0,001 15,811 0,1000
PT 10 784.338,620 0,001 9.843.694,233 0,001 15,893 0,1000
PT 11 784.394,131 0,001 9.843.752,850 0,001 15,906 0,1002
PT 12 784.439,804 0,002 9.843.704,896 0,001 16,246 0,1001
PT 13 784.448,828 0,001 9.843.674,365 0,001 13,897 0,1001
Fonte: Autor (2018)

3.4.3.3.Planejamento do voo
Utilizando o software Drone Deploy foram definidos 1,5 cm/px de resolução do voo
(GSD), 50m altura do voo, 10 faixas, com 75% e 60% de percentuais de recobrimento
longitudinal e transversal, direção de voo (leste e oeste). A Figura 13, apresenta o
recobrimento da área de interesse e as direções das faixas.

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Figura 13 – Planejamento do voo

Fonte: Autor (2018)

3.4.3.4. Execução do voo


Foram realizados quatro voos experimentais com configurações diferenciadas para
verificação da melhor configuração e no dia 16 de fevereiro de 2018 às 14h, foi realizado o
voo oficial de 8 minuto de duração aproximada, seguindo os parâmetros do planejamento pré-
estabelecido (item 3.4.3.3), fotografando a área de interesse (num total de 103 fotografias) e
tendo especial atenção na identificação dos pontos de controle (alvos naturais e artificiais) em
solo.

3.4.3.5. Processamento dos dados do voo


As imagens geradas pelo voo aerofotogramétrico, conjuntamente com os pontos de
apoio levantados, foram inseridas no software Agisoft Photoscan e passou a realizar os
processamentos através de uma workflow (fluxo de trabalho) apresentado no Quadro 1.

Quadro 1 – Fluxo de trabalho do programa Agisoft Photoscan

FLUXO ATIVIDADE PRODUTO


Passo 1 Adicionar Fotos Fotos carregadas
Passo 2 Alinhar fotos Geração de Tie point 7– nuvem espaçada de pontos

7
Tie points ou pontos de enlace, são pontos identificados claramente em duas ou mais imagens que não possui
coordenada tridimensional conhecida, é um recurso fornecido por softwares fotogramétricos para ampliar o
controle em áreas onde não há pontos de controle.
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Construir nuvem densa de


Passo 3 Geração de Tie points – nuvem densa de pontos
pontos
Classificar os pontos do Geração de Tie points – pontos do terreno (ground
Passo 4
terreno points)
Construir a malha do Geração da TIN (Rede de Triângulos Irregulares) do
Passo 5
terreno modelo ou malha
Passo 6 Reduzir a malha Malha suavizada
Geração do DMT (Mapa
Passo 7 Mapa Digital do Terreno
Digital do Terreno)
Geração do DMS (Mapa
Passo 8 Mapa Digital da Superfície
Digital da Superfície)
Passo 9 Geração dos contornos Curvas de Nível na equidistância configurada
Passo 10 Geração do Ortomosaico Mosaico de Ortofoto
Fonte: Autor (2018)

3.4.3.6. Geração dos Produtos: Ortofotocarta, Modelo Digital do Terreno e Planta


Planialtimétrica
Produtos gerados no software Agisoft Photoscan, emprega-se o software Autocad
Civil 3D para enquadramento da ortofoto (Figura 14a) e do MDT (Figura 17b), pois, quando
da sua geração, os mesmos são exportados em GeoTiff 8, o que garante o georreferenciamento
dos mesmos.
Figura 14 – Ortofoto e MDT finalizados no Autocad Civil 3D
b
a

Fonte: o autor (2018)

A geração da Planta planialtimétrica resulta da vetorização das feições planimétricas


identificadas na ortofoto e na junção com as curvas de nível geradas (Figura 15) a partir do
MDT e sobrepostas na ortofoto.

8
GeoTIFF é um padrão de metadados de domínio público o qual permite embutir informações das coordenadas
geográficas em um arquivo tiff.
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Figura 15 – Planta planialtimétrica (ortofoto/MDT)

Fonte: Autor (2018)

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) visa comparar a utilização de


métodos de levantamentos topográficos diferentes (convencional e aerofotogramétrico) para a
obtenção de um mesmo produto, a planta planialtimétrica na escala 1/1.000 da Comissão
Regional de Obras. Para tanto, foram feitas análises sobre:

 Custos operacionais dos levantamentos;

 Tempo para execução de cada método;

 Condições de viabilidade operacional;

 Precisão alcançada nos métodos.

4.1. Custos operacional dos levantamentos

Desconsiderando o equipamento GNSS e o CAD, comum aos dois métodos, foi feita
inicialmente, uma verificação junto aos fornecedores de equipamentos de topografia e de
aerolevantamento, quanto aos custos de obtenção dos equipamentos apropriados e software
que viabilizassem os respectivos levantamentos. Na verificação de preços de equipamentos e
software, foram utilizados os demonstrados no Quadro 2, os quais foram os utilizados nos
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respectivos levantamentos. A Tabela 5 evidencia os custos envolvidos nos levantamentos.

Quadro 2– Marca e modelo de Equipamentos e Software


Tipo de levantamento Equipamento modelo/marca Software nome/fornecedor
Levantamento
Estação total TC 407ultra /
Topográfico TopoGRAPH 98 SE / BENTLEY
LEICA
Convencional
Levantamento PhotoScan Professional Edition /
VANT Phantom 4 PRO / DJI
Aerofotogramétrico AGISOFT
Fonte: Autor (2018)

Tabela 5 – Valores de aquisição de equipamentos e software

Tipo de levantamento Equipamento (R$) Software (R$) Valor total (R$)

Levantamento
Topográfico ≈ 25.000,00 ≈ 3.500,00 ≈ 28.500,00
Convencional
Levantamento
≈ 8.000,00 ≈ 11.725,00 ≈ 19.725,00
Aerofotogramétrico
Fonte: Autor (2018)

Em termos de valores, cabe salientar que o mercado é bastante dinâmico e que novos
modelos de Estação Total e VANT são lançados com as mais variadas especificações
técnicas, contemplando tanto o quesito produtividade, quanto qualidade. Portanto, esses
valores podem ser bastante alterados dependendo da relação de custo-benefício que se quer
alcançar podendo beneficiar uma ou outra técnica.

4.2. Tempo para execução de cada método


O tempo dispendido em cada método não levou em consideração as condições
meteorológicas (mau tempo/chuva), que influenciam ambos os métodos, todavia, impacta
mais o levantamento topográfico convencional. Na Tabela 6, evidencia-se o tempo médio
gasto nas atividades que envolvem os métodos.
Tabela 6 – Tempo médio gasto nas atividades
Atividades de Atividades de Edição e geração
Tipo de Tempo total
campo Processamento de dos produtos
levantamento (dias/horas)
(dias/horas) dados (horas) (horas)
Levantamento
Topográfico 2d 01 h 3h 2d4h
Convencional
Levantamento
4h 05 h 2h 11 h
Aerofotogramétrico
Fonte: Autor (2018)
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Oriundo da análise dos dados (Tabela 6) cabe esclarecer que, no levantamento


convencional, o tempo de atividade de campo pode sofrer alteração significativa caso a equipe
de campo não tenha experiência em levantamento, o mesmo fator não se aplica ao
levantamento aerofotogramétrico, que apresenta procedimentos de campo mais simples e que
necessitam, a rigor, de apenas um técnico, sendo que no tempo computado para este método, a
maior demora se deu na aquisição dos pontos de apoio (03:40 h), enquanto que, no voo
aerofotogramétrico um tempo bem menor (00:20 h).
Constatou-se ainda que, o tempo de processamento é diretamente proporcional a
capacidade operacional do computador utilizado. Nesse aspecto, o levantamento
aerofotogramétrico apresenta a possibilidade de melhora de desempenho relacionada a
aquisição do hardware com maior capacidade de processamento.
Quanto à edição para geração dos produtos, a diferença apresentada entre os métodos
foi devido ao fato de que na aerofotogrametria, o desenho (vetorização) das feições é feito
diretamente na ortofoto (Figura 16(a)) e no levantamento convencional o desenho é feito
utilizando os pontos irradiados e o croqui (Figura 19 (b) e (c)), representando um acréscimo
temporal na edição da planta planialtimétrica.

Figura 16 – Vetorização por aerofotogrametria (a) e topografia convencional (b) e Croqui (c)

a b c

Fonte: Autor (2018)

Complementando a análise temporal, a redução do tempo total para execução do


levantamento topográfico convencional está mais ligada ao quantitativo de auxiliares e seu
adestramento, enquanto que, a redução do tempo total gasto no levantamento
aerofotogramétrico está relacionada com um melhor desempenho computacional.

Fonte: Autor (2018)

4.3. Condições de viabilidade operacional


Assumindo a perspectiva de que se dispõe de todos os equipamentos para a execução
de ambos os levantamentos, a viabilidade operacional está relacionada ao quanto o corpo
técnico está capacitado e qual o efetivo de participantes (Tabela 7) em cada método.

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Tabela 7 – Efetivo e qualificação do corpo técnico


Tipo de
Engenheiro Técnico Auxiliar Total
levantamento
Levantamento
Topográfico 1 1 3 5
Convencional
Levantamento
1 1 1 3
Aerofotogramétrico
Fonte: Autor (2018)

Denota-se pela Tabela 4 que, para ambos os levantamentos o staff técnico é o mesmo,
o diferencial no quantitativo está relacionado aos auxiliares. Ressalta-se que a prática do
levantamento topográfico convencional já é consagrada, portanto, apresenta maior frequência
de profissionais habilitados no mercado. Já o levantamento aerofotogramétrico, com a
popularização e a melhoria do sensor embarcado no VANT, possibilitou que profissionais
liberais (engenheiros e técnicos da área) possam executar o levantamento. Contudo, este é um
mercado recente e ainda não consagrado.

4.4. Precisão alcançada nos métodos


No levantamento topográfico convencional as precisões a serem alcançadas seguem o
padrão definido pela NBR 13133/1994, que preconiza para poligonais planimétricas de apoio
topográfico (para projetos básicos, executivos, como executado e obras de engenharia),
utilizar poligonais da classe IIP e como metodologia para execução do levantamento
topográfico planialtimétrico a classe IVP. Conduzido os trabalhos de campo e posteriormente
processado os dados no software Topograph, os resultados apresentados (Tabela 3) explicitam
que os padrões normatizados foram alcançados.
No levantamento aerofotogramétrico, a metodologia adotada define que o erro de
apontamento dos pontos de apoio na imagem deve ser menor que 1 pixel. A observação da
Tabela 8, com dados oriundos do relatório de processamento efetuado no software Photoscan,
verifica-se um erro de apontamento de 0,464 pixel e quanto às precisões dos pontos de
controle, se observa um valor total de 0,053 m, resultados estes bastante satisfatórios.

Tabela 8 – Demonstrativo de erros do pixel e dos pontos de controle


Ponto X erro (m) Y erro (m) Z erro (m) Total (m) Imagem (pix)
MC 01 0,003090 -0,001383 -0,070290 0,070371 0,241
MC 04 -0,010925 0,004068 -0,015856 0,019680 0,607
MC 05 0,002613 0,007449 -0,075257 0,075670 1,077

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PT 07 0,004217 0,004782 0,022018 0,022922 0,305


PT 08 -0,004157 -0,011099 0,048004 0,049445 0,118
PT 09 0,003945 0,006146 0,011669 0,013766 0,280
PT 10 -0,005667 -0,011547 0,040205 0,042213 0,228
PT 11 -0,000603 0,000484 -0,013522 0,013544 0,239
PT 12 0,007961 0,001384 -0,076008 0,076437 0,343
PT 13 0,000121 0,000156 0,125191 0,125191 0,364
Total 0,004659 0,005500 0,053371 0,053856 0,464
Fonte: Autor (2018)

Os pontos de verificação se apresentam como indicadores de qualidade do


levantamento aerofotogramétrico, tendo como função controlar a qualidade da
aerotriangulação mediante o cálculo da discrepância entre as coordenadas estimadas
(aerotrianguladas) e a coordenada conhecida (determinada pelo levantamento de campo). Da
análise da Tabela 9, verifica-se que o produto gerado pode ser enquadrado na classe A do
Padrão de Exatidão Cartográfica (Anexo A) da Planimetria dos Produtos Cartográficos
Digitais e classe A do Padrão de exatidão Cartográfica da Altimetria (curvas de nível) dos
Produtos Cartográficos Digitais.

Tabela 9 – Valores de média, desvio-padrão e RMS


PONTO ERRO X (m) ERRO Y (m) ERRO Z (m)
MC 02 0,01200 -0,01000 0,014
MC 03 -0,00100 0,02500 -0,007
MC 06 0,01000 -0,03000 -0,083
Média 0,007000 -0,005000 -0,025533
Desvio Padrão 0,007000 0,027839 0,051033
Raiz do Erro Médio
0,009037 0,028284 0,057064
Quadrático (RMS)
0,029693 0,057064
Erro Padrão (m)
Erro em Planimétrico Erro Altimétrico
Fonte: Autor (2018)

O desvio padrão é uma medida que expressa o grau de dispersão de um conjunto de


dados, ou seja, o desvio padrão indica o quanto um conjunto de dados é uniforme. Quanto
mais próximo de 0 for o desvio padrão, mais homogêneo são os dados.

Em relação à precisão do MDT e das curvas de nível, estes estão ligados diretamente
ao resultado da aerotriangulação do bloco fotogramétrico. Ao final deste procedimento o

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software gera um relatório completo exibindo todos os dados estatísticos para o bloco,
incluindo o RMS que, derivado das siglas em inglês, significa Raiz do Erro Médio Quadrático
e é o indicador da acurácia do seu produto final.

4.5. Análise de dados comparativa dos produtos gerados


O principal produto gerado em ambos os métodos foi a planta topográfica
planialtimétrica, portanto, utilizando a planta topográfica convencional como referência de
exatidão (Figura 17(a)), foi verificado, qual valor de discrepância a vetorização efetuada no
mosaico de ortofoto apresentava em relação ao original (Figura 20(b)). Utilizou-se como
método comparativo a sobreposição das respectivas vetorizações (Figura 20(c)).
Figura 17 – Vetorização convencional (a), aerofotogramétrica (b) e sobreposição (c)
a b c

Fonte: Autor (2018)

Utilizando a edificação principal (Figura 18), que apresenta forma retangular bem
definida por seus quatro vértices (V1, V2, V3 e V4), foi realizada a comparação posicional de
cada vértice, originando a Tabela 10 que demonstra as distâncias encontradas quando da
comparação de cada vértice.

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Figura 18– Edificação principal e seus vértices

Fonte: Autor (2018)

Tabela 10 – Discrepâncias apresentadas nos vértices


Vértice Distâncias (cm)
V1 7,81
V2 0,83
V3 11,31
V4 11,60
Fonte: Autor (2018)

A norma 13133 da ABNT (item 3.9) preconiza que: o erro máximo admissível na
elaboração de desenho topográfico para lançamento de pontos e traçados de linhas, tenha o
valor de 0,2 mm, que equivale a duas vezes a acuidade visual de graficismo, ou seja, a
exatidão planimétrica do levantamento topográfico está intimamente relacionada com a sua
escala, pois é necessário que o erro de graficismo, que se comete ao efetuar medições sobre a
representação gráfica deste levantamento (igual a cerca de 0,2 mm x o denominador da
escala), esteja de acordo com esta exatidão.
Deste modo, pode-se concluir que sendo a escala do projeto 1/1.000 e a maior
discrepância encontrada (Tabela 10) foi de 11,60 cm, representando em escala o valor de
0,116 mm, considera-se que as duas vetorizações correspondem a mesma realidade
planimétrica.
Outro comparativo feito entre os métodos de levantamento faz menção à forma como
se procede a vetorização. Tendo como conceito que vetorizar é a ação de transformar linhas e
contornos de uma foto ou imagem em representações numéricas para ser lida em computador,
verifica-se que os procedimentos de vetorização entre os métodos são bem diferentes.
No levantamento topográfico convencional, procede-se a vetorização através da

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ligação ponto a ponto (pontos irradiados) dos vértices definidores da forma do elemento
planimétrico a ser representado (Figura 19(a)), enquanto que, no levantamento
aerofotogramétrico a vetorização é feita em cima da imagem gerada pelo mosaico da ortofoto
(Figura 19 (b)). A vetorização originada do método aerofotogramétrico mostrou-se mais
produtiva em termos de realização e proporcionou a vetorização de elementos planimétricos
não alcançados pela vetorização do método convencional.
Figura 19 – Vetorização convencional e aerofotogramétrica
a b

Fonte: Autor (2018)

Não menos importante, outra comparação entre os produtos gerados pelos dois
métodos, diz respeito à obtenção da área e perímetro do imóvel.
A área objeto deste estudo tem seu perímetro bem definido por um muro que cerca
todo o imóvel. As deflexões existentes também são bem evidentes, fruto das mudanças de
direção do cercamento. Portanto, foi feita a mensuração do limite pelo método convencional
(Figura 20 (a)) e pelo método aerofotogramétrico (Figura 20(b)).

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Figura 20 – Limite da área pelo método topográfico (a) e aerofotogramétrico(b)

a b

Fonte: Autor (2018)

Os resultados obtidos na mensuração estão explicitados na tabela 8, onde se


demonstram os resultados alcançados, bem como as discrepâncias no cálculo de área e
perímetro utilizando o sistema métrico e também em termos percentuais.

Tabela 9 – Área e perímetro obtidos pelos dois métodos


Método de levantamento Área (m2) Perímetro (m)
Levantamento Topográfico
23.621,127 698,868
Convencional
Levantamento
23.789,726 703,506
Aerofotogramétrico
Discrepância (m) 168,599 4,638
Discrepância (%) 0,71 0,66
Fonte: o autor (2018)

O art. 500 do Código Civil Brasileiro conceitua:


Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou
se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos
casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o
complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução
do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente
enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de 1/20 (um
vigésimo) da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de
provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
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Corroborando, a expressão “ad mensuram” serve para designar aquela


transação imobiliária cuja estipulação do preço foi condicionada à
especificação das dimensões e da área do imóvel, o que enseja ao comprador
o direito à complementação da área, abatimento do preço e, até mesmo, ao
desfazimento do contrato.
Do fundamento legal que respalda os conceitos ora trazidos, verifica-
se que a tolerância “ad mensuram” que é de 5%, foi plenamente satisfeita
quando da mensuração da área e perímetro do imóvel utilizando o método de
levantamento aerofotogramétrico

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda tecnologia possui seus pontos positivos, negativos e principalmente suas
limitações. O mais importante é conhecer as características de cada uma e aplica-la de acordo
com as necessidades do projeto. O objetivo do TCC consistia em comparar duas plantas de
situação do PDOM da CRO 8, elaboradas por métodos de levantamento diferentes,
verificando padrões de tempo de execução, custo financeiro, disponibilidade de pessoal,
produtividade e precisão, todos de forma comparativa. Dessa análise, depreendeu-se que a
aerofotogrametria apoiada por VANT pode e deve ser utilizada em projetos que geralmente
são realizados através da topografia convencional. A aplicação do método de levantamento
poderá ser de forma independente ou mista, dependendo da produtividade e precisão
requerida pelo projeto.
A Topografia possui uma acurácia posicional melhor, quando comparada à
Fotogrametria, portanto, o uso de cada método vai depender do problema que o projeto se
propõe a solucionar. No presente caso, chegou-se a resultados que evidenciam que, em termos
de acurácia, poder-se-ia utilizar ambos os métodos.
Quando se analisa a qualidade dos dados gerados, é nítido que a fotogrametria gera
uma quantidade maior de dados, o que proporciona um melhor detalhamento do terreno. Além
disso, a fotogrametria oferece dados exclusivos como a realidade virtual do terreno (MDS),
que combinado com outros sistemas (tecnologia BIM), fornece suporte para que as atividades
de projeto, análise e orçamento sejam desenvolvidas de forma mais produtiva e qualitativa.
Ponderando sobre produtividade, a fotogrametria apresenta melhor desempenho. No
presente levantamento, a diferença não foi elevada devido ao tamanho reduzido da área
levantada. Essa discrepância aumentaria significativamente se a área de interesse fosse maior,
pois é possível mapear uma área mais extensa, no mesmo dia, através do voo
aerofotogramétrico.
Fruto dessa comparação entre métodos, verifica-se que, em termos de custos
operacionais, a fotogrametria com VANT apresenta um custo menor devido a necessidade de
um número reduzido de auxiliares em campo e da rapidez da coleta dos dados, o que diminui
a quantidade de tempo para coleta dos dados de campo, gerando uma redução de equipe e de
gastos de logística com os auxiliares.
Obviamente todo método apresenta algum tipo de restrição, no atual estudo em
particular, verificou-se que, na topografia convencional os dados planimétricos interiores às
edificações não foram levantados por questões de inviabilidade operacional, contudo, esses
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mesmos dados foram perfeitamente levantados por aerofotogrametria. Uma outra restrição,
agora verificada durante o levantamento aerofotogramétrico, foi devido à vegetação densa,
pois a mesma impede a visualização dos dados planimétricos interiores, contudo, esse dados
ficaram muito bem definidos com a utilização da topografia convencional.
Não se pretende determinar o método mais eficaz. Todos têm sua devida aplicação e
são eficientes no que se propõem, sendo de suma importância, quando da determinação do
levantamento, a correta definição dos equipamentos, método e processamento para alcançar a
excelência no fornecimento do produto cartográfico exigido.
Finalizando, ambiciona-se que os resultados, ora apresentados neste TCC, sirvam de
arcabouço teórico e prático para que o gestor do Sistema Unificado do Processo de Obras
(OPUS) possa discernir e orientar qual o método de levantamento mais adequado a ser
empregado na execução do plano diretor de outras organizações militares. O assunto abordado
está longe de se exaurir, pelo contrário, com o advento de novas tecnologias e novas formas
de aquisição de dados, acredita-se que este material poderá ser utilizado como objeto de
pesquisa para o meio acadêmico subsidiando estudos futuros a serem realizados.

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6. REFERÊNCIAS

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR13133 – Execução de


levantamento topográfico. Rio de Janeiro ABNT, Maio 1994.

ANDRADE, J. B. Fotogrametria. Curitiba: SBEE, 1998

ASSIS, I. C. Aplicação de fotogrametria terrestre digital na amostragem de mina


subterrânea: exame comparativo com técnicas tradicionais. 2011, 27 f. Monografia
(especialização em Geoprocessamento) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de
Geociências, Belo Horizonte, 2011.

BORGES, A. C. Topografia aplicada a Engenharia Civil vol. 1. 2ª ed. Blucher, 1992, São
Paulo.

BRITO, J. L. N. e S.; COELHO FILHO, L. C. T. Fotogrametria Digital. Rio de Janeiro: Ed.


UERJ, 2007.

BLITZKOW. D; FONSECA JR. E. S.; CINTRA. J. P.; NETTO. N. P. Apostila PTR 2202 –
Informações Espaciais. PTR. LTG. USP. São Paulo. 2004
<<http://www.leg.ufpr.br/lib/exe/fetch.php/disciplinas: versão 2007 - conceitos 2004.pdf.
Acessado em Janeiro/2018.

CAMPITELI, M. Mosaico de Ortofotos: o que você precisa saber. 2016, Disponível em:
<http://blog.droneng.com.br/mosaico-de-ortofotos/>. Acesso em: 08 mar 2018.

COELHO JÚNIOR, J. M.; ROLIM NETO, F. C.; ANDRADE, J. S. C. O. Topografia Geral.


Recife: EDUFRPE, 2014. 156 p.

DECEA, DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO: página do


Departamento de Controle do Espaço Aéreo Disponível em: <http
http://www.decea.gov.br/drone/ >. Acesso em: 25 ago. 2017.

DOM, DIRETORIA DE OBRAS MILITARES: página principal da Diretoria de Obras


Militares do Exército Brasileiro Disponível em:
< http://www.dom.eb.mil.br/index.php/projetos/plano-diretor-de-om>. Acesso em: 25 ago.
2017.

ESPARTEL, L. Curso de topografia 9ª ed. Rio de Janeiro, Globo, 1987.

GALO, M. NOTAS DE AULA 2016. Disciplina de Fotogrametria III do Curso de


Engenharia Cartográfica – FCT UNESP, Faculdade de Ciências e Tecnologia.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recomendações para levantamentos


relativos estáticos – GPS. 2008. Disponível em:
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<http://www.inde.gov.br/images/inde/recom_gps_internet.pdf>. Acesso em: 12 dez 2017.

KAHMEN, H.; FAÍG, W. Surveyng -New York. Editora: de Gruyter, 1988. 578p.

LUGNANI, J. B. Introdução à Fototriangulação, Curitiba: Editora da UFPR, 1987.

MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo GNSS: Descrição, fundamentos e aplicações. 2. ed.


São Paulo: Editora UNESP, 2008. 476 p.

OLIVEIRA, M. T.; SARAIVA, S. L. C. Fundamentos de Topografia. Dados Eletrônicos


Porto Alegre: Bookman, 2014.

PAREDES, E. A. Introdução à aerofotogrametria para engenheiros. Maringá, PR, 1987.

RIBEIRO, S. C. L. Automação Fotogramétrica e Geração de Modelos Digitais do


Terreno (MDTs). São Paulo, 1998. 134 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Transportes). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

SILVA, I.; SEGANTINE, P. C. L. Topografia para engenharia: Teoria e prática de


geomática. 1. ed. São Paulo: Editora Elsevier, 2015. 412 p.

TOMMASELLI, A. M. G. Fotogrametria Básica. Presidente Prudente, 2004. Notas de aulas


do Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica - FCT/UNESP.

TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de Geodésia e Cartografia. 1. ed. Porto Alegre:


Editora Bookman, 2016. 227 p.

TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de Topografia. 1. ed. Porto Alegre: Editora


Bookman, 2015. 306 p.

VEIGA, L. A. K; ZANETTI, M. A. Z; FAGGION, P. L. Fundamentos de Topografia.


Apostila do curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura da Universidade Federal do
Paraná – UFPR, 2012.

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APÊNDICE A – MEMORIAIS DESCRITIVOS DOS PONTOS DE APOIO

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MEMORIAL DESCRITIVO DO MC 001


Ponto MC 001
Sistema de
SIRGAS2000 Época 2000,4 Solução Fixa
Referência
Coordenadas Geodésicas Coordenadas Planas (UTM)
ϕ 1°24'45.67141" S Meridiano Central -51
λ 48°26'39.31587" W E 784.399,484 m σE 0,001 m
h -8,713 m σh 0,0060m N 9.843.698,922 m σN 0,001 m
H 16,789 m σH 0,1004 m Fonte SPSO/MAPGEO2015
Ponto coletado no Marco MC 001, localizado no gramado em frente da edificação da
Descrição
Comissão Regional de Obras (CRO 8).

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ANEXO A – PADRÃO DE EXATIDÃO CARTOGRÁFICA DOS PRODUTOS


CARTOGRÁFICOS DIGITAIS

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ANEXO B – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO PHANTOM 4 PRO

Característica Especificação
Peso (incluindo bateria e hélices) 1388 g
Tamanho Diagonal (Excluindo
350 mm
Hélices)
Máxima Velocidade de Decolagem Modo S: 6m/s | Modo P: 5m/s
Máxima Velocidade de Descida Modo S: 4m/s | Modo P: 3m/s
Máxima Velocidade 72 km/h (modo S) | 58 km/h (modo A) | 50 km/h (modo P)
Ângulo máximo de inclinação 42° (modo S) | 35° (modo A) | 25° (modo P)
Velocidade angular máxima 250°/s (modo S) | 150°/s (modo A)
Temperatura de Funcionamento 0º a 40º C
Teto Máximo de Serviço Acima do
6000 m
Nível do Mar
Tempo de Voo Máximo Aprox. 30 minutos
Temperatura de operação 32° a 104° F(0° a 40° C)
Sistemas de Posicionamento por
GPS / GLONASS
Satélite
 Vertical: ± 0,1 m (com posicionamento da visão); ± 0,5 m (Com
Posicionamento GPS)
Faixa de precisão do GPS Hover
 Horizontal: ± 0,3 m (com posicionamento da visão); ± 1,5 m (Com
Posicionamento GPS)
Sensor 1" CMOS; Pixels efetivos: 20M
FOV (campo de visão) 84°, 8,8mm / 24 mm (formato equivalente a 35
Lente
mm), F/2,8 - f/11. Foco automático a 1 m - 8
 Vídeo: 100 - 3200 (Auto), 100 - 6400 (Manual)
Faixa ISO
 Foto: 100 - 3200 (auto); 100- 12800 (Manual)
Obturador mecânico 8 - 1/2000s
Obturador eletrônico 8 - 1/8000s
 3:2 Relação de aspecto: 5472 × 3648
Tamanho máximo da imagem  4:3 Relação de aspecto: 4864 × 3648
 16:9 Relação de aspecto: 5472 × 3078
 4096×2160 (4096x2160 24/25/30/48/50p)
Tamanho da Imagem PIV
 3840×2160 (3840x2160 24/25/30/48/50/60p)
Fonte: empresa DJI (2018)

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ANEXO C – DESCRITIVO DA ESTAÇÃO BELE E BEPA

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ANEXO D – PLANTAS PLANIALTIMÉTRICAS

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