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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA GEODÉSIA............................................................................................................ 9
UNIDADE II
SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA............................................................................................... 14
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA E À GEODÉSIA.......................................................................... 14
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS TEÓRICOS............................................................................................................ 24
UNIDADE III
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS.............................................................. 56
CAPÍTULO 1
CONCEITOS DE GNSS............................................................................................................. 56
CAPÍTULO 2
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA GPS/GNSS............................................................................... 72
CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS........................................................................... 81
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 95
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Considerando todos os avanços tecnológicos que veremos neste Caderno de Estudos,
é possível entender a condição de perplexidade, desde o começo dos dias, de nossos
ancestrais, diante da complexidade do mundo que os rodeava. Podemos, também,
intuir de que maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer o mundo por ele
habitado, sua forma e dimensões. O simples deslocamento de um ponto a outro na
superfície de nosso planeta, já justifica a necessidade de se conhecer, de alguma forma
suas características físicas. É fácil imaginarmos alguns questionamentos que surgiram
nas mentes de nossos ancestrais, como, por exemplo: como orientar os deslocamentos?
Como levantar terrenos? Como demarcá-los e desenhá-los? Como medir áreas? Quais
instrumentos utilizar? Como construí-los?
Objetivos
»» Promover o conhecimento básico necessário para compreensão e
utilização dos sistemas GPS/GNSS nas aplicações em geoprocessamento.
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SISTEMAS GEODÉSICOS UNIDADE I
DE REFERÊNCIA
CAPÍTULO 1
História da Geodésia
Desde tempos imemoriais, os seres humanos têm se preocupado com a Terra sobre a
qual vivem. Em passado remoto, esta preocupação se limitava a mapear a vizinhança
imediata dos locais de moradia; com o tempo, foi se tornando útil, e mesmo necessário,
localizar e mapear outras regiões, para fins de rotas comerciais e de exploração.
O aumento da capacidade de realizar deslocamentos a grandes distâncias conduziu à
necessidade de se estabelecer a forma, o tamanho e composição de todo o planeta.
A ideia de uma Terra esférica foi predominante entre os gregos, mas outras formas
também eram sugeridas. Para Homero, a forma da Terra seria a de um disco plano;
já Pitágoras e Aristóteles a consideravam esférica. Pitágoras era um matemático que
considerava a esfera a figura geométrica mais perfeita, sendo para ele, portanto, natural
que os deuses dessem esta forma ao mundo. Já Anaximenes acreditava que o planeta
tinha uma forma retangular.
A tarefa seguinte e que ocupou muitas mentes foi a de determinar seu tamanho. Platão
estimou a circunferência da Terra como sendo de aproximadamente 65.000 km.
Arquimedes estimou em 50.000 km. Estas medidas, contudo, não passavam do campo
da mera especulação. Coube a Eratóstenes (276 – 175 a.C.), no século II a.C, determinar
o tamanho da Terra usando medidas objetivas.
Ele notou que, ao meio dia, no dia do solstício de verão os raios solares atingiam o
fundo de um poço em Siena (Assuan), no Egito (Figura 1). No mesmo instante, contudo,
o Sol não estava exatamente no zênite na cidade de Alexandria, a norte de Siena; o
Sol projetava uma sombra tal que ele pode determinar o ângulo de incidência de seus
raios: 7° 12’, correspondendo a 1/50 de um círculo. Conhecido o arco de circunferência
entre as duas cidades, ou seja, a distância entre elas, Eratóstenes pode então estimar a
circunferência do globo. Admitindo, que as duas cidades situavam-se sobre o mesmo
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UNIDADE I │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
meridiano e conhecendo a distância entre elas, aproximadamente 800 km, obteve para
o raio terrestre 6.285,825 km e para a circunferência equatorial 39.375 km. Este é um
valor bastante próximo à circunferência equatorial terrestre (40 075.017 km, valor
adotado no World Geodetic System)
<http://oal.ul.pt/medicao-do-raio-da-terra-21-jun-2013/>
Posidonius, outro grego a estimar o tamanho do globo, utilizou uma estrela que era
circumpolar quando vista da cidade de Rodes, tangenciando o horizonte no instante da
culminação inferior. Esta mesma estrela teve então sua altura medida em Alexandria e,
conhecida, a distância entre as duas cidades, foi possível a Posidonius determinar um
valor de 38.624 km para a circunferência da Terra.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE I
Conceitos introdutórios
Como foi visto, a necessidade fez com que o homem, desde muito cedo na sua evolução,
buscasse conhecer o meio em que vive por questões de sobrevivência, orientação,
segurança, guerras, navegação, construção etc. No princípio a representação do espaço
baseava-se na observação e descrição do meio. Cabe salientar que alguns historiadores
dizem que o homem já fazia mapas antes mesmo de desenvolver a escrita. Com o tempo
surgiram técnicas e equipamentos de medição que facilitaram a obtenção de dados para
posterior representação. A topografia e Geodésia foram ferramentas utilizadas para
realizar estas medições.
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UNIDADE I │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Por outro lado, a Geodésia em suas aplicações considera a curvatura da Terra na busca
do melhor referencial de pontos de coordenadas conhecidas, permitindo a melhor
definição da superfície terrestre e do seu campo de gravidade. A Geodésia pode ser
subdividida em:
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE I
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SISTEMAS GEODÉSICOS UNIDADE II
DE REFERÊNCIA
CAPÍTULO 1
Introdução à topografia e à Geodésia
Fundamentos de topografia
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
De acordo com Wolf (1977), o trabalho prático da topografia pode ser dividido em cinco
etapas:
5. Locação.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
A topologia tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis que
regem o seu modelado.
Fundamentos de Geodésia
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Este valor pode ser considerado muito baixo em operações topográficas correntes, em
face da precisão dos instrumentos utilizados. Pode-se afirmar que a área limite de até
≅ 55 km de raio é satisfatória para limitar o campo topográfico. Acima deste valor,
deve-se fazer considerações à precisão imposta ao trabalho.
Fundamentos de cartografia
Uma vez que coordenadas são o produto final da operação de receptores de sinal
GPS, cabe ao operador possuir o conhecimento básico dos elementos de cartografia
envolvidos, para que possa fazer uma leitura correta do dado gerado, bem como, avaliar
se a informação que está sendo fornecida pelo aparelho supre suas necessidades.
Cada um dos tópicos aqui apresentados não tem a intenção de abordar a plenitude
do conhecimento existente sobre a referida área. No entanto, acredita-se que o texto
irá proporcionar o conhecimento básico necessário para a manipulação adequada da
tecnologia de posicionamento global.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Introdução à cartografia
O objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados das diversas regiões da terra, e
representar graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que possam
ser claramente visíveis. Para pôr em evidência a configuração da superfície terrestre, o
instrumento principal do cartógrafo é o mapa. Mas, outras representações, tais como
modelos de relevo, globos, fotografias aéreas, imagens de satélite e cartogramas, são
assuntos próprios para serem tratados em cartografia.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Princípios da cartografia
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
m1= dl’
dl
ms= dS’
dS
mQ=Q’-Q
Em que dl’, dS’ e α’ são os elementos geométricos pertencentes ao plano e dl, dS e α são
os elementos geométricos correspondentes no elipsoide. Os elementos linear e areal
têm que ser infinitesimais de modo a que o tamanho das deformações seja rapidamente
identificável.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
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CAPÍTULO 2
Princípios teóricos
No século XVII, Isaac Newton demonstrou que não sendo a Terra um corpo rígido e
estando animada de um movimento de rotação, ela não deveria possuir uma forma
esférica e sim, a de um elipsoide de revolução, sendo achatada nos polos.
Por meio de triangulações geodésicas, pode-se verificar que a Terra não possuía uma
forma elipsoidal perfeita, mas sim a de um geoide, que não pode ser descrita de forma
matemática simples, mas que pode ser determinada a partir de medidas da aceleração da
gravidade nos mais diversos pontos da superfície da Terra. Numa primeira aproximação,
o geoide seria a forma que a Terra teria se sua superfície fosse completamente coberta
com água, pois esta se molda de acordo com a aceleração da gravidade em cada ponto.
Com o lançamento de satélites artificiais foi possível determinar com melhor precisão o
geoide, através das anomalias observadas no movimento destes satélites e provocadas
pela distribuição não uniforme da massa terrestre. O geoide difere muito pouco das
formas elipsoidal e esférica, quando se considera que o valor do raio terrestre é muito
maior do que a diferença entre o geoide e estas duas formas. Por isso, pode-se, sem
muito, erro dizer que a Terra é praticamente esférica.
A forma da Terra, girando em torno de seu eixo e movendo-se dentro do Sistema Solar
do qual faz parte, é resultado da interação de forças internas e externas tais como:
gravidade, força centrífuga, constituição diferente dos materiais que a formam etc.
As forças tectônicas, por exemplo, são forças internas que provocam modificações
na superfície do globo terrestre tais como: dobramentos, falhamentos, terremotos,
surgimento de vulcões. A ação dessas forças produz sobre a superfície terrestre uma
série de irregularidades como: montanhas, vales, planaltos etc. que formam a superfície
topográfica da Terra. Essas irregularidades são muito pequenas se comparadas ao
tamanho e volume total da Terra, entretanto, essa superfície aparente é de grande
importância para os topógrafos, geodesistas etc., pois é sobre essa superfície que
são realizadas as medições e os estudos para as diversas finalidades. Devido a esses
acidentes e irregularidades, a superfície da Terra não tem uma forma simples que possa
ser expressa em termos matemáticos.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Figura 4. Geoide.
Com b sendo o semieixo menor do elipsoide de revolução. O elipsoide também pode ser
definido pelo semieixo maior (a) e semieixo menor (b) ou ainda pelo semieixo maior (a)
e a excentricidade (e) (Figura 5).
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
O problema de encontrar o elipsoide com melhor ajuste à Terra envolveu cientistas por
séculos na pesquisa de parâmetros cada vez mais refinados. No Quadro 1 encontram-se
os parâmetros de alguns elipsoides biaxiais.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Uma solução está no modelo chamado de Terra normal, que é um elipsoide de revolução
ao qual se atribui a mesma massa da Terra incluindo a massa da atmosfera, a mesma
velocidade de rotação da Terra real, além de sua superfície ser equipotencial (GEMAEL,
1999). Logo, os elipsoides de revolução baseados em observações de satélites são
definidos por parâmetros geométricos e por parâmetros físicos, como o semieixo maior
(a), constante gravitacional geocêntrica (GM), velocidade angular (ω) e fator dinâmico
de forma (J2) o qual pode ser convertido no achatamento do elipsoide (SNYDER, 1987).
Sistemas de referência
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
»» origem.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
As superfícies mais utilizadas em Geodésia como referência das altitudes são o geoide e
o elipsoide. Define-se por geoide a superfície equipotencial a qual se aproxima melhor
do nível médio dos mares, estendida aos continentes e por elipsoide a superfície
matemática (representada por uma elipse biaxial de revolução – elipsoide), sobre a qual
estão referidos todos os cálculos geodésicos. Por questões de conveniência matemática
e de facilidades de representação, utiliza-se em algumas situações, a esfera como uma
aproximação do elipsoide.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
2 Conventional Terrestrial System é um sistema cartesiano geodésico cuja origem está situada no centro de massa da Terra.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Atualmente o SGR adotado pela IUGG é o GRS80. Além das constantes geométricas
definidoras, os SGRs modernos passam a ser definidos também por constantes físicas.
Considerando a Terra um corpo com rotação e massa, a melhor aproximação física é
definida através de quatro parâmetros, sendo eles: raio equatorial (o equivalente ao
semieixo maior do elipsoide de referência), constante gravitacional geocêntrica GM (com
ou sem atmosfera), o harmônico zonal de segunda ordem do potencial gravitacional da
Terra (J2), ou o achatamento terrestre (f) e a velocidade de rotação da Terra (ω). Estas
constantes estão implicitamente relacionadas às órbitas dos satélites, que por sua vez
são usadas para definir as coordenadas de pontos na superfície da Terra.
O processo de estimativa das coordenadas dos pontos físicos com respeito à definição
de um determinado referencial é acompanhado pelo cálculo de uma rede que relaciona
os pontos levantados. O resultado, estabelecido por meio de um ajustamento de
observações, é um conjunto de valores de coordenadas para as estações que constituem
a materialização do SGR. Usualmente, é comum adotar uma única denominação para
definição e materialização do sistema, como é o caso do SAD 69 que será comentado
posteriormente. Deste modo, vários ajustamentos de redes geodésicas podem ser
realizados em um mesmo referencial definido com diferentes injunções, ou os mesmos
dados podem ser ajustados com respeito a várias definições.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
A seguir serão descritas as características dos sistemas geodésicos que já foram utilizados
oficialmente no Brasil: Sistema Córrego Alegre e Sul Americano de 1969 (SAD 69)
O Sistema com Datum Córrego Alegre, oficialmente adotado pelo Brasil da década de
1950 até a década de 1970, foi definido a partir de um ajustamento, pelo método dos
correlatos ou equações de condição, da Rede Horizontal do SGB. Na definição deste
sistema adotou-se como superfície de referência o Elipsoide Internacional de Hayford
de 1924, com semieixo maior a= 6 378 388 m e achatamento f= 1/297 (IBGE, 1996).
Como ponto origem foi escolhido o vértice Córrego Alegre, no qual o posicionamento
e a orientação do elipsoide de referência foram feitos astronomicamente. Neste vértice
adotaram-se valores nulos para as componentes do desvio da vertical e para a ondulação
geoidal, com isso aplicando-se as equações apresentadas anteriormente verifica-
se que as coordenadas geodésicas (φ, λ) do ponto ficam iguais às suas coordenadas
astronômicas (φA, λA):
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
A utilização do SAD 69 como sistema de referência único para a América do Sul foi
recomendada em 1969 devido à aprovação do relatório final do Grupo de Trabalho
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
ASTRONÔMICA GEODÉSICA
Latitude 19º 45’ 41,34” S ±0,05” 19º 45’ 41,6527” S
Longitude 48º 06’ 07,80” W ±0,08” 48º 06’ 04,0639” W
Azimute ao vértice Uberaba 271º 30’ 05,42” ±0,21” 271º 30’ 04,05”
(contado a partir do ponto Sul)
Altura geoidal N = 0 m
Fonte: Fischer, 1973.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
não é representar a Terra como um todo e sim se ajustar a certa região, como por
exemplo, a um país, grupo de países ou continente. Devido a isso o elipsoide não é
geocêntrico. Neste caso, o posicionamento e a orientação são feitos através de seis
parâmetros topocêntricos: as coordenadas de um ponto origem, orientação (azimute
inicial), separação geoide-elipsoide (ondulação geoidal), e as componentes do desvio
da vertical (componente meridiana ξ e componente primeiro vertical η) (COSTA;
S.M.A, 1999, p. 17).
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Figura 10. Coordenadas Geodésicas e Cartesianas de um Ponto sobre a Superfície física da Terra.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Dessa maneira, um sistema geodésico de referência moderno deve ser definido com base
na adoção de um elipsoide de revolução cuja origem coincida com o centro de massas
da Terra e deve ser materializado através de uma rede de estações com coordenadas
geodésicas tridimensionais conhecidas. Atualmente, o modelo geométrico de referência
recomendado pela Associação Internacional de Geodésia (IAG) é o GRS80 (Geodetic
Reference System, 1980) e o referencial mais preciso é o Terrestrial Reference
System – ITRS do IERS (International Earth Rotation Service) cuja materialização é
chamada de ITRF International Terrestrial Reference Frame. O ITRS é materializado
periodicamente devido à variação temporal das coordenadas das estações, com isso sua
denominação vem sempre acompanhada do ano em que foi estabelecido (IBGE, 2000).
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Figura 11. Diferenças na definição dos referenciais: local – SAD 69 e geocêntricos (WGS84, ITRFyy e SIRGAS).
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
localizadas no Brasil, sendo que nove delas coincidem com estações da Rede Brasileira
de Monitoramento Contínuo – RBMC.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Segundo Fortes (2000), a rede SIRGAS constitui-se numa das redes geodésicas
continentais mais precisas do mundo. O WGS 84 (G873) possui características muito
próximas ao SIRGAS, podendo ambos, para efeitos práticos da cartografia, serem
considerados como equivalentes, o que não é válido quando se trata de fins científicos.
O WGS 84 já sofreu duas atualizações, desde o estabelecimento do sistema GPS, nessas
atualizações o objetivo foi aproximá-lo ao ITRF, por ser este último o mais preciso.
Para fins cartográficos, a realização atual do WGS 84 pode ser considerada coincidente
com as realizações do ITRS, uma vez que a diferença entre coordenadas de um ponto
referidas aos dois sistemas está estimada em algo menor do que cinco centímetros.
Tendo em vista que o SIRGAS constitui uma densificação do ITRF94 na América do
Sul, a mesma coincidência com o WGS 84 pode ser assumida, conforme o exposto
anteriormente (IBGE, 2000).
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Figura 14. Vetores de deslocamento horizontal de SAD 69 para o referencial geocêntrico SIRGAS 2000.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Quadro 3. Efeito da mudança média de coordenadas – 65 metros, de SAD 69 para um sistema geocêntrico em
ESCALA 1: Deslocamento em mm
1.000.000 0,065
500.000 0,13
250.000 0,26
100.000 0,65
50.000 1,30
25.000 2,60
10.000 6,5
5.000 13,0
2.000 32,5
1.000 65,0
Fonte: IBGE, 2001.
QUANTIDADE DE CARTAS
ESCALA DA CARTA
CÓRREGO ALEGRE SAD 69
1: 1000 000 46
1 : 250 000 320 397
1 : 100 000 115 963
1 : 50 000 1262 313
1 : 25 000 148 240
Total 2891 1913
Fonte: Modificado de IBGE 2000.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Figura 15. Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS – RBMC.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
As estações, com raio de ação de 500 km, equipadas com receptores de dupla frequência,
funcionam de forma permanente coletando e armazenando dados dos satélites. Os
arquivos de dados podem ser obtidos pela internet, sendo que o caminho para acesso
inicia no endereço eletrônico <www.ibge.gov.br>, após procura-se Geociências e depois
Geodésia e depois RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Os arquivos de dados podem ser obtidos pela internet, sendo que o caminho para
acesso inicia no endereço eletrônico <www.incra.gov.br>, após procura-se Serviços e
Informações e depois RIBaC – Rede Incra de Bases Comunitária s do GPS. Os dados
das estações de referência da RIBaC, são armazenados com uma taxa de gravação de
5 segundos, com a seguinte nomenclatura dos arquivos: BAMMDDHH.ZIP, onde B
significa que trata-se de um arquivo da estação base da rede ativa; A é o último algarismo
do ano corrente; MM é o mês corrente; DD é o dia corrente e HH é a hora Greenwich
em que o arquivo foi gerado.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
Figura 19. Faróis da Marinha – dados utilizados para o posicionamento diferencial em tempo real com a utilização
do código C/A.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
Em cada uma dessas estações há um receptor GNSS conectado com a internet, que
rastreia um conjunto de satélites GNSS em operação – como o GPS, dos Estados
Unidos, e Glonass, da Rússia – e captam em tempo real sinais eletromagnéticos que
enviam para a Terra.
Os sinais dos satélites recebidos pelos receptores são remetidos para o centro de
processamento e armazenamento de dados, localizado no campus da Unesp em
Presidente Prudente, e disponibilizados em uma plataforma on-line para usuários
cadastrados para utilização em pesquisa.
Dados de algumas estações também são enviados para o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), que os disponibiliza para o público em geral por meio da Rede
Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC). Os dados de satélites fornecidos pelas
estações GNSS também podem ser usados a partir da própria estação como referência
para realização de posicionamento relativo.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
instaladas possuem suas coordenadas homologadas pelo IBGE. Para obter essas
coordenadas, clique nas estações e acesse as descrições do IBGE.
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UNIDADE II │ SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA
mesmos, bem como de sua conversão para o formato RINEX e Hatanaka, o qual é de
uso geral. Além disso, foram desenvolvidas rotinas auxiliares para disponibilizar os
dados compactados a cada hora (taxa de coleta de 1 segundo) e por dia (taxa de coleta
de 15 segundos), automaticamente na Internet.
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SISTEMAS GEODÉSICOS DE REFERÊNCIA │ UNIDADE II
A partir de 1994, com uma efetiva aplicação do GPS, começaram a ser implantadas
redes estaduais de alta precisão, vinculadas ao SAD 69, com precisões relativas das
linhas de base entre 1 e 3 ppm (partes por milhão). Um exemplo é a Rede Geodésica
GPS de Alta Precisão do Estado do Paraná. Esta rede foi implantada através de um
convênio de cooperação técnica entre o IBGE e o Instituto Ambiental do Paraná –
IAP com os objetivos de: suprir as deficiências da Rede Geodésica Fundamental ou de
Primeira Ordem; estabelecer uma rede de referência para posicionamento relativo com
GPS e referenciar os trabalhos realizados no Paraná de maneira única e precisa. Um dos
benefícios alcançados com a rede é o de proporcionar melhor atendimento aos diferentes
usuários da Cartografia, da Geodésia e do Sensoriamento Remoto, nos mais variados
setores de atividade, tanto do Serviço Público, como da iniciativa privada. Na área do
Serviço Público, a rede passou a atender aos interesses e necessidades de uma série de
instituições, como: SEMA, COPEL, SANEPAR, IBGE, INCRA e prefeituras municipais
(PARANÁ, 1996, p. 2). A implantação da rede deu-se no período de fevereiro de 1994
a setembro de 1995 e é constituída por 20 estações implantadas de forma a garantir
cobertura de todo o território paranaense. A distribuição dos vértices possibilita que
qualquer região do Paraná conte com um vértice a uma distância inferior a 60 km de
abrangência (PARANÁ, 1996, p. 3). Esta rede é extensivamente aplicada no Estado
para a geração de produtos cartográficos, incluindo os cadastrais e em SIG (FREITAS;
DALAZOANA, 2000,), vinculados principalmente à realização inicial do SAD 69.
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FUNDAMENTOS
DO SISTEMA DE UNIDADE III
POSICIONAMENTO
GPS/GNSS
CAPÍTULO 1
Conceitos de GNSS
As constelações de satélites são distribuídas de tal forma que podem prover seus
serviços em todo o mundo e com um número de satélites que permita o fornecimento
de serviços de alta qualidade.
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Essa tecnologia tornou-se extremamente útil e inovadora para uma série de atividades
que necessitam de posicionamento. Podemos citar aquelas relacionadas à cartografia,
meio ambiente, ao controle de frota de veículos, à navegação aérea e a marítima,
geodinâmica, à agricultura etc.
Sistemas GNSS
O aumento da demanda pelo GNSS fez com que diferentes nações procurassem
desenvolver seus próprios sistemas. Este desenvolvimento iniciou com uma orientação
militar como no caso do NAVSTAR-GPS. O governo russo também com fins militares
projetou a constelação GLONASS e o governo Chinês o BeidDou/COMPASS. O único
sistema com fins prioritariamente civis é o da Comunidade Europeia, o GALILEO.
Os dois últimos sistemas ainda encontram-se em fase de desenvolvimento e não estão
com suas constelações completas.
Também a Índia que possui grande tradição no lançamento de satélites imageadores, está
desenvolvendo o seu próprio sistema de navegação. O Indian Regional Navigational
Satellite System (IRNSS) é um sistema regional sob total controle do governo indiano
e desenvolvido pela Indian Space Research Organisation (ISRO). O projeto, composto
por sete satélites estacionários, foi previsto para estar completamente operacional em
2015. A amplitude do sinal abrange uma área de 1.500 km além das fronteiras da Índia
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
com uma acurácia melhor do que 7, 6m. A Índia estabeleceu a meta de total controle
sobre o sistema tanto no segmento espacial, de controle terrestre e no desenvolvimento
dos receptores. Os primeiros quatro satélites IRNSS-1A, IRNSS-1B, IRNSS-1C e IRNSS-
1D foram lançados em julho de 2013, abril e outubro de 2014 e março de 2015. O restante
da constelação será lançado até maio de 2016.
GPS
A constelação de satélites GPS iniciou sua operação em dezembro de 1993. Com uma
configuração de 24 satélites organizados em seis planos orbitais e mais três satélites de
reserva, os quais possuem uma inclinação de 55 graus e uma altitude de 22.200 km, que
fornecem serviços em todo o mundo.
O plano de modernização para o Sistema GPS incluiu o novo código civil L2C (mais
penetrante) e a terceira portadora (L5) que será usada livremente pelos usuários. O
novo código L2C já está disponível em seis satélites, e permitirá melhor acurácia nos
posicionamentos dentro de construções e, principalmente, em áreas arborizadas.
Sendo mais robusto e com mais potência que o código C/A, que foi concebido na
década de 1970, será essencial para o uso em telefones celulares (E911) indoor GPS,
obtendo melhor qualidade nas medidas de pseudodistâncias e poderá ser rastreado
em ângulos de elevação próximos de zero. Além de ter uma potência mais baixa em
relação aos demais sinais, o que oferece vantagens nas aplicações, principalmente para
os operadores que utilizam baterias.
58
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Foi lançado no dia 24 de março de 2009 o satélite GPS denominado IIR-20 (M), o
qual serve de referência, pois foi o primeiro satélite a transmitir a nova frequência L5,
e desta forma, dará acesso prioritário sobre ela ao Sistema GPS. A nova portadora L5
(1176,45 MHz) foi especificada para ser melhor que a L1 em várias formas: mais potente
(6 dB); mais resistente à interferência; tem uma componente desprovida de dados, o
que melhora a capacidade de rastreio; melhor acurácia, mesmo com a presença de
multicaminho; está localizada numa porção do spectrum reservado para os serviços
aeronáuticos de radio-navegação (ARNS), sendo essencial para a aviação. Com a L5
teremos a possibilidade de montar combinações que possibilitarão lidar muito melhor
com ambiguidade e com os efeitos da ionosfera. Isso quer dizer resolver ambiguidades
mais rápido, e sob condições mais difíceis.
GLONASS
O GNSS desenvolvido pela Rússia é o GLONASS, que foi projetado para ter 24 satélites
(incluindo três satélites de reserva) distribuídos em três planos orbitais separados
em 110° com oito satélites por plano. O sistema foi inicialmente desenvolvido pela
extinta União Soviética a partir de 1976. O primeiro satélite foi lançado em 1982, sendo
o primeiro teste com quatro satélites realizado em 1984. O número de satélites foi
gradualmente aumentado até 10-12 satélites o que permitiu definir, em 1993, o sistema
como operacional, contudo ainda não possuía cobertura global.
59
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Galileo
BeiDou ou Compass
A China também está desenvolvendo seu próprio sistema global de navegação por
satélites, o BeiDou, também conhecido por Compass (em inglês).O sistema consiste
de constelações de satélites de navegação separadas. Uma para testes, em operação
desde 2000, BeiDou-1, apenas para usuários chineses e regiões próximas, constituída
de apenas três satélites de cobertura e aplicações limitadas. A outra constelação, de
amplitude global ainda em construção, a segunda geração do sistema, chamada de BeiDou
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Data de
Satélite Orbita Status Observações
lançamento (UTC)
BeiDou-1A 2000-10-30 GEO 140°E Desativado dez 2011 1ª ger. experimental satélites
BeiDou-1B 2000-12-20 GEO 80°E Desativado dez2011 1ª ger. experimental satélites
BeiDou-1C 2003-05-24 GEO 110.5°E Desativado dez- 2012 1ª ger. experimental satélites
BeiDou-1D 2007-02-02 GEO 86°E Desativado fev 2009 1ª ger. experimental satélites
Compass-M1 2007-04-13 MEO ~21,500 km Parcialmente operacional Em validação
Compass-G2 2009-04-14 GEO Desativado
Compass-G1 2010-01-16 GEO 140.0°E Operacional
Compass-G3 2010-06-02 GEO 110.5°E Operacional
Compass-IGSO1 2010-07-31 55° IGSO 118°E Operacional
Compass-G4 2010-10-31 GEO 160.0°E Operacional
Compass-IGSO2 2010-12-17 55° iIGSO 118°E Operacional
Compass-IGSO3 2011-04-09 55° IGSO 118°E Operacional
Compass-IGSO4 2011-07-26 55° IGSO 118°E Operacional
Compass-IGSO5 2011-12-01 55° IGSO 95°E Operacional
Compass-G5 2012-02-24 GEO 58.75°E Operacional
Compass-M3 2012-04-29 MEO ~21,500km Operacional
Compass-M4 2012-04-29 MEO ~21,500km Operacional
Compass-M5 2012-09-18 MEO ~21,500km Operacional
Compass-M6 2012-09-18 MEO ~21,500km Operacional
Compass-G6 2012-10-25 GEO 80°E Operacional
BDS I1-S 2015-03-30 55° IGSO In com
Fonte: BeiDou Navigation Satellite System – Wikipedia.
61
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Os sinais são baseados no protocolo CDMA e tem uma estrutura típica dos sistemas
Galileo ou GPS. Similarmente a outros GNSS, o BeiDou terá dois níveis de serviço de
posicionamento.um aberto de uso civil e outro militar (restrito).
As frequências para o Compass estão nas bandas E1, E2, E5B, e E6 e se sobrepõe com o
Galileo. Sob as políticas da International Telecommunication Union (ITU) a primeira
nação a iniciar as transmissões nas frequências que se sobrepõe tem a prioridade na
utilização desta.
*As colunas em vermelho claro indicam que a transmissão da banda E1 do COMPASS ainda não foi detectada.
62
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Sistemas de aumentação
63
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Anteriormente fizemos uma breve descrição dos sistemas GNSS em operação e em fase
de implantação. A seguir vamos descrever com mais detalhes o GPS.
64
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Especificado para que pelo menos quatro satélites possam ser observados a qualquer
momento do dia e em qualquer parte do planeta, o sistema GPS garante a determinação
de posição 24 horas do dia em qualquer lugar que esteja o observador.
Modelo de posicionamento
Figura 25. Determinação das coordenadas do ponto P, a partir das coordenadas de satélites.
65
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Segmento espacial
Segmento de controle
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Segmento usuário
Esta componente inclui todos aqueles que usam um receptor GPS/GNSS para receber e
converter o sinal GPS em posição, velocidade e tempo. Inclui ainda todos os elementos
necessários neste processo como as antenas e software de processamento. Os satélites
transmitem constantemente duas ondas portadoras, estas ondas estão na banda L
(usada para rádio):
Para o GPS a onda portadora L1 (Link one) é transmitida a 1575.42 MHz e contém
dois códigos modulados. O código de aquisição livre (C/A) – Coarse/Acquisition,
modulado a 1.023MHz e o código (P) – Precise/Protected, modulado a 10.23 MHz. A
onda portadora L2 (Link two) é transmitida a 1227.60 MHz e contém apenas o código P
(Figura 30). As portadoras são moduladas com uma mensagem de navegação contendo
informação necessária à determinação da posição do satélite.
68
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Receptores
Figura 31. Alguns modelos de receptores: (a) Garmin, (b) Ashtec e (c) Trimble.
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Serviços de posicionamento
Está disponível para todos os utilizadores. Este serviço opera apenas em L1 e é usado
na aquisição inicial dos sinais do satélite, através da sintonia do código C/A. Até o ano
2000 estava afetado pelo SA que depreciava o sinal e permitia aos utilizadores obter
precisões na ordem dos 100 metros. Atualmente disponibiliza uma precisão muito
semelhante à dada pelo PPS, ou seja, na ordem dos 20 metros.
70
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Está disponível apenas para utilizadores autorizados pelo governo dos E.U.A. Opera
em L1 e L2 através do código P(Y), permite obter precisões de 22m e 27,7m para o
posicionamento horizontal e vertical respectivamente (95%) e 100 ns na transferência
de tempo para UTC (95%).
O objetivo inicial do U.S.DoD era disponibilizar dois serviços com precisões diferenciadas.
O SPS foi idealizado para proporcionar navegação em tempo real com uma exatidão
muito inferior ao proporcionado pelo PPS, mas verificou-se que os receptores usando
apenas o código C/A proporcionavam uma exatidão muito próxima dos que usavam
o código P. Como resultado o Departamento de Defesa implantou duas técnicas para
limitar a precisão do sistema aos utilizadores autorizados:
71
CAPÍTULO 2
Funcionamento do sistema GPS/GNSS
72
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Cada satélite transmite um sinal que é recebido pelo receptor, este por sua vez mede
o tempo que os sinais demoram a chegar até ele. Multiplicando o tempo medido
pela velocidade do sinal (a velocidade da luz), obtemos a distância receptor-satélite,
(Distância= Velocidade x Tempo).
No entanto o posicionamento com auxilio de satélites não é assim tão simples. Obter
a medição precisa da distância não é tarefa fácil. A distância pode ser determinada
através dos códigos modulados na onda enviada pelo satélite (códigos C/A e P), ou pela
integração da fase de batimento da onda portadora. Esses códigos são tão complicados
que mais parecem ser um ruído pseudoaleatório (PRN-Pseudo-Random Noise), mas de
fato eles têm uma sequência lógica.
O receptor foi preparado de maneira que somente decifre esses códigos e mais nenhum,
deste modo ele está imune a interferências geradas quer por fontes rádio naturais
quer por fontes rádio intencionais, sendo esta uma das razões para a complexidade
dos códigos. Como o código P está intencionalmente reservado para os utilizadores
autorizados pelo governo norte- americano, (forças militares norte-americanas e
aliados) os utilizadores “civis” só podem determinar a distância através da sintonia do
código C/A.
73
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
As ambiguidades de ciclo podem ser determinadas, (ver seção Fontes de erro: Soluções).
Existe uma ambiguidade de ciclo para cada par receptor-satélite desde que não haja
saltos de ciclo (cycle slips), isto é, perda momentânea de sinal, neste caso uma nova
ambiguidade é adicionada. Depois deste pequeno estudo podemos concluir que o
problema da dessincronização dos relógios dos satélites e dos receptores é pertinente,
no entanto os idealizadores do GPS arranjaram uma forma de contornar esse problema:
fazer uma medição extra para outro satélite. Para determinarmos a nossa posição
tridimensional corretamente temos que resolver um sistema de três equações a quatro
incógnitas (X,Y, Z e o tempo) então o truque é adicionar uma nova medição, ou seja,
uma nova equação e temos o sistema resolvido.
Fontes de erro
A precisão de uma medida GPS é função de diversos fatores aos quais estão associadas
diretamente as especificações do sistema, as condições operacionais, as características
do receptor e o objetivo do trabalho. Inicialmente serão vistos os fatores intrínsecos ao
sistema, responsáveis pelo resultado das informações.
Embora os relógios dos satélites sejam muito precisos (cada satélite contém quatro
relógios atômicos, dois de rubidium e dois de césio), não são perfeitos. Para que os
relógios se mantenham os mais precisos possíveis e para que a distância seja medida
mais corretamente, a sua marcha necessita de ser continuamente determinada pelas
estações de controle.
74
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Já sabemos que a precisão da nossa posição depende da precisão com que sabemos a
localização dos satélites (os nossos pontos de referência).
O departamento de defesa dos Estados Unidos (US DoD), coloca cada satélite numa
órbita muito precisa, sendo a sua órbita muito previsível por um modelo matemático
bastante rigoroso. No entanto, o insuficiente conhecimento do campo gravítico terrestre,
as forças gravitacionais da Lua e do Sol e o atrito remanescente da atmosfera terrestre
bem como a pressão das radiações solares nos satélites provoca variações nas suas
órbitas, dai que elas sejam constantemente monitorizadas pelas estações de rastreio na
Terra.
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
O sistema disponível para todos os usuários no mundo é o SPS. Este sistema permite
que o usuário utilize-se do sistema GPS sem que tenha que pagar qualquer taxa para
utilizá-lo. Até maio de 2000 era responsável pela baixa precisão das medidas, mas em
1o de maio de 2000 o governo americano desativou o código Selective Availability –
SA propiciando significativa melhora na precisão das medidas. A precisão horizontal/
vertical obtida com o código AS ativo é de 100m e 156m respectivamente; sem código
SA: em torno de 10m.
O quadro a seguir apresenta um resumo desses códigos com suas funções e implicações
na determinação da posição.
Refração atmosférica
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Perda de ciclos
Como o próprio nome diz, o receptor em determinados locais pode receber sinais
refletidos de alvos vizinhos, conforme se observa na figura 34.
Rotação da terra
Erro do relógio
Este deslocamento tem como origem a estabilidade interna do oscilador que define
a escala de tempo de cada receptor. O posicionamento relativo elimina praticamente
esses deslocamentos.
77
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Ocorre por discrepâncias entre o centro de fase eletrônico da antena e o centro geométrico
da antena. Para levantamentos de alta precisão as antenas envolvidas no projeto
devem ser calibradas. Em geral antenas de modelos iguais e de mesmo fabricante não
apresentam problemas. Recomenda-se orientar todas as antenas na direção do norte
magnético.
Erros na posição de partida podem afetar as componentes relativas que serão propagados
para as coordenadas dos pontos determinados a partir deles.
Multicaminhamento
Na medição da distância para cada satélite, assumimos que o sinal do satélite viaja
diretamente desde o satélite até à antena do receptor. Mas, em adição ao sinal, existem
sinais refletidos provocados por objetos que se encontram perto da antena e que
interferem com o sinal verdadeiro. A este efeito chamou-se Multicaminhamento. Este
erro apenas afeta medições de alta precisão, a sua magnitude ronda os 50 cm.
Marés terrestres
São os erros referentes à força das marés que causam variação cíclica no nível médio
do mar de determinado local, variação pode atingir até cerca de 10 m. A deformação
da crosta terrestre em virtude da força da maré (Sol e Lua) é denominado de marés
terrestres. Enquanto as marés oceânicas podem ser facilmente medidas em relação à
crosta terrestre, as marés terrestres só podem ser medidas a partir de observações de
sistema de satélites ou gravímetros de alta sensibilidade.
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Movimento do polo
A variação das coordenadas das estações, causadas pelo movimento do polo, deve ser
bem considerada em posicionamento geodésico de alta precisão. Tal variação pode
atingir até 25 mm na componente radial. No posicionamento relativo que veremos a
seguir esse efeito é eliminado.
A carga que as marés oceânicas exercem sobre a crosta terrestre que produz
deslocamentos periódicos sobre a superfície terrestre afetando a coordenadas da
estação na ordem 10 cm na componente vertical.
Pressão da atmosfera
Diluition of Precision – DOPs: Esse parâmetro indica a precisão dos resultados a serem
obtidos (figura 35). Os DOPs são divididos em:
79
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
80
CAPÍTULO 3
Métodos de posicionamento GPS/GNSS
Nesse método de posicionamento, a determinação das posições pode ser feita tanto
em tempo real como pós-processada, em função do nível de precisão requerido. Esses
métodos são conhecidos como:
Diversos questionamentos ainda surgem por parte destes usuários GNSS quanto a real
precisão que se pode obter com esse método de posicionamento e em quais aplicações ele
é possível de ser empregado. No quadro seguinte apresentamos a posição de diferentes
autores:
81
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
82
FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Ainda segundo Mônico (2008), a aplicação deste método, em tempo real, tornou-se uma
realidade mais palpável com a introdução das órbitas ultrarrápidas do IGS. O usuário
brasileiro conta ainda com o serviço on-line para o pós-processamento dos dados GPS
do IBGE (IBGE-PPP). Ele permite que estes usuários obtenham coordenadas com
precisão no Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000) e no
International Terrestrial Reference Frame (ITRF). Este serviço ficou disponível para
dados coletados após o dia 25 de fevereiro de 2005.
Posicionamento relativo
Estático Rápido
Fase Pós-processamento Estático Cinemático Desde < 1cm até alguns centímetros
Para-avança
Fase Tempo Real RTK Desde < 1cm até alguns centímetros
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
O posicionamento relativo com fase em tempo real tem sido designado por RTK
(Real-Time Cinematic). Para aplicações sem ser em tempo real termos como
posicionamento Estático, Rápido-estático, cinemático, pseudocinemático ou
para-avança podem ser usados.
O rover pode então calcular a sua posição com muito melhor precisão.
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Planejamento e operação
Planejar uma medida com GPS exigirá do usuário do sistema os seguintes cuidados:
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Figura 39. Constelações de satélites e obstáculos da antena: (a) ruim (DOP alto), (b) boa (DOP baixo) e (c)
Recomenda-se também que seja utilizado somente um tipo de antena, porque cada
antena tem seu próprio centro de fase que varia de acordo com a direção do satélite.
Este cuidado minimiza esses erros sistemáticos que são originados na definição dos
centros de fase das antenas (VASCONCELLOS, 1985).
87
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Aplicações GNSS
Agricultura e pesca
Pulverização química
Como sabemos, produtos químicos são usados para incrementar a produtividade, por
meio do controle de pestes e infestação de ervas daninhas em safras. O problema é que
estes químicos contaminam nosso ambiente e algumas vezes são lançados em áreas
onde não são realmente necessários, com um grande impacto econômico. Uma forma
como o GNSS pode ajudar é com o posicionamento preciso de aeronaves, de forma que
o piloto possa pulverizar herbicidas, inseticidas ou fertilizantes nos lugares corretos e
com quantidades apropriadas.
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Esse controle automático vai permitir uma distribuição mais homogênea de produtos,
que vai resultar em uma redução da quantidade necessária. Para essa aplicação, um
posicionamento preciso de menos do que 1 metro é requerido, e uma precisão de 1
centímetro seria a ideal. Assim, se conectarmos um receptor GNSS a um veículo
de pulverização e a uma base de dados, provavelmente também a um Sistema de
Informações Geográficas (SIG) e também usar dados de campo, poderemos controlar
o processo de pulverização.
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Organizações podem fornecer suporte a fazendeiros que precisam saber qual terra
agriculturável está em safra e sua área exata. Estas informações são necessárias para
fixar valores ou para pagar um seguro em caso de um evento natural que destrua a
safra. Assim, medidas precisas das parcelas agrícolas são necessárias. Fazendeiros
geralmente usam documentos cadastrais históricos mostrando as linhas da propriedade
para declarar sua área plantada, mas as parcelas atuais mudam a cada estação e a
informação não é precisa.
É aqui que o GNSS poderia ser usado para obter uma área precisa de safras. As medidas
obtidas com o GNSS poderiam ser integradas a um GIS, assim a informação poderia ser
reutilizada para diferentes propósitos. Fazendeiros poderiam também ser capazes de
rastrear o gado por meio do uso de transpondes que poderiam ser ligados a um sistema
que os monitora (tipicamente isto é feito com um mapa da área que mostra a posição
dos alvos). Isto pode ser feito para o gado, mas também para qualquer tipo de produto,
em qualquer estágio deste produto, como produção, preparação, transporte e venda.
Uma navegação segura de barcos de pesca pode ser alcançada pelo uso de um sistema
de navegação eletrônica, para saber a área onde estão localizados, combinando os dados
de uma carta de navegação e sua posição obtida com precisão (isso pode ser obtido
com o GNSS). Barcos de pesca também precisam de transmissão periódica de suas
posições (posição, distância e denominação) para os centros de controle, para mantê-los
em segurança e também para verificar se eles não estejam localizados em uma zona
proibida. Se leis internacionais não estão sendo seguidas, há multas caras e até mesmo
a suspensão de direitos de pesca.
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Engenharia Civil
A Engenharia Civil é uma área que tem requisitos de grande precisão e confiabilidade,
onde o GNSS pode ser usado em combinação com mapas digitais de diferentes fontes,
desde o planejamento de estruturas até a manutenção e mapeamento de construções
existentes. Aqui mostramos alguns dos usos do GNSS na Engenharia Civil.
Monitoramento de estruturas
Receptores GNSS podem ser usados para detectar qualquer movimento em uma
estrutura como um edifício, uma ponte, ou um monumento histórico. Também
podem ser usados para medir os níveis de rios e lagos. A transmissão desses eventos
para um centro de monitoramento vai ajudar a detecção em tempo real de qualquer
movimento. Por exemplo, muitas pontes têm uma carga maior do que o especificado
em seus parâmetros de projeto, e seu monitoramento é necessário. O uso da tecnologia
de receptores de satélites e softwares de processamento em tempo real são ferramentas
com bom custo-benefício, que podem ser usadas para automatizar os sistemas de
monitoramento.
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Mapeamento de infraestrutura
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FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS │ UNIDADE III
Meio ambiente
O sistema GNSS vai também ser usado para proteger o meio ambiente. Pode ser usado
para rastrear poluentes, cargas perigosas e icebergs, mapeamento dos oceanos e da
criosfera e estudo de marés, correntes e nível dos mares. Também será usado para
monitorar a atmosfera, vapor de água para previsão do tempo E estudos climáticos,
e a ionosfera para comunicações por rádio, ciência espacial e também previsão de
terremotos. Na natureza, pode ser usado para rastrear animais selvagens para tornar
possível sua preservação.
Monitoramento ambiental
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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GPS/GNSS
Há duas razões principais para localizar uma chamada. A primeira para chamadas de
emergência (E-l 12 na Europa e E-911 nos EUA) que têm uma nova legislação em alguns
países para aumentar a eficiência de serviços de emergência para os cidadãos com a
resposta precisa e rápida a chamados de socorro. A segunda, para disponibilizar novos
serviços baseados na localização dos consumidores. A localização de uma chamada pode
ser conseguida (tecnicamente) pela integração de um receptor GNSS em um telefone
celular (ou solução de mão) ou pelo uso de urna rede de comunicação. Uma vez que a
localização da chamada é conhecida, uma série de serviços, conhecidos como Serviços
Baseados em Localização (Location Based Services – LBS) pode ser oferecida.
94
Referências
DIVIS, D.A. AS: Going the way of the dinosaur. GPS World. Washington, v.11, no
6, pp. 16-19, jun. 2000.
95
REFERÊNCIAS
Sites
<http://www.topconps.com/gpstutorial/Chapter3.html>.
< http://www.garmin.com>.
<http://www.ashtec.com>.
<http://www.trimble.com>.
<http://www.mercat.com/QUEST/HowWorks.htm>.
<www.cartografica.ufpr.br/docs/Silvio/.../CAP2_DISSERT_REGIANE.pdf>.
96