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Gestão de Espaços e

Eventos Hípicos
Turismo Equestre – IV
Objetivos
• Caraterizar e aplicar técnicas e instrumentos de orientação.

• Caraterizar a organização de uma empresa de turismo equestre (TE).

• Identificar e aplicar as regras de higiene e de segurança no maneio do cavalo,

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durante um passeio e na condução de grupos.

• Estimar as necessidades em função dos itinerários, distância e ritmos.

• Contextualizar em termos de estadias, refeições e conselhos de cortesia.

• Planear, programar e organizar atividades de animação turística e percursos de

pequena e grande rota, equestres.


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Conteú dos
• 5) Organização de Passeios Equestres

• 5.1) Itinerário - dimensão e tipologia

• 5.2) Traçado topográfico

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• 5.3) Perfil de um percurso

• 5.3.1)Percursos de pequena rota equestre

• 5.3.2) Percursos de grande rota equestre

• 6) Turismo equestre como meio de conhecimento e proteção da


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natureza
Avaliação
• Assiduidade

• Pontualidade

• Postura com colegas e professora

• Dedicação/ Participação

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30%

• Fichas de trabalho

• Trabalho de Grupo

• Teste de Avaliação

60%

• Auto-avaliação 10%
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• Módulo IV – Turismo (…) - 80 segmentos = 60 horas (8 segmentos faltas)
Turismo Equestre

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Turismo do Cavalo Turismo a Cavalo

Engloba todas as actividades ligadas ao Quando se desenvolve, pelo turista, a


mundo equestre, sem que se desenvolva, prática da equitação ou as deslocações
pelo turista a prática da equitação implicam o transporte a cavalo

Figura 1 - Organização do Turismo Equestre (TURIHAB, 2011) 5


Itinerário
• A definição do conceito de itinerário integra um conjunto de
elementos:
• Itinerário

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• Circuito
• Visita

• Rota
• Forfait.

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Itinerário
• Representa a descrição de um caminho ou de uma rota,
especificando os lugares de passagem e propondo a oferta de
atividades e serviços durante a sua duração.

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• Esta definição engloba o Circuito, a Visita e a Rota.
• Rodrigues (2008), citando (Gomez e Quijano)

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Circuito
• Define a viagem combinada, intervindo vários serviços
(transportes, alojamento, guia), de acordo com um itinerário
programado e com um desenho circular, sempre que seja

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possível (o ponto de partida e de chegada coincidem) e com
vista a passar por um caminho anteriormente percorrido.
• Rodrigues (2008), citando (Picazo)

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Visita
• Reconhecimento, observação ou prospecção de um lugar de
paragem incluído num itinerário.
• A visita representa cada uma das paragens que compõem um

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itinerário.

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Rota
• Sinónimo de itinerário, em sentido restrito, em que a saída e a chegada não são

coincidentes no mesmo ponto.

• O conceito de rota e itinerário podem ser considerados sinónimos embora seja

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de realçar o facto da rota estar associada a uma direcção, a um percurso dirigido.

• Por outro lado, o conceito de rota tem sido usado preferencialmente em termos

institucionais e promocionais.

• Relativamente ao conceito de roteiro, este está associado a uma descrição, mais

ou menos exaustiva, dos aspectos mais relevantes da viagem e, particularmente,

dos principais locais de interesse turístico


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• (Rodrigues, 2008).
Forfait
• Constitui o nome técnico utilizado para um tipo de itinerário
organizado, em que o preço inclui todos os serviços. A
definição integra duas vertentes:

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• Forfait para a oferta – viagens programadas para serem
posteriormente vendidas pelos retalhistas e
• Forfait para a procura – viagens organizadas à medida do cliente.

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Itinerário Equestre
• Descrição de um caminho ou de uma rota a ser realizada a
cavalo, especificando os lugares de passagem e propondo uma
série de atividades e serviços equestres durante a sua

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duração.

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Equipamento Equestre
• Infra-estruturas físicas que possuem cavalos e podem ser
utilizadas como pontos de apoio ou de dinamização de
actividades equestres com carácter turístico.

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Tipos de Rota
• As rotas ou itinerários equestres, por terem vários dias de
duração, podem apresentar diferentes modelos. Os desenhos
mais comuns e mais recomendáveis são três:

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• As rotas em estrela,
• As rotas em pétala ou borboleta,
• As rotas em linha ou circular,

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Rotas em estrela
• Este tipo de organização do itinerário apresenta maior operacionalidade,
ou seja, acontece quando os locais de pernoita do cavalo e o cavaleiro
são comuns num programa de férias equestres.

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• Este tipo de itinerário consiste, em sair do ponto de partida num
determinado sentido e quando chegar ao final do trilho diário, regressa-
se ao ponto de partida. Este tipo de percurso com as jornadas diárias a
começar e a terminar no mesmo lugar, tem a vantagem de permitir um
contacto mais profundo do cavaleiro com o local “base”. Por não exigir
uma mudança diária de alojamento, constitui maior conforto para o
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cavaleiro.
• Este tipo de itinerário
recomenda-se para cavaleiros
pouco experientes, uma vez que
está normalmente associado a

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percursos com menor grau de
dificuldade. Por outro lado, o
facto de diariamente
regressarem à base permite
melhores condições de
descanso para cavalos e 16

cavaleiros.
Guia/Acompanhante
• Pessoa que, numa excursão ou visita guiada, conduz um grupo
dando informações de cariz essencialmente histórico e
cultural acerca do percurso .

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Cliente

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• Pessoa que requere serviços mediante
pagamento

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Cliente de Turismo Equestre
• Porque o cliente é tão importante
• se verdadeiramente o conhecemos,

• se sabemos quais são as suas preferências,

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• se ouvimos as suas sugestões,

• se atendemos correctamente as suas reclamações

Melhorar serviços
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• Num trilho de turismo equestre, o cliente interagirá com vários profissionais durante a sua
viagem:
• nos serviços de informação,

• reserva e venda,

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• o transportador,

• o pessoal que intervém no consumo do produto principal: guias de turismo equestre,

• profissional docente de várias disciplinas de equitação,

• recepcionistas,

• empregados de mesa,

• director dos estabelecimentos,

• os outros turistas,

• os cidadãos, 20
• etc.
Clientes em rotas equestres
• Numero

• Nacionalidade
• Motivação

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• Vinculação e homogeneidade do grupo
• Idade

• Nível de equitação

• Coerência e adequação de outros serviços


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Nú mero
• É recomendável que o número de clientes por grupo não seja
superior a 10 cavaleiros. Isto permite a utilização de um único
guia. Há que considerar sempre a importância da relação do

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guia com o grupo: quanto maior for o grupo, menor é a
relação.

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Nacionalidade
• A nacionalidade dos clientes afecta em dois aspectos:
• O idioma. O guia tem que falar correctamente o idioma dos
clientes, em particular o inglês, o idioma mais comum é o francês,

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por ser a língua falada pelo maior consumidor de turismo
equestre.
• Os costumes horários. Temos de ser prudentes com os horários
dos nossos clientes porque não se pode pretender que um cliente
recém-saído do seu país se adapte num dia aos costumes
horários de outro país. 23
Motivação
• A motivação não é um conceito simples, poderíamos defini-lo como o
impulso que nos faz actuar. Os de exterior podem ter várias motivações:
• Experimentar a liberdade com o cavalo

• Descansar e evadir-se

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• Ir à procura da aventura

• Viver a natureza

• Conhecer novos destinos

• Descobrir locais históricos e degustar a gastronomia autóctone

• Ter uma experiência social com os amigos


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• Entre outras.
Vinculação e homogeneidade
do grupo
• Um trilho com os objetivos claros e bem traçados no qual o
cliente sabe o que lhe é oferecido, não é motivo de
preocupação. Contudo, num trilho onde se misturem turistas

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de regiões mais longínquas com turistas locais, o bem-fazer do
organizador e o guia deverão saber encontrar um ponto
intermédio em temas importantes como os horários, as
ementas e o idioma.

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Idade
• Regra geral, a necessidade de aventura não é a mesma para um
jovem de 15 anos do que para um adulto de 50 anos. Nos grupos
não homogéneos onde famílias com filhos jovens se misturam com

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grupos de adultos, as actividades paralelas, tais como tomar banho
num rio, lago ou mar, podem vir a ser mais importantes do que
cavalgar a galope num prado ou praia, etc., durante o trilho.
• Ao finalizar a jornada é preciso oferecer actividades para todos os
gostos e relembrar que os mais jovens têm a necessidade de
queimar energia. Estes factores podem determinar o sucesso do
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nosso produto.
Nível de equitação
• Um nível de equitação baseado nos galopes 2 e 3 de exterior
costuma ser suficiente, o factor determinante sejam as horas
em que o cavaleiro estará a cavalgar, pelo que o treino que

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tiver e também o tipo de montar ao qual esteja habituado,
serão de suma importância. Para um cavaleiro habituado a
uma sela espanhola, ser-lhe-á muito difícil adaptar-se a uma
sela inglesa.

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Coerência e adequação dos
serviços
• O alojamento, a restauração, as visitas programadas terão em
conta as motivações e características dos clientes, e existirá
uma coerência com a oferta, com um nível de qualidade e

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serviços adequados.
• Além disso, deve-se prever, se for necessário, ementas
especiais para crianças, para pessoas com problemas com
alguns tipos de alimentos, quartos familiares, preferência em
estabelecimentos, restaurante com sala para grupos,
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piqueniques, etc.
• O cliente é cada vez mais exigente e experiente. Isto faz com
que as suas expectativas sobre o serviço sejam maiores.
• A SATISFAÇÃO do cliente depende da QUALIDADE RECEBIDA

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• A QUALIDADE RECEBIDA depende das EXPECTATIVAS DO CLIENTE
e DOS RESULTADOS DO SERVIÇO

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• É importante saber qual foi o nível de satisfação do cliente acerca dos
principais serviços do trilho equestre, assim como as informações que
podem ajudar a melhorar a qualidade oferecida.
• As principais técnicas que se podem utilizar são:

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• Inquéritos de satisfação
• Reclamações
• Sugestões
• Observação
• Livros de visita
• Focus group
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• Blogues/opiniões on line
Inquérito de Satisfação
• O objectivo é medir o nível de satisfação que o cliente teve durante o trilho de
turismo equestre (serviço de alojamento, cavalos, arreios, a definição do trilho,
etapas e pausas, actividades complementares, guia, alojamento, refeições…)
sobre o serviço, equipamentos, instalações e pessoal.

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• Para isso tem de se identificar:
• O que queremos medir

• Criar o questionário

• Distribuir o questionário

• Estudar as respostas e dados estatísticos

• Interpretar os resultados, e observar detalhadamente os aspectos a melhorar e o que


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o cliente mais valoriza.
Reclamaçõ es e Sugestõ es
• As reclamações e sugestões do cliente têm que ser sempre consideradas como uma oportunidade

para melhorar. Esta consideração supõe que tem de lhe permitir que comunique as suas opiniões.

• As reclamações e sugestões podem ser expressas verbalmente ou formalmente por escrito,

através de um formulário. Tanto umas como outras têm que ser registadas para que possam ser

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avaliadas e tomadas as medidas oportunas.

• Quanto às reclamações, além de cumprirem a legislação vigente sobre os formulários adequados

e a disposição do público, é muito importante elaborar um protocolo de actuação rápido e dá-lo a

conhecer ao pessoal. O mais importante das reclamações é a respectiva resolução e a

comunicação das medidas a adoptar. Uma reclamação bem resolvida pode ser uma forma de

fidelizar o cliente.

• No que diz respeito às sugestões, temos de agradecer ao cliente a sua colaboração e


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posteriormente comunicar, se for possível, pessoalmente as acções empreendidas ao respeito.
Observação
• Todo o pessoal em contacto com o cliente tem que prestar atenção ao seu comportamento. Por

exemplo, se o trilho for guiado, tem-se a grande sorte dos clientes comentarem, nos momentos de

descanso, a viagem, alguns aspectos da sua vida, gostos e insatisfações. O guia acompanhante é uma

figura chave porque é o que está mais estreitamente vinculado com o cliente que está a efectuar o

trilho. Assim, é importante saber observar e pôr-se no lugar do cliente. O alojamento também é uma

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boa fonte de informação. Tudo isto permitir-nos-á caracterizar os grupos e melhorar os nossos serviços.

• Observar é prestar atenção aos comportamentos, às conversas e aos pedidos do cliente, por exemplo:

• Pedir mais tempo livre depois de cada etapa.

• Pedir actividades educativas para as crianças.

• Pedir ementa infantil.

• Reclamar sobre os arreios.

• Reclamar sobre os cavalos.

• Os clientes dirigem-se sempre a uma zona concreta do centro equestre à procura de comodidade e
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tranquilidade, em contrapartida, não se dirigem a outras zonas.
Livros de Visita
• O livro de visita é um convite à espontaneidade. Uma folha em
branco permite ao cliente expressar livremente a sua opinião.
É uma opção excelente para obter informação sobre aspectos

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que não se tenham considerado no questionário de satisfação
ou observado no seu comportamento.
• Para fomentar o uso, deve ter-se em conta o seguinte:
• Colocar o livro num local cómodo, visível e tranquilo.
• O livro deve ser atraente e é muito recomendável um bom
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design.
Focus Group
• É uma técnica qualitativa de investigação muito recomendável
para tratar vários assuntos. Destacam-se as reuniões que
tenham como objectivo melhorar o produto turístico, o design

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de novos produtos, ou a avaliação de mensagens e suportes
de comunicação. É conveniente que a reunião de grupo esteja
monitorizada por um especialista. Serão seleccionados os
clientes que se achar que possam ser interessantes para os
objectivos. Também se pode realizar esta técnica com os
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clientes de confiança para melhorar alguns serviços.
Blogues/Opiniõ es on line
• Os clientes opinam livremente através da Internet, numa ferramenta onde não
são obrigados a identificar-se. Essas opiniões permitem conhecer, on line, a
reputação do CE. Os utilizadores partilham cada vez mais as suas experiências,
recomendam viagens ou, pelo contrário, criticam sem receio um

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estabelecimento e tudo o que isso acarreta. Deve prestar-se atenção aos locais
que têm maior afluência de público em cada país e, em particular, às temáticas
como, por exemplo, turismo de aventura, turismo de natureza, turismo equestre:
• Blogues de viagens,

• Redes sociais on line: facebook, twitter, etc.

• Agências de viagem on line, centrais de reservas, etc.


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• Meios de comunicação especializados on line.
Como responder a uma reclamação verbal?

• Ouvir primeiro a reclamação e não interromper.


• Olhar a pessoa nos olhos com verdadeiro interesse.
• Compreender a reclamação, se tivermos alguma dúvida, deve-se

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perguntar.
• Se o cliente estiver descontente com um serviço, deve oferecer-se a
possibilidade de o repetir, sempre que se puder.
• Não elevar o tom de voz e manter a calma.
• Propor uma solução segundo o estipulado, e obter a conformidade.
Sempre que houver uma mudança de produto ou serviço contratado, 38
o intercâmbio tem que ser superior para o cliente, nunca inferior.
• Dedicar-lhe o tempo necessário, e fazê-lo sentir importante.

• Não culpabilizar ninguém, não criticar os colegas nem a


organização.

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• Por último, tomar nota da reclamação e a solução oferecida.

• Fazer um acompanhamento.

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Não se deve dizer:
• Por favor NÃO utilize termos nem desculpas semelhantes:
• Desculpe, mas agora não o posso atender, estou sozinho.

• Desculpe, mas não lhe posso ajudar.

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• Desculpe, mas pelo que pagou, não sei do que se queixa.
• Até agora ninguém se queixou.
• Desculpe, mas isso diga-o ao chefe.

• Sei que lhe disse que resolveríamos a situação, mas não foi possível.

• Por favor, a pessoa encarregada não está, venha dentro de um


momento.
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• Etc.
Reclamação Escrita
• A resposta deve ser pessoal

• Deve-se agradecer o interesse manifestado pelo cliente.


• A reclamação escrita deverá ser atendida rapidamente. A

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resposta tem que esclarecer se o problema poderá ser ou não
resolvido.
• Se for impossível resolvê-lo, deve-se avaliar a reclamação e
valorizar uma compensação.
• Fazer um acompanhamento da reclamação. 41
Profissionais de TE
• A programação dos itinerários equestres obedece obrigatoriamente ao
acompanhamento de profissionais devidamente qualificados e credenciados.

• Segundo a FEP – Federação equestre Portuguesa existem em Portugal cinco categorias


profissionais diretamente relacionadas com o Turismo Equestre, nomeadamente:

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• Carreira profissional:

• Acompanhante de Turismo Equestre

• Guia de Turismo Equestre

• Carreira Docente

• Ajudante de Monitor de Plena Natureza

• Monitor de Plena Natureza 42


• Instrutor de Plena Natureza
ITINERÁ RIO EQUESTRE

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Criação de ITE
• Na criação / desenho de itinerários equestres, deve-se planear
as ações a desenvolver e refletir sobre os objetivos e os
resultados a alcançar. O sucesso de um itinerário equestre está

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diretamente relacionado com a correta e cuidada reflexão
prévia. Para a CNTE – FFE - Comité Nacional de Turismo
Equestre da Federação Equestre Francesa (2010) existem 5
questões chave que se devem respeitar para iniciar os
trabalhos do projeto:
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• O QUÊ? Objetivos do projeto, tipo de itinerário, serviços incluídos,
rede de alojamento, serviços complementares, comunicação
sobre o itinerário (mapas, sinalização, informações...

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• ONDE? Localização e reconhecimento de características da área
para a criação do itinerário.

• COMO? Recursos humanos, materiais e financeiros necessários.

• POR QUEM? Líderes do projeto, parceiros.

• PARA QUEM? Qual o público-alvo? Quem pode utilizar os 45


itinerários e de que forma?
• Deve-se, ainda, colocar duas questões particularmente
importantes:
• Quais as motivações e as expectativas? (paisagem, sensações,

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descobrir o património da região, natureza, cultura, gastronomia,
vinhos...);
• Adequabilidade do itinerário proposto à procura e expectativas
dos clientes? Para responder a estas informações, deve-se
realizar a pesquisa qualitativa da procura no setor e fazer a
estimativa quantitativa da procura do itinerário. 46
Requisitos
• A criação / desenho de itinerários equestres deve incluir um leque
de requisitos mais quantitativos, dependente da segurança e do
sucesso do itinerário. O desenho de um itinerário equestre exige

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reflexão sobre as caraterísticas específicas de alguns elementos
essenciais para a implementação desta atividade:
• Cavalo;

• Acompanhantes/guias;
• Percurso;

• Enquadramento;
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• Organização.
Cavalo
• O cavalo representa o mais importante elemento no Turismo Equestre.
• È fundamental que os cavalos utilizados para a realização de itinerários
equestres cumpram os requisitos essenciais de temperamento e
comportamento.

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• O temperamento,
• A sua reação e o comportamento perante determinadas circunstâncias e
obstáculos,
• A sua obediência,
• O tempo que o cavalo leva a passar de galope para paragem,
• O seu comportamento em grupo nos três andamentos, 48
• Apresentação à mão.
• Não existe, atualmente, em Portugal qualquer tipo de classificação ou
certificação oficial para os cavalos utilizados em Turismo Equestre.
• coragem e versatilidade;

• robustez de modo a resistir ao esforço, à mudança de rotina e de

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alimentação;
• treino para a atividade e hábitos de trabalho em grupo e partilha de espaço;
• condições de saúde, com especial atenção ao sistema respiratório e
locomotor;
• serenos, não se assustando com os imprevistos do caminho e devem
permitir que qualquer cavaleiro o maneje sem dificuldade. 49

PTE
• As boas condições do cavalo devem ser preservadas ao longo
do percurso com a adoção de boas práticas como paragens
técnicas, disponibilização de água em abundância e sem

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apressar o cavalo. No caso de cavalos estabulados em boxe,
este deve ser preparado com algum exercício exterior nos dias
que antecedem o início do itinerário. Do mesmo modo no final
dos itinerários devemos permitir ao cavalo algum exercício no
exterior antes de ser confinado à boxe.
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Acompanhantes/Guias
• Profissionais devidamente credenciados

• Não existe legislação


• 1 acompanhante por cada 10 turistas adultos

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• 1 guia para cada 8 crianças

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Percurso
• Nem sempre um caminho utilizado em percursos pedestres ou
de BTT possui as adequadas características para se
constituírem como um bom percurso equestre.

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• Os percursos equestres, dada a sua singularidade, devem
respeitar um conjunto de requisitos que visam garantir a
qualidade, segurança, o conforto de cavalos e cavaleiros. As
caraterísticas e os requisitos para os percursos são: o piso, a
largura, a inclinação, a forma de transposição de obstáculos, a
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variação altimétrica acumulada e a sinalização.
• Na elaboração de um itinerário, temos que considerar que os
itinerários integram vias, cujo regime é determinado pelo
regime fundiário e pela função atribuída à via, podendo-nos

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deparar com caminhos privados ou de uso condicionado
(Zimmer, 2001). Aspetos como o clima e a estação do ano
podem também condicionar a realização de um itinerário
equestre numa determinada época do ano, seja pela
meteorologia ou temperatura, seja pelo número de horas de
53
luz disponíveis.
Enquadramento paisagístico, cultural e
patrimonial
• Os cavalos: os clientes de Turismo Equestre são, por norma,
pessoas muito interessadas e conhecedoras de cavalos, e sendo
esta a principal motivação da maioria dos clientes é essencial

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oferecer bons cavalos para a realização dos itinerários. Não só os
cavalos que servirão de montada são importantes, se for possível
associar ao percurso a passagem por locais onde exista grande
probabilidade de encontrar cavalos em estado selvagem ou em
liberdade será uma grande mais valia para o percurso e com
certeza um dos pontos altos do percurso. 54
• A paisagem: os percursos equestres devem realizar-se em ambientes
preservados, quer do ponto de vista ambiental quer patrimonial. A
existência em Portugal de uma vasta rede de áreas protegidas potencia a
criação de percursos equestres em zonas ambientalmente muito

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preservadas e que satisfarão as expectativas dos clientes. No entanto no
desenho de um percurso equestre devemos ponderar o custo beneficio de
fazer passar o percurso em locais ambientalmente sensíveis, pois o uso
turístico de um percurso não pode comprometer a preservação ambiental
de um local. Neste ponto é fundamental garantir que o grupo de
cavaleiros não deixa qualquer impacto negativo nas zonas por onde passa. 55
• A cultura e o património: também os aspetos culturais e patrimoniais
são muito importantes no momento da escolha do destino equestre.
Além do cavalo o cliente procura também conhecer a paisagem, a
cultura e o património de uma região. É essencial que os percursos

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passem também por pontos com interesse patrimonial e que se deem a
conhecer os mais importantes aspetos da cultura da região, como por
exemplo o artesanato, os produtos locais, a gastronomia e vinhos, o
folclore, etc. Caso se pretenda incluir no percurso equestre a visita, dos
cavaleiros, ao interior de pontos de interesse patrimonial deve ser
assegurada a possibilidade de deixar os cavalos em local seguro. 56
Apoio aos grupos em percurso
• Cada grupo tem uma personalidade própria, visto que cada um
dos cavaleiros oferecerá ao grupo aspetos positivos e negativos
da sua personalidade, gostos e interesses, e a interação entre

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os componentes fará com que haja mais ou menos harmonia.
• Temos de ter em conta que, frequentemente, os grupos
provêm de clubes, centros hípicos, associações, que
geralmente se conhecem entre si, quer porque existe relação
de parentesco, famílias e casais, ou por amizade. É importante
57
sabê-lo, porque isso pode acarretar conflitos.
• Para unificar as expetativas dos componentes do grupo é
muito importante que o cliente tenha sido informado sobre o
tipo de trilho a realizar para depois não haver mal-entendidos.

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O cliente chegou até nós a partir da nossa oferta, na qual
detalhamos o tipo de trilho, os locais a visitar, a duração das
jornadas e a dureza, o equipamento apropriado a levar, assim
como o cavalo adequado para todo o trilho, com o
correspondente equipamento.
58
Conteú do do Dossier do Percurso
• 1.- Locais turísticos da zona.
• 2.-Ficha técnica do trilho: duração, distância, horários, desníveis, tudo detalhado por
dias. Será incluído o mapa do percurso com as coberturas de telemóvel definidas no
plano.

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• 3.-Ficha dos pontos de paragem: descrição dos serviços oferecidos pelos vários
alojamentos, (ementas, quartos, casas de banho, etc.).
• 4.-Ficha técnica dos cavalos: nome com foto, raça, idade, sexo, cor, proveniência, data
da última ferragem e observações tais como: carácter, se é “comilão”,
comportamentos, etc.
• 5.-Lista de clientes, que deve incluir: peso, altura, contraindicações médicas, telefone
próprio e telefone de contato em caso de emergência. 59
• 6.-Ficha sobre a comida dos cavalos, principalmente para cavalos alheios à
exploração.
• 7.-Ficha sobre o equipamento em geral a utilizar no trilho:
número e tipo de arreios, alforges, conteúdo dos primeiros
socorros humanos, conteúdo dos primeiros socorros equinos,

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kit de ferragem e conteúdo, kit de reparações e conteúdo, etc.
• 8.-Lista de telefones de urgência: veterinários, médicos, Cruz
Vermelha, corpos de segurança, previsão meteorológica, etc.
• 9.-Recomendações para os cavaleiros: roupa, calçado,
comportamento, etc.
60
Cartografia e Orientação

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A Forma Terrestre
• A superfície terrestre é totalmente irregular, não existindo, até
o momento, definições matemáticas capazes de representá-la
sem deformá-la. A forma da Terra se assemelha-se mais a um
elipsóide, o raio equatorial é aproximadamente 23 km maior
do que o polar, devido ao movimento de rotação em torno do

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seu eixo

62
Mapa
• Representação geométrica e
plana de toda ou uma parte
da superfície terrestre. (Fonte:

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RIBEIRO, 2006)

63
Carta
• Termo utilizado para designar qualquer tipo de mapas,
independentemente da sua especificidade.
• Registar e transmitir informação sobre entidades geográficas

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naturais ou artificiais, concretas ou abstratas, e sobre as
relações espaciais entre elas.
• Todas as cartas são representações reduzidas da realidade
que representam. (Fonte: GASPAR, 2005)

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Tipos de Cartas
• Cartografia de base:

• Objetivo: representação da superfície da Terra, das entidades


a ocupam e de outra informação geográfica de carácter

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genérico e de interesse comum.
• Cartas Geográficas – vastas regiões do globo terrestre
• Cartas Corográficas – países e regiões
• Cartas Topográficas – relevo

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• Cartografia temática
• Representação da informação sobre um assunto específico
• Cartas administrativas – divisões administrativas dos países ou
regiões
• Cartas demográficas – parâmetros demográficos

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• Cartas físicas – aspetos naturais de topografia e hidrografia
• Cartas meteorológicas
• Mapas das estradas
• Carta ou PLANTA Urbana - representam ruas, edifícios,
monumentos e outros objetos de interesse para quem utiliza zonas
urbanas.
• Mapa de grande escala, que oferece a leitura de muitos pormenores
• sobre um espaço muito pequeno. 66

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