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Conteúdo

• Terminologia;
• Definição;
Marcha Normal • Instrumentação em análise de marcha;
Ms. Ft. Danielli Speciali • Fases e eventos;
• Determinantes da marcha normal;
Laboratório de Estudos do Movimento Einstein - LEME
• Laboratório de marcha.

Terminologias

• Deambulação

• Marcha

• Marcha Normal

Marcha Normal
• É um meio natural de locomoção, ou seja, movimentar-se Maturação da Marcha
de um lugar para o outro.

• É um andar bípede no qual os membros se movem num


padrão alternado e simétrico.

(PERRY, 1992; SUTHERLAND, 1988; INMAN, 1981)

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Padrão Brasileiro em Crianças
Maturação da Marcha
MORAIS FILHO; MELANDA, SELBER e GODOY W

• Capacidade de andar independente “ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA MARCHA EM CRIANÇAS


NORMAIS BRASILEIRAS”

• Maturação do sistema nervoso


- Dois grupos: Crianças de 4 – 8 / 8 – 16 anos
- Confiabilidade e Reprodutibilidade

• Controle Motor
Rev Bras de Ortop Pediatr 2002

Maturidade da Marcha Maturação da Marcha


• Aumento da estatura do corpo influencia as • Fase Inicial
medidas tempo/distância do comprimento do
passo, velocidade e cadência. • Fase Elementar

• O padrão é bem estabelecido por volta dos 4 • Fase Madura


anos.

Padrão Brasileiro em Adultos


Maturação da Marcha
Lucareli, PRG
• Parâmetros:
“THREE-DIMENSIONAL CLINICAL GAIT ANALYSIS IN NORMAL
BRAZILIAN ADULTS”
- Velocidade
- Banco de dados para a comunidade clínica e científica brasileira
- Cadência
- Comprimento do passo
X Congress of European Society for Movement Analysis in Adults
- Largura da pelve / distância entre and Children 2003.
tornozelos Gait & Posture, supl dez 2003

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Análise de Marcha
• Análise observacional
Instrumentação em
• Cinemática Linear
Análise de Marcha
• Cinemática Angular

• Cinética

• Eletromiografia

Análise Observacional Análise Observacional


• Organização e classificação dos principais eventos da • Reconhecer padrão;
marcha;

• Sequências anatômicas de observação para os • Deduções múltiplas e hipotética;


múltiplos eventos nas diferentes articulações;

• Interpretação dos dados para a função total dos • Exaustivo.


membros e para diferenciação do ciclo de marcha.

Análise Observacional
Cinemática

Estudo do movimento humano


sem se preocupar com as forças que atuam
sobre ele.

Portanto, é o estudo da descrição


do movimento.

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Cinemática Cinemática
• Formas de Movimento

• Movimento Linear: Movimento como um todo, porém,


suas partes não se movimentam entre si (translação).

» Linha Reta: movimento retilíneo


» Linha Curva: movimento curvilíneo

Cinemática Cinemática
• Movimento Angular: É a rotação em torno de
uma linha central (eixo de rotação), que é orientada
perpendicularmente ao plano no qual a rotação
acontece (rotação).

Variáveis Cinemáticas
• Tempo
• Posição
• Deslocamento
• Velocidade
• Aceleração

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Convenção de Forças
Cinética
• São grandezas vetoriais,

Ramo da dinâmica que estuda as forças • Possuem magnitude e direção


que produzem, param ou modificam o
movimento dos corpo. • Compreender de onde e como as forças atuam fornece
a base para modificar ou alterar terapeuticamente as
forças para reduzir a dor, restaurar o movimento e
Estuda as forças envolvidas no movimento. aumentar a função.

Momento Leis do Movimento


• Momento: Todo tipo de força que atua através de um fulcro.

- Externos: Força de Reação ao solo (FRS), inércia e gravidade


I. Inércia

- Internos: Ação muscular, capsular e ligamentar


II. Aceleração
M=FxD
F (contração mm, tensão capsulo-ligamentar, FRS) III. Ação e Reação
D (aplicação da força e centro articular)

Inércia Aceleração

“ A aceleração de um corpo é proporcional à magnitude


• “ Um corpo manterá seu estado de repouso ou sua das forças resultantes sobre ele e inversamente
velocidade constante desde que não haja forças proporcional à massa do corpo ”
externas atuando sobre ele para mudar seu estado.”

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Ação e Reação Eletromiografia
• Utiliza-se sensores ou eletrodos capazes de
monitorar em tempo real a atividade elétrica dos
músculos
“ Para toda força de ação há uma força de
reação igual e oposta”.

Ciclo de marcha

Ciclo de Marcha Ciclo de Marcha

APOIO BALANÇO APOIO BALANÇO

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Ciclo de Marcha Ciclo da Marcha
Fase de Apoio Contato Inicial
Desprendimento

(períodos):

Apoio Balanço
0% 60% 100%
Duplo Apoio Apoio Simples Duplo Apoio

1º. Duplo Apoio Apoio 2°. Duplo Apoio 0% 10% 50% 60%
Simples

60% 40%
40% 60%

Ciclo da Marcha na Corrida


Ciclo da Marcha
Contato Inicial Desprendimento Contato Inicial

• Períodos da marcha X Velocidade

• Velocidade = tempo de apoio e balanço

Apoio Balanço • Velocidade = Apoio simples e Apoio Duplo


0% 40% 100%

40% 60%
60% 40%

EVENTOS DA MARCHA EVENTOS DA MARCHA


Fase de Apoio
Fase de Balanço
Apoio
1º Duplo Apoio 2º Duplo Apoio
Simples

Contato Inicial Resposta à Carga Apoio Médio Apoio Terminal Pré-Balanço Balanço Médio
Balanço Inicial Balanço Terminal

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Parâmetros Espaço Temporais Parâmetros Espaço Temporais

• Passo é a distância entre os


dois pés no duplo apoio,
geralmente é medida em
centímetros.

• Largura do passo

• Cadência
Largura do passo
- Passada: Intervalo entre dois CI seqüenciais entre o solo e o
mesmo membro.

Tabela normativa

Velocidade Cadencia Comprimento

Eventos Marcha Normal


(m/s) (passos/min) passada (m)

homens 1.3-1.6 110-115 1.4-1.6

mulheres 1.2-1.5 115-120 1.3-1.5

Kirtley,C.2006

Fase de Apoio
Eventos: Primeiro Duplo Apoio Fase de Apoio
Contato Inicial e Reposta à Carga
Objetivos:
Absorção do Choque;
Desaceleração;
Estabilidade do membro.

Contato Inicial Resposta à Carga


0 ~ 2% 2 ~ 10%

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Fase de Apoio Fase de Apoio
Apoio Simples: Eventos
Apoio Médio e Apoio Terminal

Objetivos:

Progressão sobre o pé estacionário;

Estabilidade do membro e tronco.

Médio Apoio Apoio Terminal


10 ~ 30 % 30 ~ 50 %

Fase de Apoio Fase de Balanço


Segundo Duplo Apoio

Objetivo:
Posicionar p/ o balanço.

Balanço Inicial Balanço Médio


Pré-Balanço 50 ~ 60% 60 ~ 73% 73 ~ 87%

Fase de Balanço
Balanço Inicial e Balanço Médio

Objetivos: Objetivos:
Completar o avanço do membro;
Avanço do membro; Preparar o membro para apoio.

Liberação do pé da superfície.

Balanço Terminal
87 ~ 100%

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Contato Inicial Contato Inicial (CI)
• Primeira parte do pé – Glúteos
a tocar o solo • Controlar o quadril
– Quadríceps
– Quadril: flexão • Estabilidade
MEF
– Joelho: extensão – Isquiotibiais
– Tornozelo: neutro • Evitar hiperextensão
MEE – Pré-tibiais
• Tibial anterior
• MI contralateral esta • Fibulares
no apoio terminal • Extensor Longo do hálux e dos
dedos

Resposta à Carga Resposta à Carga (RC)


– Glúteo Máximo
• Quadril: flexão • Controlar a extensão
do quadril

• Joelho: flexão
MEF – Quadríceps
• Tornozelo: flexão Plantar • Absorção do impacto
MEF
• 1º Rolamento – Pré-tibiais
• Controlar “queda” do
MEFP
antepé

Apoio Médio (AM) Apoio Médio (AM)


– Glúteos
• Extensão progressiva
• Quadril: extensão do quadril

• Joelho: extensão – Quadríceps


• Extensão do joelho
• Tornozelo: dorsiflexão

MED
– Sóleo
• 2° rolamento
• Controlar o avanço da
tíbia
• Dorsiflexão modulada

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Apoio Terminal Apoio Terminal (AT)
– Gastrocnêmio / Sóleo
• Quadril: extensão máx • Controlar dorsiflexão
• Progressão do membro
• Joelho: extensão máx

• Tornozelo: pico
dorsiflexão

MEDF

Pré-Balanço Pré-Balanço (PB)


• 2º duplo apoio
– Ilíaco / Reto Femoral
• Início: CI do outro pé - Flexão Quadril
• Fim: quando os dedos
ipsilaterais saem do solo – Gastrocnêmio
• Flexão plantar
• Quadril: flexão (propulsão)
MEF
• Joelho: flexão

• Tornozelo: Flexão Plantar

3° Rolamento Balanço Inicial

• Ocorre a tríplice flexão

• Liberação do pé

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Balanço Médio Balanço Médio (BM)

• Quadril: flexão Ilipsoas

• Joelho: redução da flexão


 Pré-tibiais (C)
• Tornozelo: neutro

Balanço Terminal

• Quadril =flexão

• Tornozelo = neutro

Ciclo de Marcha Cinemática - Plano Sagital

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Cinemática Cinemática
Plano Transverso Plano Frontal

Pré-requisitos da marcha normal

Pré-requisitos e • Contato inicial com o retropé;


• Estabilidade no apoio;
Determinantes da Marcha • Liberação adequada do pé para o balanço;
Normal • Comprimento adequado de passo;
• Conservação de energia.

(Gage et al 2010)

Determinantes da marcha Conservação de energia:


Centro de massa (CM)

• CM divide o corpo em dois momentos de massa


São elementos que facilitam a marcha.
iguais – equilíbrio.

Função: reduzir o deslocamento do centro • Deslocamento menor que 5 cm para todos os


de massa – Conservação de energia. planos.

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Conservação de energia Determinantes da marcha
Trajetória do centro de massa durante o ciclo de normal
marcha.
• Rotação pélvica;
• Obliqüidade pélvica;
• Flexão do joelho no apoio;
• Mecanismos do tornozelo e pé;
• Adução dos quadris e valgo dos joelhos.

Determinantes da Marcha Determinantes da Marcha


Rotação Pélvica (1o.) Rotação Pélvica (1o.)

B
A

Determinantes da Marcha Determinantes da Marcha


Obliqüidade Pélvica (2o.) Obliqüidade Pélvica (2o.)

A B

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Determinantes da Marcha Determinantes da Marcha
Flexão do Joelho no apoio (3o.) Flexão do Joelho no apoio (3o.)

Determinantes da Marcha
Mecanismos de rolamento Mecanismos de rolamento (4o e 5o.)

• 1º mecanismo de rolamento - tornozelo

Determinantes da Marcha Determinantes da Marcha


Mecanismos de rolamento Mecanismos de rolamento

• 2º rolamento - tornozelo • 3º rolamento - antepé

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Determinantes da Marcha
Mecanismos de rolamento Adução dos quadris e Valgo dos Joelhos (6o.)

1o. 2o. 3o.

Análise Tridimensional
da Marcha
Finalidade análise 3D
• Cinemática
• Identificar fenômenos que não são facilmente
percebidos pela observação visual
• Cinética
• Registrar e quantificar dados para
documentação e comparação:

• Eletromiografia – Normal e Patológico


– Pré e pós tratamento
– Comparar ou verificar efetividade do uso de
• Vídeos órteses e/ou aditamentos
– Consistência

Interpretação Análise tridimensional


• Avalia-se múltiplos planos;
• É um exame complementar com a função de apoiar a
decisão terapêutica
• Indicar com maior precisão: • Erros nos marcadores;
– Intervenções cirúrgicas
– Ortetizações
• Artefatos de tecidos;
– Bloqueios químicos mioneurais
– Procedimentos fisioterápicos (focar atendimento
baseado nas alterações encontradas) • Analisar curvas dos gráficos.

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Referências
Análise tridimensional
PERRY, J. Análise de Marcha: Marcha Normal V. 1 e Marcha Patológica
• Equipe multiprofissional: engenheiro, V.2, Manole, 2005.
fisioterapeuta, médicos; GAGE,J. Gait Analysis in Cerebral Palsy, Mac Keith Press, 1991.
INMAN, V.T.; RALSTON, H.J.; TODD, F. Human Walking. Baltimore,
Williams and Wilkins, 1981 (Tradução: ROSE, J.; GAMBLE, J. G. ; Marcha
• Resultados precisos;
Humana. Baltimore: Premier, 1998).
SUTHERLAND, D. H.; OLSHEN, R.; COOPER, B. A.; WOO S. L. The

• Direcionamento terapêutico. Development of Mature Gait. J. Bone Joint Surg Am. v.62, n.3, p.336-
53, 1980.
SUTHERLAND, D. H. The Development of Mature Gait. Gait and
Posture. 6, p. 163-70, 1997.
KIRTLEY,C. Clinical gait analysis.Churchill Livingstone Elsevier,2006.

Obrigada

danielli.speciali@gmail.com

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