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NATAÇÃ O

PA RA PESSOA S COM
DEFICIÊNCIA
P R O FA . M S . R A I S S A F O R T E
INICIAÇÃO A NATAÇÃO
De acordo com Palmer (1990) o ser humano
se encontra adaptado ao meio líquido quando
• Fins terapêuticos se locomove com segurança, dominando em
qualquer situação o melhor equilíbrio,
• Recreação e lazer propulsão e respiração.
• Aprendizagem de modalidade esportiva
PROPOSTAS DE MÉTODOS NA AMA
• Amaro e Morouço (2010), propõem a divisão em duas grandes etapas: 1) Familiarizaçao com o
Meio Aquático e 2) Autonomia no Meio Aquático.
PROPOSTA DE CONTEÚDOS A ABORDAR NA AMA

Familiarização com o Meio Aquático Autonomia ao Meio Aquático

Objetivo – Promover o equilíbrio em posição horizontal e procurar vivenciar a Objetivo – Fomentar a PHF; trabalhar a expiração controlada e o ritmo respiratório;
expiração voluntária no Meio Aquático. desenvolver os sistemas propulsivos (essencialmente os MI) e as rotações (eixo
transverso e longitudinal).

Adaptação ao local da aula Deslize na PHF (ventral e dorsal)

Deslocamentos Batimento alternado dos MI (ventral e dorsal)

Imersões Propulsão dos MS

Flutuações Imersões com controle e ritmo respiratório

Saltos Alterações de equilíbrio

Manipulações Rotações (eixo transverso e longitudinal)

Saltos de cabeça

Manipulações
PRECAUÇÕES E CUIDADOS Imagem: arquivo pessoal

 Banheiros adaptados (disponibilizar cadeira de plástico para banho)


 Acesso as cadeiras de rodas
 Reconhecimento do espaço
 Higiene e vestuário
Em casos de incontinência urinária
- Bebês e Criança: vestir fralda
- Adultos: urinar antes de entrar na piscina (fazer o cat)
Transferências
- Quando estiver carregando ou levantando alguém mantenha o peso próximo ao corpo
- Use as pernas e quadris para levantar alguém, mantenha as costas retas
- Mantenha uma base segura e fixa (pés)
- Preste atenção nos materiais que podem dificultar a transferência (trava da cadeira, apoio de braço,
cintas...)
- - Planeje suas ações
PRECAUÇÕES E CUIDADOS: INSTALAÇÕES

Transferências da cadeira de rodas para o chão


Transferências do chão para a cadeira de rodas
MÉTODO HALLIWICK
• Criado por James McMillan em 1949.
• “O Conceito Halliwick é uma abordagem para ensinar
todas as pessoas, em particular as com deficiência
física e/ou intelectual, a participar de atividades
aquáticas moverem-se com independência na água e
nadar” (Conceito Halliwick IHA 2010).

Imagem: arquivo pessoal


DEZ PONTOS FASES
1 - Ajuste Mental e Desprendimento Adaptação Mental

2 – Controle da Rotação Sagital

3 – Controle da Rotação Vertical

4 – Controle da Rotação Lateral

5 – Controle da Rotação Combinada


Controle do Equilíbrio
6 – Empuxo / Inversão Mental

7 – Equilíbrio em Repouso

8 – Deslizamento Turbulento

9 – Progressão Simples

10 – Movimento básico do Halliwick Movimento


MÉTODO BAD RAGAZ

• Conhecido como o método dos anéis!


• É um método de fortalecimento muscular.
MÉTODO WATSU
• Criado por Harold Dull em 1980.
• É uma técnica de relaxamento e aumento da amplitude articular.
• O Watsu é feito na confiança.
SESSÃO I - A DANÇA DA RESPIRAÇÃO NA ÁGUA

- A posição horizontal do corpo é para


descanso, receptividade, relaxamento da
musculatura e circulação equilibrada, uma
posição na qual estamos livres para
embarcar em uma viagem interior. A
posição horizontal favorece o Ser, enquanto
a vertical é para o fazer.
LIBERANDO A COLUNA
É IMPORTANTE TER UMA POSIÇÃO DE
INÍCIO E FIM
PASSO A PASSO DA INICIAÇÃO A
NATAÇÃO
1. Recebendo o aluno: Anamnese
2. Realizando a avaliação diagnóstica
3. Cronograma de aula
4. Plano de aula
5. Reavaliando
COMO ESTRUTURAMOS NOSSAS AULAS...
*CAMINHO METODOLÓGICO PARA O APRENDIZADO:
PERCURSO DO MAIS SIMPLES AO MAIS COMPLEXO,
DE UM MAIOR APOIO PARA MENOR APOIO.
*CARÁTER DAS ATIVIDADES: BASEADAS
NO QUE O ALUNO PODE FAZER
(POTENCIALIDADES) E NÃO NAQUILO QUE
ELE NÃO PODE FAZER
*COMUNICAÇÃO COM OS ALUNOS:
COMUNICAÇÃO SINCERA; FEEDBACK
POSITIVO E FEEDBACK NEGATIVO;
TRATAR O ALUNO PELO SEU NOME E NÃO
PELO “FULANO” COM TAL DEFICIÊNCIA
*TRATAMENTOS NÃO ESTEREOTIPADOS:
NÃO TRATÁ-LO COM PENA OU
INDIFERENÇA
NATAÇÃO PARALÍMPICA DE ALTO-
RENDIMENTO
• Com o passar dos tempos, o esporte foi se estendendo a outras categorias de deficiências, tanto físicas
quanto visuais e intelectuais.
• O Brasil começou a ganhar força na natação em Stoke Mandeville (1984), ano em que faturou uma
medalha de ouro, cinco de prata e uma de bronze. Outro ano de grande destaque foi 2004, em Atenas,
quando o país conquistou sete medalhas de ouro (sendo seis de Clodoaldo Silva), três de prata e uma de
bronze. Nos anos seguintes, ainda mais vitórias: Daniel Dias foi o responsável por conquistar, sozinho,
nove medalhas em Pequim, sendo quatro de ouro. Em Londres, o atleta chegou à conquista de seis ouros.
• Há algumas adaptações nas regras da Federação Internacional de Natação (Fina) para as disputas
paraolímpicas. Dependendo da deficiência, os atletas podem largar de dentro da água, sentados ou ao
lado do bloco de partida. Também há casos em que recebem auxílio do técnico ou de um voluntário para
a largada. Já entre os deficientes visuais, o tapper é a pessoa que usa um bastão, com ponta de espuma,
para avisar o atleta sobre o momento da virada e da chegada. Nesse caso, os óculos dos atletas são
opacos, para assegurar a igualdade de condições na prova.
PROVAS Os atletas com amputações podem usar próteses em
diversas modalidades das Paraolimpíadas. No entanto, o
uso delas é proibido na natação. Dessa forma, os
competidores só podem usar o próprio corpo quando
entram na piscina.
Há provas masculinas e
femininas:

- 50m, 100m, 200, 400m livre;


- 50m e 100m borboleta;
- 50m e 100m peito;
- 50m e 100m costas;
- 150m e 200m medley;
- Revezamentos.
MEDALHAS
• A natação é, depois do atletismo, a modalidade que mais rendeu glórias ao Brasil ao longo das edições
dos Jogos Paraolímpicos. Ao todo, o país soma 83 medalhas, sendo 28 de ouro, 27 de prata e 28 de
bronze. As conquistas tiveram início ainda em Stoke Mandeville-1984 e, de cara, o país faturou sete
medalhas. O ouro ficou por conta de Maria Jussara Mattos, no 4x50m classe 6.
• De lá para cá, seriam muitas outras comemorações vindas das piscinas. Três nomes, em especial,
renderam (e ainda rendem) muitas alegrias ao Brasil. Em Atenas-2004, Clodoaldo Silva conquistou seis
medalhas de ouro e uma de prata, em um total de oito provas disputadas.
• Já André Brasil coleciona dez medalhas paraolímpicas, alcançadas em apenas duas edições dos Jogos
(Pequim-2008 e Londres-2012). Ao lado deles, Daniel Dias já foi considerado duas vezes o melhor
atleta paraolímpico do mundo pelo prêmio Laureus. Em Londres, ele teve 100% de aproveitamento nas
provas individuais, faturando seis medalhas de ouro e quebrando cinco recordes.
SISTEMA DE CLASSFICICAÇÃO

É UM MEIO DE AGRUPAR
ATLETAS COM FUNÇÃO
SIMILAR COM OBJETIVO DE
COMPETIÇÃO
ATENÇÃO!
A CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL É PARA ALTA
PERFORMANCE
PROCEDIMENTOS PARA
CLASSIFICAÇÃO PARALÍMPICA
1. Teste clínico (ou de banco)
2. Teste técnico (ou de água)
3. Observação em competição (primeira observação)
TABELA DE PONTUAÇÃO
0 a 300 pontos para “S” S1  S10 (livre costas e
borboleta)
0 a 290 pontos para “SB” SB1  SB9 (peito)
SM  S10 (medley)

• Cada classe tem uma variação de 25 a 30 pontos entre uma classe e outra.
• Quanto maior a classe, menor o comprometimento físico.
• Quanto menor a classe, maior o comprometimento físico.
• Para ser elegível o atleta paralímpico deve perder no mínimo 15 pontos.
QUAL ATLETA PARALÍMPICO TEM A
CLASSFICIAÇÃO MAIOR?
QUAL ATLETA PARALÍMPICO TEM A
CLASSFICIAÇÃO MAIOR?

S10 SB9 SM10

S5 SB4 SM5
QUAL ATLETA PARALÍMPICO TEM A
CLASSFICIAÇÃO MAIOR?
QUAL ATLETA PARALÍMPICO TEM A
CLASSFICIAÇÃO MAIOR?

S5 SB4 SM5 S5 SB5 SM5


PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Prejuízos de força muscular: atletas que têm a redução ou eliminação da capacidade voluntária
de contração muscular.
• Exemplos: paraplegia (ou paresia); tetraplegia (ou paresia); espinha bífida; síndrome pós pólio.
PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Deficiência nos membros: atletas que possuem o comprometimento total ou parcial dos ossos
e/ou articulações.
• Exemplo: amputações traumáticas; amputação por câncer; dysmelia.
PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Diferença no comprimento das pernas: atletas que possuem diferença do tamanho de suas
pernas.
• Exemplos: dysmelia; distúrbio de crescimento de membros.
PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Estatura baixa: atletas que possuem distúrbio no crescimento dos ossos dos membros
superiores e inferiores; e/ou tronco.
• Exemplos: acondroplasia;
PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Prejuízos de coordenação motora (Ataxia, atetose ou hipertonia)


• Hipertonia: há o aumento na tensão muscular e redução da capacidade de força causado por um
dano no sistema nervoso central.
• Atetose: apresentam movimentos involuntários contínuos.
• Ataxia: apresentam falta de coordenação motora devido a um dano no sistema nervoso central.
• Exemplos: paralisia cerebral; acidente vascular cerebral.
PATOLOGIAS ELEGÍVEIS

• Prejuízo na amplitude do movimento: apresentam restrição na amplitude do movimento quando


realizada de forma passiva em uma ou mais articulações.
• Exemplos: artogripose; contratura causada por uma crônica imobilização da articulação;
traumas que afetam as articulações.
FATORES QUE NÃO INTERFEREM NA
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
• Habilidade motora
• Superioridade genética
• Somatotipo
• Treinamento
AVALIAÇÃO CLÍNICA: GONIOMETRIA

• Indicado para:
• Consiste em: medir a amplitude articular das articulações com comprometimentos.
• Obs: É realizado de forma passiva e não é permitido aquecimento antes do teste.
TESTE DE GONIOMETRIA - PFROMS
GONIOMETRIA DOS SEGMENTOS - EXEMPLOS
OMBRO – FLEXÃO PUNHO – FLEXÃO
JOELHO – FLEXÃO
AVALIAÇÃO CLÍNICA: TESTE DE
COORDENAÇÃO
• Indicado para: atletas com ataxia, atetose, hipertonia; com que tiveram AVC
• Consiste em: avaliar a coordenação de membros de atletas com distúrbios neurológicos que
afetam a capacidade de movimentação ativa.
• Obs: É realizado de forma passiva e não é permitido aquecimento antes do teste.
TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA
TERMOS UTILIZADAS
E S PA S T I C I D A D E
- I N C A PA C I D A D E D E R E L A X A R A M U S C U L AT U R A ,
SEMPRE CONTRAÍDA.
- M O V I M E N T O S , PA R E C E M Q U E B R A D O S , N Ã O S Ã O
FLUENTES.
- MÚSCULOS HIPERTÔNICOS, HIPERCONTRÁTEIS,
F R E Q U E N T E M E N T E T E M C O N T R AT U R A S .
AT E T O S E
- M O V I M E N T O S I N VO L U N T Á R I O S , E S PA S M Ó D I C O S ,
SEM CONTROLE.
- ALGUMA TREMEDEIRA É EVIDENTE NO
MOVIMENTOS.

• ATA X I A
- MARCHA INCOORDENADA E SEM EQUILÍBRIO.
- I N C A PA C I D A D E D E U S A R A P R Ó P R I A F O R Ç A PA R A
FA Z E R M O V I M E N T O S D I R E C I O N A D O S .
AVALIAÇÃO CLÍNICA: TESTE DE FORÇA
MUSCULAR
• Indicado para: atletas com lesão medular; com espinha bífida; com sequelas de poliomielite;
com distrofias musculares; lesões do plexo braquial completas ou incompletas; com esclerose
múltipla.
• Consiste em: medir o grau de força muscular do membro comprometido.

Segue como protocolo padrão, o teste de função muscular descrita no livro PROVAS DE FUNÇÃO
MUSCULAR de DANIELS e WORTHINGHAM onde as graduações de força vão de 0 a 5 pontos. O
classificador mostra o movimento a ser feito pelo atleta e a posição que deseja que ele o faça, então aplica
uma resistência e verifica quantos pontos de força ele consegue vencer.
TESTE DE FORÇA MUSCULAR
Tabela 3 – WPS Classification Manual - teste de força muscular, descrição dos pontos

PONTO DESCRIÇÃO DA PONTUAÇÃO


S
Grau 5 Grau máximo de força e resistência muscular com completo movimento
articular vencendo a gravidade
Grau 4 Vence pouca resistência aplicada, o movimento é feito contra a gravidade e a
amplitude completa
Grau 3 O músculo, ou grupamento muscular, vence a gravidade e faz movimento
completo de amplitude, porém não vence força e/ou resistência adicional

Grau 2 O grupamento muscular não consegue vencer a força da gravidade, nem


mesmo fazer a amplitude de movimento completa da articulação referente

Grau 1 Consegue-se visualizar contração muscular ou se palpa. Não há movimento


articular visível
Grau 0 Músculos completamente imóveis, sem contração
AVALIAÇÃO CLÍNICA: MENSURAÇÃO
DE MEMBROS
• Indicado para: amputações traumáticas; amputação por câncer; dysmelia.
• Consiste em: mensurar o tamanho do membro comprometido do atleta

• As mensurações devem ser tomadas em centímetros e um segmômetro deve ser usado para conduzir a
avaliação. As medidas devem ser tomadas do ponto mais distal para o ponto de medição mais
próximo acima. Usamos os acidentes ósseos mais comuns para a identificação dos pontos corretos de
medida.

• SEGMÔMETRO
AVALIAÇÃO CLÍNICA: TESTE DE BAIXA
ESTATURA
• Indicado para: acrondoplasia; nanismo proporcional.
• Consiste em: medir a altura do atleta.

CLASSE GÊNERO ALTURA CORPORAL


S6 SB6 SM6 FEMININO 130 cm
S6 SB6 SM6 MASCULINO 137 cm
S7 SB7 SM7 FEMININO 137 cm
S7 SB7 SM7 MASCULINO 145 cm
TESTE DE BAIXA ESTATURA
EXEMPLOS DE BAIX A ESTATURA
A CO N DR O P L AS IA A CO N DR O P LAS IA
EXEMPLOS DE BAIX A ESTATURA

N AN IS MO P R O P O RC IO NA L D IS F U NÇ ÃO H O RMO N AL
AVALIAÇÃO CLÍNICA: TESTE DE
DIFERENÇA DE COMPRIMENTO DE PERNAS
• Indicado para:
• Consiste em: avaliar o comprimento dos membros inferiores que deve ser de no mínimo 2 cm.

• As mensurações devem ser tomadas em centímetros e um segmômetro deve ser usado para conduzir a
avaliação. As medidas devem ser tomadas do ponto mais distal para o ponto de medição mais
próximo acima. Usamos os acidentes ósseos mais comuns para a identificação dos pontos corretos de
medida.

• SEGMÔMETRO
AVALIAÇÃO TÉCNICA

• Avaliação da segurança na água.


• Avaliação dos estilos em diversas velocidades.
• Avaliar o impacto/efeito da deficiência na execução dos estilos, assim como das viradas e
saídas.

A avalição clínica define a classe, já


a avaliação técnica confirma a
mesma.
STATUS DA CLASSIFICAÇÃO
C – CONFIRMADO N - NOVO

R - REVISÃO FRD – REVISÃO COM DATA DEFINIDA

NE – NÃO ELEGÍVEL
CNC – CLASSIFICAÇÃO NÃO CONCLUÍDA
CLASSE
CLASSE ESPORTIVA PONTUAÇÃO CLASSE ESPORTIVA PONTUAÇÃO

S1 40 a 65 SB1 40 a 65
S2 66 – 90 SB2 66 – 90
S3 91 – 115 SB3 91 – 115
S4 116 – 140 SB4 116 – 140
S5 141 – 165 SB5 141 – 165
S6 166 – 190 SB6 166 – 190
S7 191 – 215 SB7 191 – 215
S8 216 – 240 SB8 216 -240
S8 241 – 265 SB9 241 – 275
S10 266 - 285

3 x S classe + SB classe = SM classe


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4
OBRIGADA

Imagem: arquivo pessoal

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