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BIOMECÂNICA DA

CORRIDA
APLICADA AO
RENDIMENTO
E PREVENÇÃO DE
LESÕES

Prof. Drd. Rodrigo Vinícius Ferreira


Os corredores de rua em média buscam participar de provas
com 10km;
• 46% fazem musculação ou treino de força;
• 57% preferem fazer o treino sozinho;
• 44,8 preferem correr no período da manhã;
• 43% tem entre 25 e 35 anos;
• 34% não praticam outro esporte;
• 33% preferem correr a noite, uma tendência para
planejamento futuro! #ficaadica
• Outro dado interessante, entre os atletas que contavam com
orientação de um profissional de educação física, essa
porcentagem atingiu 42,60%.
• Percebe-se que a maior parte dos corredores brasileiros, praticam
seu esporte sem orientação profissional.
• Haja vista a faixa etária predominante (45 a 59 anos), podemos
concluir que este público se encontra numa zona de risco:
degeneração biológica! E portanto, é um nicho de mercado a ser
explorado.
Em uma visão
simplista, a corrida
pode ser
considerada como
uma
sequência de
pequenos saltos
de um pé para
outro, em
movimentos
cíclicos.
A velocidade de
corrida depende de
dois fatores:

1. Amplitude da
passada;
2. Frequência da
passada

(HAY, 1981)
A amplitude da
passada depende da
soma de três fatores:

• Distância de
impulsão;
• Distância de voo;
• Distância de
chegada ao solo.
FREQUÊNCIA DE PASSADA
=
ESFORÇO MUSCULAR
Durante a aterrissagem do pé no
solo, o corredor fica
exposto a forças de impacto
repetidas, estimadas a duas
ou três vezes o próprio peso
corporal. Isto numa situação
de mecânica da corrida ideal.

Um corredor, pesando 70kg, que


realize uma média de
250 aterrissagens por pé, por
quilômetro percorrido, irá
suportar em cada pé de 38 a 57
toneladas de força.
TEMOS RAZÕES
PARA AVALIAR
UM CORREDOR?
IDENTIFICAR PARÂMETROS POSTURAIS E POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES;

IDENTIFICAR PARÂMETROS CINEMÁTICOS DA CORRIDA E


POSSIVEIS ALTERAÇÕES;

DETERMINAR PARÂMETROS PARA O TREINAMENTO


FUNCIONAL (PADRÕES FUNCIONAIS);

PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO (JUNTO AO


FISIOTERAPEUTA);

INDICAÇÃO DO TÊNIS CORRETO E ADEQUADO.


QUAIS AS RAZÕES QUE
O CORREDOR TEM
PARA PROCURAR
NOSSO SERVIÇO?
OCORRÊNCIA DE LESÕES E
DESEJO DE RETORNO AOS
TREINOS;

AUTO-CONHECIMENTO PARA
CORRER COM MAIS
SEGURANÇA;

DESEJA MAIS INFORMAÇÕES


SOBRE TIPO DE PISADA E O
TÊNIS ADEQUADO
ANAMNESE

QUAL O MOTIVO DA LOCAL DOS HÁ QUANTO TEMPO


AVALIAÇÃO; SINTOMAS; OS SINTOMAS JÁ SENTIU ANTES?
EXISTEM?

A DOR SURGE A DOR SURGE NO APÓS A TREINO, A


APENAS DURANTE A A DOR INVIABILIZA
INÍCIO DO TREINO DOR PERDURA POR OS TREINOS?
CORRIDA OU OU FINAL? QUANTO TEMPO?
TAMBÉM NAS AVDs?

CONTINUA
TREINANANDO?
PROCEDIMENTO DE ANÁLISE
BIOMECÂNICA DA CORRIDA

• AVALIAÇÃO POSTURAL
• BAROPODOMETRIA
• TESTES FUNCIONAIS
• CINEMETRIA DA CORRIDA
NIVELAMENTO DOS TIPOS DE PÉS;
ILÍACOS.

AVALIAÇÃO
POSTURAL ROTAÇÕES EM
MMII E PELVE;
POSICIONAMENTO
DOS
CALCANHARES;

POSICIONAMENTO
DOS JOELHOS;
BAROPODOMETRIA

• DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES


PLANTARES;
• PERCURSO DAS LINHAS DE FORÇA;
• FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO
TESTES
FUNCIONAIS
CINEMETRIA
CINEMETRIA
• FATORES EXTRÍNSECOS

1. PLANEJAMENTO;
2. PRÁTICA DE OUTRAS
MODALIDADES;
3. CALÇADO (POLÊMICO?!?!);
4. TIPO DE SUPERFÍCIE
FATORES DE
RISCO DE
LESÃO EM
CORREDORES
• FATORES INTRÍNSECOS

1. POSTURA;
2. DINÂMICA (PADRÕES BÁSICOS DE
MOVIMENTO);
3. MECANISMO DE CORRIDA;
4. HISTÓRICO DE LESÕES
LESÕES
DE CORRIDA
Doença musculoesquelética
relacionada a corrida que causa uma
redução na velocidade, distância,
duração ou frequência da corrida por
pelo menos 1 semana. Vários estudos
epidemiológicos estimam que 27% a
70% dos corredores de longa distância,
recreacionais ou competidores, já
tiveram uma lesão por overuse.

Geralmente correm no mínimo 20 km


por semana e praticam o esporte há
cerca de 1 a 3 anos
PRINCÍPIO DAS LESÕES
POR OVERUSE

Uma lesão por overuse resulta da


solicitação de determinados tecidos
além da sua capacidade por um
determinado período de tempo. A
prática de corrida então, deve ser
evitada para prevenir lesões?
QUAIS DESTAS
LESÕES TEM
CORRELAÇÃO
COM IMPACTO
NO SOLO ?
NENHUMA!!
O GRANDE
PROBLEMA PARA
O CORREDOR
ESTÁ EM
DESACELERAR O
CENTRO DE
MASSA
SERÁ QUE O
TREINAMENTO
MUSCULOESQUELÉTICO
PARA O CORREDOR
ESTÁ SENDO FEITO DE
FORMA ADEQUADA?
A cada passada
há uma
solicitação
muscular para
frear a tendência
de queda,
equilibrar o
SERÁ QUE corpo e
OS coordenar a
postura. A gestão
MÚSCULOS dessas
ESTÃO solicitações a
FRACOS? cada impacto no
solo é que exige
muito dos
músculos e
quando isso não
ocorre de forma
adequada vem as
lesões.
PARA
PENSAR!
Um corredor que percorre uma
distância de 10 km em 50
minutos. Com um tamanho
médio do passo de 1,25m ele
percorrerá os 10 km com um
total de 8.000 passos. E a
estrutura miotendínea será
requisitada 8000 vezes em 50
minutos
SISTEMA DE MOVIMENTO HUMANO
• Ossos
• Tendões
• Ligamentos
• Articulações
Elementos • Músculos
de Base Estas são as estruturas que
formam o arcabouço principal para
que o movimento aconteça.
• Determina e regula como o sistema de
base irá responder;
Elemento
Modulador • Principal elemento deste sistema é o
tecido nervoso, que induz as
adaptações dos elementos de base;
Elemento de
Suporte
• Apesar de não estar diretamente
relacionado ao movimento, fornece
energia para que o mesmo aconteça
corretamente;
• Dentro deste subsistema de
suporte, temos os sistemas:
Cardiovascular
Endócrino
Pulmonar
São estruturas que não produzem o
movimento diretamente mas que são
decisivas para o funcionamento
normal
• O movimento acontece de uma
maneira interligada; de tal forma que, a
disfunção em qualquer um destes
elementos vai influenciar
negativamente os outros;
Ex: Uma alteração no sistema de base,
seja uma lesão muscular, uma fratura
óssea, vai interferir na maneira como o
estímulo nervoso é modulado, como o
estímulo nervoso chega até estes
elementos;
Uma pessoa com doença cardiovascular
ou doença pulmonar também terá
incapacidades relacionadas no sistema
de base e no sistema modulador;
CG Atividade
aumentada
nos Eretores
da Espinha
SISTEMA DE
ALAVANCAS

• QUAL PARTE DO SISTEMA


DEVERÁ SE MOVER?

• AQUELA QUE ESTIVER MAIS


INSTÁVEL!
DEGENERAÇÃO
BIOLÓGICA

ADAPTAÇÕES A
ESTÍMULOS
MECÂNICOS

REMODELAMENTO
ADAPTATIVO
Função Ideal do
Sistema de
Movimento
Demanda compatível com limiar de
adaptação tecidual

➢ variação de posturas;
➢ Amplo repertório de movimentos;

Músculos, ossos, tendões e articulações


São os tecidos mais adaptáveis do corpo
humano
FUNÇÃO IDEAL:
EQUILÍBRIO
ENTRE DEMANDA
E CAPACIDADE
DISFUNÇÕES DO
SISTEMA DE
MOVIMENTO
• Movimentos repetitivos;

Principais • Movimentos imprecisos;

Fatores • Cargas excessivas;


indutores
• Posturas sustentadas;
Idade;

Gênero;

Fatores Antropometria e variações estruturais;

Modificadores Nível de mobilidade tecidual;

Nível de atividade física;

Perfil comportamental.
INFLUÊNCIA
DO SISTEMA
DE SUPORTE
NA
BIOMECÂNICA
DA CORRIDA
O consumo máximo de
oxigênio (VO2máx) é a
capacidade máxima da
pessoa captar, transportar e
metabolizar o oxigênio para
produzir o ATP. O
conhecimento dessa variável
fisiológica permite a análise
do funcionamento de
importantes órgãos e
sistemas, pois a captação de
oxigênio é feita pelo sistema
respiratório, o transporte de
oxigênio pelo sistema
cardiovascular e a
metabolização pelo sistema
muscular.
V.A.M
Os apoios dos pés sobre o chão
condicionam toda a estática. Não
existe boa estática sem bons apoios,
sejam as deformações dos pés causa
ou consequência da estática
inadequada.

Marcel Bienfait

O ASPECTOS
PÉ POSTURAIS
ARCOS
PLANTARES
O arco plantar desempenha o papel de
amortecedor indispensável para a suavidade da
marcha

• Arco longitudinal medial


• Arco longitudinal lateral
• Arco anterior
Controle do Arco Longitudinal Medial

Músculo
Fibular Longo

Músculo
Flexor
Longo do
Hálux
Controle do Arco Longitudinal Medial
Músculo
Flexor Longo
dos Dedos

Músculo
Abdutor
do Hálux
CONTROLE DO RETROPÉ
CONTROLE DO RETROPÉ
CONTROLE DO RETROPÉ Insuficiência
Músculo do Tibial
Tibial Posterior
Posterior
Por sua
inserção na
região
interna do pé
e irradiações
sob a planta,
controla o
valgo do
retropé.
CONTROLE DO RETROPÉ
Músculo
Fibular
curto Insuficiência
Com sua passagem do Fibular
por trás do maléolo Curto
lateral e inserindo-se
na tuberosidade da
base do quinto
metatarso controla o
varo do retropé
sendo eversor.
Disfunções
Posturais
CALCANHAR EM VALGO
CALCANHAR EM VARO
OS JOELHOS
PELVE E QUADRIS
TESTES
FUNCIONAIS
TESTES
FUNCIONAIS
• O objetivo dos testes não é
APRESENTAÇÃO identificar a razão pela qual os
movimentos são imperfeitos.
• A avaliação funcional identifica o • O objetivo é identificar quais são
controle motor e a competência na os padrões problemáticos. Os
realização de padrões básicos de testes expõem dor, disfunção ou
ambos dentro do padrão de
movimentos.
movimento.
• Os testes mapeiam as deficiências • Muitas pessoas são capazes de
dos padrões de movimento, realizar uma ampla gama de
limitações de mobilidade e atividades, porém com baixo
assimetrias correlacionando com os padrão de qualidade de
resultados e história do atleta. movimento.
• Esses, usam padrões
• A ideia central é retratar a qualidade
compensatórios que, se
do movimento padrão de forma reforçados, sua biomecânica
global e não de segmentos isolados pobre o levará a ineficiência do
com medidas específicas. gesto e futura lesão.
MOBILIDADE
MOBILIDADE
• Tornozelos à 90°?? NÃO?? ENCURTAMENTO
TRÍCEPS SURAL
• Joelho está em extensão completa?? NÃO??
ENCURTAMENTO ISQUIOS
• Quadril com boa amplitude?? NÃO??
PELVITROCANTERIANOS (ROTADORES
EXTERNOS DO QUADRIL NÃO ESTÃO COM BOA
MOBILIDADE)
• Coluna lombar inverte a lordose lombar??
NÃO?? MUSCULATURA
PARAVERTEBRAL E QUADRADO LOMBAR
RESTRINGINDO O MOVIMENTO.
MOBILIDADE
MOBILIDADE
• Há boa dissociação dos MMII?? NÃO??
CORRIJA A DIFERENÇA NA SELEÇÃO DE
EXERCÍCIOS.
• A elevação atinge o nível mínimo?
NÃO?? CORRIJA NA SELEÇÃO DE
EXERCÍCIOS.
ESTABILIDADE
ESTABILIDADE
• Há boa coordenação dos agonistas
com os estabilizadores?? NÃO??
CORRIJA A DIFERENÇA NA SELEÇÃO DE
EXERCÍCIOS.
ESTABILIDADE
ESTABILIDADE
• Há bom equilíbrio em apoio
monopodal??
• Há uma queda da pelve em
suspensão?? SIM?? ROTADORES
EXTERNOS E ABDUTORES DE
QUADRIL NÃO ESTÃO SENDO
ACIONADOS CORRETAMENTE PARA
MANTER A PELVE NIVELADA.
• Há valgo dinâmico?? SIM?? PODE
SER CAUSADO PELOS MOTIVOS
SUPRACITADOS, OU LIMITAÇÃO DA
DORSIFLEXÃO.
ESTABILIDADE
ESTABILIDADE
• No apoio monopodal há um drop pélvico?? SIM?? MUSCULATURAS
ESTABILIZADORAS DO TRONCO DESCORDENADAS
• NÍVEL DE FORÇA DE GLÚTEO MÁXIMO: CONSEGUE SEGURAR 10 SEGUNDOS??
NÃO?? FALTA DE CONTROLE ENTRE AGONISTAS E ESTABILIZADORES
PADRÃO FUNCIONAL
PADRÃO FUNCIONAL

• Há oscilação do quadril no plano


frontal??
• Consegue boa amplitude do
quadril em relação aos joelhos??
• Há valgo dinâmico dos joelhos?
• Há projeção do tronco à frente?
PADRÃO FUNCIONAL
PADRÃO FUNCIONAL
PADRÃO FUNCIONAL
Testar tripla flexão:
quadril/joelho/tornozelo
• Há algum padrão
compensatório, rotação de
quadril.
• Há desequilíbrio??
• Há elevação da pelve??
PADRÃO FUNCIONAL
PADRÃO FUNCIONAL
• Há bom equilíbrio??
• Há um valgo dinâmico??
• Tronco ereto?
BIOMECÂNICA
DA CORRIDA
ESTUDO SOBRE A PRONAÇÃO
ENTRADA NO SOLO
BIOMECÂNICA DO JOELHO
BIOMECÂNICA DO QUADRIL

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