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Desenvolvimento Motor Típico

Alterações e Tratamentos

Ft. Me. Karina Goulart de Camargo


ka_gdc@yahoo.com.br
@ka.gdc
DESENVOLVIMENTO
Processo de mudanças complexas e interligadas das quais participam todos
os aspectos do crescimento e maturação dos aparelhos e sistemas do
organismos. (BURNS, 1999)

Envolve a reorganização de antigas habilidades ou o surgimento de


estratégias ou habilidades totalmente novas. (BEE, 1977)

É um processo contínuo de mudanças nas capacidades funcionais de um


(HAYWOOD e GETCHELL, 2004)
indivíduo.
Desenvolvimento infantil é um processo dinâmico e multidimensional que
consiste na construção, aquisição e interação de novos habilidades que
envolvem diferentes domínios (sensório-motor, cognitivo,
linguagem e social-emocional)

(BLACK, 2007; CAMARGOS et al., 2019)


2
DESENVOLVIMENTO
• Característica  multifatorial e vulnerabilidade

• Sequência ordenada, porém cada criança apresenta seu padrão


característico

• O desenvolvimento está relacionado com a idade mas não depende dela

Considerável variabilidade no processo individual ou em determinado


grupo/contexto

Adaptação e reorganização da dinâmica do Sistema Nervoso


frente aos estímulos.
Detecção
Vigilância do INTERVENÇÃO
precoce de
Desenvolvimento PRECOCE
alterações 3
GENÉTICA X AMBIENTE
FATORES INTRÍNSECOS X FATORES EXTRÍNSECOS
A grosso modo, podemos dizer que a bagagem genética e o mapa
maturacional de uma criança criam um tipo de armação, mas os
detalhes que preencherão esta armação são função da experiência
e não da hereditariedade.
(BEE, 1977)

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O desenvolvimento não se constitui por uma soma de fatores, e sim por
um processo onde os fatores relacionam-se entre si, somado ao fato de
que a interação com o meio ambiente é capaz de provocar
transformações estruturais e funcionais no SNC.

MOTOR

COGNITIVO

5
(OLIVEIRA, SALINA e ANNUNCIATO, 2001)
A criança tem o ímpeto
do movimento e da
exploração

6
As demandas do ambiente podem encorajar ou desencorajar reações
do indivíduo, influenciando diretamente o engajamento em certas
atividades que irão influenciar seu desenvolvimento.

Querer experimentar e vivenciar é fundamental


para o processo de desenvolvimento!

O interesse pelo ambiente pode ser um


guia para o desenvolvimento

X
7
MOTIVAÇÃO
Força ou energia que leva ao engajamento na tarefa ou
manutenção do envolvimento.
(LEWTHWAITE, 1990)

MOTIVAÇÃO MOTIVAÇÃO
EXTRÍNSECA INTRÍNSECA
• Terapeutas • Senso de autonomia
• Família, • Afinidade à atividade
• Amigos... • Interesse...

A extrínseca potencializa a intrínseca!! (TORRIANI-PASIN et al., 2016)


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MOTIVAÇÃO DA CRIANÇA
• Tendência a praticar uma atividade com mais
frequência e mais intensidade quando motivados
pela tarefa.

MOTIVAÇÃO E ATENÇÃO  moduladores-chave da


Neuroplasticidade

• A tarefa a ser realizada deve ter importância para a criança

• Bebês  incapazes de articular objetivos


Perguntar sobre os interesses da criança, brinquedos preferidos e os
objetivos dos pais - aumentar a motivação da família para estruturar a prática do
bebê
(KLEIM e JONES; 2008; NOVAK et al., 2016a; 2019; CRAMER et al;92011)
Assim...
Visto o quão vulnerável é o processo
de desenvolvimento infantil, ter um
ambiente rico em exploração e
oferecer oportunidade para se
movimentar pode ser uma boa
combinação de estratégias, que irão
contribuir de forma positiva para o
desenvolvimento global de crianças
inseridas em um contexto de situação
de risco ou não.

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DESENVOLVIMENTO MOTOR
Desenvolvimento Motor: mudança contínua no comportamento
motor ao longo do ciclo da vida.

 Sequência previsível, variação do ritmo de aquisições motoras

Todas as mudanças de comportamento motor observadas são


resultado necessariamente da interação de:

 FATORES INTERNOS – organismo


(ex: SNC, sistema músculo-esquelético, sensorial...)

 FATORES EXTERNOS
(ex: ambiente onde está inserida, experiências que vivencia...)
Mudanças Quantitativas
Mudanças Qualitativas
11
(GALLAHUE, OZMUN e GOODWAY, 2013)
DESENVOLVIMENTO MOTOR

PRIMEIRO Grandes modificações motoras


ANO DE VIDA em um curto período de tempo

“A habilidade de AGIR no mundo afeta todos os outros aspectos


do desenvolvimento, cada nova aquisição traz consigo um
aumento no grau de independência”.
(SLATER e LEWIS, 2002)

O desenvolvimento das habilidades motoras tem implicações


importantes para outros aspectos do desenvolvimento.

Indicador de maturidade do SNC e de bem-estar global


durante o 1° ano de vida.
(GABBARD, 2002) 12
DIFERENTES INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS

Mesma
idade
DIFERENÇAS NO
DESENVOLVIMENTO
MOTOR
Estado de saúde
semelhante
(LOPES, LIMA,TUDELLA, 2009)

Por meio dessa interação com o ambiente podemos observar que o bebê
aprende a se adaptar aos novos estímulos, retém as informações
aprendidas e usa esse conhecimento prévio para planejar ações futuras.

(GIBSON, 1998; CORBETTA, SNAPP-CHILLDS, 2009)


13
Por que eu preciso
saber/estudar
AVALIAR
Desenvolvimento
Motor??

INTERVIR

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Desenvolvimento Motor
Marcos Motores
Ponto de
Referência

Reconhecer o
padrão típico de
desenvolvimento

(Suzanne Saint-Anne Dergassies, 1980) 15


Períodos do Desenvolvimento
• Período Perinatal: até 07 dias pós-nascimento.

• Período Neonatal (Neonato ou recém-nascido/RN):


Do nascimento até 28 dias pós-nascimento.

• Infância:
Lactente: 29 dias a 2 anos.
Pré-escolar: 2 anos a 5 anos.
Escolar: 5 anos a 10 anos.

• Adolescência:
10 a 12-14 anos até
18-20 anos.
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DESENVOLVIMENTO MOTOR
No primeiro ano de vida do lactente desenvolvem-se
habilidades motoras básicas.
• Estabilizadoras
(controle de cabeça e tronco, permanecer sentado e em pé)

• Locomotoras
(rastejar, engatinhar e andar)

• Manipulativas
(alcance e preensão)
(GALLAHUE e OZMUN, 2005)

Sequência previsível, universal e não linear


Há ganhos na QUANTIDADE E QUALIDADE das habilidades motoras
 no decorrer do tempo são refinadas 17
CONSTRUÇÃO DO MOVIMENTO...

18
19
Considerações...
• Durante o primeiro ano, o bebê prepara o esqueleto para a vida

• Movimento os músculos são alongados e ativados


 Necessário equilíbrio entre concêntrico e excêntrico
ativar (concêntrico) e controlar (músculos em alongamento/excêntrico)

SINERGIAS

• A extensão é o primeiro componente de movimento a se desenvolver

• Flexores e extensores são interdependentes

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Planos de
Movimentos

RN até 3m  PLANO SAGITAL


3 aos 5m  PLANO FRONTAL
depois  PLANO TRANSVERSO
21
RECÉM-NASCIDO Mãos fechadas e
oponência do polegar
 Completa dependência do adulto ATENÇÃO!

 Tônus muscular
– hipertonia flexora fisiológica dos membros
– hipotonia fisiológica do eixo corporal ou axial

 Movimentos espontâneos

 Reflexos Primitivos

Reação de procura/busca: estimula cabeça a virar para o lado


 Começa a mobilidade da coluna 

Reflexo elo inicial entre o organismo e o ambiente

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RECÉM-NASCIDO

Supino

- MMSS e II fletidos, mãos fechadas, cabeça lateralizada.


- Movimentos espontâneos em diferentes planos, amplitudes,
velocidades
- VARIABILIDADE -
23
RECÉM-NASCIDO

Prono
- MMSS fletidos e aduzidos junto ao tronco
- Ombro em ext + RI + adução
- MMII abdução + tríplice flexão sob o quadril
Cabeça: ponto de estabilidade – CENTRO DE GRAVIDADE
Muito peso em tronco superior, quadril alto
Apoio no antebraço, cotovelo atrás do ombro.

Cabeça vira, liberar vias aéreas


Primeiro componente de movimento contra a gravidade
(desenvolvimento da força de extensão)
 ... e por consequência alonga os flexores 24
RECÉM-NASCIDO

25
As mudanças são rápidas 1 mês
porque o bebê se move muito!

• Inicia diminuição do tônus flexor (gravidade)


• Mais alerta, começa a se adaptar ao ambiente, mais extensão
e mais mobilidade
• Percebe sons
• Movimentos aleatórios nas extremidades
• Senta em “C”
• Pelve em retroversão
• Chutes aleatórios
Final do 1m – início 2m
RTCA

26
Inicia ativação
assimétrica rombóide 2 meses
e médio trapézio
 ESCÁPULA ASSIMETRIAS
• Ação da gravidade  mais extensão em prono, extensores mais
fortes e flexores mais alongados
• Roda horizontalmente a cabeça com facilidade
- Raramente para em LM
• Chutes bilateral
• RTCA mais evidente
 LOCALIZAR OBJETOS

27
2 meses
Prono
O ponto de apoio começa a descer para parte superior do tronco
facilitando elevação da cabeça
 Quadril mais baixo

• Inicia ativação extensores de tronco e quadril


 descarga de peso começa a descer

• Eleva cabeça a 45 graus Senta em C, porém menos


28
Habilidades
importantes!!! 3 meses

TRANSIÇÃO DA ASSIMETRIA PARA SIMETRIA


• Equilíbrio entre extensores e flexores de pescoço
 CONTROLE DE CABEÇA - LINHA MÉDIA
Chin-Tuck

• Maior extensão antigravitária

• RTCA desaparecendo

Pés juntos
• Mãos: - corpo
- segura brinquedos quando colocado em sua mão
(não tem mais reflexo de preensão) 29
3 meses
Prono
Se eleva sobre os antebraços, mais extensão de tronco, cotovelos
alinhados com ombros, quadril mais baixo.

• Menos cifose  pelve começa a se anteriorizar (anteversão


pélvica)

• Começa lordose lombar

• Manobra de incorporação: cabeça acompanha o tronco

Trabalho do abdômen

30
O Primeiro Trimestre (1° - 3°mês)

Plano sagital  flexão e extensão


 Adquire controle cefálico:
–Em prono faz extensão do pescoço com apoio dos MMSS
–Manobra de incorporação: cabeça acompanha o tronco

 Sentado com apoio externo: flexão anterior do tronco

 Sorriso verdadeiro → acompanhado de olhar intenso

ATIVAÇÃO INTEGRADA ENTRE FLEXORES


E EXTENSORES CERVICAIS
31
O Primeiro Trimestre (1° - 3°mês)

 Tônus muscular
– Hipotonia fisiológica axial menos acentuada
– Hipertonia flexora fisiológica membros menos acentuada

 Predomínio da Postura Flexora  menos acentuada

 Reflexos Primitivos presentes


(a maioria desaparece no final deste período)

 Função visuomotora – controle de cabeça  LM  olho-mão


– Desenvolvimento da visão
– Movimentos espontâneos dos MMSS
– Conhecimento do próprio corpo
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O Primeiro Trimestre de Vida (1° - 3°mês)

33
4 meses
Não pode mais ter assimetrias!

De RN aos 4m - mudança de padrão postural


• Manutenção da cabeça em LM nas diferentes posturas

Supino:
Junta mãos e leva a boca, toca tronco e joelhos
Mãos no joelho  abdominais  encaixe do queixo
Pode rolar para o lado em bloco (acidentalmente)

feedback proprioceptivo, tátil, vestibular e visual


• Chute bilateral  ante/retroversão de pelve, excêntrico e concêntrico de
abdominais e extensores lombares
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SIMETRIA
(4m)

35
4 meses
Supino
• Passa para DL

• Não rola para prono - flexão de quadril não permite


 só ira acontecer por volta do 6º mês

• Com mobile: faz flexão total simultaneamente  agarrar com mãos e pés
(pescoço, tronco e MM  flexão total  CONTROLE PLANO SAGITAL)
• Pode fazer flexão de ombro a 100º

Sentado com apoio


 Controle da cabeça e move em todas as direções, ombro alinhado com o
quadril, base ampla, quadril rodado extern., coxas e pernas tocam o solo

36
4 meses
Prono
 CG transfere-se para a cintura pélvica
 Apoia no antebraço e explora o ambiente visualmente. Cotovelos
alinhados com os ombros ou um pouco a frente (+- 110), cabeça a 90º
 Úmero vai rodando externamente
 Falta equilíbrio e estabilidade nessa posição, pode rolar ocasionalmente
para supino - se elevar MS
 Prono/supinação antebraço 
Seleção de grupos musculares – REFINAMENTO
Uso das mãos para explorar brinquedos – preensão voluntária
37
Prono – 2m

Prono – 4m

38
5 meses

• Controle funcional da cabeça completo

• Pé na boca: sensorial • Senta com apoio em anel


alongamento
• Inicia reação de proteção
mobilização anterior

• Início do pivoteio em prono

• Tudo leva a boca


Final do 5m
Concêntrico X excêntrico
• Gosta de espelhos Plano frontal
39
5 meses
“Nadador”
• Extensão completa

40
6 meses

• Controle de força de flexão contra a gravidade em supino completo

• Mantem todas as extremidades estendidas no espaço acima do tronco

• Rolar completo: supino para prono com dissociação (pelve sobre


ombros e ombros sobre pelve)

41
6 meses

• Prono: apoia cada vez mais cotovelo,


libera antebraço e mão para explorar *Empurrar mesa

Adução escapular  extensão estabilidade dos MMSS

• Prono: muita flexão lateral do tronco

Sentado:
 Reação de proteção completa anterior e inicia para os lados
 Usa os MMSS para apoiar, tronco anteriorizado,
MMII abdução, base ampla
 Seletivo, busca o que interessa

42
O Segundo Trimestre (4° - 6° mês)

 Preensão Palmar voluntária

 Início dos movimentos voluntários de fato

 Controle de pescoço e tronco

 ↑ Ângulo poplíteo (aos 6m atinge 180º)

 Dos 3 aos 6m somam-se aos movimentos no plano sagital, os de


adu/abdu e inclinação lateral (plano frontal)
 a partir dos 6m surge a rotação (plano transverso)

Final do 5m  controle total dos extensores


Final do 6m  controle total dos flexores
44
O Segundo Trimestre (4° - 6° mês)

Funções motoras:
 Prono: extensão do tronco com apoio mãos, arrastar
 Rolar: supino para prono / prono para supino
(até 4 ou 5m pode “cair” para o lado – a partir dos 6m  rolar dissociado)
 Puxado para sentar: participa ativamente, cabeça acompanha tronco
durante todo movimento.
 Sentar com apoio: retificação do tronco
 Sentado sem apoio: fica brevemente sentado com mãos apoiando
anteriormente
 Em pé com apoio: sustenta momentaneamente o peso do corpo (bebê
saltador)
*mãos livres  introdução alimentar 45
O Segundo Trimestre de Vida (4° - 6° mês)

46
7 meses

• Se movimenta em todos os planos


• Supino: pega coisas acima da cabeça
• Prono: fica em gato com base muito alargada,
tenta engatinhar
• Sentado: reação de proteção para os lados muito boa
• Início do long sit
• Passa objetos de uma mão para outra - adoram objetos em
movimento
• Algumas vezes podem se puxar para de pé

47
7 meses

• Transição de sentado para 4 apoios


ALFAIATE

Pelve baixa, quadril em ampla abdução,


ligamentos e articulações em mobilização

Movimento do tronco
sobre a pelve
48
8 meses

• Explora o meio, passa por muitas posturas,

não fica muito tempo em uma só

 Refinamento das transferências posturais

• Muita facilidade no gato e engatinhar

• Puxam-se para em pé

• Inicia semi-ajoelhado com apoio (muito instável)

• Sentado faz muita rotação de tronco, base de apoio menor

• Em pé fica com apoio, porém muito instável

49
9 meses

• Raramente fica em supino

• Gosta de desafios

• Voltado para exploração do ambiente

• Pode ficar de urso

• Engatinha com mais rapidez

• Transferência rápida: supino - prono – gato

50
9 meses

Escala tudo!

 Para escalar precisa deslocar peso do corpo fazendo alternância


de um hemicorpo para o outro
 Dissociação intra e inter membros

Vem do: chutar, levar um pé na boca e arrastar

• Pode iniciar marcha lateral, base alargada, segurando nos móveis


• Cai e levanta
51
9 meses

• Faz força para puxar-se para em pé


• Usa muito os MMSS como apoio
• Sentam sobre os calcanhares

Mobiliza joelho, tornozelo e pé


(flexão plantar e supinação)
Pés e pernas recebem grande estímulo
sensorial (tátil, pressão, propriocepção)
e descarga de peso de todo corpo

Prepara para o
sentado de lado
52
9 meses

• Senta independente, ombros alinhados com quadril


• Sentado brinca com ante/retro de pelve
LORDOSE LOMBAR
• Em pé com apoio mais alinhado
• Inicia marcha lateral muito primitiva
Muita ADM
• Começar a pegar coisas no chão com apoio
 Cócoras

53
O Terceiro Trimestre (7° - 9° mês)

FASE DAS GRANDES FUNÇÕES MOTORAS


 Prono/Supino: permanece por pouco tempo
 Rola ativamente, passa p/ sentar, gato
 Puxado para sentar: participa ativa e rapidamente dessa manobra,
pode passar para posição em pé.
 Sentado: se mantém verticalizado, faz inclinações e rotações de
tronco
 Pode passar de Sentado para Gato e vice-versa
 Pode engatinhar
 Em pé com apoio: sustenta o peso do corpo em pé, pode ou
não trocar passos

VARIABILIDADE DE MOVIMENTOS
54
O Terceiro Trimestre (7° - 9° mês)

55
10 meses

• Todas as habilidades vão sendo mais


controladas e refinadas

• Engatinhar e urso rápidos

• Aponta com o indicador, bate palma, faz tchau

• Põe um objeto dentro do outro

56
10 meses

• Controle do semi-ajoelhado para em pé


• Transferência de ajoelhado, semi-ajoelhado
• Em pé, marcha lateral com base menos alargada

57
11 meses

• Todas as transferências sem apoio


• Escalar mais fácil (glúteos fortes)
• Marcha lateral completa
• Inicia passos para frete com apoio e pode arriscar sem apoio

• Primeiros passos - inseguros


 Flexão plantar, base alargada,
passos largos e curtos
 MMSS em guarda alta, braços abd,
adução de escápulas, cotovelos semiflexão 58
12 meses

• Todas as transferências posturais completas sem apoio


• Inicia noção de altura e profundidade
• Empilha objetos
• Começa a associar função a objetos e identificar partes do corpo
• Pode anda sem apoio, base menos alargada, guarda menos alta

• Consegue agachar e voltar


para em pé - brinca de cócoras
(MMII fortes)

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Engatinhar X Andar

Karen Adolph

• Diferença no campo visual


• Informações proprioceptivas, percepção do mundo e dos pares
• Velocidade de deslocamento
O Quarto Trimestre (10°- 12° mês)

 Força nos MMII:


- Garante a manutenção da postura em pé e seu deslocamento

 Sinergia Pés-Mãos:
- Perfeita colaboração da capacidade de
sustentação dos MMII com a capacidade
funcional dos MMSS

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O Quarto Trimestre (10°- 12° mês)

Funções motoras:
 Levanta-se apoiando nos móveis
 Agacha-se e levanta-se com apoio
 Anda com apoio para a lateral
 Faz rotações do tronco em pé
 Cruza de um móvel para outro
 Pode permanecer em pé sem apoio
 Pode andar sem apoio
(10 – 18 meses)
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O Quarto Trimestre de Vida (10°- 12° mês)

63
64
Bebês de Risco

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BEBÊS DE RISCO
Quem são os Bebês de Risco?

São os bebês que passam por alguma dificuldade


ANTES, DURANTE e/ou APÓS o parto.

Faz com que tenham possibilidades de alterações


neuromotoras ou desvios no desenvolvimento.

66
BEBÊS DE RISCO

FATORES DE RISCO: aspectos do comportamento social, estilo de vida,


ambiente e características congênitas ou hereditárias que, com base nas
evidências, estão associados com condições de saúde importantes a
serem prevenidas. (MeSH, 2016)

Fatores presentes na vida intrauterina ou extrauterina que podem


interferir negativamente no processo do desenvolvimento e
acarretar dificuldades para a criança atingir a plenitude de suas
capacidades.

FATORES QUE OFERECEM


INFLUÊNCIA NEGATIVA PARA O
DESENVOLVIMENTO 67
FATORES DE RISCO

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO
Capacidade de pensar, aprender, lembrar, relacionar e articular ideias apropriadas
a idade e ao nível de maturidade.

 Estima-se que 39% das cças no mundo com menos de 5 anos de idade não
atingem esse potencial. (GRANTHAM-MCGREGOR et al. 2007)

Justificativa:
•Condições desfavoráveis precoces (até os 24m) podem prejudicar o
desenvolvimento normal do cérebro
•Ausência no estímulo no ambiente domiciliar
•Falta de energia disponível para a atividade cerebral
68
FATORES DE RISCO

Risco Biológico

Risco Estabelecido

Risco Ambiental/Psicossocial

69
FATORES DE RISCO

Riscos Biológicos:
• Prematuridade
• Baixo peso ao nascer
Tem alta probabilidade
• APGAR < 6 no 5º minuto de sofrer lesão cerebral e
posteriormente receber
• Sepse e anormalidades bioquímicas
diagnósticos, como de
• Convulsão recorrente Paralisia Cerebral ou
outro tipo de transtorno
• Infecções
do desenvolvimento
• Asfixia perinatal
• Hemorragia intraventricular
• Distúrbios bioquímicos e hematológicos

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FATORES DE RISCO

Riscos Estabelecidos

• Hidro e Microcefalia
• Anormalidades cromossômicas e musculoesqueléticas
• Malformações congênitas
• Lesão no plexo braquial
• Mielodisplasias
• Miopatias congênitas e distrofias
• PARALISIA CEREBRAL

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FATORES DE RISCO
Riscos Ambientais e Psicossociais
• Uso materno de drogas /álcool
 Eventos ou condições fora do indivíduo
• Cuidadores usuários de drogas/álcool  Experiências relacionadas com a vida
em família ou em sociedade
• Idade materna (<17 anos)
 Exposição à vulnerabilidade
• Grau de instrução dos familiares
• Desvantagem socioeconômica - condições financeiras escassas ou
desfavoráveis (local onde reside, presença de brinquedos/estímulo)
• Precariedade de higiene, saneamento básico
• Exposição à violência (domestica, física, sexual, psicológica, exposição à
conjugal, negligencia)
• Instituições
AFETO, CARINHO E INTERAÇÃO
COM A FAMÍLIA 72
https://domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=712844

FATORES DE RISCO
Riscos Ambientais e Psicossociais
POBREZA EXTREMA

 Considerada um dos fatores de risco


psicossociais/ambientais mais impactantes
no desenvolvimento infantil.

 Aumenta a probabilidade de exposição da criança a múltiplas adversidades,


incluindo estresse familiar, abuso ou negligencia infantil, insegurança alimentar,
falta de higiene, exposição a violência, que muitas vezes são agravadas por
morarem em comunidades com recursos limitados.

(BLACK e HURLEY, 2016)


73
FATORES DE RISCO

Riscos Ambientais e Psicossociais

Adversidades significativas enfrentadas precocemente na


infância podem ocasionar perturbações fisiológicas e/ou
biológicas que causariam prejuízos no desenvolvimento de
sistemas no corpo humano.
Esses danos estariam relacionados com uma resposta de
estresse intensa e prolongada, denominada ESTRESSE TÓXICO.

(Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância, 2014)

74
2016

75
ALTERAÇÕES
NEUROMOTORAS

MOVIMENTOS ATÍPICOS
De onde vem os movimentos atípicos?

Eles vem dos


desequilíbrios
musculares
Alterações no
sistema neuromotor /
músculo-esquelético
Ajustes biomecânicos

Movimentos posturas e
compensatórios movimentação
inadequados
Bloqueio Cervical - Rotação
*Respiração
*Deglutição
Ativação assimétrica/inadequada dos flexores
cervical  Rotação de cabeça permanente

Rotação/desalinhamento
coluna  quadril

CONSEQUÊNCIAS
Influencia cabeça na linha média, na convergência visual, no uso bilateral das
mãos, déficit na exploração corporal, coordenação mão-boca, escoliose e
luxação de quadril
Bloqueio Cervical - Hiperextensão

flexão cervical não se desenvolve

Elevação dos ombros  estabilizar a cabeça


COMPENSAÇÃO

CONSEQUÊNCIAS
Compromete o uso dos MMSS, boca aberta, anteriorização da mandíbula,
visual, tátil e vestibular, cifose
O comprometimento segue:
CONTROLE
CEFÁLICO Céfalo-caudal
e Próximo-distal

CONTROLE DA
CINTURA O controle de cabeça
ESCAPULAR
influencia controle de
tronco!

FUNÇÃO DE
MMSS
Bloqueio Pélvico * Apoio dos pés
* Fazer mudança de
postura sem apoio

- Diminuição de mobilidadde Fraqueza de


pélvico-femoral DESEQUILÍBRIO entre: abdominais
- Fraqueza estabilizadores de - flexão, abdução e
quadril rotação externa
- Encurtamento flexores de - extensão, adução e
quadril e de joelho, adutores rotação interna anteversão e
quadril - ante e retroversão hiperlordose
lombares

COMPENSAÇÕES
Supino: posição de abandono
Prono: frog legs  transferência de peso e trocas posturais comprometidas
Gato : hiperlordose lombar e abdução de quadril
Desalinhamentos em joelho e em pé.
“W”: retroversão pélvica  sequência de desalinhamentos
https://pathways.org/
85
86
87
https://pathways.org/
2021

89
No Brasil, foram adaptadas como o ABCDE da IP:
A • Crie um AMBIENTE estimulador

B • Use práticas baseadas em EVIDÊNCIAS

C • Comece CEDO

D • Realize DIARIAMENTE

E • Estimule a EXPLORAÇÃO ativa

90
Vamos falar sobre
atividades práticas?

91
Orientações necessárias para a
família...
Postura para dormir – períodos prolongados na mesma postura
Momento do banho
Alimentação
Conversas e brincadeiras
Como carregar o bebê/criança no colo
Manuseios do dia a dia
Enriquecimento ambiental – “de onde vem o estímulo?”

92
Abordagem Prática
As mãos do terapeuta
• Firmes, mas não devem causar desconforto

• Maior contato possível com a pele do paciente

• Iniciar, conter movimento, facilitar transferência de peso

• Direcionar o movimento, articulações, seguimentos ou músculos

• Estabilizar o proximal para dar função ao distal

• Alinhar e estabilizar!!!

93
Abordagem Prática
As mãos do terapeuta
• Menor controle proximal  mãos mais próximas da região axial
(tronco, cinturas)

• Maior controle proximal  mãos mais distais

Quando o paciente adquire mais controle, as mãos devem diminuir o


apoio, permitindo ao mesmo ser mais ativo

• Paciente deve participar da atividade

• Dar tempo para o paciente responder ao estímulo

94
MANUSEIOS TERAPÊUTICOS
PARA O BEBÊ
Devem incluir:
 Alinhamento de ombros e pelve (+ membros + cabeça)
 Movimento mão-boca, mão-linha média
 Movimento dos membros contra a gravidade
 Manutenção momentânea da cabeça contra a gravidade

95
MANUSEIOS TERAPÊUTICOS
PARA O BEBÊ

 Formas de segurar o bebê no colo


 Colocando na maca
 Transferências posturais fragmentadas
 Mobilização articular e dissociação
 Mudança de decúbitos com transferência de peso
 Estimulação vestibular: embalar o bebê lateral ou
ântero-posteriormente
QUANDO
ACORDADO E
SOB
SUPERVISÃO!!

97
98
Diferentes
possibilidades
para Tummy
Time...

99
ESTRATÉGIAS PARA TUMMY TIME
PRONO

•Sobre a perna
•Sobre almofada de amamentação
•Sobre o peito
•No colo
COORDENAÇÃO VISUOCEFÁLICA

101
COORDENAÇÃO ÁUDIOCEFÁLICA

102
ALCANCE MANUAL

103
ESTRATÉGIAS PARA
DECÚBITO LATERAL

Brincar de lado

• Descarga de lado
• Membros linha média
• Convergência visual
ESTRATÉGIAS PARA
O ROLAR

• “canoinha”
• Com tecido
• Facilitações
 Pontos-chave

105
Utilizando a perna do terapeuta
(ou rolo pequeno)

• Mobilização
• Transferências
• Como obstáculo (gato e em pé)
Vivência
Posturas e transferências posturais
• Prono  descarga em MMSS
• Sentado:
- anel/borboleta
- long sit
- sentado no calcanhar
- side sit
- alfaiate
• Gato
• Ajoelhado, Semi-ajoelhado  em pé 107
Fundação Maria
Cecília Souto
Vidigal
109
110
Desenvolvimento Motor Típico
Alterações e Tratamentos

OBRIGADA!!

Ft. Me. Karina Goulart de Camargo


ka_gdc@yahoo.com.br
@ka.gdc

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