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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 36
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL
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simples aos mais complexos.
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- Linguagem
- Emocional-social.
• ETAPA SENSÓRIO-MOTORA
Estende-se do nascimento até aos 24 meses, esta fase começa com o exercício
dos reflexos e finda quando a criança adquire a representação mental das ações dos
objetos.
Caracteriza-se então, conforme RAMOS, pelo uso dos sentidos e dos
movimentos da criança sobre o ambiente, necessitando para isto a presença dos ditos
estímulos. E mediante a interação da criança com o meio que ela vai construindo,
progressivamente, os esquemas de ação básica, os quais no início são rudimentares e
isolados e passam gradualmente pelo processo de generalização, diferenciação e
coordenação. De fato, é como a repetição das ações sobre o objetivo que os esquemas
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vão se consolidando: e assim que, para reafirmar a sucção, a criança a realiza reiteradas
vezes nos vários objetos, e as vai diferenciando. Não sugará da mesma maneira aquilo
que alimenta, daquilo que não alimenta (diferenciação) e também aplicará o esquema a
novos objetos sujeitos a sucção ( generelização). Posteriormente irá relacionando a
sucção com apreensão (coordenação). Neste momento, o estimulo tende a ser percebido
na sua totalidade, como também as qualidades relacionadas com o mesmo. (RAMOS,
1992)
Assim, a medida que a criança constrói a ideia do objetivo como possuindo
certos atributos, descobre os objetivos como sendo diferentes de outros.
A mobilização do corpo que está adquirido permite novos avanços – a posição
de sentar facilita uma perspectiva diferente dos objetos e o deslocamento permite a
exploração do espaço que rodeia a criança.
A etapa sensório-motora evolui por uma sequência de estágios citados por
RAMOS:
- Exercícios dos Reflexos: este estágio vai do nascimento até cerca de um
mês de idade. Consiste na repetição dos reflexos chamados funcionais, que se
modificam a medida que são ativados e passam a se transformar em ação voluntária.
- Reações Circulares Secundárias: neste estágios que vai do quarto até
cerca do oitavo mês, a criança coordena dois ou mais esquemas adquiridos
anteriormente, para alcançar um determinado objetivo. Ao ver um estímulo atrativo
colocado após uma almofada, melhor dizendo, um obstáculo que se interpõe entre este e
a criança, esta para agarrá-lo, golpeará a almofada várias vezes com a finalidade de
afastá-la do caminho. Desta maneira, coordenará os esquemas de golpear e agarrar o
objeto, tendo como meta alcançá-lo. No estágio anterior, contudo, não apresentava este
comportamento: naquele momento, mesmo que tivesse golpeado uma almofada
esqueceria o objeto.
- Coordenação de Esquemas Secundários: neste estágio, que se prolonga
dos oito aos doze meses aproximadamente, a criança repete as ações, mas agora utiliza
estímulos do mundo exterior para sentir o efeito resultante de sua atuação sobre os
mesmos. Assim, atira repetidamente um brinquedo fora do “ chiqueirinho” e o faz pelos
resultados que possa obter desta atividade. Descobre a relação de causa e efeito por
acidente, apesar de que sua conduta tem agora um objetivo (coisa que não tinha antes)
estabelecendo por causalidade.
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- Reações Circulares Terciárias: estágio que se estende por um período que
vai dos doze aos dezoito meses, aproximadamente, e se caracteriza pelo fato de a
criança utilizar esquemas de assimilação conhecidos, mas coordenando meios e fins de
modo individual. Assim, ela atirará várias vezes o brinquedo fora do “chiqueiro”, mas
de maneiras diferentes. Não repetirá a ação exatamente igual à que realizou antes, mas a
modificará dando a impressão de que quer averiguar as propriedades do brinquedo.
(RAMOS, 1992)
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constitui as bases de todo o crescimento posterior. Trata-se de uma etapa de grande
vulnerabilidade, já que a criança, no primeiro ano de vida, é muito sensível as doenças e
ocorrem mudanças rápidas e determinantes. O tamanho do corpo aumenta mais de um
terço daquele que a criança tinha ao nascer; o peso também se triplica, a cabeça e o
sistema neurológico, muscular e a estrutura óssea crescem de maneira considerável. Os
músculos grandes se desenvolvem com maior intensidade do que os finos (pequenos), o
que permite à criança adquirir gradualmente o controle do pescoço, tronco e pernas.
Tudo isso determina melhor agilidade dos movimentos corporais e a participação mais
ativa da criança no meio ambiente.
As funções do organismo, como as do sono e da alimentação evoluem
notavelmente neste período. É assim que as horas do sono vão diminuindo
gradualmente: o recém-nascido dorme oitenta por cento do seu tempo, e à medida que
vai crescendo permanece acordado durante períodos mais prolongados e assim
adquirindo sua própria rotina. Posteriormente, passa a dormir de dez a doze horas
durante a noite e faz algum período de cochilo durante o dia, mantendo-se acordado
muitas horas. Ao se prolongar a vigília, as respostas aos estímulos tornam-se mais
estáveis. Com relação à alimentação, esta começa sendo liquida nos primeiros meses e
vai se incorporando posteriormente comida sólida fez dentro de horário com lapsos
mais distanciados. Tudo o que permite estabelecer o ritmo nas ditas funções conhecidas
pelo relógio biológico. (RAMOS, 1992)
Desta forma, percebe-se como o primeiro ano de vida requer atenção especial,
visto que desenvolve cuidado com nutrição, higiene, saúde e vinculação afetiva e
estável por parte dos adultos para com a criança. Do contrário o ritmo do crescimento
pode se desacelerar.
- Segunda etapa: o crescimento é lento, indo do primeiro até o terceiro ano
de vida.
Esta etapa se caracteriza, como o próprio nome a define, por aquisições menores
do que as adquiridas no primeiro ano de vida. O crescimento na altura, peso e
circunferência da cabeça se faz cada vez mais lento. Apesar disso, a criança pode
alcançar aos três anos a metade da estatura de quando seja adulto, ganhando em altura
uns doze centímetros no segundo ano e uns sete no terceiro ano de vida. Quadruplica-se
aos dois anos a circunferência craniana; de uns trinta e cinco centímetros ao nascer,
alcança uns 50 centímetros aos dois anos e uns 51 aos três. Quer dizer, aos dois anos a
cabeça da criança alcança uns oitenta e sete por cento da circunferência da que terá
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quando for adulta.
É interessante assimilar que a criança nesta etapa o desenvolvimento de
determinadas funções dos órgãos e sistemas, como gênito-urinário e o digestivo. Estas
últimas com a presença da primeira dentição dão lugar a novos hábitos de alimentação.
As mudanças no aparelho urinário são de importância para os fins do controle dos
esfíncteres esperado para esta fase evolutiva da criança. A capacidade para sentir a
bexiga cheia e a de poder reter a urina por algum tempo, auxiliar a criança na aquisição
dos hábitos referidos.
A dentição primária (dente de leite) se completa ao redor dos dois anos e meio,
e está composta por vinte peças. Devido as variações normais na erupção dental, ela não
é um bom elemento de juízo para avaliar o desenvolvimento físico como é o progresso
em altura, peso e circunferência craniana. A formação e calcificação normal dos dentes
depende de uma dieta adequada em proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas (
especialmente C e D), sendo mais resistentes as cáries quando há administração
adequada de flúor. As deficiências nutricionais, doenças prolongadas e certos
medicamentos, especialmente alguns antibióticos, podem interferir na calcificação dos
dentes primários e também dos permanentes. (RAMOS, 1992)
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abordamos a seguir:
- Primeira etapa: o ritmo é acelerado, indo do nascimento até os dois anos
de idade.
Neste período, a criança desenvolve sua motricidade, partindo das
reações reflexas iniciais, ao mesmo tempo generalizando até chegar a movimentos
intencionais, mas controlados e um tanto específicos. Destas aquisições se destacam
aquelas de maior significação que aparecem nos momentos sucessivos do
desenvolvimento desta etapa.
Durante os primeiros quatro meses ela manifesta um progressivo controle do
corpo, quer dizer, primeiro mantém a cabeça firme chegando até a posição ereta, depois
passa para o controle do tronco para chegar, ao 4º meses, a sentar-se com apoio. As
pernas vão adquirindo maior fortalecimento: ao levantar a criança pelas axilas, ela pode
ficar em pé com certa segurança, numa superfície firme. Da mesma maneira, vai
começando a controlar os braços e mãos; ao mostrar-lhe um objetivo atrativo agita os
braços e as mãos na intenção de segurá-lo; depois apanhará, desde que colocado
próximo dela.
Posteriormente, do quarto ao oitavo mês aproximadamente, seus movimentos
vão tendo mais amplitude e precisão, o que lhe facilitará sentar-se com o auxilio de suas
mãos e ao debruçar-se poder arrastar-se intencionalmente. Ao final destes meses
consegue flexionar os braços e pernas para realizar o ato de gatinhar, e tentar ficar de pé
apoiando-se em móveis. Estes ganhos lhe auxiliam a explorar o ambiente que a rodeia.
Ao mesmo tempo, denota-se progresso no uso das mãos. A princípio as utiliza em
forma de concha e pouco a pouco vai diferenciando este movimento; começa a
empregar o dedo indicador para apontar e o polegar junto com o dedo médio estacados e
abertos, para dar passo ao movimento inicial de pinça, como forma de agarrar as coisas
com alguma precisão.
A partir do oitavo mês, espera-se que a criança se sente sozinha por tempo
indefinido, mantendo-se em equilíbrio estável quando se inclina para frente ou para os
lados; e também passe facilmente ao engatinhar quando quer se deslocar para alcançar
um estímulo que esteja distante dela.
Ao finalizar o primeiro ano, começa uma fase muito importante no seu
desenvolvimento motor, como a de manter-se em pé e tentar dar os primeiros passos,
utilizando-se de apoios, e também o de subir e descer escadas engatinhando. Aparece o
movimento de pinça mais especifico, o que permite agarrar com precisão as coisas ou
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brinquedos pequenos.
O período compreendido entre um e dois anos caracteriza-se pela aquisição do
andar primeiro com auxílio e mais tarde sozinha. No início, esses progressos não são
seguros, mas posteriormente, a criança vai conseguindo maior precisão, equilíbrio,
flexibilidade e coordenação nos movimentos de todo o corpo; pode correr facilmente
embora não tenha adquirido ainda habilidade para deter-se devidamente; agachar-se
dobrando a cintura; sobe e desce escadas, mas pondo ambos os pés em cada degrau e
utilizando o corrimão como apoio; dar ponta pé na bola e inclusive pode atirá-la em
uma cesta. Ao mesmo tempo, ganha grande precisão em seus dedos, é capaz de apertar
soltar e agarrar objetos pequenos, empregando coordenadamente as pontas dos dedos; é
capaz de apertar, soltar e agarrar objetos pequenos, empregando coordenadamente as
pontas dos dedos do indicador e do polegar. Estes avanços a ajudam a explorar mais
livremente o espaço que a rodeia e também os objetivos nele contidos.
Ao finalizar este período, a criança caminha, corre, sobe e empurra objetos
grandes pondo à prova seu equilíbrio corporal, seus movimentos grossos e se inicia o
uso dos membros de forma diferenciada. (RAMOS, 1992)
- Segunda etapa: Ritmo lento (2 a 3 anos de idade)
Os movimentos da criança evoluem para ajustes mais complicados. A criança
começa a desenvolver habilidades de maior coordenação. (RAMOS, 1992)
• ÁREA DA LINGUAGEM
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no processo evolutivo infantil: a de servir como instrumento de pensamento e como
meio de comunicação. Isto quer dizer que através da linguagem, a criança expressa o
que sente e pensa e também estabelece contato com o demais, desde que lhe sejam
oferecidos oportunidades de uma aprendizagem ativa que satisfaça suas necessidades de
compreensão, expressão e interrelação. (RAMOS, 1992)
- Primeira etapa: A Pré-linguagem
Tendo início no primeiro mês de vida e terminando no final do primeiro ano a
etapa da pré-linguagem é um período em que a
principal manifestação da criança é o choro. A
medida que o tempo passa, a mãe consegue
diferenciar as diferentes funções por que o bebe chora
e pode então atender bem o bebe ao passo que
estabelece com ele um vínculo de comunicação.
O processo da emissão de sons é similar ao choro: no princípio são espontâneos
e isolados, respondem a estados desagradáveis ou a necessidades insatisfeitas. Pouco a
pouco, a vinculação com os adultos que cuidam da criança, principalmente com a mãe,
leva-la perceber que através dos sons pode se comunicar. Desta forma vai aperfeiçoando
suas primeiras vocalizações, com base nas experiências de escutar e imitar os sons dos
demais, e mais tarde, vai experimentar o prazer de ouvir a si mesma. Assim é como se
realiza o processo da reação circular secundária, mediante o exercício na emissão e
repetição de sons, por causa do efeito que os mesmos causam, o que paulatinamente se
transformam em vocalizações. (RAMOS, 1992)
Assim a criança passa a fazer progressos (arrulhos, gorjeios e gargalhadas) e os
sons passam a construir uma grande variedade, incluindo até mesmo algumas
consoantes que por fim se transformam em balbucio e lalação.
Tais sons indicam que a criança está desenvolvendo seu repertório fonético,
passando posteriormente a se esforçar para imprimir um significado próprio tanto ao
que ouve como ao que expressa.
Ainda pode-se observar como neste período a criança consegue detectar sons e
tratar de localizá-los, desenvolver a retroalimentação auditiva, aprender que o som e
usado para se comunicar, aprender que os sons têm significação e iniciar o
desenvolvimento da linguagem oral.
- Segunda etapa: Primeira linguagem
Tem início ao redor do 10º, ao 15º, mês de idade, com o aparecimento das
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primeiras palavras com sentido próprio. São construídos inicialmente por uma só sílaba
duplicada (mama, papa, etc.) e, posteriormente, pela união de certas silabas diferentes,
cujo progresso dependerá da estimulação das pessoas de seu convívio: A criança
começa a associar as palavras que designam objetos e ações, dando origem as palavras-
frases caracterizadas pela união de dois substantivos associados (“água-nenê”
significando, “nenê quer água”, sentidos para a criança e se formam cada vez mais, a
medida que sua experiência aumenta em função do contato com as pessoas que lhe
falaram. (RAMOS, 1992)
Enfatiza-se ainda, que a linguagem com significados evolui gradualmente
dependendo dos progressos que a criança alcança na expressão verbal e no
desenvolvimento da representação mental dos objetos e ações: das palavras-frases, a
criança vai perfilando a organização de frases com seus componentes essenciais, como
também passa a adquirir um maior numero de termos, mais elaborados e melhor
pronunciados. A criança nestas fases iniciais, ainda tem dificuldade de usar artigos,
preposições, conjunções e mesmo de empregar adequadamente tempos dos verbos. Sua
pronúncia ainda não é correta. Neste processo é importante a estimulação coloquial das
pessoas com que convive, sobretudo dos modelos verbais simplificados que empregam
na conversação com ela. É necessário considerar também que a linguagem que a criança
utiliza na primeira infância, é egocêntrica, isto é, ela fala de suas próprias experiências,
sem considerar ainda as do outro. (RAMOS, 1992)
• ÁREA SÓCIO-EMOCIONAL
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sentir-se protegido, possibilitando, assim, o desenvolvimento nele do sentido de
confiança básica. Em contrapartida, quando estas necessidades não são satisfeitas
adequadamente, ele sentirá seu ambiente como frustrante e ameaçador, dificultando
assim a superação de sentido de desconfiança básica.
O sentido da confiança vai solidificando-se gradualmente, a medida que a
participação afetiva da mãe e a progressiva cooperação do filho se consolidem em um
vínculo de dar e receber recíproco. A criança sentirá o receber e o confiar da mãe
enquanto a atende.
Como se verifica, a própria criança indica pautas para a evolução de seu próprio
comportamento, tanto no desenvolvimento da confiança básica como da desconfiança
básica. Esta participação torna-se mais afetiva à medida que ela vai crescendo, o que lhe
reforçará a direção a seguir. A contribuição da criança, em todo caso, dependerá da
atenção e do afeto que receberá da mãe. Esta relação estreita em ambas começa a
distender-se a partir dos dezoito meses, sobretudo pelo fato da criança sentir-se mais
confiante em si mesma e no ambiente que a rodeia, além do que o contato e convivência
com outros membros da família lhe facilitarão seguir progredindo nas primeiras
tentativas de independência, como querer alimentar-se sozinho, andar sem ajuda, vestir-
se, etc. Desta forma, dar-se-á a mudança positiva para a segunda etapa. (RAMOS, 1992)
- Segunda etapa: Iniciação da autonomia e superação da vergonha e da dúvida.
Inicia por volta dos dezoito meses e se prolonga até cerca dos três anos de
idade, caracteriza-se principalmente pelos avanços no desenvolvimento de uma
gradativa autonomia da criança e se manifesta quando ela quer realizar tudo por si
mesma, isto é, agir conforme a sua vontade. As conquistas que ela obtém ao tornar-se
independente do adulto, faz com que se sinta mais satisfeita e segura.
Durante este período, ela vai afirmando sua própria identidade, uma vez que ao
atuar com independência acaba por perceber suas capacidades e limitações. Não
obstante, a percepção de suas limitações pode provocar inibições, insegurança e também
dependência dos outros, comportamentos que são antagônicos a formação do sentido da
autonomia. Pode-se explicar a manifestação de certos distúrbios de comportamento que
ocorrem nesta fase da vida (o negativismo, birras, teimosia), como decorrentes do
conflito não superado que se origina em função da coexistência de tendências opostas.
A superação deste conflito se traduz pela capacidade de agir por si mesma na
busca de satisfação das suas próprias necessidades, avanços que dependerão não só da
contribuição da própria criança, mas também de uma efetiva orientação por parte dos
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adultos que lhe facilitarão os recursos apropriados para que ela possa fazer suas
escolhas e ir, gradualmente, tornando-se responsável por si mesma e respeitando os
demais. (A falta desta ajuda poderá provocar na criança sentimentos de vergonha e de
dúvida sobre a própria identidade). Dos progressos que a criança vai alcançando
destacam-se as bases de auto-estima, da identidade pessoal e da interação com os
demais. Auto-estima se forma pela valorização que a criança tenha de si própria,
dependendo dos sucessos, emoções e ideias, como também da valorização que os
demais manifestam sobre sua pessoa.
Identidade pessoal se desenvolve em função da consciência que a criança tem
de si mesma e, também, das diferenças e semelhanças que percebe entre si e os demais.
Inicia-se a tipificação, que consiste na aquisição de comportamentos, sentimentos,
atitudes e conceitos relativos ao próprio sexo e a seu papel social. Nesta etapa
preliminar, observa-se que a criança ainda não tem uma ideia clara de que seu sexo é
uma característica permanente de si mesma.
Interação com os demais refere-se ao processo de socialização da criança com
seus pais e outros adultos. Aos dois anos de idade, as crianças desejam a presença dos
companheiros, mas brincam sozinhas. Em seguida passam a interagir com grupos
maiores e alcançar posteriormente a interação efetiva com as pessoas de seu ambiente.
(RAMOS, 1992)
REFLEXOS E REAÇÕES
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persistem como uma base para o comportamento motor. O termo “reflexo” é reservado
para a situação anormal, na qual um padrão tenha se tornado estereotipado e obrigatório.
(MANDICH, 1994)
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trabalho, social, pessoal e doméstico e a participar da vida em seu mais pleno sentido.
Segundo o Committee of Occupational Therapists for the European Community
(COTEC) fornece a seguinte definição: Os terapeutas ocupacionais avaliam e tratam
pessoas empregado atividades com o objetivo de prevenir as incapacidades e
desenvolver a independência funcional.( HAGEDORN, 2003)
A atuação do terapeuta ocupacional com crianças com atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor enfoca, principalmente a melhora e competência nas
áreas do desenvolvimento neuropsicomotor e auxilia a família no manejo com a criança.
A Terapia Ocupacional pediátrica é normalmente prescrita para crianças que
nascem com algum tipo de desabilidade que não estão se desenvolvendo como
deveriam, tendo vários aspectos diferentes, cada um deles designado para áreas e
problemas específicos, sendo uma forma de intervenção na qual o terapeuta e a criança
trabalham para desenvolver e aumentar as habilidades necessárias para a atividade
diárias.
O trabalho do terapeuta ocupacional coloca-se como imprescindível na
Estimulação Precoce e Essencial, tendo como objetivo geral promover o
desenvolvimento global da criança aproximando-o ao máximo do normal, favorecendo
a manutenção e aprimoramento das funções existentes, prevenindo vícios posturais
patológicos e primando pela independência, recuperação ou adaptação em diferentes
níveis. Através da Estimulação Precoce e Essencial o Terapeuta Ocupacional busca
evitar e minimizar prejuízos futuros, buscando garantir a funcionalidade humana.
Para verificar a efetividade de uma criança para um trabalho de Terapia
Ocupacional, faz-se a anamnese. O profissional entrevista o responsável pela criança
para investigar sobre o histórico pré, peri e pós natal e o motivo de buscar tal
atendimento, observando a criança na realização de atividades, identificando a situação
sócio-econômica e culturais da família.
Após faz-se a avaliação. A avaliação de crianças com atraso de desenvolvimento
neuropsicomotor é realizada através da observação e aplicações de testes, roteiros
(padronizados ou não), para identificar os aspectos que estão impedindo um
desenvolvimento satisfatório.
A seguir ocorre a interpretação dos dados para identificar as capacidades e as
necessidades da criança, elabora-se o plano de tratamento e orienta-se a família quanto
as condutas que devem ser seguidas.
No processo terapêutico, a estimulação deve acontecer sempre, em todos os
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contatos e encontros. Devemos observar também que o ambiente é uma situação
diferente para a criança, altera o seu funcionamento normal. Outro aspecto importante é
a frequência e continuidade das avaliações para se adequar a condução, direção do
processo terapêutico ocupacional e o registro de suas evoluções.
ESTIMULAÇÃO PRECOCE
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pedagógica, de caráter preventivo, que visa ao incremento do processo de aprendizagem
de criança em etapas cruciais do desenvolvimento.
A criança necessita que seu corpo seja explorado e tocado pelas mãos de outro
para que possa perceber seu corpo, com isso ela experiência o “sentir”. A criança pouco
manipulada pode apresentar déficit em seu desenvolvimento motor global.
A própria rotina da criança é que favorece o treinamento para o desempenho de
atividades do desenvolvimento, onde as ações reflexas tornam-se voluntárias.
MODELO LÚDICO
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criança, mas sim uma abordagem global, o que hoje entende-se por uma visão holística
do desenvolvimento infantil. O brincar encontra-se inserido no processo onde o
interesse manifestado pela criança, favorece a dinâmica das atividades por ela
apresentada, frente ao agir, a ação do corpo, mas também da ação mental.
Segundo FERLAND (2006), possibilita ao profissional da área, uma
consequente transformação na maneira de ser da criança. Deve-se buscar tornar as
potencialidades expressas pela criança, uma alavanca, através da atividade lúdica, em
prol do paciente. Para que ela venha a ter prazer de agir, o prazer de viver e
consequentemente o prazer de ser.
Desta forma, o modelo lúdico apresentado por Ferland (2006), afirma que
através da ação, da atitude e do interesse da criança, não apenas como componentes do
brincar, mas também essas estruturas interagem para resultarem no brincar. Assim
sendo o modelo, pode ser expresso como afirma Wilcok (1998), por meio dessa
constante interação entre os componentes de estruturas já colocados anteriormente. A
seguir, apresentaremos uma figura que representa o modelo lúdico baseado nos estudos
de (FERLAND, 2006).
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objetivos desejada. (Neistadt e Crepeau apud Wllard e Spackman, 2002).
Segundo NEISTADT e CREPEAU apud WLLARD e SPACKMAN (2002), na
estrutura de referência de desenvolvimento, as atividades lúdicas são utilizadas para
desenvolver as capacidades físicas, cognitivas, emocionais ou sociais. Os materiais de
brincadeira são empregados para atrair a criança, como quando um brinquedo é usado
para encorajar uma criança. Na estrutura de referência funcional, a brincadeira também
é usada para satisfazer um objetivo terapêutico por meio da adaptação da atividade ou
ambiente, ou no manuseio terapêutico da criança, enquanto ela está engajada na
atividade.
TEIXEIRA (2003) afirma, a criança necessita apenas ser auxiliada para ter a
oportunidade de descobrir e aprender, interagindo com o ambiente, buscando a
propriedade e função dos objetos, manipulando e transformando-os. Aos terapeutas cabe
fornecer dicas aos pais para facilitar o brincar, ressaltando a importância de brincar e
fazer com a criança e não por ela. È importante a realização de uma análise das
propriedades e características do brinquedo, procurando adaptar a manipulação e
exploração deste à capacidade individual da criança, como, por exemplo: um brinquedo
pequeno que caiba na mão, um pesado para estimulação proprioceptiva; um leve o
suficiente para que se mova ao menor toque, etc. Além de apresentar essas
propriedades, o brinquedo precisa oferecer desafios inicialmente fáceis de serem
superado, instigando a criança à resolução dos problemas, superando gradativamente os
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obstáculos. È essencial que o terapeuta tenha domínio sobre o desenvolvimento
cognitivo e programe atividades que sejam pertinentes à fase na qual a criança está.
Segundo WILLARD e SPACKMAN, um objetivo importante da Terapia
Ocupacional é ajudar o individuo a conseguir um equilíbrio das atividades significativas
na vida diária. Para planejar o tratamento efetivo, o terapeuta precisa examinar o
desempenho das atividades lúdicas e seus significados. BUNDY (1993) afirmou:
Somente quando sabermos quais são os benefícios de determinadas atividades de lazer
para o cliente é que podemos ajudar aquela pessoa a conseguir aqueles mesmos
benefícios em atividades diferentes. O terapeuta precisa explorar as restrições para o
desempenho bem sucedido das atividades. A função do terapeuta é explorar estes tipos
de restrições para auxiliar o cliente na realização das escolhas de lazer realistas.
Segundo FERREIRA e VALDÉZ (2005), através do ato de brincar a criança
pode satisfazer seus desejos, seja de ordem afetiva, relacionada à estima ou a realização
de objetivos e finalidades. Brincando ela educa sua sensibilidade para apreciar seus
esforços e tentativas, o prazer que atinge quando consegue finalizar uma tarefa (montar
um quebra-cabeça ou pegar o colega) faz com que se sinta realizada por atingir uma
meta, elevando-a a auto-estima.
A criança constrói a sua personalidade brincando. A brincadeira é uma parcela
importante de sua vida. “[...] essa riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e
na fantasia”. (VELASCO, 1996) Depois do surgimento da fala a brincadeira toma um
novo sentido, chegando o interesse pelo movimento, explorando vários tipos de
brincadeiras, como corrida, esconde-esconde, amarelinha, pula-corda, descobrindo
assim as noções de tempo, espaço e direção.
Os terapeutas também auxiliam os clientes no desenvolvimento da consciência
das opções e limites. Eles fornecem opções sobre as opções, ajudam a desenvolver as
habilidades e fornecem recursos, aumentando e refinando, desta maneira as opções e
construindo as competências. A Terapia Ocupacional com sua ênfase sobre a atividade
proposital é única no fato de ser capaz de fornecer todas estas etapas dentro do plano de
tratamento. (NEISTADT e CREPEAU apud WLILLARD e SPACKMAN 2002)
Tendo claro os objetivos de tratamento, a escolha do brinquedo ou da
brincadeira pode ser da criança. O Terapeuta não precisa ter medo de brincar com ela,
pensando que isso banalizará o tratamento, pois o brincar é o maior aliado e melhor
instrumento de terapia. (TEIXEIRA,2003)
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ABORDAGEM DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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BOMTEMPO; BENETTON, 2001)
De Carlo e Bartalotti (2001), relataram que a base da utilização da abordagem
Integração Sensorial é ter o brincar no papel de ocupação e a Integração Sensorial como
técnica de tratamento. Assim, a partir da terapia de Integração Sensorial a criança que
apresenta um distúrbio de Integração Sensorial entre outros, deverá ser submetida a
atividades que promovem estimulação sensorial, na maioria das vezes, utilizando
equipamentos suspensos. Essas atividades provocariam na criança um convite para
planejar e produzir respostas adaptativas.
Essas respostas adaptativas foram denominadas por Jean Ayres como a melhora
do processamento sensorial e motor que haverá melhora da resposta da criança no
ambiente. O ambiente será o motivador para que a criança experimente as sensações
táteis, vestibulares e proprioceptivas que resultam do movimento com propósito. A
motivação advinda do movimento normaliza a percepção sensorial e o
desenvolvimento, levando ao planejamento motor, dessa forma, estabelece-se a relação
entre as habilidades, o comportamento e as aferências sensoriais modificando a
eficiência e a capacidade neuromotora da criança. (MOTTA in BARTALOTI,2001)
Segundo NEISTADT e CREPEAU apud WLLARD e SPACKMAN (2002),
utilizar a técnica de Integração Sensorial em Terapia Ocupacional nos faz pensar na
diferença de uma brincadeira livre para uma brincadeira terapêutica. Na brincadeira
livre a criança brinca por brincar, para se divertir, ter finalidade especifica. Agora o
brincar terapêutico, tem objetivos e metas, que são estabelecidos pelo Terapeuta
Ocupacional; primeiro termo desta relação, a criança quando brinca no processo de
tratamento, ela tem que ser ativa, escolhendo e dirigindo o atendimento, sendo neste
momento o segundo termo da relação e o brincar o terceiro termo. Na Integração
sensorial a brincadeira é vista e valorizada como uma área pela qual se desenvolve,
dando ênfase também a brincadeira como uma ocupação, utilizando a alegria do brincar
como impulso competente para a integração com o mundo.
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ocupacionais no tratamento de pacientes com alterações neuromusculares. (MOTTA in
BARTALOTI, 2001)
O trabalho desenvolvido pelo dr. Karel Bobath e pela fisioterapeuta Berta
Bobath, desde a década de 1940, a partir de estudos sobre mecanismos
neurofisiológicos na paralisia cerebral e sobre o desenvolvimento motor nos diferentes
tipos de paralisia cerebral, resultou numa técnica de tratamento que leva o nome de seus
criadores, e tem como princípio básico a facilitação do desenvolvimento motor normal,
pela inibição dos reflexos primitivos e das posturas anormais o mais precoce possível,
aproveitando a maior plasticidade cerebral e prevenindo fixações de postura, padrões de
movimento anormais e deformidades consequentes. A base desse tratamento,
originalmente, foi desenvolvida e utilizada em crianças que apresentavam alterações
neurológicas, em especial aquelas com o diagnóstico de paralisia cerebral.
Posteriormente, foi utilizada no tratamento de adultos em hemiplegia. (MOTTA in
BARTALOTI, 2001)
Considerando que a aprendizagem do movimento voluntário depende da própria
execução do movimento, os autores preconizam que a sensação (proprioceptiva e tátil)
do movimento deve ser aprendida pela movimentação ativa, e não se basear somente no
movimento em si. As posturas básicas e os padrões de movimento são aprendidos para
tornarem-se padrões funcionais. Pressupõem que o desenvolvimento ocorre por estágios
que se relacionam com a aquisição das habilidades sensório-motoras. Assim, é preciso
que a criança primeiro adquira o controle cervical para então poder conseguir
permanecer na posição sentada, arrastar-se primeiro para depois pôr-se em pé, andar etc.
(MOTTA in BARTALOTI,2001)
O ato motor necessita das aferências – informações sensoriais – recebidas do
ambiente (feedback) que irão guiar, dirigir e coordenar o movimento e a postura durante
as atividades por preparação postural que precede a ação. Pode, ainda, estar relacionado
às experiências anteriores que permitirão a antecipação do ato (feedforward), outro
importante conceito que no início das formulações teóricas dessa técnica de tratamento
ainda não havia sido reconhecido. Pela inibição de padrões de reflexos posturais
anormais e reações associadas, tem como objetivo normalizar o tônus mediante input
tátil, proprioceptivo e cinestésico; estimular a simetria das posturas e a realização das
atividades sensório-motoras na linha media, facilitando a movimentação normal e a
dissociação dos movimentos; e desenvolver as reações de equilíbrio e endireitamento.
Preconiza evitar posturas compensatórias e prevenir contraturas e deformidades por
25
meio da manipulação, do posicionamento e do uso de órteses. (MOTTA in
BARTALOTI, 2001)
Ao adotar essa abordagem, o terapeuta ocupacional deve considerar fator
importante a possibilidade de utilizar, em sua prática, atividades que sejam funcionais.
Não adianta facilitar o movimento se este não conduzir a um objetivo final: a realização
de atividades importantes no desenvolvimento e de interesse da criança. A atitude do
terapeuta deve facilitar o envolvimento, a participação, o interesse e a iniciativa da
criança, condições essas que levarão à percepção, e. como já mencionado, ao
conhecimento. (MOTTA in BARTALOTI, 2001)
O terapeuta ocupacional, ao estabelecer como meta atividades funcionais, deve
pensar em atividades que proporcionem o desenvolvimento de habilidades motoras
finas para a manipulação e preensão, fundamentadas na independência das atividades de
vida diária. O papel do terapeuta ocupacional é o de facilitar, com a assistência, a
capacidade de interagir, descobrir e compreender o mundo, oferecendo condições
ambientais que levem a criança, pela sua intencionalidade, à descoberta e
transformações das relações com o ambiente. Portanto, o papel não é o fazer pela
criança, mas fazer com a criança e intermediar a ação, despertando seu interesse e sua
curiosidade e encorajando sua participação. (MOTTA in BARTALOTI, 2001)
26
necessárias para a realização destas atividades: uma adequada capacidade extensora de
tronco, a incorporação de reflexos primitivos (RTCA, RTCS, flexor palmar, Moro) e
adequadas reações de equilíbrio e tônus, respostas estas consideradas então implícitas.
Na posição sentada, é considerado o “alinhamento” e “presença de apoio lombar”,
sendo que para a resposta positiva para o item alinhamento e negativa para a presença
de apoio, o lactente deve possuir um bom controle de tronco, adequadas reações de
proteção e equilíbrio, incorporação dos reflexos primitivos (Galant, RTCA, RTL,
Moro), bom controle de tônus e bom controle na linha média.
27
deve-se oferecer um outro brinquedo. De acordo com FLEHMIG, 2002, esta variável é
considerada normal quando a criança leva ambos membros superiores à frente na linha
média, e alterada quando, apesar do olhar atento ao objeto, o bebê não demonstra
controle motor suficiente para deslocar o membro superior à frente na linha média.
28
• SUPORTE EM ANTEBRAÇOS/BRAÇOS ESTENDIDOS
Para a análise deste marco do desenvolvimento, a criança deve ser posicionada
em decúbito ventral em superfície acolchoada, e estimulada a explorar o ambiente. O
suporte em antebraços foi o item cuja resposta positiva era esperada para as crianças
com 4 meses de idade corrigida, e se a criança o realizava esta variável era então
considerada normal; e o suporte em braços estendidos para as crianças com 6 ou 8
meses de idade corrigida. De acordo com FLEHMIG (2002), tais suportes eram
considerados efetivos quando a criança era capaz de deslocar o peso para a região
abdômino-pélvica, evidenciado pela elevação dos ombros e tórax da superfície de apoio.
Esta variável é considerada alterada quando a criança aos 4 meses mantém os cotovelos
demasiadamente lateralizados e não elevava a cabeça e o tórax, e aos 6 e 8 meses
quando a criança realiza apenas o suporte em antebraços, sem estender a articulação do
cotovelo.
• ALINHAMENTO
O alinhamento na postura sentada é considerado positivo quando a criança
é capaz de sustentar o tronco e cabeça na linha média simetricamente. Tal fato é
evidenciado quando, ao se traçar uma linha reta sobre a linha média, desde a cabeça até
a pelve, esta continha a glabela, mento, ponto medial da linha mamilar e cicatriz
umbilical. Para a análise desta variável, a criança é puxada para sentar desde a posição
supina, e mantida na posição sentada com apoio lombar, quando necessário, com os
membros inferiores estendidos. A variável é considerada normal quando ocorre a
simetria, e alterada quando a apresentação na postura sentada era assimétrica.
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• PRESENÇA DE APOIO LOMBAR
Para evidenciar a necessidade de apoio lombar para a manutenção da postura
sentada, o lactente é posicionado na postura sentada com os membros inferiores
estendidos, e o apoio lombar manual fornecido pelo avaliador retirado ou mantido de
acordo com a capacidade de sustentação do tronco frente à gravidade. A manutenção da
postura sentada com retração escapular e imobilidade de membros superiores é
considerada positiva para a necessidade de apoio lombar. A resposta positiva é esperada
para as crianças com 4 meses de idade corrigida, e aceitável para as crianças com 6
meses de idade corrigida. Aos 8 meses a resposta esperada para se considerar o
desenvolvimento neuromotor normal é negativa. Esta variável é então considerada
normal quando aos 4 e 6 meses era positiva e aos 8 meses negativa, e alterada quando é
positiva ainda aos 8 meses de idade corrigida.
30
contribuir com a falta de atenção ou dificuldades cognitivas (TELG, 1991). O
tratamento por meio do conceito neuroevolutivo (Bobath) foi originalmente
desenvolvido pelos Bobath na Inglaterra no início da década de 1940 para o tratamento
de indivíduos com fisiopatologias do SNC. Esse método foi descrito como um conceito
de vida e, como tal, continuou a evoluir com o passar dos anos.
(SHEAHAN, BROCKWAY, TECKLIN, 2002)
O tratamento pelo desenvolvimento neurológico, como planejado por Bobath,
usa o manuseio para inibir respostas anormais enquanto facilita reações automáticas. O
manuseio proporciona experiências sensoriais e motoras normais que darão base para o
desenvolvimento motor. Com as abordagens sensóriomotoras, estímulos sensoriais
específicos são administrados para estimular uma resposta comportamental ou motora
desejada. Técnicas de integração sensorial algumas vezes são incorporadas nos
programas sensório-motores. A intervenção sensório-motora pode ser aplicada a bebês
de alto risco de várias maneiras, por exemplo, o rolamento linear em uma bola pequena
para estimular o sistema vestibular e promover um estado de alerta. Estímulos
proprioceptivos e táteis profundos poderão promover um comportamento calmo e auto
regulatório. (SHEAHAN, BROCKWAY, TECKLIN, 2002)
ORIENTAÇÃO FAMILIAR
31
completa do cuidado que deve ser pessoal e voltado para as características de cada bebê.
Nessa rotina estão o carregar no colo, manipulação na hora do banho, vestir, despir,
hora da alimentação, enfim, atividades básicas e presentes no cotidiano, levando em
conta que o tônus muscular, a sensibilidade cutânea e a temperatura corpórea são
diferentes em cada bebê”.
Acompanhar a mãe é necessário, pois elas estão muito fragilizadas neste
momento, sentindo- se culpadas por às vezes não poderem vir todo dia para o hospital,
culpadas por deixarem outros filhos em casa, precisando de esclarecimentos para
dúvidas simples (por exemplo: posso pegar o bebê no colo?
Ele está chorando, o que eu faço? Será que ele me ouve? Será que ele me
entende.
Realizamos estimulação tátil, visual e auditiva, orientando a mãe para a
importância desses estímulos para o desenvolvimento. O suporte à mãe é importante
para favorecer o vínculo mãe bebê, porque, muitas vezes, a mãe tem receio em tocar o
bebê, acha que ele não a entende, acha que não pode pegá-lo, enfim. Essas dúvidas e
dificuldades precisam ser esclarecidas para ajudá-la na relação com seu filho. Bebês
muito irritados podem provocar ansiedade nas mães causando dificuldade de
aconchego. O apoio do profissional é importante para ajudar a mãe nesse processo, para
ajudar a aconchegar o bebê.
No preparo para o processo de alta, é importante orientar as mães para que elas
se sintam seguras na realização das AVDs (banho, alimentação, troca), pois, a partir
disso, serão as responsáveis pelos cuidados com o bebê. Não podemos esquecer de
envolver toda a família para que a mãe não seja a única cuidadora, sobrecarregando- se.
Também orientamos sobre a importância da colocação de móbiles e brinquedos
coloridos e sonoros no berço, pois a mãe de bebê prematuro muitas vezes se esquece
disso. É preciso lembrar a mãe sobre a importância do brincar, já que esta é a atividade
básica de toda criança.
Muitas mães só vão ficar atentas para isso, quando perguntamos sobre a
preparação para a chegada da criança. Explicamos a importância do brincar para o
desenvolvimento neuropsicomotor e como a mãe pode estimular o bebê.
32
A AVALIAÇÃO E O DIAGNÓSTICO TERAPÊUTICO
OCUPACIONAL
33
tempo e da experiência tornam-se ações voluntárias. (MEYERHOF, 1997)
Preocupado com as possibilidades e dificuldades que a criança apresenta no seu
cotidiano ou, em alguns casos, com sua ausência, o terapeuta ocupacional vai estar
atento à facilitação do ingresso dessa criança nas experiências. Para tanto, utilizar-se-á,
quando necessário, das técnicas como a Integração Sensorial, neurodesenvolvimento,
que podem auxiliá-la na realização de suas atividades, facilitando o seu processo de
desenvolvimento. (MOTTA in BARTALOTI, 2001)
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REFERÊNCIAS
35
MALDONADO, Simone Carneiro. Mestres e mares: espaço e indivisão na pesca
marítima. 2ª ed. São Paulo: ANNABLUME, 1994.
MANDICH, M.B., et al. Motor Development, Infantile Reactions and Postural
Responses of Preterm, At-Risk Infants. Developmental Medicine and Child
Neurology,1994.
MOTTA, MARGARETH P., TAKATORI, MARISA – Ass 2001. in Carlo
Marysia e
Barataroli Celina – Terapia Ocucapional no Brasil. São Paulo: Plexus Editora,
2001.
MUSSEN, Paul Henry; CONGER, John Janeway; KAGAN, Jerome.
Desenvolvimento e personalidade da criança. 4 ed. São Paulo: Harper, 1977
NEISTADT, M. E.; CREPEAU, E. B. Terapia Ocupacional. Willard &
Spackman. Rio de Janeiro: Guanabara – Koogan, 2002.
OLIVEIRA, A. J. Identificação e intervenção precoce: programa de educação
preventiva para crianças de alto risco ambiental. In. PROEF. Florianópolis: Fundação
Catarinense de Educação Especial. 1993
PEREZ, R.; QUEIROZ, A. M.; Estimulação Precoce. São Paulo: Ministério da
Ação Social, 1992.
SHEAHAN M.S; BROCKWAY N.F; TECKLIN J. S. A criança de alto risco. In:
TECKLIN J.S. Fisioterapia pediátrica. São Paulo: Artmed; 2002.
TELG E. K. Intervenção precoce na prática. Revista de fisioterapia 1991.
TEXEIRA, Érika. Terapia Ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca,
2003
VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar o despertar psicomotor. Rio de Janeiro:
Sprint, 1996.
ZANINI, P.Q. et al. Análise da aquisição do sentar, engatinhar e andar em um
grupo de crianças pré-termo. Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo. São
Paulo 2002.
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