Você está na página 1de 22

CRESCIMENTO,

DESENVOLVIMENTO
E ENVELHECIMENTO
HUMANO
Gustavo Leite Camargos

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância:
desenvolvimento físico,
cognitivo e psicossocial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Reconhecer os diferentes aspectos envolvidos nos desenvolvimentos


físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância.
„ Listar os elementos fundamentais do desenvolvimento das primeiras
características da primeira infância.
„ Identificar as atribuições da educação física na atenção ao desenvol-
vimento físico, cognitivo e psicossocial durante a primeira infância.

Introdução
O desenvolvimento humano se inicia na fecundação e finaliza com a morte
do indivíduo. Conhecer as diferentes etapas do processo de evolução do
ser humano permite entender como cada pessoa, em cada momento de
sua vida, interage com o meio em que vive. Além disso, permite elaborar
meios de intervenção que possam contribuir com esse processo. A partir
do nascimento, até os 2 anos de idade, temos o que se define como pri-
meira infância, um período marcado por grandes e acelerados processos
de evolução e desenvolvimento. Nessa fase, observam-se mudanças nos
aspectos motores, cognitivos e socio-afetivos.
Neste capítulo, você irá conhecer quais são as principais mudanças
ocorridas nas dimensões física, cognitiva e psicossocial durante a primeira
infância e compreender quais são os fatores que podem influenciar essas
transformações. Ainda, verá como o profissional de educação física pode
auxiliar nesse processo, compreendendo as principais recomendações
para orientação de atividade física nessa faixa de idade.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


2 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial


Diversas mudanças ocorrem no desenvolvimento da criança ao longo dos
primeiros anos, tanto do ponto de vista físico como do cognitivo e psicológico,
possibilitando uma interação social diferenciada a cada etapa do desenvolvi-
mento (BEE; BOYD, 2009).
Para melhor compreensão desses aspectos, você aprenderá as principais
características de cada dimensão separadamente, mas saiba que elas estão
interligadas nos processos de aprendizagem, de apropriação de mundo e de
interação com ele.
Além disso, quando se fala de desenvolvimento cognitivo, falamos de
teorias do desenvolvimento. Dessa forma, você irá saber como cada teoria
analisa o desenvolvimento cognitivo nessa fase.

Desenvolvimento físico-motor
O desenvolvimento físico da criança nos dois primeiros anos de vida é extre-
mamente acentuado. O controle sobre seu corpo é algo descoordenado, e, na
medida em que a criança vai se desenvolvendo, passa a ter um maior controle
a partir dos membros superiores (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Durante os 2 primeiros meses de vida, a criança aprende a segurar o
pescoço e, aos 4 meses, aprende a sentar-se, ainda com ajuda ou suporte, mas
aos 7 meses passa a fazer isso sozinha. Os movimentos de rastejar e gatinhar
irão surgir a partir dos 9 meses (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013;
PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Em alguns casos, a criança aprenderá a ficar de pé por volta dos 9 meses,
contudo, essa posição é alcançada apoiando-se em algum outro objeto e, com
cerca de 11 meses, andar com auxílio passa a fazer parte do seu repertório
de movimentos.
Dos 12 aos 24 meses de vida, a criança já é capaz de explorar o espaço à
sua volta por conta de sua liberdade de movimento. Quanto à manipulação de
objetos, aos 5 meses já surgem algumas tentativas de movimento para alcançar
e agarrar, contudo, esse movimento ainda é descoordenado e só irá se tornará
mais firme por volta dos 10 meses.
O controle dos esfíncteres irá depender da maturidade do sistema nervoso,
mas, de forma geral, ele acontece entre os 16 e 18 meses, para alguns autores,
e entre os 18 e 36 meses para outros, não sendo um consenso na literatura
especializada (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; PAPALIA; FEL-
DMAN, 2013).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 3

Desenvolvimento cognitivo
Seis grandes abordagens discutem o desenvolvimento cognitivo na primeira
infância, compreendida como o período dos dois primeiros anos de vida.
A abordagem behaviorista estuda como a aprendizagem ocorre ou como o
comportamento se altera em resposta a um estímulo ou experiência vivenciada
(COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004).
Tome como exemplo a seguinte situação: você mostra para uma criança
de 10 meses de idade um objeto que, ao emitir um som perceptível, dispara
uma luz sobre o rosto dela. O comportamento de fechar os olhos ou piscar
diante do estímulo visual é algo inato ou reflexo nessa criança. A medida que
você “repete” a experiência, a criança começa a associar tanto o objeto quanto
o som emitido à resposta de fechar os olhos para se proteger da luz. Nesse
momento, temos o condicionamento clássico, que se dá quando “emparelha-
mos” um estímulo neutro (objeto/som) a outro que automaticamente gera uma
resposta inata (fechar os olhos diante da luz). Assim, a criança passa a dar a
resposta não mais para a luz, mas para o estímulo que antes era neutro e agora
assume as características do estímulo luminoso. Essa resposta reflexa será
reforçada todos as vezes que a experiência for realizada, e poderá ser extinta
quando não houver mais o reforço, ou seja, apresentar o objeto e o som sem a
presença da luz. Esse tipo de aprendizagem ocorre baseando-se as respostas
inatas ao organismo, aquelas na qual a criança não precisa aprender a emitir
diante de um estímulo.
Em outra ação, a criança manifesta um comportamento qualquer, sem
significado próprio e sem intenção de resposta do ambiente. Nesse caso,
imagine que ela faça um som, um balbucio qualquer. Ao escutarem esse som,
os pais respondem a ele fazendo carinho e brincando com a criança. Então,
a partir desse processo, a criança passa a operar no ambiente, balbuciando
sons todas as vezes que percebe a presença dos pais, para ter a resposta, que
é o afeto deles. Ainda, de acordo com Coll, Marchesi e Palácios (2004), o que
temos aqui é o condicionamento operante, no qual a criança ou o indivíduo
opera sobre o ambiente para produzir a resposta desejada.
Alguns pesquisadores demonstraram que crianças de 2 a 6 meses de idade
conseguiram reproduzir o comportamento estabelecendo um condicionamento
operante diante do objeto original. Esse processo é estudado como o processo
cognitivo da memória em crianças na primeira infância. Já as crianças a
partir de 9 meses mantinham a memória e o condicionamento operante com
objetos similares.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


4 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Outro conceito fundamental na aprendizagem e para o desenvolvimento


cognitivo é o da modelagem. Nele, a criança, desde os primeiros anos de vida,
aprende observando e imitando as pessoas a sua volta (COLL; MARCHESI;
PALÁCIOS, 2004).

Neste vídeo, você aprenderá um pouco mais sobre o behaviorismo, em um contexto


histórico e conceitual. Além disso, também verá as principais características dessa
teoria e a relação que estabelece com a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo.

https://qrgo.page.link/xmn7

A abordagem piagetiana se baseia nas diferenças qualitativas do funcionamento


cognitivo, agrupando essas características em estágios do desenvolvimento a fim
de entender como a mente se estrutura e se adapta ao ambiente (FARIA, 1998).
O primeiro estágio do desenvolvimento é chamado de sensório-motor, que
vai do nascimento até os 2 anos de idade, aproximadamente. Nesse período, a
criança aprende e se desenvolve cognitivamente a partir das suas atividades
sensoriais e motoras. No início dessa fase, a criança aprende a utilizar os dados
oriundos dos sentidos e a organizar suas atividades em relação ao ambiente;
por fim, ela passa da aprendizagem por tentativa e erro para a utilização
de símbolos e conceitos na resolução de problemas simples. Um conceito
importante na abordagem piagetiana para o entendimento desse processo é o
de esquema, entendido como um padrão de pensamentos e comportamentos
utilizados em determinadas situações. Assim, quanto mais elaborados esses
esquemas se tornam, mais a criança apresenta sinais de seu desenvolvimento
cognitivo, partindo de um estágio para o outro.
Faria (1998) afirma que o crescimento cognitivo inicial surge por intermé-
dio de reações circulares. Isso quer dizer que a criança tem a capacidade de
reproduzir aleatoriamente situações agradáveis que ocorreram. A repetição
gera o prazer, e esse prazer motiva a criança a repetir mais e mais vezes a
situação. Dessa forma, a aleatoriedade é consolidada em um novo esquema.
Ao final desse estágio, a criança possui um repertório de habilidades que
foram se desenvolvendo, tais como o processo de imitação, a permanência

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 5

do objeto, o desenvolvimento simbólico, a categorização, a causalidade e a


noção de número (FARIA, 1998).
Cabe, ainda, diferenciar que no processo da imitação existe a imitação invi-
sível, na qual a criança utiliza partes do corpo que não consegue ver (a língua
e a boca) para reproduzir um comportamento; a imitação visível, na qual ela
utiliza partes como as mãos e o os pés; e a imitação diferida. As duas primeiras
estão associadas à memória de curto prazo quando o objeto reproduzido está
diante da criança. Quando ela realiza a imitação desse objeto tempos depois
de sua exposição e sem a presença dele, ela é chamada de imitação diferida e
está mais associada à memória de longo prazo.

O estágio sensório-motor é dividido em seis fases ou subfases. A primeira vai do


nascimento até o primeiro mês de vida, e seu foco está no uso dos reflexos inatos e no
desenvolvimento do controle sobre eles. O segundo e o terceiro estágio ocorrem entre
o primeiro e o oitavo mês, e estão centrados nas reações circulares, sendo primárias
(1 a 4 meses) quando o objeto é o próprio corpo (por exemplo, colocar o dedo na
boca e sentir prazer ao fazer isso) e secundárias (4 a 8 meses) quando o objeto está no
ambiente. O quarto estágio (8 a 12 meses), de coordenação de esquemas secundários,
caracteriza-se por um conjunto de comportamentos mais deliberados e propositais
ou intencionais, uma vez que esse comportamento aprendido é usado para atingir
suas metas. As reações circulares terciárias (12 a 18 meses) efetivam o quinto estágio, e
nele a criança explora o mundo e se vale da tentativa e do erro para explorar o mundo.
No sexto estágio, de combinações mentais (18 a 24 meses), a criança já consegue
representar o mundo mentalmente (FARIA, 1998).

A abordagem sociocontextual se propõe ao estudo dos efeitos do ambiente


ou como o contexto cultural afeta as primeiras interações sociais, promovendo
o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem.
O primeiro conceito trabalhado é o da participação guiada, que se refere às
interações mútuas com adultos que interagem com a criança a fim de auxiliar a
estruturar as atividades delas, buscando fazer com que elas possam compreender
o ocorrido da mesma forma que eles compreendem. Essa participação guiada irá
depender de fatores culturas, sociais e econômicos (LEITE; COLINVAUX, 2011).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


6 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Segundo Leite e Colinvaux (2011) linguagem é centro de referência nos


estudos para se estabelecer uma relação com o desenvolvimento cognitivo.
Na fala pré-linguística, a criança passa, inicialmente, pela imitação acidental
e pela imitação deliberada, o que fará com que ela possa pronunciar suas pri-
meiras palavras por volta do primeiro ano de vida. Além disso, a capacidade
de reconhecimento de sons vai se desenvolvendo ao longo dos meses e, entre
o sexto e o sétimo mês as crianças aprendem a reconhecer aproximadamente
40 fonemas ou sons básicos de sua língua nativa. Nesse período, de 6 a 12
meses, a criança começa a se conscientizar das regras fonológicas de sua
língua e como os sons são organizados na fala.
A apropriação dos gestos simbólicos auxilia no desenvolvimento da lingua-
gem e passa a ser um bom indicador do tamanho do vocabulário futuro da criança.
O início da fala linguística, entre os 10 e 14 meses, se dá com a formação
das primeiras palavras cuja expressão verbal transmite algum significado.
Quando uma única palavra expressa um pensamento completo, essa expressão
é chamada de holofrase.
Entre os 10 meses e 2 anos, a criança também inicia, gradualmente, o
processo de associação para detecção de indicações sociais. Isso significa
que, quando um adulto faz referência a algum objeto, apontando para ele, o
olhar da criança acompanha a direção apontada e, quando ele pronuncia o
nome daquele objeto, a criança o identifica (LEITE; COLINVAUX, 2011).
O Quadro 1 apresenta, de forma resumida, uma relação entre a idade, em
meses, e algumas características centrais no marco do desenvolvimento da
linguagem da criança.
A abordagem do processamento de informações centraliza seu olhar na
percepção, memória, aprendizagem e capacidade de resolução de problemas,
estabelecendo uma relação entre as informações adquiridas pela criança e o uso
delas em suas experiências. A abordagem psicométrica busca aferir as diferenças
quantitativas nas habilidades que compõem a inteligência, e a abordagem da
neurociência cognitiva estuda as relações entre as estruturas do cérebro envol-
vidas em aspectos da cognição. Para alguns autores, as três últimas abordagens
citadas são consideradas possíveis de serem trabalhadas e analisadas juntamente
com as outras abordagens do desenvolvimento cognitivo. Essas abordagens estão
associadas a mensurações, testagem e identificação de estruturas neurológicas
ao longo do desenvolvimento da criança, sendo, assim, possível de ser aplicada
junto com outras abordagens (DESSEN; COSTA JÚNIOR, 2005).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 7

Quadro 1. Marcos no desenvolvimento da linguagem: do nascimento aos 3 anos

Idade em meses Desenvolvimento

Nascimento É capaz de perceber a fala, chorar, dar alguma resposta ao som

1,5 a 3 Arrulhos e risos

3 Brinca com os sons da fala

5a6 Frequentemente reconhece os padrões sonoros ouvidos

6a7 Reconhece todos os fonemas da língua nativa

6 a 10 Balbucia sequências de consoantes e vogais

9 Utiliza gestos para se comunicar e brinca de gesticular

9 a 10 Imita sons intencionalmente

9 a 12 Utiliza alguns gestos sociais

10 a 12 Não consegue mais discriminar sons que


não sejam da sua própria língua

10 a 14 Fala a primeira palavra (geralmente o nome de alguma coisa)

10 a 18 Fala palavras simples

12 a 13 Entende a função simbólica da nomeação;


cresce o vocabulário passivo

13 Faz gestos mais elaborados

14 Faz gesticulação simbólica

16 a 24 Aprende muitas palavras novas, expandindo rapidamente


o vocabulário expressivo, passando de cerca de 50
palavras para 400; utiliza verbos e adjetivos

18 a 24 Fala a primeira sentença (duas palavras)

20 Utiliza menos gestos; nomeia mais coisas

20 a 22 Tem surto de compreensão

24 Utiliza muitas frases de duas palavras;


deixa de balbuciar; quer conversar

30 Aprende palavras novas quase todos os


dias; fala em combinações de três ou mais
palavras; comete erros gramaticais

36 Sabe dizer até 1.000 palavras, 80% inteligíveis;


comete alguns erros de sintaxe

Fonte: Adaptado de Papalia e Feldman (2013).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


8 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Desenvolvimento psicossocial
Seis grandes abordagens discutem o desenvolvimento cognitivo na primeira
infância, compreendida como o período dos dois primeiros anos de vida
(COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004).
A abordagem behaviorista estuda como a aprendizagem ocorre ou como o
comportamento se altera em resposta a um estímulo ou experiência vivenciada.
O desenvolvimento da criança ocorre em vários contextos com caracte-
rísticas específicas, ou seja, regras, valores e atitudes diferentes. A primeira
infância é um período de grandes mudanças no que diz respeito ao desenvol-
vimento psicossocial.
Crianças com 6 a 8 semanas de vida começam a ser receptivas à estimulação,
e ainda demonstram interesse e curiosidade, valendo-se da comunicação não
verbal, em que o contato com o mundo exterior é feito por meio do sorriso
para as pessoas.
Apesar desse desenvolvimento social ocorrer por meio da linguagem, um
comportamento interessante é que, aos 2 anos, a criança demonstra, também,
dificuldade em partilhar comportamentos, objetivos e ações, sendo que aos dois
anos e meio já é possível observá-la brincando com outras crianças, embora
em paralelo (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004).
Quanto ao humor e ao desenvolvimento psicológico, segundo Coll, Mar-
chesi e Palácios (2004), criança apresenta grandes oscilações de humor nos
primeiros meses de vida, o que irá se estabilizar quase aos 3 anos, quando
passa a ser mais obediente e amável, demonstrando sentimentos de afeto,
compaixão e culpa.
Com 1 ano de idade, a criança ainda mantém um apego excessivo com
a mãe ou com quem cuida dela, e a separação ou ausência materna ainda a
perturba. Contudo, ela começa a entender que é alguém distinto da mãe e com
vontades próprias (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004).
Esse desenvolvimento psicossocial não é um padrão, ocorrendo de forma
diferente para cada criança. É preciso levar em consideração as especifi­cidades
hereditárias e aquelas que são resultantes da sua experiência de interação com
a realidade social e física. O processo de desenvolvimento da criança é pessoal
e único, construído em um contexto histórico e cultural.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 9

Elementos fundamentais do
desenvolvimento das primeiras
características da primeira infância
O desenvolvimento humano é marcado por um conjunto de fatores históricos
e culturais, sofrendo influência direta do ambiente no qual está inserido.
Dessa forma, existe a necessidade de se avaliar e entender como os contextos
educacionais proporcionados às crianças, na primeira infância, irão repercurtir
em sua evolução.
Ambientes que proporcionem às crianças oportunidades para serem ativas
tanto física quanto cognitivamente parecem promover um desenvolvimento
mais abrangente e harmonioso. Nesse caso, pode-se pensar que a creche teria
um papel em potencial para o desenvolvimento e aprendizagem nessa fase
da vida. Carvalho (2005) aponta que o cuidado e o respeito com as crianças,
os reforços que recebem, se positivos ou negativos, como a creche trabalha
suas capacidades e sua individualidade serão fatores influenciadores para o
desenvolvimento da criança. De fato, crianças que iniciam a vida escolar mais
cedo, nas creches, parecem apresentar melhores resultados em avaliações
cognitivas e neuromotoras (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 2013).
Assim, é possível compreender que a creche deve se organizada para apoiar
o desenvolvimento das crianças, ampliando as possibilidades de experiências
e aprendizado delas. Para isso, é necessário que os profissionais da educação
tenham conhecimentos específicos que possam ser úteis nesse processo. O
educador, a fim de promover o desenvolvimento integral da criança, deve ser
capaz de enxergar cada criança como um ser único, sabendo quais são suas
possíveis limitações. Ele pode auxiliar no desenvolvimento da afetividade e
interação social, ao passo, que, se atuar de forma incorreta, pode influenciar
negativamente nessas duas características (DIAS; CORREIA; MARCELINO,
2013).
Neurocientistas já vêm estudando como os estímulos ambientais podem
influenciar na organização neurológica dos bebês e em sua saúde futura. Sabe-
-se que um desenvolvimento inicial prejudicado afeta diretamente o compor-
tamento e a aprendizagem. Na fase pré e pós-natal, os estímulos transmitidos
ao cérebro pelos circuitos sensoriais irão contribuir para o desenvolvimento e
diferenciação dos circuitos neuronais, podendo ampliar a capacidade cognitiva,
afetiva e neuromotora dos bebês (MUSTARD, 2010).
Assim, o papel do ambiente é reforçado nesse processo. Estudos mostram
que gêmeos idênticos que possuem o mesmo DNA, mas apresentam experiên-
cias diferentes, desenvolvem expressões genéticas diferenciadas, modificando

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


10 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

o fenótipo. De fato, gêmeos idênticos podem ser muito diferentes no seu


temperamento e comportamento quando adultos (MUSTARD, 2010). Dessa
forma, estímulos cognitivos frequentes são ferramentas fundamentais para se
promover bom desenvolvimento, assim como a experimentação de atividades
que exijam gestos motores mais complexos e resolução de problemas, como
obstáculos (BOYD; BEE, 2011).
Outro fator que parece contribuir com o desenvolvimento de pré-escolares,
é o contexto familiar. Crianças que são criadas em orfanatos parecem apre-
sentar desenvolvimento intelectual menor quando comparadas com aquelas
que foram criadas pelos pais ou parentes. E aquelas que foram adotadas mais
cedo se aproximam do desenvolvimento normal, o que parece não ocorrer
com as que são adotadas após os 2 anos de idade (AMES, 1997; NELSON et
al., 2007). Ainda, crianças criadas em orfanatos tendem a apresentar maiores
transtornos de atenção, agressividade e quase-autismo (MUSTARD, 2010).
A alimentação também é outro aspecto altamente relevante para o desen-
volvimento físico e cognitivo. Grantham-McGregor et al. (1991) demonstraram
que crianças que nasceram com nanismo, se forem nutridas e estimuladas
adequadamente, podem se aproximar do desenvolvimento de crianças sem essa
condição. Além disso, a alimentação da mãe durante o período de gestação
tem uma grande repercussão no desenvolvimento do feto e na vida pós-natal
do bebê. De fato, durante a gestação ocorrem grandes transformações no
feto, conforme demonstrado na Figura 1, pois é uma fase de transformações
complexas (MUSTARD, 2010).
A subnutrição, nos primeiros anos, pode comprometer seriamente o desen-
volvimento cerebral do bebê. O principal alimento nessa fase, principalmente
até os 6 anos, deve ser o leite materno e, quando realmente necessário, deve
ser introduzida alguma fórmula que possa suplementar sua alimentação. A
utilização de alimentos sólidos precocemente pode ser altamente prejudicial
para sua nutrição e, consequentemente, seu desenvolvimento (BOYD; BEE,
2011).
Além dos fatores já apresentados, existe também a necessidade de ter uma
atenção às imunizações. Os bebês precisam de exames médicos frequentes. A
puericultura é a ciência que reúne todas as informações suscetíveis de favorecer
o desenvolvimento físico e psíquico dos bebês, até a sua puberdade. Esses
exames e acampamento rotineiro durante a primeira infância são extremamente
importantes para o desenvolvimento da criança. A vacinação permite prevenir
o surgimento de várias doenças, e estudos sugerem que a imunização se torna
mais efetiva quando iniciada logo no primeiro mês de vida e continuada durante
a infância e adolescência (BOYD; BEE, 2011).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 11

3 semanas 4 semanas 5 semanas

7 semanas 11 semanas 4 meses

6 meses 8 meses Recém-nascido


Figura 1. Desenvolvimento do cérebro ao longo da gestação.
Fonte: Adaptada de Dreyer (2009).

Atribuições da educação física na atenção ao


desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial
durante a primeira infância
A fase pré-natal do desenvolvimento humano se inicia na concepção e ter-
mina com o nascimento, sendo marcada por profundas transformações nas
estruturas corporais e em suas funções. Esses processos são fundamentais
para o desenvolvimento motor do bebê, influenciando diretamente na aqui-
sição de padrões motores rudimentares e estereotipados, típicos dessa fase.
Além disso, o período pré-natal e as experiências do bebê irão influenciar no
desenvolvimento de engramas motores nas crianças (GALLAHUE; OZMUN;
GOODWAY, 2013). Essa fase é conhecida como pré-escolar, apesar de, hoje

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


12 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

em dia, muitas crianças nessa idade já frequentarem ambientes semelhante a


escolas, como creches.
Durante os dois primeiros anos de vida, o sistema nervoso se desenvolve
rapidamente, principalmente o córtex, já que outras estruturas subcorticais
já estão bastante desenvolvidas. Nessa fase, ocorre grande aumento nas si-
napses (sinaptogênese), o que quadruplica o peso do cérbero do bebê até os
4 anos de idade. Nesse processo, são produzidas muito mais sinapses do que
o indivíduo realmente necessita, ocorrendo, então, algumas “podas”, no qual
rotas e conexões desnecessárias são eliminadas (BOYD; BEE, 2011), como
mostra a Figura 2.

Figura 2. Sinapotogênese e poda sináptica.


Fonte: Boyd e Bee (2011, p. 123).

Muitos dos movimentos básicos dos bebês se manifestam como reflexos


importantes para sua sobrevivência (reflexos de sobrevivência primitivos
ou reflexos adaptativos inatos). Esses comportamentos reflexos são a fonte
primária para coleta de informações durante essa fase, e o comportamento
reflexo apresentado pelos bebês pode ser usado como uma ferramenta para
diagnósticar a integridade do sistema nervoso central. Esses padrões de mo-
vimento são controlados subcorticalmente, apresentando características este-

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 13

reotipadas, ou seja, todos os neonatos, no mundo inteiro, apresentarão esses


movimentos (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013), como os atos de
sugar, abrir e fechar a pupila, preensão manual e marcha (BOYD; BEE, 2011).

Uma das grandes transformações no desenvolvimento motor dos bebês é aprender a


ficar de pé e caminhar. Isso ocorre por volta do 9º ao 18º mês de vida. No entanto, muitos
pais têm o hábito de colocar o bebê na posição ereta, logo nos primeiros meses, e se
espantam ao ver que ele é capaz de sustentar seu corpo ereto com os pés apoiados no
solo. Isso ocorre por causa dos reflexos subcorticais, sendo o primeiro reflexo da marcha,
que dura até o 5º mês (Figura 3). Mas como essa não é uma atividade motora voluntária,
após essa fase o bebê perde essa capacidade de se sustentar em pé quando colocado
nessa posição. No entanto, a ativação desse reflexo, durante os 4 ou 5 primeiros meses
de vida, parece contribuir no desenvolvimento dos comportamentos voluntários do
bebê. Além disso, sua prática parece melhorar a força dos membros e a coordenação
assimétrica, porém, quando excessiva, pode gerar estresse nos ossos e articulações.

Figura 3. Reflexo primário de pisar.


Fonte: Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 152).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


14 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Ao longo do seu desenvolvimento, por volta do 9º e 10º mês, começam a


surgir rudimentos do que serão os movimentos voluntários (reflexos posturais
primitivos), como rastejar, engatinhar, sustentar-se na posição sentado e até a
conquista da posição ereta. Aliado a isso, são desenvolvidas habilidades ma-
nuais, como a capacidade de realizar preensão e soltura dos objetos de forma
voluntária (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). É nessa fase que o
bebê progride do ficar sentado sozinho ao engatinhar e caminhar (BOYD;
BEE, 2011).
O rastejar e o engatinhar ocorrem quando todos os quatro membros estão
em contato com a superfície de apoio. No rastejar, o tórax e o abdome da
criança tocam a superfície. No engatinhar, apenas as mãos e os joelhos a
tocam (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Portanto, observa-se que a
criança adquire um repertório notável de habilidades motoras até os dois anos
de idade (Figura 4). Cabe ressaltar que, durante essa fase, as meninas parecem
estar à frente dos meninos no desenvolvimento motor (BOYD; BEE, 2011).

Recém-nascido Reflexos subcortiais


1 mês Segue a luz
2 meses Sorri, balbucia
3 meses Sustenta a cabeça

4 meses Agarra objetos


5 meses Gira sobre o abdômen
6 meses Mantem-se sentado
7 meses Preensão palmar
8 meses Pinça digital

9 meses Põe-se sentado


10 meses Engatinha

11 meses De pé, dá passos com


apoio
12 a 14 meses Caminha só

Figura 4. Desenvolvimento motor da criança no primeiro ano de vida.


Fonte: Adaptada de Pereira (2012).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 15

O brincar das crianças é o primeiro passo para a aquisição de padrões mo-


tores mais finos e habilidades mais amplas e variadas, ou seja, promove maior
desenvolvimento de engramas motores. Além disso, a brincadeira é um grande
facilitador do desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança (GALLAHUE;
OZMUN; GOODWAY, 2013). Dessa forma, a brincadeira pode ser muito mais
do que apenas um momento de diversão, contribuindo diretamente para o
desenvolvimento motor e intelectual (SILVA; LACORDIA, 2016).
No entanto, muitos pais, e até profissionais da saúde e da educação, supe-
restimam o nível de atividade física nessa fase, acreditando que as crianças
são altamente ativas por realizarem muitas brincadeiras, o que não é verdade,
principalmente quando comparado com crianças de outras gerações, que
eram mais ativas. A atividade física é um componente importante para o
desenvolvimento saudável das crianças e, portanto, deve-se ter um olhar mais
crítico para os níveis de atividade física na primeira infância (REILLY, 2011;
SILVA; LACORDIA, 2016).
Estudos recentes mostram que crianças pequenas estão, geralmente, bem
longe de alcançar níveis considerados adequados de atividade física, apre-
sentando, ainda, maior comportamento sedentário. As crianças têm passado
muito tempo assistindo à televisão e até mexendo em dispositivos digitais,
como celulares e tablets (infância digital) e iniciam estes hábitos cada mais
cedo (CARDON; VAN CAUWENBERGHE; DE BOURDEAUDHUIJ, 2011).
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2017) lançou
um manual sobre orientações de atividade física infantil. Ela considera que
ser fisicamente ativo todos os dias é importante para a promoção da saúde
integral dos bebês. O profissional de educação física pode ter um papel fun-
damental nas orientações sobre atividades físicas que os bebês em idade
entre 0 a 2 anos possam fazer. Eles devem ser incentivados a serem ativos em
vários períodos do dia, e aqueles que ainda não começaram a arrastar e/ou
engatinhar devem ser estimulados a se movimentarem alcançando, puxando,
segurando e empurrando, movendo a cabeça, corpo e membros, alterando
entre posições de decúbito ventral e dorsal (a Figura 5 retrata uma atividade
de desenvolvimento motor, no aprimoramento da qualidade da caminhada em
um bebê com síndrome de Down). No entanto, uma atenção especial deve ser
dada à proteção e segurança do ambiente, que deve sempre ser supervisionado
e estimulado (SBP, 2017).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


16 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

Crianças que já conseguem andar sozinhas devem ser encorajadas a mante-


rem-se ativas todos os dias, acumulando pelo menos 180 minutos de atividades
diariamente, tanto em ambiente fechado quanto ao ar livre. Aqui podem ser
incluídas atividades leves, como se manter em pé, mover-se pelo chão, tentar
transpor obstáculos, além de atividades mais intensas, como saltar, pular e
correr. Deve-se evitar comportamentos sedentários por períodos prolongados,
pois já foi demonstrado que há uma relação negativa entre o sedentarismo e o
desenvolvimento psicomotor das crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria
recomenda que, pelo menos até os 2 anos de idade, o tempo de tela (tablet,
celular, jogos eletrônicos e TV) seja igual a zero (SBP, 2017).

Figura 5. Valendo-se de um reflexo primitivo, o da marcha, um bebê


com síndrome de Down é treinado sobre uma esteira motorizada, a fim
de acelerar o surgimento e aprimoramento da qualidade da caminhada.
Fonte: Haywood e Getchell (2016, p. 110).

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 17

Uma das modalidades esportivas mais praticadas na primeira infância é


a natação, e parece que bebês que estão envolvidos em atividades aquáticas
desenvolvem alguns gestos motores mais precocemente, como a execução da
posição sentada. A natação auxilia na coordenação dos movimentos, estimu-
lando o surgimento de outros e ampliando a capacidade da criança de realizar
os movimentos de sua faixa etária (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY,
2013; PEREIRA, 2009). A modalidade traz inúmeros benefícios aos seus
praticantes, e qualquer estímulo que se acrescente acaba auxiliando nessa
fase. Quanto mais o bebê receber estímulos, maior será sua capacidade de
aprender. Quanto à idade para se iniciar, não existe um consenso, mas deve-
-se evitar idades muito precoces, quando o sistema imunológico ainda não se
desenvolveu, ou quando a criança ainda foi imunizada, pois deve-se levar em
consideração o tipo de tratamento da água, sua temperatura e a do ambiente
externo (PEREIRA, 2009).

Neste vídeo, o professor mestre Silmar Alexandre Barbisan


aponta os benefícios metabólicos da prática de atividade
física, com foco na natação. Perceba que ele aponta uma
informação importante a respeito da obesidade infantil
e o benefício de manter-se ativo na infância. Para saber
mais, acesse o link a seguir ou código ao lado.

https://qrgo.page.link/FeBZ

AMES, E. W. The development of Romanian orphanage children adopted to Canada:


final report to the National Welfare Grants Program: Human Resources Development
Canada. Burnaby: Simon Fraser University, 1997.
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BOYD, D.; BEE, H. A criança em crescimento. Porto Alegre: Artmed, 2011.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


18 Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

CARDON, G.; VAN CAUWENBERGHE, E.; DE BOURDEAUDHUIJ, I. Physical activity in infants


and toddlers. In: TREMBLAY, R. E. et al. (ed.). Encyclopedia on early childhood development.
Montreal: Centre of Excellence for Early Childhood Development, 2011. Disponível em:
http://www.child-encyclopedia.com/physical-activity/according-experts/physical-
-activity-infants-and-toddlers. Acesso em: 07 abr. 2019.
CARVALHO, M. L. D. Efeitos de estimulação multi-sensorial no desempenho de crianças
em creche. 2005. Tese (Doutorado em Estudos da Criança) — Instituto de Estudos da
Criança, Universidade do Minho, Braga, 2005. Disponível em: http://repositorium.sdum.
uminho.pt/handle/1822/7291. Acesso em: 07 abr. 2019.
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALÁCIOS, J. (org.). Desenvolvimento psicológico e educação:
psicologia evolutiva. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. v. 1.
DESSEN, M. A.; COSTA JÚNIOR, A. L. (org.). A ciência do desenvolvimento humano: ten-
dências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: Artmed, 2005.
DIAS, I. S.; CORREIA, S.; MARCELINO, P. Desenvolvimento na primeira infância: caracte-
rísticas valorizadas pelos futuros educadores de infância. Revista Eletrônica de Educação,
São Carlos, v. 7, nº. 3, p. 9–24, 2013. Disponível em: http://www.reveduc.ufscar.br/index.
php/reveduc/article/view/483. Acesso em: 07 abr. 2019.
DREYER, J. Conclusões. 2009. Disponível em: http://pasapirangag09.pbworks.com/w/
page/14561029/Conclus%C3%B5es. Acesso em: 07 abr. 2019.
FARIA, A. R. Desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Porto Alegre:
Ática, 1998.
GALLAHUE, D.; OZMUN, J.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
GRANTHAM-MCGREGOR, S. M. et al. Nutritional supplementation psychosocial sti-
mulation and mental development of stunted children: the Jamaican study. Lancet,
London, v. 338, nº. 8758, p. 1–5, July 1991.
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2016.
LEITE, L. B.; COLINVAUX, D. Psicologia do desenvolvimento: reflexões e práticas atuais.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
MUSTARD, J. F. Desenvolvimento cerebral inicial e desenvolvimento humano. In: TREM-
BLAY, R. E. et al. (ed.). Enciclopédia sobre desenvolvimento na primeira infância. [S. l.: s. n.],
2010. Disponível em: http://www.enciclopedia-crianca.com/sites/default/files/textes-
-experts/pt-pt/2532/desenvolvimento-cerebral-inicial-e-desenvolvimento-humano.
pdf. Acesso em: 07 abr. 2019.
NELSON, C. A. 3rd et al. Cognitive recovery in socially deprived young children: The
Bucharest Early Intervention Project. Science, New York, v. 318, nº. 5858, p. 1937–1940,
Dec. 2007.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Primeira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 19

PEREIRA, K. R. G. Atividades aquáticas para bebês: influência no desenvolvimento motor.


2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) — Escola
de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto alegre, 2009.
PEREIRA, R. O desenvolvimento motor da criança. 2012. Disponível em: http://fonoau-
diologarj.blogspot.com/2012/09/o-desenvolvimento-motor-da-crianca.html. Acesso
em: 07 abr. 2019.
REILLY, J. J. A atividade física na primeira infância: comentários temáticos. In: TREM-
BLAY, R. E. et al. (ed.). Enciclopédia sobre desenvolvimento na primeira infância. Glasgow:
University of Strathclyde, 2011. Disponível em: http://www.enciclopedia-crianca.com/
atividade-fisica/segundo-especialistas/atividade-fisica-na-primeira-infancia-comenta-
rio-tematico. Acesso em: 07 abr. 2019.
SBP. Promoção da atividade física na infância e adolescência. Porto Alegre: SBP, 2017.
Disponível em: http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19890d-MO-Promo_Ati-
vFisica_na_Inf_e_Adoles.pdf. Acesso em: 07 abr. 2019.
SILVA, L. C.; LACORDIA, R. C. Atividade física na infância, seus benefícios e as implica-
ções na vida adulta. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, Juiz de Fora,
v. 1, nº. 26, jul./dez. 2016. Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/NTU3.pdf.
Acesso em: 07 abr. 2019.

Leituras recomendadas
ALMEIDA, N. A importância do professor de Educação Física na primeira infância. 2018. Dis-
ponível em: https://www.educacaofisica.com.br/escolas/a-importancia-do-professor-
-de-educacao-fisica-na-primeira-infancia/. Acesso em: 07 abr. 2019.
DIDATCS. Behaviorismo (1): metodológico e radical. 2017. 1 vídeo (8min 4seg). Dispo-
nível em: https://www.youtube.com/watch?v=ipHFpXAgjiA. Acesso em: 07 abr. 2019.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
JONES, R. A.; OKELY, A. D. Recomendações relativas à atividade física na primeira infância.
In: TREMBLAY, R. E. et al. (ed.). Enciclopédia sobre desenvolvimento na primeira infância.
Glasgow: University of Strathclyde, 2011. Disponível em: http://www.enciclopedia-
-crianca.com/sites/default/files/textes-experts/pt-pt/4654/recomendacoes-relativas-
-a-atividade-fisica-na-primeira-infancia.pdf. Acesso em: 07 abr. 2019.
SANTOS, L. C.; PASSOS, J. E. O. S.; REZENDE, A. L. G. Os efeitos da aprendizagem psi-
comotora no controle das atividades de locomoção sobre obstáculos em crianças
com deficiência da visão. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 13, nº. 3, p.
365–380, set./dez. 2007.
YOUNG, M. E. (org.). Do desenvolvimento da primeira infância ao desenvolvimento hu-
mano. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2010. Disponível em: http://
agendaprimeirainfancia.org.br/arquivos/Livro_Do_Desenvolvimento_da_Primeira_In-
fancia%20ao_Desenvolvimento_Humano.pdf. Acesso em: 07 abr. 2019.

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1


Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1
Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1
Nome do arquivo:
C05_Primeira_infancia_desenvolvimento_fisico_cognitivo_psico_2023
04031017081708256.pdf
Data de vinculação à solicitação: 03/04/2023 10:17
Aplicativo: 659199

Identificação interna do documento 5YHS7HQ0CS-N2LZ4R1

Você também pode gostar