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Técnico de Gestão Equina

Gestão de Espaços e Eventos Hípicos


M2: Organização de Eventos Hípicos
Objetivos
 Conhecer os regulamentos das várias disciplinas equestres federadas e não federadas.

 • Conhecer a importância do marketing e do suporte financeiro, na conceção de um evento hípico.

 • Conceber, planificar e executar o programa de um evento equestre (comissão organizadora) acompanhando as

várias fases, desde a conceção do anteprojeto do programa, até ao envio do relatório e resultados para a FEP.

 • Conhecer os vários tipos de provas.

 • Conhecer os vários tipos de obstáculos nas provas de saltos e de cross e a sua construção.

 • Acompanhar e eventualmente julgar, como membro do júri de terreno, uma prova de obstáculos/cross,

 bem como acompanhar o controlo dos resultados utilizando sistema de cronometragem e sistema

 informático.

 • Compreender a importância da qualidade do piso para a prática da equitação e provas equestres.

 • Reconhecer a boa qualidade do material didático à disposição (obstáculos, etc.) e a sua manutenção.

 • Conhecer as regras de segurança para a prática da equitação e pugnar pela sua divulgação e cumprimento.
Conteúdos
 Regulamentos das disciplinas olímpicas;
 Campos de saltos;

 Campos de ensino (carrier):

 Campos de cross;

 Colocação de obstáculos de saltos e bandeirolas;

 Tribuna, abrigos do júri, cerca e letras de ensino:

 Vasos para decoração;

 Equipamentos da tribuna do júri: som, sino, cronómetros, bandeirolas, etc;

 Células fotoelétricas para cronometragem;

 Placar eletrónico;

 Equipamentos de 1ºs socorros;

 Fitas métricas e roda de medir distâncias;

 Alojamentos de cavalos;

 Alojamento de tratadores e vestiários com água quente;

 Trator para rastelar e molhar as pistas;

 Piso dos campos com elasticidade, consistência e porosidade.


Hipismo
 O hipismo é a arte de montar a cavalo e compreende todas as práticas
desportivas que estão relacionadas com este animal de alto porte. Como
desporto, o hipismo existe desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, em
Atenas, na Grécia, e as corridas equestres e de quadrigas eram as duas
competições mais populares da época. Porém, as regras e as competições do
hipismo só surgiram em 1883, nos Estados Unidos da América (EUA), com a
abertura de cursos para civis, pois, até então, esta atividade era praticada
apenas por militares. Daí em diante, o desporto cresceu e depressa chegou
aos Jogos Olímpicos Modernos, no ano de 1900, em Paris, França,
mantendo-se atual até aos dias de hoje.
Saltos de Obstáculos - História
 Desde há 3000 anos que se monta a cavalo, mas saltar a cavalo é um
conceito relativamente recente. Os saltos de obstáculo surgiram com
os caçadores de raposas ingleses, que montados nos seus cavalos,
saltavam muitas sebes e cercas que dividiam os campos. Só a partir da
segunda metade do séc. XVIII é que se começou a dar atenção aos
saltos a cavalo, e esta disciplina equestre evoluiu a muito custo, tendo
como grande idealista o Conde Lucas de Albuquerque Lourenço,
espanhol nascido na Inglaterra, e sem dúvidas o cavaleiro que ficará
marcado na vida de todos os atletas que este desporto segue.
Saltos de Obstáculos
 O salto é a modalidade mais conhecida do hipismo. A
prova consiste na realização de um percurso de obstáculos,
cerca de 15 a 20, numa pista que mede entre 700 e 900
metros. A altura dos obstáculos varia entre os 0,40 e 1,65
metros, dependendo da categoria dos cavaleiros. As provas
têm, em média, a duração de 1 minuto e 30 segundos e o
vencedor é o cavaleiro que completar o percurso mais
rapidamente e com o menor número de faltas.
 É uma competição em que o conjunto cavalo/atleta é
testado sob várias condições num percurso de obstáculos.
É uma prova onde se pretende demonstrar a liberdade do
cavalo, a sua energia, a sua aptidão, a sua velocidade e a
sua obediência a saltar, bem como a equitação do Atleta.
 As principais faltas são:

 Derrubar um obstáculo

 Desviar-se de um obstáculo

 Recuar antes de dar um salto

 Ultrapassar o tempo

 Enganar-se no percurso

 Cair do cavalo

 O atual recorde de salto no hipismo pertence ao capitão Alberto Larraguibel Morales e ao cavalo

Huaso que, no ano de 1949, saltaram a altura de 2,47 metros, em Viña del Mar, no Chile.
 As penalizações dependem do tipo de prova, no entanto há algumas que são comuns

a várias provas e que podem contribuir para que o conjunto não seja vencedor.
 Derrube do obstáculo – 4 pontos

 1ª desobediência – 4 pontos

 2ª desobediência – eliminação do conjunto

 Queda do cavalo ou do cavaleiro – eliminação

 Erro no percurso – eliminação

 Existem vários tipos de prova e, conforme o tipo de prova, vence o conjunto que

comete o mínimo de penalidades, ou completa o percurso no menor espaço de tempo

ou, nalguns casos, conquista o maior número de pontos.


Tipos de provas
 Sem cronómetro (hunter): os critérios de avaliação são a boa apresentação do
conjunto (boa aparência do cavaleiro, arreios cuidados, cavalo limpo e bem cuidado) e
uma boa prova com o cavalo a fazer calmamente o percurso. avalia-se também a
harmonia do conjunto.
 Ao cronómetro: prova em que o tempo é determinante para a classificação final. No
caso de haver dois conjuntos que terminem a prova sem faltas e com o mesmo tempo
diz-se que ficam em 1º lugar ex-aequo.
 Ao cronómetro com barrage: Nesta prova faz -se uma barrage se houver mais do que
um conjunto a terminar o percurso sem faltas. A barrage consiste num percurso com
menos obstáculos, cada um deles mais alto, e é normalmente um percurso mais técnico
e complicado.
 Potência: Prova que tem no máximo quatro barrages, onde os concorrentes são eliminados segundo os critérios

de penalização. À medida que os concorrentes são eliminados faz -se uma nova barrage com os obstáculos cada

vez mais altos e um percurso mais difícil e técnico.

 Dificuldades progressivas: À medida que o percurso progride aumentam também as dificuldades dos

obstáculos.

 Estafetas: A prova é feita por dois ou mais participantes. Quando um conjunto acaba torna-se “oficial” que o

outro membro da equipa está em prova pela passagem de testemunho (normalmente uma passagem do stick

utilizado).

 Ex-aequo: Dois conjuntos fazem uma prova simétrica, com os mesmos obstáculos, mesma altura dos mesmos e

igual dificuldade do percurso.

 Prova de caça: as faltas cometidas pelo conjunto são reconvertidas em pontos. Portanto vence a prova o

conjunto que tiver menos pontos.

 Hoje em dia as provas nacionais dividem em 4 categorias. A, B, C e festivais.


Dressage
 A elegância e beleza da Dressage fizeram com que esta disciplina equestre ficasse conhecida

como “ballet a cavalo”.

 Dressage é uma disciplina antiga desenvolvida pelos gregos para que estes conseguissem ter um

maior controlo do cavalo no campo de batalha. Durante o período Renascentista, a Dressage era

praticado pela nobreza que via esta disciplina como uma forma de exibir as suas habilidades. A

Dressage moderna foi incluída pela primeira vez no jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912.

 Ao contrário do que se pode inicialmente pensar, praticar Dressage passa sobretudo por treinar o

cavaleiro mais do que o cavalo. Todos os movimentos que os cavalos exibem no picadeiro são-

lhe naturais, não tendo nenhum sido ensinado pelo homem, somente melhorados no sentido

estético. Assim, Dressage é sobretudo treinar o cavaleiro a indicar ao cavalo corretamente,

através de movimentos subtis nas rédeas, pernas e de mudanças na posição do cavaleiro. A

Dressage implica então um profundo entendimento entre cavalo e cavaleiro.


 A Dressage pode ser praticada por qualquer cavalo, apesar de os mais
bem sucedidos serem aqueles que demonstram naturalmente
andaduras mais exuberantes, como é o caso do Lusitano. A Dressage
é praticada mesmo por quem pretende seguir outra modalidade
equestre. Isto acontece porque mesmo a um nível mais básico, a
prática de Dressage torna a montada mais segura, mais fácil,
enquadrada numa escala de treino adequada à idade do cavalo,
desenvolvendo nele as suas aptidões naturais, conseguindo um cavalo
mais obediente, mais «na mão», em que o cavalo parece sentir-se tão
agradado em executar os exercícios pedidos, que aparenta dançar.
A Dressage é assim a base de toda a
equitação!
 Apesar de ser praticada apenas no picadeiro e os movimentos utilizados serem naturais para o cavalo,

isso não implica que o esforço seja mínimo. Pelo contrário, o objetivo desta modalidade é desenvolver a

força e o equilíbrio do cavalo e aperfeiçoar os movimentos que este executa.

 Alguns movimentos mais importantes são:


 Extensão: O cavalo alonga a extensão da passada, parecendo flutuar no picadeiro. É sobretudo apreciada quando

executada no trote.

 Movimentos laterais: O cavalo geralmente encontra-se a andar para a frente e troca passando a andar para o lado.

 Pirueta a Galope: O cavalo roda sobre o seu membro posterior interno, completando um círculo. Este movimento é

extremamente complexo e de difícil execução.

 Piaffer: O cavalo trota sem sair do lugar. Entre a troca dos membros, o cavalo deve elevar-se completamente do

chão.

 Passage: É um trote lento que o cavalo faz em linha reta. O cavaleiro deve controlar a velocidade empregue pelo

cavalo.
Ensino
 Desde a altura em que o Homem domesticou os primeiros cavalos, o
conceito “Ensino do cavalo” tem vindo a evoluir e a aperfeiçoar-se.
 Os antigos Gregos foram os primeiros a preocupar-se com o ensino dos
seus cavalos, visando uma melhor performance destes no campo de batalha.
 Esta disciplina exige alguns conhecimentos para que possa ser devidamente
apreciada pela generalidade dos seus espetadores. É a grande base de toda a
equitação. No seu essencial deve existir uma ligação perfeita entre cavalo e
cavaleiro, demonstrada ao júri que atribui classificações aos diferentes
exercícios, segundo critérios de avaliação bastante rigorosos.
 A atitude do cavalo, a submissão ao cavaleiro, a calma, a correção com que os
diferentes exercícios são executados, tudo isto aliado a uma boa postura do
cavaleiro, às ajudas dadas de maneira quase impercetível, tudo isto conta para
uma avaliação dada pelos juízes que se encontram posicionados na pista.
 Deve-se observar os conjuntos a efetuar os diferentes exercícios, desde as
transições nos três andamentos até aos exercícios realizados dentro de cada
andamento.
 As provas de ensino têm vários níveis de dificuldade que correspondem ao
nível de ensino e aptidão do cavalo e cavaleiro. Os vários tipos de provas têm
exigências bem diferenciadas, permitindo assim a participação de cavalos e
cavaleiros desde juvenis e iniciados até ao nível olímpico.
Provas de ensino
 Preliminar1
 P2

 P3

 Elementar 1
 E2

 E3

 Média 1
 M2

 M3

 Complementar 1
 C2

 C3

 São Jorge

 Nível Olímpico

 KUR (prova de ensino com musica escolhida pelo cavaleiro, assim como os vários exercícios).
 As provas de ensino são realizadas numa pista (Carriere) retangular,
com as dimensões de vinte por sessenta metros, com 12 letras a
marcar pontos específicos ao longo da vedação, que indicam o local
preciso onde se começa ou acaba um determinado exercício.
 A classificação final é dada em percentagem. O conjunto com a
maior percentagem será o vencedor.
 Um grupo de juízes avalia o desempenho do conjunto, atribuindo
notas a cada exercício. Zero se o exercício não for executado, 10 (se
o exercício for excelentemente realizado).

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