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Jewel E. Ann
Only Trick
Livro Único
~2~
SINOPSE
‗Não olhe para trás com raiva‘.
Eu era sem-teto.
Eu não queria gostar dela, mas ela rastejou sob minha pele e me
engoliu inteiro. Agora nós somos melhores amigos e ela é o meu novo
vício. Eu a beberia de um copo, a cheiraria pelo meu nariz ou a injetaria
em minhas veias se eu pudesse. O que eu não vou fazer... é lhe dizer
isso.
~3~
A mente fala com razão e da lógica. O coração... ele não fala,
ele só sente. Mas aqui está a coisa sobre sentimentos... eles são a
verdade não dita.
Capítulo Um
Saúde: ausência de doença e falta de estupidez.
Eu me racho!
~4~
— Eu cuido disso. — Dr. Ellis empurra dois prontuários no meu
peito antes de arrastar aquela bunda gorda autoritária pela entrada do
Pronto Socorro como se Deus tivesse coroado ele rei do dia. — Dor
abdominal na sala um; suturas, na três.
— Ele só está chateado porque você está com Ashby e ele não. O
turno dele terminou há dez minutos. — minha enfermeira e braço
direito, Jade, me entrega uma caneta para assinar um prontuário.
~5~
Eu jogo minha cabeça para trás, recuperando meu espaço
pessoal. — Ele trouxe um esquilo?
Ah, merda!
— Bom...
Bom o quê? Bom dia? Boa tarde? Boa noite? Bom Deus!
~6~
— Ah hmm...
~7~
Patrick não é o meu primeiro ‗esquilo‘, mas meu profissionalismo
nunca vacilou. Os pacientes são quebra-cabeças à espera de serem
remendados, nada mais. Mas, meu Deus, tudo que eu quero fazer é
esfregar meu nariz no pescoço dele e inalar como eu estivesse dando
minha primeira respiração.
— Você é a médica.
A mão dele se torna apenas isso, uma mão. Agora já não importa
que ela esteja ligada a um corpo que... que... Deus, não há palavras,
nem mesmo na minha cabeça. Eu me convenço de que poderia muito
bem ser a mão de um cadáver. Eu não tenho certeza o que foi a minha
falha há poucos momentos atrás. Talvez o comentário ridículo sobre
esquilo de Jade mexeu com minha cabeça. Mas estou de volta.
~8~
Eu arrisco um olhar com um sorriso nervoso. Aqueles olhos se
encontram com os meus, em seguida, desaparecem ao longo do meu
corpo como um lençol esvoaçando sobre uma cama, flutuando no ar até
pousar sobre a superfície. Eu limpo minha testa com a palma da
mão. Merda! Agora eu estou suando.
***
~9~
vestido, e eu também posso arranjar alguém para fazer seu cabelo
e maquiagem. O Steven vai te buscar ou envio um carro para
você? Me liga, querida.
1
Em uma tradução literal seria: Encontro nu.
~ 10 ~
Eu rio. Um jantar com pratos a cinquenta mil dólares que seus pais
estão pagando para... nah, não é nenhum problema para mim. — Ei,
você está salvando vidas.
~ 11 ~
— É uma emergência? — ela atende com sua atitude irritável de
sempre.
— Sim, sim, você ia fazer seu próprio cabelo até que você fez uma
pausa de salvar a cidade cheia de pecado que é Chicago ferida a facada
e olhou no espelho. Então você percebeu que só há uma pessoa que
pode transformar sua juba flamejante em uma obra de arte. Parágrafo:
sinceramente.
— Espero que toda essa besteira seja sua maneira de dizer que
você vai fazer o meu cabelo no sábado.
— Pergunte direito.
— Um mês... continue.
— Eu.
~ 12 ~
azuis devem ser tudo o que preciso. Eu não quero chamar atenção
muito menos ‗derreter‘.
— Gem...
***
— Ele é. É por isso que ele dirige essa horrível banana sobre
rodas. Ele está compensando.
Ela me leva até a pia e me inclina para trás para lavar meu
cabelo. — Você se refere a ele como Steven ou ‗o cara com quem eu
saio‘, mas nunca o seu namorado. Mesmo você não namorando
~ 13 ~
ninguém, e ele não coloca um anel em seu dedo. Por favor, me diga que
você vê a ironia nisso?
2Estado da pessoa que só se casa com outra porque ambas pertencem a mesma classe
e/ou tribo, visando preservar suas nobrezas, raças etc.
~ 14 ~
Eu olho para fora da janela. — Rogue Seduction3?
Eu não discuto. Por mais que isso decepcione meu pai e Rachel,
moda, glamour, dinheiro e influência, não são a minha praia. Meu pai é
‗político rico‘ o que significa que ele está bem, mas ele vive como os ricos
e famosos por causa de Rachel.
— Não é sobre o que você quer; é tudo sobre o que você precisa.
— Trick?
— Sim. Acredite, você não vai se importar com o que ele faz para
você quando você o ver.
3 Sedução perigosa.
~ 15 ~
Gemmie sorri. — Não se preocupe. Ele é um prazer sem culpa.
— Como assim?
— Ele é gay.
~ 16 ~
Capítulo Dois
Um laranja amarelado perfeitamente esculpido fecha o tempo
resistindo ao assalto brutal do ar abafado de julho conforme eu
atravesso a rua em meu chinelo. Depois de sentar na cadeira de
Gemmie por mais de uma hora, a umidade fez os meus shorts jeans
escuros agarrar a minha bunda como contact enquanto a minha blusa
branca de botão também grudou lindamente nas minhas costas.
4 Peggy Lee, nome artístico de Norma Deloris Egstrom, foi uma cantora de jazz
tradicional norte-americana conhecida por interpretar as canções "Is That All There
Is?" e "Fever".
~ 17 ~
cara que se parece com uma versão ligeiramente gótica de Patrick
Roth. Eu viro.
Inacreditável!
OK…
~ 18 ~
estranho que isso não me acalme, cesse o vazamento lento entre as
minhas pernas ou suavize meus mamilos. O tempo acabou! Eu não
posso mais olhar para ele.
Ele dá um passo mais perto e escova meu cabelo para trás sobre
meus ombros. — Eu não te disse como fazer o seu trabalho.
— Esmeralda.
~ 19 ~
mas não tem como não olhar para eles. Eles estão bem aqui olhando
para mim. Por que ele tem que ficar tão perto? Ele é míope? Jade estava
certa; ele é intenso.
— Re.la.xe.
— Feche os olhos.
Ele não responde, mas graças a Deus ele tira a mão da minha
perna.
Nada.
— Você é o dono?
Nada ainda.
~ 20 ~
lenta e torturante aplicação de batom. Eu tenho que manter meus
lábios entreabertos, o que significa que ele pode ouvir e até mesmo
sentir a minha respiração acelerando... eu estou ofegante.
Patético.
— Linda!
Sorte sua.
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daqueles lábios saborosos que me levariam ao clímax. Talvez seja
melhor eu nunca saber.
***
~ 22 ~
Concordo com persistente relutância conforme Steven me
acompanha para fora do hotel.
~ 23 ~
— Pneu furado, senhorita Carmichael. Peço desculpas pela
inconveniência. Não deve demorar muito para consertá-lo.
— Estamos fechados.
— Bem, isso não parece legal. — Trick enfia uma mão no bolso
enquanto a outra mexe em um palito pendurado no canto de sua
boca. Uma boca que ainda se recusa a abrir mão de um sorriso. Seus
olhos castanhos parecem negros esta noite como se eu estivesse
pedindo a opinião dele sobre o meu vestido... mas eu não estou.
Minha cabeça dispara para trás. Seu comentário atado com uma
pitada de narcisismo imbecil me pega desprevenida. — O quê? Não.
Eu... meu... eu quero dizer o pneu do carro furou. — eu aponto para
onde o carro parou. Trick olha e assente com a cabeça assim que Jack
caminha em direção a nós.
— Eu poderia ligar...
~ 24 ~
— Está tudo bem, Jack, de verdade.
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de trás com as mãos planas contra a parede para me amparar. O medo
na minha cara é palpável; eu só posso imaginar o quão feio parece de
fora. Meu medo é rebatido com outro sorriso desdentado.
Presunçoso maldito!
Ele me dá um lento aceno que diz ‗Aham, com certeza você gosta‘,
claramente não convencido. Na minha própria casa eu me cerco com
decoração moderna e pouca desordem. Madrasta Rachel acha que ele
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tem uma hedionda e ‗estéril‘ sensação: aparelhos de aço inoxidável,
branco e tons de tinta cinza, e pisos de superfície dura.
O que ele quer dizer com isso? Ainda estamos falando de bebidas
ou outra coisa, como por exemplo, que ele é gay e eu não sou?
— Vinho?
— Cerveja?
Outra negativa.
— Chá?
Sem negativa desta vez, apenas um olhar que diz que eu acabei
de acordar a besta.
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— Eu estou bem com água da torneira. — eu sussurro as
palavras como se eu estivesse esperando o teto desmoronar.
O estalo dos meus saltos ecoa com cada passo que eu dou na
pressa de recuperar o atraso. Na descida, eu tomo um pequeno gole da
água e dou a ele um olhar de soslaio envergonhado. Ele não olha para
mim, os olhos firmes à frente, mãos em punho.
***
— Espera!
Ele se vira.
— Não é meu.
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risco de vida que vejo no PS, mas algo me diz que minhas palavras não
seriam nada mais do que mímica para uma pessoa cega.
— Sobe. — ele olha para mim, seus olhos derivando pela minha
perna nua.
~ 29 ~
Eu não digo nada. Estou muito furiosa para falar.
— Como queira.
Os lábios dele estão tão perto do meu ouvido que eu posso sentir
seu calor. — Eu não sou um idiota. Eu só não gosto de vadias ricas que
pensam que podem desfilar a porra dos seus narizes empinados por aí
querendo me comprar porque elas têm uma conta bancária maior. Eu
ofereci uma carona... ponto. Então, pare de coleguismo pra cima de
mim. Você não tem nada que eu quero, porra. Entendeu?
Smack!
Fogo rasteja pela minha mão, os efeitos que eu tenho certeza que
durarão mais tempo do que no seu rosto. — Você é um idiota. — eu o
empurro, mas seus pés ficam enraizados firmemente no chão. Ele nem
sequer balança. — Você não me conhece, e você com certeza não sabe o
saldo da minha conta bancária. Portanto, fique longe de mim, e se
~ 30 ~
certifique de que você nunca termine no meu PS novamente, porque eu
não vou levantar um maldito dedo para te ajudar! Entendeu?
Estou tão puta. A cara de pau desse idiota! Pelo amor de Deus, ele
rasgou meu vestido. Isso foi tão excitante! E quando ele me pressionou
contra a porta e divagou sobre toda aquela merda arrogante para mim
com um julgamento completamente injustificado, fiquei ainda mais
irritada e proporcionalmente excitada. Eu tenho certeza que depois de
uma boa noite de sono e o retorno do meu pensamento racional, a
única lembrança que eu vou ter de hoje será da sua atitude imbecil.
Mas, por agora, a coisa que mais me ofendeu sobre isso é que ele é gay!
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Capítulo Três
Quatro horas de sono, não é suficiente. No entanto, eu arrasto o
meu traseiro emocionalmente esgotado ao trabalho, falta de sono não é
a minha maior preocupação. Minha bolsa de mão com minha carteira e
telefone, também conhecida como minha vida, supera tudo o mais. Eu a
esqueci na casa de Trick. Nota pessoal: Nunca corte relações com alguém
se este alguém está com sua bolsa.
— O que aconteceu?
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— Longa história, eu vou te contar mais tarde. Eu preciso fazer
uma ligação rápida e me vestir. — eu coloco meu jaleco e ligo para
Gemmie.
— A-lô?
***
— Raio X?
— Ainda não.
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— Darb. — Steven me pega no meu caminho para o nariz de
feijão.
— De nada.
Ele levanta a mão. — Enquanto eu estiver aqui, que tal você tirar
esses pontos?
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de sua ajuda. — minha carranca se transforma em sorriso vingativo
enquanto eu giro em meus calcanhares. — Me siga, Patrick.
~ 35 ~
— Que horas você sai do trabalho?
***
~ 36 ~
Eu passo os dedos pelas minhas longas ondas vermelhas que
foram puxadas em um rabo de cavalo o dia todo. Trick tem visto meu
rosto limpo, então não há necessidade de mexer com maquiagem. Tenho
certeza de que faria tudo errado em seus olhos de qualquer
maneira. Jeans desbotados skinny, botas pretas e uma blusa branca de
ombros de fora que grita: ocasional... amigável.
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será mais do que isso, estar nua na cama com Steven e um futuro de
possibilidades.
***
— Não em Chicago.
— Marrocos.
~ 38 ~
Ele olha para mim com um milhão de pensamentos e zero
palavras, completamente ilegível. — Mesa para dois, algo mais privado,
por favor, — diz ele ao maître.
Trick puxa a cadeira para mim, talvez como uma oferta de paz.
— Eu era um viciado.
— Tudo.
— Nove anos.
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Tomo um gole do meu vinho. — Eu costumava roer unhas. Nana
tentou de tudo para me fazer desistir: luvas, esmalte de sabor
desagradável. Eu acho que ela até mesmo considerou terapia de choque.
Ele balança a cabeça. — Não era para atrair qualquer um, daí a
aparência de ‗buraco‘. Nós não aceitamos transeuntes, na verdade. O
negócio é tudo Grady Cruz, meu parceiro. Ele conhece todo mundo
desde antes de eu ter idade suficiente pra votar. Eu não posso explicar a
decoração. É... Grady.
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Eu peço um prato de salmão; Trick, cordeiro.
— Não está...
— Sim.
— Los Angeles.
— Ah?
Eu espero para ver se ele quer adicionar alguma coisa, mas ele
parece hipnotizado pela chama bruxuleante da vela no meio da nossa
mesa. — Ok, eu... vamos ver... eu amo trabalhar no pronto socorro, e
gosto de andar em veículos com pelo menos quatro pneus.
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— Você sabe que eu trabalho no pronto-socorro, mas você não
sabe que eu adoro isso. E não se esqueça da parte sobre roer as unhas.
— O cheiro.
Trick ainda não leva o garfo o resto do caminho até a boca. — Não
pare agora. Você não arruinou completamente o meu jantar ainda.
~ 42 ~
— Sim, — ele diz com uma voz rouca antes de tomar um gole de
água. Ele limpa a garganta. — Eu não posso acreditar que você disse
isso.
Ele recua. Eu sei que é golpe baixo, uma vez que ele está tentando
fazer as pazes, mas eu fui julgada toda a minha vida e eu estou cansada
da Darby capacho. — Sinto muito. Eu tenho problemas de confiança
com as mulheres e eu não deveria ter dito isso.
~ 43 ~
sem deixar cicatrizes. Eu fiz cirurgia em meus olhos para corrigir a
miopia e Gemmie mima meu cabelo rebelde.
Merda!
Eu sorrio. — Homens.
~ 44 ~
Trick solta gargalhadas. — Mas você não tem nada a acrescentar?
— Eu sou tímida.
— Bem, se você está recebendo uma ‗meia boca‘ então talvez você
precise falar sobre isso.
Ele passa por sua rotina de me deixar pronta para subir em sua
moto sem dizer uma palavra. Eu deixo pra lá, porque preciso do toque
físico dele, mesmo que seja apenas suas mãos torcendo meu cabelo ou
encostando em meu pescoço enquanto ele aperta a jaqueta em
mim. Então, há a parte realmente distorcida de mim que
espera, reza, para que sua mão encontre o caminho para a minha
bunda quando eu subo na parte de trás.
Ele faz!
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Capítulo Quatro
Isso é a porra de um enorme erro, mas esta mulher veio do
nada. Estou fascinado por ela. Uma distração? Ah, sim. Uma má
decisão? Com certeza. Será que vou fazer a coisa certa? Improvável.
~ 46 ~
Capítulo Cinco
Eu espero que Trick pegue o caminho mais rápido para a minha
casa e me dê um permanente adeus. Ele provou que ele não é um idiota
total e limpou a consciência enquanto eu provei que eu sou uma
aberração total. Eu tinha a vantagem, mas em algum lugar ao longo do
caminho eu perdi. A maioria dos caras veriam o passado de aberração
como troca por uma transa rápida. Então, eu fico surpresa quando ele
entra em sua garagem gigantesca. Eu não tenho nada para oferecer a
ele... pelo menos não o que ele quer.
— Por quê?
~ 47 ~
Trick me dá um olhar ‗acabou de nascer mais duas cabeças em
você‘. — Você está falando sério?
Ele ri. — Seu pai deve estar orgulhoso do seu brilhante apoio.
~ 48 ~
— Meu pai nunca ficou orgulhoso de mim por nada. — Ah
Deus! Essas são palavras dignas de pena que eu nunca me deixei
escapar em voz alta.
— Meus problemas com meu pai vão muito além de minha vida
amorosa. Mas sim, os caras adoram que eu não espere nada
deles. Podemos nos beneficiar mutuamente de sexo sem sentido sem
temer que eu seja toda Atração Fatal pra cima deles. E sinceramente, eu
não poderia me importar menos. Os homens são traidores, porcos
mentirosos. — Trick faz uma cara feia. — Não todos, é claro. — eu tento
colocar um sorriso na minha boca. — Meus primeiros dois anos de
faculdade eu passei por uma fase escura, uma espécie de fase de gótica.
— Eu não sei por que você usa delineador quando você trabalha,
mas eu gosto do jeito que me lembra dos dois melhores e piores anos da
minha vida. Se encontrar a si mesmo na faculdade é muito clichê, mas
isso é o que aconteceu... infelizmente, tive de me perder por dois anos
antes. Eu tingi meu cabelo de preto, usava maquiagem e roupas pretas,
e experimentei sexo, álcool e algumas drogas recreativas. — eu rio. —
Deus, meu pai ficou tão puto. Mas o que ele esperava? Eu não tinha
tido os melhores modelos na minha vida, exceto pela Nana, ela é
incrível.
~ 49 ~
— Desenhando? Desenhando o quê?
— Lápis.
Ele olha para mim com um inesperado olhar severo em seu rosto
antes de desviar os olhos para o seu colo: — Não.
Se você não fosse gay? Sim! Sim, isso é tão errado para mim.
Eu concordo.
~ 50 ~
baixo. Trick assiste com intensidade enervante enquanto eu digo alguns
oks e vou estar lá.
***
~ 51 ~
Ele balança a cabeça, vestindo sua jaqueta.
***
— Acabou?
— Café da manhã?
~ 52 ~
— De jeito nenhum. Cama. — eu bocejo novamente.
— Então, chá preto, suco de mijo verde, ou seja lá o que é que for
que você bebe.
~ 53 ~
arrastada ou alguns vestidos de grife, eu não me beneficio do dinheiro
dela.
***
~ 54 ~
Gemmie não está convencida como fica evidente por seus olhos
semicerrados. Eu olho para os produtos expostos com precisão perfeita
na prateleira de vidro da janela.
~ 55 ~
— Ou fica de pé. — Trick olha por cima do ombro. E lá está: os
lábios contraídos. Puta merda! Nunca imaginei que um cara poderia
parecer outra coisa senão rebelde com maquiagem, mas pelo amor de
todas as coisas que arrepiam a pele, que tiram o fôlego e endurecem o
mamilo... Trick com lápis de olho me faz desejar atrito nas minhas
partes femininas como nada e nem ninguém antes.
Eu dou uma espiada, mas olho para baixo quando ela caminha
até o caixa.
~ 56 ~
— Ela é bonita.
— Não seja tão arrogante. Ela pode pensar que você é um deus,
mas a beleza dela é natural. Você apenas melhorou.
— Se você tivesse dito que ele é bonito, então o elogio seria para
ele. Mas você disse que ela é bonita, então o elogio é para mim.
— Compras de supermercado.
~ 57 ~
— Quer que eu dirija?
— Não, nós vamos andando. — Trick está a uns bons dez passos
a minha frente.
O cara não espera por nada nem ninguém. Eu corro para alcançá-
lo.
~ 58 ~
Capítulo Seis
Meu desconcentrador novo amigo sexy me arrasta através de cada
corredor, e todos os olhares sedentos passam despercebidos por ele,
mas não por mim. — As mulheres com certeza gostam de você.
Provando meu ponto, eu olho para uma senhora ‗vou comer ele
com o olhar‘ enquanto seus filhos se agarram ao lado de seu carrinho
como uma tropa de macacos. — Me deixe reformular, elas gostam do
seu corpo.
— Não?
— Se você está com fome pode beber uma das quatro caixas de
suco fresco que você enfiou no meu carrinho. — ele me dá um rápido
olhar de soslaio.
Ele ri.
~ 59 ~
Ele para, gira, e se abaixa, então estamos na mesma altura dos
olhos. — Você não pagou por eles.
— Que sorte a minha. — ele solta duas sacolas para abrir a porta.
— Não que eu não seja romântica, apenas não com você porque
você é...
~ 60 ~
— Eu ouvi isso.
— Inteligente.
~ 61 ~
Eu me inclino contra o balcão segurando a borda de costas para
ele, os olhos ainda fechados com força.
~ 62 ~
Eu tempero os ovos e mexo. — Você tem uma... como vou dizer
isso? É uma... vibe cai fora.
7 Ai meu Deus!
8 Melhores amigos para sempre.
~ 63 ~
vez usar OMG e BFF na mesma frase novamente será o nosso
F.I.M! Entendeu?
Eu quase engasgo com meu riso. — Eu? Você não pode estar
falando sério. Eu sou o epítome de um livro aberto. Eu já te disse quase
tudo sobre mim. O que mais você poderia querer saber?
~ 64 ~
Trick desliza seu prato para longe e descansa os braços cruzados
sobre o balcão, perto de mim. Seus olhos esquadrinham o meu rosto e
cabelo, em seguida, pelo meu corpo antes de encontrar os meus
novamente. — Eu quero saber por que você está aqui comigo?
Gulp!
Eu estou atraída por ele, mas não delirante. Ele nunca vai olhar
para mim do jeito que eu olho para ele... ainda assim, eu estou
aqui. Então, eu dou de ombros percebo que a resposta sou eu, não
ele. — Eu gosto de mim com você.
Ele olha para os meus lábios; ele faz muito isso. Ele
provavelmente está pensando que eu poderia usar uma injeção de
Botox. Sem chance! — Quem é você comigo? — virando o rosto para
mim, ele puxa minha cadeira mais perto da sua, então minhas pernas
vão para entre as dele.
~ 65 ~
mas não é, ainda. — Eu não tenho que pensar em dormir com você ou
com quem você está dormindo quando não sou eu.
Agarrando meu suco, eu sugo do jeito que ele suga todo o controle
para fora de mim. O tilintar do meu copo batendo no balcão quebra o
silêncio lúgubre, sufocante que paira como uma nuvem neste grande
espaço aberto. — Me conte sobre sua família.
— Tamsen?
— Não, seu idiota! Eu não entendo é como você não sabe se seus
pais estão vivos ou mortos.
~ 66 ~
— Vou te levar.
Nada.
— Você não tem que me levar até o meu carro, — eu digo em voz
fraca quando ele abre a porta exterior.
***
~ 67 ~
controlar. Mas o mais preocupante é a constatação de que eu não quero
controlar isso.
A porta abre.
— Você foi convocada para o jantar que seu pai vai dar neste fim
de semana?
~ 68 ~
— Depois que ele foge para a sala privada mais próxima para
foder alguma loira burra?
— Steven propôs?
— Oh, querida... — ela limpa os cantos dos olhos — ...só você tem
a pior sorte no amor. Quando foi que você descobriu?
~ 69 ~
Eu chego mais perto e pego um lenço de papel da mesa do sofá e
entrego a ela, revirando os olhos. Então eu continuo a contar tudo, não
deixando de fora um único detalhe, incluindo a minha atração
magnética por ele que não deveria ser sexual, mas é.
— Sim? Bem, então você deve saber que gay não tem cara.
~ 70 ~
Capítulo Sete
Gemmie é um dos meus poucos prazeres. Hoje à noite não é uma
festa de gala, e eu poderia fazer no meu cabelo algo apresentável para o
jantar do meu pai, mas eu preciso de uma hora em sua cadeira para
aliviar a pressão da semana.
— Eu conversei com Trick mais cedo. Ele disse que você não
estava na agenda dele esta tarde. Você esqueceu de agendar?
— Com?
~ 71 ~
O nó recém-formado no meu estômago me dá náuseas. Eu sei que
ele não confia em mulheres, mas eu me senti a exceção, até agora. Eu
sou a obra de caridade de Trick? Ele está me tolerando? Eu me sinto
como uma completa idiota... de novo. Como que isso continua
acontecendo comigo? A ideia de encontrar um verdadeiro amigo para
mim é assim tão absurda? Aparentemente é.
Ela sabe que não tem que perguntar, mas eu não acho que ela vai
se cansar de clientes jorrando elogios sobre o seu talento.
***
Olho para o meu vestido tomara que caia de chiffon vermelho com
prata, sandália de salto alto que estão estendidos sobre a minha cama
quando o meu interfone toca. Eu entro em meu robe de cetim branco e
atendo o interfone.
— Sim?
— Oi.
~ 72 ~
Eu murmuro e desço as escadas, assim que ele fecha a porta da
frente. Jeans desbotados, botas pretas, camiseta preta colada,
tatuagens expostas em seus braços tonificados... ele definitivamente
precisa agir mais como gay.
— Oi.
— Feche os olhos.
~ 73 ~
Minha boca saliva enquanto as cerdas da escova fazem cócegas
na minha pele, cada movimento lento e sedutor, enviando uma onda de
tremores e arrepios ao longo da minha pele. Seus hálito mentolado e
quente paira tão perto de meus lábios que eu posso sentir. Eu engulo
em seco novamente.
— Sinto muito.
— Hã? — eu ofego.
~ 74 ~
Ele apaga os cantos dos meus olhos com a borda de um tecido. —
Não faça isso. Eu não quero sua piedade.
Ele desliza o brilho nos meus lábios. — Eu vou lidar com você, e
você pode lidar com sua vagina.
~ 75 ~
Agarrando minha bolsa de mão, eu rio. — Não é a minha
também. Em uma noite boa eu sou chamada para ir ao hospital, mas
não estou de plantão neste fim de semana, então eu preciso de outra
desculpa para sair mais cedo.
Tirando meus saltos, eu corro lá para cima e troco por uma calça
jeans preta skinny, uma camiseta do Maroon 5 vermelha e botas
pretas. — Veja, nenhum código de vestimenta, — eu anuncio, saltando
pelas escadas.
— Barrington Hills.
— Claro que ele mora lá. — Trick olha fixamente para fora de sua
janela.
~ 76 ~
educação universitária livre de dívidas, um presente da minha mãe. Eu
moro a duas quadras do condomínio dela que ela reduziu para depois
que eu saísse da faculdade. Trick pensa que eu sou rica... mas eu não
sou.
— Foi Gemmie?
— Ah, caramba!
***
~ 77 ~
não me pergunta sobre a minha família e isso me emociona. Por
quarenta e cinco minutos eu sou Darby, assistente de médico,
compassiva humanitária, desajustada, amiga de Patrick Roth. Então
nós cruzamos os portões pretos de ferro da propriedade Hart-
Carmichael e me torno Darby Carmichael, a garota que não pode sequer
imaginar como é crescer sem-teto nas ruas. Trick não disse isso, mas
eu sinto e vejo em seus olhos.
Sr. iPad quase engasga com sua própria língua com um olhar
‗quem diabos é esse tatuado para beijar a filha do senador‘. Ele limpa a
garganta. — Srta. Carmichael, me desculpe, eu não vi você. — um
sorriso nervoso puxa seus lábios. — Por favor... — ele gesticula para nós
irmos para dentro.
~ 78 ~
Trick franze o cenho para os guardas de segurança; os guardas de
segurança franzem a testa para mim, mas deixam passar. Meu coração
dispara em meu peito e meu pescoço ainda sente o calor dos lábios
dele. Por que ele fez isso? Agora eu sei o que aqueles lábios podem fazer
sentir. Eu sei a forma que sua barba espessa provoca um calafrio e
arrepios ao longo da minha pele. E agora eu posso sentir seus lábios em
todos os lugares e isso me destrói.
— Vó! O que você está fazendo aqui, — Trick solta minha mão, e
eu abraço Nana, que está usando um esmero vestido de renda
bordado verde? Um original de Rachael Hart.
— Eu decidi vir para dar apoio moral. Mas parece que você trouxe
seu próprio apoio. — ela levanta a sobrancelha para Trick. — Você deve
ser o infame Trick. — ela estende a mão, mas não para um aperto.
Para minha surpresa, Trick não hesita. Ele pega a mão dela e
aperta os lábios nas costas da mão dela. Mão sortuda. — Trick esta é a
Nana, Grace McDermot.
Nana cora e pisca para mim. Deus! Ela poderia ser mais óbvia?
O ego de Trick tem que estar pronto para estourar: caras o amam,
meninas também, até mesmo senhoras idosas ficam fracas dos joelhos
em sua presença.
— Vóoo!
Ela franze a testa e olha para mim como se eu fosse uma criança
de quatro anos de idade, interrompendo bruscamente os adultos. O
olhar dela vai por sobre meu ombro para a grande escadaria
dividida. Eu viro. Meu pai caminha em minha direção com uma loira do
lado dele. Sim, como isso não fosse óbvio!
~ 79 ~
— Eu não queria que um de seus doadores ricos me confundisse
com uma das caras garotas de programa que você convidou para o
bordel. — eu disparo de volta.
Ele agarra meu pulso e segura tão apertado que lágrimas picam
meus olhos. — Chega! — ele range perto do meu ouvido. — O que deu
em você?
— Ah, lá está Cynthia Kane. Eu vou falar com vocês dois mais
tarde. — Nana pega uma taça de champanhe de um garçom e sai
desfilando.
— Não olhe para mim assim. — ele não está nem olhando para
mim, então como ele sabe que olhar eu estou dando? — É para você
quando terminar com isso. Algo me diz que você vai precisar. — Trick
continua a examinar a multidão e o resto do nosso entorno.
— Não mais, por isso beba. — ele sorri para mim enquanto eu
entorno a taça, deixando a efervescência borbulhante fazer cócegas na
minha língua.
~ 80 ~
principalmente Nana e alguns dos membros da equipe. Um guincho
realmente horrível silencia o ambiente conforme meu pai toma o
microfone e agradece a todos por terem vindo, em seguida, os convida a
se sentar para jantar. Meu cartão do assento está sempre ao lado de
meu pai, mas não esta noite. Finalmente eu encontro o meu e o de
Steven, que agora pertence à Trick, em uma mesa muito para trás, a
mesa da escolta. Tenho certeza que foi um arranjo de última hora,
assim que chegamos, mas eu não reajo à omissão de meu pai.
— Isso nunca iria acontecer. Enquanto ela estiver viva, ela vai
sempre ter o melhor assento na casa.
~ 81 ~
Eu soluço de uma forma muito pouco feminino, provocando
olhares esnobes das vadias sentadas em torno de nós. Eu não consigo
evitar a risadinha que escapa, então eu enterro meu rosto na curva do
pescoço de Trick. — Eles tem vergonha de se sentar comigo também, —
eu digo com uma voz que é um pouco mais alta do que um sussurro. Eu
inalo o cheiro dele. — Deus, você tem um cheiro bom.
— Eu acho que você alcançou o seu limite. — ele agarra meu rabo
de cavalo e dá um puxão suave.
— Sério? — eu me animo.
~ 82 ~
rio. — Agora o que você vai fazer comigo? — eu acaricio meu nariz em
seu pescoço novamente.
***
~ 83 ~
— Minhas calças jeans também. — eu esfrego meus olhos.
— O quê?
~ 84 ~
Capítulo Oito
Ela está me dobrando. Eu preciso ficar forte. Ela não me conhece,
eu não me conheço. Grady vai cuidar de mim. Eu não posso complicar as
coisas, e ela é complicação demais.
~ 85 ~
Capítulo Nove
Pelas próximas três semanas eu passo cada momento que não
estou trabalhando com Trick. Uma parte de cada vez, ele está
derrubando sua armadura emocional. Ele é meu amigo, um amigo de
verdade. Parece que nós nos conhecemos por muito mais tempo do que
algumas semanas.
Minha ansiedade por ver ele me faz contar os minutos até que o
meu turno acabe e eu nunca fiz isso antes. Tenho evitado Steven a tal
ponto de ele suspeitar de que eu estou traindo ele, se você pode chamar
isso assim. Nós nunca rotulamos nosso relacionamento. A campanha do
meu pai foi a minha desculpa para minha correria, mas depois da
eleição eu vou ter que descobrir se Steven e eu já tivemos um
relacionamento, e se sim, se vale a pena tentar salvar.
— Você está de volta, — eu sussurro e sorrio tão largo que ele não
consegue me recusar o mesmo sorriso em troca. Sento e jogo meus
braços em volta do pescoço dele, puxando ele no travesseiro comigo,
então ficamos cara a cara. — Também senti sua falta. Como foi Los
Angeles?
~ 86 ~
Eu esfrego meu nariz em seu pescoço. — Eu não tenho certeza se
Grady teria gostado de você levar uma abelhuda quando ele ficou meses
sem te ver.
— Não.
Eu me inclino para trás para ver seus olhos. — Você tem certeza?
***
Ah meu Deus!
~ 87 ~
Através da porta de vidro borrada pelo vapor do chuveiro, eu vejo
Trick, a pele coberta de tatuagem tensa sobre músculos tensos, de
cabeça baixa, uma mão contra a parede e a outra... envolvida em torno
do seu pau.
~ 88 ~
isso é meu e tão confuso e fodido quanto isso é, eu só tenho que manter
isso para mim e esperar que isso nunca aconteça novamente.
***
Isso acontece novamente. Quatro vezes para ser mais exata! Mais
uma vez na minha casa e três vezes na dele. A última foi apenas dez
minutos atrás. Eu acho que ele faz isso toda vez que ele toma
banho. Quem pode culpá-lo? Se eu tivesse aquele corpo e aquele pau,
eu os acariciaria todos os dias também. Eu sou uma pervertida
voyeur10. Eu vou cortar os pulsos se ele descobrir que eu o espio no
chuveiro e me masturbo com ele. Nós dois estamos nos concedendo
prazer, mas o dele é normal e meu é perseguidor psicopata.
~ 89 ~
Todo o rosto dele se enruga com o riso que escapa dele conforme
seus olhos derivam do meu rosto para o meu peito. Uma careta
transforma seu rosto, seus olhos voando de volta para os meus. Eu olho
para o meu peito à espera de ver uma gota de geleia vermelha na minha
camiseta branca.
— Ah... não... hm, não é sua culpa. Hm... está apenas um pouco
frio aqui. — eu corro em direção à cômoda dele. — Se importa se eu
pegar emprestado um moletom ou algo assim?
~ 90 ~
— Como um encontro duplo?
Sem dúvida eu vou ter que contratar um cara. Poutz, o que há com
a família Carmichael?
***
~ 91 ~
— Não se preocupe, querida. Eu vou te encontrar alguém.
— Vai ser difícil para você ver Trick com Grady? — Nana espeta
um tomate cereja com o garfo e o estala na boca.
— Vó!
~ 92 ~
Capítulo Dez
Wyatt Jasper vem me buscar em dez minutos. Se ele aparecer
vestindo um chapéu de vaqueiro e uma fivela gigante eu vou matar a
Nana. Não sei nada sobre ele, nem mesmo se ele foi contratado ou
voluntariamente se ofereceu para o papel de par da Darby na saga
Encontro Duplo de hoje à noite.
— Alô?
~ 93 ~
alta como a sua seria uma boa maneira para ele fazer alguns
contatos. E você precisava de um encontro, então eu achei que ele era
uma escolha melhor do que um acompanhante. Seria estranho se
alguém na festa reconhecesse o cara que estivesse com você como um
acompanhante. Você sabe, estranho como aparecer no mesmo vestido
que alguma outra esteja vestindo.
— Hmm... não posso dizer com certeza, mas jovem. Talvez proibir
as bebidas dele esta noite seja bom. Só por precaução.
— Eu não tenho certeza do que foi dito para você sobre esta noite,
mas...
~ 94 ~
Ele desabotoa o casaco que veste perfeitamente seus ombros
largos. — Eu sei tudo sobre você, provavelmente mais do que deveria...
— ele sorri e eu coro — ...e minha história é sua para contar, então o
que é que vai ser.
~ 95 ~
— Você está vendo seus amigos? — Wyatt descansa a mão nas
minhas costas, se inclinando no meu ouvido.
— Não... espere. — eu fico nas pontas dos pés para ficar alguns
centímetros mais alta do que meus saltos já permitem. No pátio vejo um
círculo de pessoas, a maioria mulheres, uma das quais está deslizando
os dedos pela nuca de um cara... o pescoço do meu cara! — Por aqui. —
eu tento manter minha fervente raiva no mínimo conforme eu agarro a
mão de Wyatt, nos enfiando no meio da multidão.
— Ah. Meu. Deus! Você tem que ser Darby! — o cara da cabeça
raspada grita de uma forma muito feminina. Grady.
Tanto Trick quanto a loira viram para mim e Wyatt. A loira faz
uma carranca quando seus olhos fazem uma inspeção maliciosa, mas
os lábios de Trick se contorcem, quebrando a calma fachada de badboy,
mas só para mim.
— Você é primorosa. Trick disse que você era bonita, mas hmmm,
hmmm, hmmm, isso é eufemismo. — Grady escova seu dedo na minha
bochecha. — Trick, dê a esta mulher o dinheiro dela de volta. Nem
mesmo o seu talento poderia melhorar tal perfeição.
~ 96 ~
Grady olha por cima do ombro para Trick. — Séeeerio?
— Eu sou modelo.
— Ah meu Deus, isso está ficando cada vez melhor. Como vocês
se conheceram? — Grady nos olha sobre a armação de seus óculos.
Eu olho para Trick. Onde ele quer chegar com isso? Me convidar
para esta festa foi ideia dele, e trazer um cara foi ideia dele. Agora ele
quer interrogar Wyatt?
Puta merda!
~ 97 ~
— Então, quem é sua amiga? — eu aceno com a cabeça em
direção à loira, mudando de assunto.
— Ah, lá está Trent! Darby, devo roubar seu homem; ele tem que
conhecer Trent. — Grady leva Wyatt embora.
— Wyatt é novo.
~ 98 ~
Um músculo se contrai na mandíbula de Trick. — Esse vestido
fica incrível em você.
~ 99 ~
maneira como você olha para Wyatt, a forma como você olha para
mim... tudo está me distraindo pra caralho! — Ah merda... de onde é
que tudo isso vem? Eu sou a autodestruição em pessoa. Alguém faça isso
parar!
— Ah... ok, eu vou pegar seu casaco. — Wyatt leva o copo vazio da
minha mão.
***
~ 100 ~
seja. Caramba! Com Trick na minha vida, todos os dias parecem com
uma experiência de quase morte me observando de fora do meu próprio
corpo.
Eu culpo Trick, o que é irônico que eu culpe meu amigo que não
bebe pelo meu comportamento irresponsável por causa do álcool. Mas
eu culpo. Eu o culpo por roubar o meu autocontrole, a minha
capacidade de ver claramente e pensar com clareza. Eu pensei que iria
ficar melhor ao longo do tempo; eu pensei que vê-lo com Grady mudaria
tudo, mas isso não aconteceu. Eu sabia que ele era gay, mas optei por
me envolver de qualquer maneira, a dormir juntos, a
masturbação. Onde foi que eu achei que esse relacionamento ia
dar? Mas agora, eu estou com dor e nenhuma quantidade de
pensamento racional vai facilitar isso.
Ele se afasta do meio-fio, mas não posso me mover. Meus pés são
como chumbo e o resto do meu corpo acaba sendo vítima do desgosto
paralisante que sinto sobre o pensamento que eu poderia estar
perdendo Trick. Apenas a alguns metros da minha porta, eu fecho meus
olhos e deixo as lágrimas caírem. Dói tão pra cacete. Eu me apaixonei
pelo meu melhor amigo e ele nunca conseguirá retornar o meu amor.
— Não chore.
Eu olho para ele, meu orgulho tão quebrado para esconder meus
sentimentos, então eu o deixo ver a minha dor. — Você me deu a coisa
que eu pensei que mais queria na vida. — apertando meus lábios
~ 101 ~
trêmulos juntos, eu sinto o gosto salgado das minhas emoções. — Mas
então você mudou tudo... e eu não consigo respirar quando estou com
você... — fungando, eu chupo uma respiração instável — ...e eu não
posso pensar sem você.
~ 102 ~
A mão dele segura meu queixo, levantando minha cabeça. O meu
olhar fugaz se transforma em um olhar de anseio. Ele roça o polegar em
meus lábios molhados. Eu fecho meus olhos. Deslizando sua boca do
meu pescoço até o meu ouvido, ele sussurra: — Não é culpa de
ninguém. — trazendo a outra mão pro meu rosto, ele me beija
novamente. Se ele parar desta vez... Eu. Vou. Morrer.
E se ele não estiver duro? Será que isso tudo é para mim? E se…
— Tric...
~ 103 ~
Capítulo Onze
Faz dois dias desde que eu vi ou ouvi Trick. Sem uma única
palavra, ele me pegou do chão e me levou para minha cama. Dando um
beijo lento em cima da minha cabeça, ele limpou um pouco mais das
minhas lágrimas e então... ele partiu.
— O quê?
Adorável!
~ 104 ~
— Então as coisas terminaram?
— Você é louca?
***
Nos vinte passos que levam para chegar à sala dois, eu tenho
uma enorme conversa de vitalidade comigo mesma e forço dez
respirações profundas.
Ajusto meu rabo de cavalo, jogo para trás os meus ombros e abro
a porta. Meus pulmões desinflam. Trick está sentado na cama com um
olho negro, lábio inchado e queixo machucado.
~ 105 ~
inspecionar o resto do seu rosto crivado de contusões que parecem de
vários dias atrás.
— Primeira o quê?
Ele não diz nada, não se move. Eu não tenho certeza se eu ainda
quero a resposta dele. E de todas as perguntas que eu deveria estar
fazendo, esta parece a menos relevante, mas é a que não consigo tirar
da minha mente.
***
~ 106 ~
de sangue antes que eu pudesse falar com alguém sobre último fim de
semana.
— Trick.
— Ah, você sabe o que quero dizer. Eu pensei que ele fosse gay.
— Ele não disse. Nós só nos vimos uma vez depois do que
aconteceu, e tudo que eu sei é que eu sou a primeira mulher com quem
ele dormiu.
— E o parceiro dele?
~ 107 ~
Nana estala a língua e balança a cabeça. — E agora?
***
— Olá? — Grady.
— Espancou ele?
~ 108 ~
— Com certeza fui eu. — ele pisca, depois ri conforme eu examino
ele, procurando por qualquer sinal que Trick deu um soco: óculos
quebrados, hematomas, cortes. É como se ele pudesse ler meus
pensamentos. — Ele não revida sobre certas coisas. Divirta-se. — ele
fecha a porta do elevador e acena quando ele começa a descer.
Por mais que eu não queira deixar meus olhos vagarem pelo seu
peito nu e braços com tatuagens dos quais os significados eu nunca vou
saber sobre, eles têm uma mente própria, e dou uma olhada final de
qualquer maneira. — Oi, — eu digo com voz fraca.
— Foi pena?
Sua cabeça empurra para cima. — Por que você diria isso?
~ 109 ~
As palavras dele apertam meu coração dolorido, ameaçando
esmagá-lo. — Trick, por favor, não faça isso. Você me deve. — eu ando
em direção a ele. — Basta dizer que... só me diga que foi pena. Diga que
era uma curiosidade bizarra. Diga que você estava confuso sobre sua
sexualidade. Diga que não foi nada... diga que nós não éramos nada,
diga...
— Eu não sou.
~ 110 ~
— Eu te odeio tanto! — minhas lágrimas parecem ácidas no meu
rosto. Meu intestino perfurado, meu coração esmagado.
Plaft!
— Não diga isso para mim. — eu olho para ele, raiva fervendo em
minhas palavras.
Plaft!
Ele toma tudo o que eu dou como se ele precisasse. Eu bato meus
punhos contra seu peito nu. — Você não merece me amar! Eu odeio
você... eu odeio você... eu odeio você... Eu-eu... — eu desmorono contra
o peito dele, meu corpo arfando em ondas de dor, quebrando em
soluços. — Eu-eu amo você.
***
~ 111 ~
olhos. Eles sangram com emoção e lágrimas se formariam se eu não as
tivesse deixado secar.
***
Um feixe suave de luar cai sobre nossos corpos nus enrolados nos
lençóis. Descansando meu queixo no peito dele, eu traço as asas
tatuadas ao longo de seu ombro enquanto minha mente separa a
realidade da nossa situação. Talvez eu não devesse ter ficado. Uma
mulher mais inteligente teria saído pela porta, se recusando a ser feita
de tola.
~ 112 ~
Mas Trick não é um cara que eu fiquei algumas vezes. Nós nunca
saímos em um encontro. Ele passou de estranho aleatório para o meu
melhor amigo. Eu poderia recuperar minha dignidade e me afastar de
Trick, que fodeu com meu corpo e mente no topo da minha escada. Mas
Trick, meu melhor amigo, significa muito para mim. Eu fiquei por ele...
eu o perdoei.
— Trick?
— Hmm?
~ 113 ~
Me lançando para cima, eu enterro meu rosto em seu pescoço,
pressionando meus lábios nele. — Eu não preciso saber.
~ 114 ~
Capítulo Doze
Bocejo. Espreguiço.
— Depende.
~ 115 ~
Eu termino de escovar e cuspir. — Não é engraçado, — eu balanço
minha cabeça, mas sorrio quando eu começo a escovar o cabelo,
passando por ele.
— Vá salvar o mundo.
***
~ 116 ~
Atirando minha bolsa no meu ombro, eu olho para o meu
telefone. Trick não é um perseguidor e ele definitivamente não é
pegajoso. Eu mandei mensagens para ele várias vezes nos últimos dois
dias só para avisar que eu não iria sair do hospital tão cedo. Ele
respondeu uma vez com ‗Isso é péssimo‘. Eu acho que é melhor do que
nada. Agora eu estou desejando ele, mas eu preciso dormir, então eu
decido ir para casa; além disso, são nove da manhã e ele provavelmente
está trabalhando de qualquer jeito.
Eu: Sim, mas eu acho que eu gostaria ainda mais se você viesse
me acordar daqui umas 6 horas.
***
~ 117 ~
Agito o frasco do suco verde e rolo meus olhos. — Eu não ronco.
— nem mesmo seu humor sarcástico pode me tirar das nuvens que o
resto do bilhete me deixou. Virando para pegar meu telefone no
carregador, eu vejo outro bilhete em um DVD.
— Oi, — eu digo.
~ 118 ~
A bonitona do caixa levanta uma sobrancelha surpresa e sorri. —
Posso lhe oferecer algo para beber? Vinho, café, chá, água?
— Vamos. — eu olho para cima assim que Trick passa por mim,
caminhando em direção a uma porta na parte de trás. Olhando ao
redor, eu me pergunto se ele está falando comigo.
— Agora, Darby.
Trick agarra meu cabelo e esmaga sua boca na minha que vai me
dar um caso sério de pele irritada pela barba dele. A melhor pele irritada
de todos os tempos! Eu seguro seus bíceps, procurando por
~ 119 ~
equilíbrio. Ele está com fome e eu estou morrendo de fome. Soltando os
meus lábios, ele encolhe os ombros para fora de sua camisa.
— Você vai gozar, certo, mas vai ter que ser nos próximos dois
minutos.
— Puta merda! Você é perfeita, — ele fala com uma voz grossa.
Eu acho que ele gozou, mas honestamente eu-eu não sei. Eu-eu
não consigo pensar. Ele fica parado por um breve momento, então ele
solta seu aperto na minha bunda.
— Tenho que ir. Vou levá-la para jantar mais tarde, ok? — ele me
joga uma chave. — Tranque a porta quando sair.
~ 120 ~
Aceno. Eu acho que consigo fazer isso também. Ele se inclina e me
beija, depois sai, fechando a porta atrás de si. Por que ele está sempre
me deixando para trás?
***
Acabou o tempo!
Que diabos?
~ 121 ~
Sério... Que. DIABOS?
— Sim? — eu estalo.
— Ei, onde está você? Eu achei que você estivesse esperando por
mim.
— E a sua recepcionista?
— Você não está no armário, está? — ele ri e posso dizer que ele
está brincando, porque realmente... que idiota ainda estaria no
armário?
~ 122 ~
Eu ouço o zumbido de sua porta através do telefone quando eu
aperto o botão. — Sou eu. Sem mais perguntas. Entendeu? — eu
pressiono desligar e sigo para dentro do elevador. Ele abre a porta
quando eu chego ao topo, ostentando o raro sorriso cheio de dentes
brancos.
— Ei, Darby!
— Foi bom conhecer você, Darby. — ela se move por nós para o
elevador.
Meu cérebro me diz que eu deveria ficar com ciúmes agora que eu
sei que Patrick Roth não é gay. Mas ela tem essa vibe positiva que torna
difícil não gostar dela e Trick disse que ela é como família. Como uma
deusa como irmã.
~ 123 ~
— Sua.
— Sim.
~ 124 ~
Capítulo Treze
As vezes conhecimento é uma porcaria, como agora, quando tudo
o que eu quero é curtir o passeio, mas imagens de macas com corpos
flácidos sendo levado às pressas para o pronto-socorro após acidentes
de moto dançam na minha cabeça. À medida que costuramos através do
tráfego, eu derreto no corpo de Trick permitindo que uma pequena e
irracional parte de mim se sinta segura. Me entregando à minha
vulnerabilidade, eu deixo ele controlar o meu destino.
~ 125 ~
Estamos sentados perto de uma janela, ironicamente. — Alguém
com certeza machucou você. — eu balancei minha cabeça.
~ 126 ~
— Bem, ela queria anotar o nosso pedido, mas você estava muito
ocupado ostentando a sua conquista da tarde, então eu pedi para nós
dois.
— Sobre?
Não reaja. Não reaja. Não reaja. Ah merda, ele ainda está usando
drogas!
~ 127 ~
A cabeça dele se move; é leve, mas eu o vejo acenar. — Eu tinha
aquilo desde que eu parei de ir para o N.A. É apenas um lembrete. —
seus lábios torcem em um sorriso e então ele deixa escapar uma
pequena risada. — Eu o tive durante oito anos e nunca fiquei tentado a
usar.
— Por que você não disse pra ele que você tinha aquilo todo esse
tempo?
— Ele sabe.
— Quando o quê?
~ 128 ~
Ele me agarra mais apertado, não se importando se alguém em
torno de nós estava assistindo. — Não! — ele range os dentes. — Porque
eu já não precisava de um lembrete de onde eu estive... eu tenho você
para me lembrar de onde eu estou indo, e quando eu estou com você,
eu não quero olhar para trás.
***
~ 129 ~
Ele chega mais perto, colocando a mão na minha bunda e me
puxando para mais perto. — Você é o pacote.
— Trick...
~ 130 ~
você fazia dois dias... tocado em você faziam dois dias... e então eu tive
que te devorar. Mas agora... — a língua provocando meu lábio superior,
— ...eu quero saborear você.
***
Merda!
~ 131 ~
Eu desbloqueio meu carro, esperando que o sinal sonoro vá
convencê-los a se afastar. Não tive essa sorte, em vez disso, eles estão
acompanhando a minha abordagem. É hora de tomar uma decisão:
continuar até o meu carro com confiança sem mostrar nenhum medo
ou voltar para Trick e esperar que eles não me sigam.
— Este carro é seu, Ruiva? — o garoto negro mais jovem diz para
o cara branco mais velho, talvez da minha idade, que sorri como se ele
estivesse deixando seu protegido lidar comigo.
— O que uma coisa boa como você está fazendo por estas bandas
tão tarde?
Assim que me viro para voltar para Trick, o garoto mais jovem
agarra meu braço, tirando o alarme da minha mão. Meu sangue corre
frio.
— Darren! Estou falando sério, cara, vamos sair daqui. Deixe ela
ir.
~ 132 ~
Darren me puxa para seu corpo, me abraçando apertado, e é aí
que eu sinto a ponta afiada de uma faca nas minhas costas. — O que
você vai fazer? Atirar em mim antes de eu cortar ela?
— Eu nunca erro.
~ 133 ~
— Eu teria levado você ou, pelo menos, acompanhado até o seu
carro. Jesus! Nunca venha aqui fora à noite sozinha. Você entendeu? —
o rosto dele fica tenso com raiva quando ele agarra meu rosto mais
apertado.
~ 134 ~
Capítulo Catorze
Eu atinjo o ponto de não retorno. Não há nada que eu me
ressinto mais do que a voz na minha cabeça dizendo que eu não a
mereço. E talvez eu não a mereça, mas ela é a cor e a luz, música e risos,
calor e ar. Ela é a respiração... ela é vida.
~ 135 ~
Capítulo Quinze
Eu tenho uma visão perfeita, então é impossível para mim me
fingir de cega para a arma que Trick tem. Tantas baixas desnecessárias
cruzam meu caminho diariamente para eu sentir que armas são
necessárias e proporcionam segurança nas mãos do cidadão comum. No
entanto, Trick com sua arma me salvou de ser estuprada ou pior. Essa
percepção só me dá uma pausa para reavaliar as fortes crenças que eu
possuo por tanto tempo.
Nós não falamos sobre aquela noite desde que ele me levou para
casa e me segurou em seus braços até que o sono me reivindicasse,
tranquilizando meus nervos trêmulos. Para mim, eu não sei o que eu
diria sobre isso. Devo pedir desculpas por ter saído sem ele me
escoltar? Devo agradecer por ele possuir uma arma?
— Ela é linda.
Trick ri, o que é muito pouco característico dele quando ele está
trabalhando.
Trick faz uma pausa e olha nos meus olhos por um momento
como se a minha pergunta fosse... estranha? Ele balança a cabeça e
continua.
~ 136 ~
— Ela tem um namorado?
Ele levanta os ombros. Típico de homem, é claro que ele não sabe.
Ele seca meus lábios que estão molhados dele e começa a delineá-
los. — Não. Isso importa?
— Claro que não. É só que você tem uma atitude tão insalubre
com as mulheres, você sabe... desprezando elas e tudo... por isso estou
curiosa como ela ficou em tão em alta conta com você.
~ 137 ~
olhos. — Eu sou apenas um produto de algumas pessoas muito
talentosas.
Trick para atrás de mim, então olha por cima do meu ombro para
o nosso reflexo no espelho. — Darby Carmichael, você é linda. Gemmie
recebe uma linda cabeça cheia de cabelo para brincar, e eu recebo uma
tela perfeita. — ele beija meu pescoço e minhas pálpebras ficam
pesadas pelo seu toque. — Mas, honestamente, minha beleza sedutora,
marcar sua pele perfeita parece um sacrilégio.
Ele beija meu pescoço, tomando cuidado para não estragar minha
maquiagem. — Me liga se você precisar de ajuda para sair do seu
vestido mais tarde, — ele sussurra em meu ouvido enquanto o
motorista mantém a porta aberta.
~ 138 ~
Ele é tão mal. — Diga tchau para Tamsen por mim.
***
— Não. Vejo que isso lhe agrada. — eu finjo o meu melhor sorriso.
~ 139 ~
para Botox, seios e bulimia. — Olhe para você. Sempre a mais bonita da
festa. — ela está elogiando seu vestido em mim, porque quando eu não
estou usando um de seus projetos, ela nunca menciona a minha
aparência.
Rachel vira seu cabelo loiro para trás sobre seu ombro e se inclina
para o seu conhecido beijo no ar quando os flashes entram em erupção
novamente. — Onde está Steven?
~ 140 ~
Nana vai ter que esperar para a versão completa quando estivermos
sozinhas.
— É abreviação de Patrick.
Ok, o fato de que ele poderia aparecer para o jantar maquiado pode
qualificá-lo como rebelde.
~ 141 ~
***
— Oi.
— Hmm, você não ficou muito tempo. — meu corpo vibra quando
seu zumbido acende um fogo na minha barriga enquanto as borboletas
tomam voo.
— Fazer o quê?
~ 142 ~
— Isso. — eu gemo. — Caramba, Trick. Quando você fala parece
que você está me despindo com sua voz e me deixando nua. Implorando
por apenas mais uma palavra.
— Darby...
— Dose de Trick? Essa frase é minha. Você vai dormir antes que
isso aconteça. Venha para cá. Eu cuidarei de você.
— O que isso significa? Você vai ter uma muda de roupa para
mim ou você vai me dar o que eu preciso?
— Apenas venha.
~ 143 ~
meu peito pressionado contra o seu. — Então me fale sobre essa dose
que você precisa. — o elevador se movimenta enquanto seus lábios
pairam dolorosamente perto dos meus.
— Eu... eu...
~ 144 ~
— Chamariz? — eu rio porque não há nada de normal sobre
Grady e Trick.
Eu olho em volta para Grady e Trick para ver quem mais está
ouvindo Tamsen. — E o que isso tem a ver com Trick?
— Mas Trick...
~ 145 ~
vantagem minha. — me olhando de cima, seu sorriso se alarga. — Você
parece gostosa essa noite e não há um cara hétero nesta sala que não
tenha notado você, então eu encontraria o meu próprio grupo de
atenção. Pelo menos se fosse meu homem, eu o faria suar por um
tempo.
— Olá.
— Eu sou Darby.
~ 146 ~
lado. — Phil, Bradley, Todd, essa é Darby. — os skinheads me circulam
com olhos ávidos.
Eu vou para longe do grupo e direto para Trick, que está inclinado
sobre o encosto do sofá agindo como um lhama em um zoológico. Há
tantas mulheres ao seu redor que ele é intocável para mim. É como se
ele fosse uma estrela do rock e eu não o posso ver sobre suas groupies.
~ 147 ~
Eu não sei se é o pouco de vinho que eu bebi, meus nervos
desgastados da festa de gala, ou a minha necessidade de estar a sós
com Trick, mas algo se encaixa e minha mente esquece toda a razão e
as minhas palavras escapam sem censura. — Eu acho que Drake quer
me levar lá em cima para uma transa rápida. O que você pensa sobre
isso?
~ 148 ~
ganham vida. Suas mãos cobrem as minhas até que eu solto seu cabelo,
e ele as orientam para o seu rosto, fechando os olhos como se ele
estivesse sentindo meu toque em sua alma. Ele balança a cabeça. —
Estas mãos... somente estas mãos...
~ 149 ~
Capítulo Dezesseis
Darby Carmichael faz o que eu jurei que nenhuma mulher jamais
iria fazer: ela me possui. Ponto. Eu ofereci nada, mesmo assim ela
pegou tudo, e eu não quero porra nenhuma de volta.
~ 150 ~
— Isso... — ela sussurra — ...as cores são primorosas... — ela
move os lábios ao longo da minha tatuagem — ...mas por que um
abutre?
Como é que vou dizer a ela que eu não sei o que metade deles
significa? Como vou mostrar a ela o que eu não posso ver?
~ 151 ~
queixo relaxa, liberando minha respiração ofegante conforme espero ela
olhar para mim de novo.
~ 152 ~
Capítulo Dezessete
Trick toca cada parte do meu corpo com a precisão de um
profissional pianista tocando dez folhas de Bach: macio, duro, rápido,
lento, e uma infinidade de beleza entre eles.
— Trick... por favor... oh, por favor... eu-eu estou tão perto... oh...
Deus... aí, bem... aí... — eu arqueio minhas costas, montada nele
quando nossos corpos sincronizam no ritmo, buscando o auge do
prazer sexual.
Ele se senta com nada entre nós, além de suor e carne. Nossas
bocas absorvem cada gemido gutural e choro, e quando ele goza com
um vibrante gemido, eu chego ao clímax em outro mundo. Nunca... e eu
quero dizer nunca, nunca, experimentei nada parecido. Em cada olhar,
cada toque, cada respiração há amizade, amor e um sentimento maior
do que palavras - uma sinergia inexplicável.
Eu rio. — Sim. Como nos filmes quando dois imortais fazem sexo
você sabe que é... transcendental.
~ 153 ~
Eu o empurro, deitando ele de costas e rolo em cima dele,
mordendo seu salgado pescoço molhado. — Foi tudo você. Eu estava só
acompanhando o tempo todo, como sempre faço com você.
Ele beija minha cabeça. — Pelo que me lembro, você provou que
eu facilmente encho duas mãos.
***
~ 154 ~
— Calma garoto, ou seu ovo frito vai colidir com o meu mexido, —
advirto, segurando a espátula.
~ 155 ~
Eu continuo andando. — Não.
— Eu irei.
Ele inclina meu queixo para cima com o dedo. — Eu sei e é por
isso que eu vou estar lá por você. Alguém precisa juntar os pedaços
quando eles te decepcionarem.
***
~ 156 ~
Uma tempestade de ansiedade rasga através do meu corpo,
deixando cada último nervo desgastado até o final do dia. Desde a
pequena discussão que tive com Trick sobre o jantar com meu pai e
Rachel, a pressão para que tudo vá tão suave quanto possível pesa
sobre mim como um prédio desmoronado.
Fazendo uma volta lenta, meus olhos se estreitam para ele. — Por
quê?
Eca!
— Não que seja da sua conta, mas Steven e eu não nos vemos a
um longo tempo.
~ 157 ~
Ele dá um passo mais perto, os olhos me lambem como um cão
salivando quando ele abaixa a cabeça. — Bem, se esse novo cara não
der certo... você sabe o que dizem sobre mim.
— Sim, para uma noite comigo ser épica. Não, para uma noite
comigo ser trágica.
— Os detalhes? — eu rio.
— E Trick?
~ 158 ~
Eu rio. — Definitivamente não é gay. — um formigamento quente
se instala entre as minhas pernas só de pensar sobre todas as maneiras
que Trick demonstrou sua heterossexualidade para mim. — Ele tem um
passado conturbado, que lhe deu uma aversão à mulheres, então ele e
seu amigo destruidor de lares, Grady, vêm fingindo ser parceiros para
evitar atenção indesejada. É complicado, estranho, e até mesmo um
pouco perturbador. Eu ainda não mergulhei de cabeça nisso.
— Ciúmes, hein?
— Que é...?
— Dor.
~ 159 ~
— Eu vou mandar uma mensagem para ele que estamos aqui. —
eu olho para o meu telefone quando Nana limpa a garganta.
— É melhor irmos.
~ 160 ~
Trick abre minha porta e, em seguida, fica no banco de trás.
— Como queira.
~ 161 ~
Capítulo Dezoito
Conforme Trick abre minha porta, eu espero ver sangue
escorrendo de seu pescoço. Nana falou tanto em suas orelhas por todo o
caminho até aqui. Além do esclarecimento sobre a orientação sexual, a
maioria era sobre como ela e meu avô se encontraram e quão duro ele
trabalhou até que ele morreu.
— Então me diga...
— Não. — eu me esquivo.
— Ela me beijou.
— Você gostou?
Ah. Merda!
~ 162 ~
— Trick, eu estou...
— Trick...
— Ah-hã...
~ 163 ~
— Trick, esta é Rachel Hart, a... esposa do meu pai. — eu finjo
um sorriso.
Trick solta sua mão e olha para mim com um sutil olhar de
soslaio que mostra persistente confusão em seus olhos.
Eu solto a mão de Trick e abraço meu pai. Nana pisca para mim
com um sorriso malicioso que rouba seus lábios. — Pai. — eu dou um
passo para trás, agarrando a mão de Trick novamente. — Você se
lembra do Trick.
Meu pai balança a cabeça uma vez, seu rosto se torna azedo. —
Sim, eu me lembro. Que gentil da sua parte saciar a curiosidade de
minha esposa por se juntar a nós para o jantar.
~ 164 ~
Eu reconheço aquele olhar nos olhos do meu pai. É a sua maneira
de dizer: ‗Vejo você no tribunal‘. Hoje à noite a sala de jantar vai servir
como sala do tribunal e Trick será julgado durante o jantar.
Trick puxa a cadeira, mas eu não acho que suas falsas maneiras
cavalheirescas vão ganhar pontos com o meu pai. Ele se senta ao meu
lado e se inclina para minha orelha enquanto eu tomo um gole de
água. — A única coisa que vai me fazer passar por esta noite é saber
que quando acabar eu vou transar com você até cansar.
— Eu sou de Queens.
~ 165 ~
— Irmãos? — meu pai não tem sequer a decência de oferecer suas
condolências antes de passar para a próxima pergunta.
— Não.
Eu sorrio para ela, então olho para Trick que parece estar em
uma profunda reflexão com os olhos fixos em sua comida conforme
mastiga cada mordida com lenta concentração. Ele parece a um milhão
de quilômetros de distância.
***
~ 166 ~
Rachel não retorna mais para a mesa e ninguém vai ver como ela
está. O que isso diz sobre ela? O que isso diz sobre nós? Meu pai tem
uma chamada ‗importante‘ antes de a sobremesa ser servida e não
retorna mais. Nana e eu acabamos tendo uma conversa sobre o
diagnóstico de diabetes recente de sua amiga. Trick não diz nada,
apenas um aceno ou dois sempre que tentamos envolvê-lo em nossa
conversa.
Ele não é.
~ 167 ~
— O que aconteceu?
— Ahã.
— Por que você diz isso? — ele pergunta, olhando para os lados.
~ 168 ~
Ele suspira, fechando os olhos por um breve momento. — Eu
estou apenas... aéreo esta noite. Eu vou... — ele faz uma pausa com
outro suspiro, — ...eu vou estar bem amanhã.
~ 169 ~
Capítulo Dezenove
Eu acho que eu transei com Rachel Hart... ou talvez ela tenha
transado comigo. Eu não sei porque eu não me lembro, mas ela lembra...
ela me conhece... ela lembra.
~ 170 ~
Capítulo Vinte
O sono me evita. Eu selecionei o número de Trick no meu telefone
pelo menos uma meia dúzia de vezes, mas o meu dedo não vai
pressionar Ligar. Depois de horas de inquietação e ansiedade reprimida,
eu ignoro o relógio mostrando 03h30 e me enfio em meu shorts e sutiã
esportivos.
Argh!
Eu: Desculpe sobre o jantar. Você estava certo, não deveria ter
ido. Não consegui dormir bem sem você... sinto sua falta. Espero que seu
dia não seja tão ‘aéreo’.
Depois que enviei, enfiei goela a baixo meu último Lanterna Verde
e fui para o trabalho mais cedo. É triste que eu espere alguma
emergência vir que exija um conjunto extra de mãos. Eu preciso ocupar
minha mente até que eu possa ver Trick novamente.
***
~ 171 ~
O dia extraordinariamente lento no PS se arrasta, mas eu estou
de saída agora e indo direto para Trick. Ele não me mandou uma
mensagem de volta, o que é surpreendente, uma vez que fui boa o
suficiente ao enviar uma mensagem sem Emoji. As luzes estão apagadas
no Rogue Seduction, então eu estaciono e vou para a casa dele. Quando
eu chego ao andar superior e abro o portão, eu sou recebida por ele em
apenas em shorts fazendo uma ridícula posição de yoga que traz tons
de carmesim a minha pele. Só o seu nome me excita; todo o resto é um
bônus erótico.
— Oi. — ele limpa o rosto com uma toalha. — Eu não sabia que
você estava vindo.
Ele olha para mim... não há palavras, mas seu silêncio diz tudo.
~ 172 ~
Eu fecho a porta e viro a chave. Com apenas um suspiro, meu
coração transborda de dor sufocante empurrando uma enxurrada de
emoções para a superfície. Colocando a mão sobre minha boca, eu
prendo a respiração, minhas lágrimas, e os meus soluços dentro até
que uma golfada de ar me bate quando eu escapo de seu prédio.
Não ser capaz de fazer sentido apenas intensifica a dor. Foi o meu
pai? Rachel? A riqueza que me rodeia? Enxugando as lágrimas, eu
empurro o lado do edifício e ajusto meu cachecol para que ele cubra a
maior parte do meu rosto manchado de lágrimas quando dou passos
vacilantes em direção ao meu carro.
— Vem.
— Darby!
~ 173 ~
Cerrando os dedos em sua camisa, eu o empurro. — O quê? Você
deve o quê? Me deixar? — fúria está presente em cada palavra, cada
respiração.
— Se você tentar vir com essa conversa de ‗não é você, sou eu‘ ou
‗eu deveria te deixar ir‘, eu juro que eu nunca vou te perdoar. — eu
solto um soluço. — Então, tome a porra de uma decisão... — eu balanço
minha cabeça, emoções surgindo fora de controle, —...porque você está
me matando.
~ 174 ~
— Darby...
Eu o coloco na minha boca e sugo até que ele cai para frente com
um tinir do portão, encostando a testa contra ele e agarrando com as
mãos.
— Oh... Deus... — meu queixo cai ao meu peito, ele olha para
mim com a boca cobrindo meu mamilo, sugando e provocando
enquanto desliza dois dedos em mim, pressionando a palma da mão
contra o meu clitóris.
~ 175 ~
— A-agora... preciso agora, — eu imploro com uma voz fraca e
ofegante.
— Não!
Ele olha para mim com uma ligeira confusão. Meu coração ainda
dói, e eu quero que ele tire esse sentimento de dentro de mim. Eu
preciso senti-lo rastejar debaixo da minha pele e me possuir...
reivindicar...
~ 176 ~
Meus dedos dormentes enrolam no metal implacável do portão
que está escorregando do meu aperto suado. — Trick! — eu grito seu
nome conforme os dedos pressionam meu clitóris. — Eu estou... eu-eu
estou... perto...
— T-Trick...
~ 177 ~
***
~ 178 ~
apenas por um momento, antes que ele vire seus olhos para baixo. —
Então, às vezes eu pego essas peças e preencho as lacunas para me dar
uma história... um passado.
Ele responde com um beijo lento. Pode ser um sim ou pode ser
um não... ou pode ser apenas que no amor e na vida certeza nunca é
mais do que um fôlego.
~ 179 ~
Capítulo Vinte e Um
O alarme do meu telefone grita para mim, um lembrete indesejado
que a sessão vampiro está aqui: eu irei trabalhar no escuro e voltar
para casa no escuro. Deixar um Trick nu na cama para trás não é uma
tarefa fácil. É claro que eu amo meu trabalho e o sentimento de valor
que recebo por ajudar os outros, mas agora eu quero me ajudar por um
Trick nu. Me deliciando com a benção física dele dentro de mim,
possuindo cada átomo do meu ser.
— Porra! Darby!
~ 180 ~
Trick vira. — Você ia me acordar antes de sair?
— Sim.
Talvez.
***
Merda!
~ 181 ~
chupões no meu peito, bem como algumas marcas de mordida. Isso é o
que eu ganho por pedir para ser fodida fortemente.
O ‗eu caí‘ ou ‗eu fui assaltada‘ não funcionará com Jade. Ela é
muito inteligente.
Eu estava errada.
— É o esquilo.
~ 182 ~
O tom afiado da voz dele, uma proverbial faca na minha garganta,
Trick não precisa usar algemas... ele me paralisa com um olhar, me
imobiliza com palavras e me controla com seu corpo.
***
Adorável.
~ 183 ~
Rachel se sente em casa sentada no sofá de dois lugares, pernas
em cima do sofá cruzadas nos tornozelos e mãos cruzadas sobre o
colo. — Eu... bem, Cal e eu não queremos que você veja Trick
novamente.
Droga! Ela tem culhões em baixo daquela saia lápis preta dela.
— Não fique tão na defensiva. Tudo era como deveria ser quando
você estava com Steven, mas agora você arrastou para casa um cara de
quem não sabemos nada. Ele poderia ter algum podre escondido que
seria fim de carreira.
~ 184 ~
Meus músculos tremem de raiva. Ela está julgando Trick sem
conhecer, da mesma forma que as pessoas têm me julgado toda a
minha vida.
***
Urgh!
— Eu senti, e pra que isso? Grady diz pula e você disse quão alto?
— a nova mais ousada Darby emerge com uma atitude atrevida depois
do confronto anterior com Rachel. Não faz muito tempo que eu era uma
conformista no Clube Não Fique Causando.
~ 185 ~
Eu pesco o meu macarrão Lo Mein com pauzinhos. — Você está
tentando me dizer que em toda Los Angeles, não havia outra pessoa que
poderia ajudar?
— E ainda permitir que Grady seja aquele que ‗salvou o dia‘? Não.
— Ele está fazendo isso para impressionar a amiga dele, por quem
eu suponho que você queira dizer amante.
— Quanto tempo?
~ 186 ~
— Eu diria a mesma coisa se você estivesse aqui. Mesmo por que,
o que você faria? Transar comigo na porta do elevador até que eu fique
com vergões nas minhas costas?
Mas...
Ele acabou de roubar meu entusiasmo. — Você viu? Por que você
não disse nada?
Meu queixo cai, mas as palavras não saem. Como ele pode me
perguntar isso?
~ 187 ~
Ele solta um pequeno risinho. — Pornografia, BDSM... nada muito
emocionante. Só um monte de pessoas nuas se esfregando uns nos
outros.
— Darby?
Ele ri. — Não odeia não, mas caramba, você é tão crédula. Eu
posso ver você mordendo os lábios até que fiquem brancos. Eu aposto
que suas mãos estão apertadas como se você quisesse me espancar.
— Você é mal.
— Você é linda.
Derreti...
— Darby?
— Oi.
— Amo você.
~ 188 ~
— Amo você também.
***
Ela bufa com um riso. — Você a viu na outra noite no jantar. Ela
é louca de pedra.
Nana coloca uma trufa na boca, os olhos dela rolam. Acho que ela
acredita que chocolate é melhor do que sexo. Eu amo chocolate, mas se
Trick vir em porções do tamanho de mordidas embrulhadas em papel
alumínio, ele falia a indústria do chocolate.
~ 189 ~
— Amor. Trick é amor?
A postura de Nana infla pelo menos seis centímetros até que todo
o corpo dela enverga com orgulho.
— Oh, Darby...
— Ele estava sem casa aos cinco e órfão aos quinze anos. Você
pode imaginar? Com 15 anos de idade voltar para casa... — eu balanço
minha cabeça, —...onde quer que ‗casa‘ fosse quando você está
desabrigado, para descobrir que seus pais simplesmente
desapareceram. Ele assume que eles estão mortos e talvez eles estejam,
~ 190 ~
mas e se eles não estão? — eu saboreio meu vinho. — Eu não sei o que
pensar, mas eu sei que eu o amo, mesmo a parte que ele não pode
compartilhar comigo. Você acredita que ele tem uma arma?
Nana balança a cabeça. — Não significa que ele fez alguma coisa
ruim com ela. Um monte de pessoas possuem armas para proteção. Eu
tenho uma no meu criado-mudo.
O quê?
— Nana. Eu-eu não sei o que dizer. Você tem uma arma?
~ 191 ~
Ela se inclina para frente e descansa a mão no meu braço. — Você
deveria ter me dito, e você está bem, porque Trick tinha uma arma com
ele.
— Diz que você é filha de sua mãe, e, acredite ou não, quando ela
o conheceu, ele era um homem melhor. Lucy tinha um gosto impecável
para tudo. Calvin não a merecia, mas ela fez dele um homem melhor,
até que... — ela engole de volta a emoção não característica dela. Nana é
uma rocha, mas a minha mãe, Lucille, é uma parte desprotegida do seu
coração que sempre provoca um lampejo de emoção crua em seus
olhos.
~ 192 ~
apesar das milhões de razões dadas pelo seu pai para você deserdá-lo,
você ainda o ama. Isso é Lucy em você. Eu adoro você, Darby, e eu acho
bonito o jeito que você ama minha Lucy, porque ela com certeza amava
você. Durante nove meses, você foi a dona do coração dela.
~ 193 ~
Capítulo Vinte e Dois
Deve ser um certo período de tempo que justifica minha falta de
Trick. Desesperada falta dele. Faz provavelmente mais de cinco dias, e
se eu for honesta comigo mesma, eu comecei a sentir isso vinte e quatro
horas depois de sua partida. Patético? Sim, mas fazer o quê.
— Sim, infelizmente.
~ 194 ~
— Eu preciso voltar para o trabalho de qualquer maneira. As
estrelas da pornografia estão voltando para o set.
— Tchau.
~ 195 ~
Jade fora do trabalho, mas eu não anseio por isso como eu ansiei todos
os dias da minha vida antes de eu o conhecer. Trick... ele é meu melhor
amigo. Ele me deu isso antes de roubar meu coração. Porém, eu não
acho que ele realmente roubou meu coração. Eu acho que eu dei a ele
quando eu ainda achava que ele era de Grady. É uma prova de que a
amizade dele significa para mim: tudo.
***
— Trick…
~ 196 ~
através das minhas cortinas ilumina a vida naqueles olhos incríveis. —
Você está aqui.
~ 197 ~
***
Brrr...
~ 198 ~
uma escuridão de prazer. Isso nunca foi minha praia... até Trick. Tudo
sobre ele é oficialmente minha praia.
— Darby... pare...
De jeito nenhum.
Minha viagem de volta pelo seu corpo é tão agradável como foi
para baixo. Melhor. Dose. De. Trick. De. Todas!
Ele tira o cobertor da minha cabeça e seu sorriso no rosto é... sem
palavras, apenas sem... palavras.
~ 199 ~
Eu beijo o canto da boca dele, em seguida, sento, enrolando o
lençol em torno de mim. — Eu tenho uma ideia.
— Onde você está indo? — eu nunca ouvi Trick soar nada além de
rústico e masculino, mas eu detecto um tom de um lamento em sua
voz.
Ele me beija, então escova seu nariz contra o meu. — Ainda bem.
***
~ 200 ~
Eu acho que ele rosnou, mas é tão sutil que eu não posso dizer
com certeza. A carranca... eu não deixei passar. — Se suas
habilidades orais não fossem tão refinadas, nós não seríamos mais
amigos.
~ 201 ~
Os olhos de Trick se encolhem nos cantos conforme um sorriso
aparece em seu rosto.
— Eu também não acho que você deveria ter permissão a ter uma
autorização de estacionamento para deficientes físicos e uma
autorização de arma. — eu puxo minha jaqueta.
Eu dou a Trick um olhar atravessado antes que ele passe por mim
para a porta dos fundos. Ele desliza sobre suas meias e botas pretas
que estão perto de sua mala. — Você dirige. Peguei um táxi no
aeroporto.
Meu coração incha com a ideia de ele vir para a minha casa direto
do aeroporto. Se ele não estivesse aqui ainda, eu explodiria seu telefone
com siglas de chat e Emojis.
~ 202 ~
Capítulo Vinte e Três
Vários fotógrafos nos saudaram com flashes e sorrisos tímidos
enquanto eu tiro meu carro para fora da garagem.
— Por que você diz isso? — há uma frieza nas suas palavras. —
Você está me usando para se rebelar? Se enrolar com o cara sem-teto?
Ele está tomando a defensiva como ele fez um pouco depois que
nos conhecemos. Eu estava com dez por cento de raiva e noventa por
cento excitada na época, mas agora isso me irrita profundamente por
ele pensar isso de mim. Entendo que ele tem problemas de confiança,
mas eu esperava que agora ele não tivesse mais aqui.
— Ela também acha que você vai esmagar meu coração e que você
é incapaz de me amar. — eu espero uma resposta. Eu preciso de uma
resposta, mas ele ainda é uma estátua. Nenhuma resposta, nenhuma
emoção.
~ 203 ~
decidam quem eu escolho amar, então talvez eu seja uma rebelde. Mas,
se a questão aqui é você não confiar em mim, então talvez a Rachel
esteja certa. Talvez você vá esmagar meu coração.
Ainda nada.
Isso faz eu ganhar uma contração labial, mas eu sei que ele está
lutando contra o sorriso completo.
~ 204 ~
há mais objetos cobertos que parecem com a sua obra de arte que
estavam lá em cima.
— Sim.
— Seu?
— Dinheiro.
— Quanto?
— Bastante.
~ 205 ~
— Eu não podia ficar em Nova York por uma série de razões, mas
Grady e Tamsen pensaram que recriando meu ambiente de vida,
incluindo todas as minhas coisas, pudesse ajudar a trazer de volta a
minha memória. O andar de cima é quase idêntico, bem como
mobiliário, iluminação, até mesmo os aparelhos são idênticos.
Alguém estava dando a Trick uma coisa porque eles não podiam
dar outra?
Eu paro onde parece ser uma linha invisível. Tudo antes daqui
está espalhado aleatoriamente. O que eu assumo ser o trabalho artístico
de Trick está organizado e cuidadosamente embrulhado. Acho que
tenho sua permissão tácita para continuar, mas isso parece ser
pessoal. Antes eu estava navegando em coisas como eu faria em um
leilão, mas tocar o que está diante de mim pareceria como espionagem,
uma invasão de sua privacidade.
~ 206 ~
Meu olhar vacila por um momento antes de se reunir com o dele
novamente. — Você vai me mostrar?
— Meus pais.
O quê?
~ 207 ~
— Então você acha que durante os cinco anos que faltam da
minha vida, pelo menos, alguns dos quais eu estive viciado em drogas,
eu estive vendendo meus esboços, o que pode levar até duas centenas
de horas para completar um, para... — ele aponta para tudo no depósito
— ...muito dinheiro?
— Quero dizer, você tinha todo aquele dinheiro. Por que não
contratar um investigador particular para cavar seu passado, preencher
os espaços em branco?
— É isso que você quer? Você acredita que é uma bênção você não
se lembrar?
~ 208 ~
ou alguém desses cinco anos apagados poderia voltar para me
assombrar é a parte que parece mais como uma maldição.
— E se eu matei alguém?
— Você está dizendo isso porque você não acha que isso é
verdade. Mas e se fosse? — não é sempre um olhar, com Trick muitas
vezes é apenas um sentimento. Talvez seja algo que só eu possa
sentir. Eu costumava pensar que era um desafio, parte da sua
personalidade ‗me aceite ou me deixe‘. Mas,
ultimamente esse sentimento tem uma pitada de medo... insegurança.
~ 209 ~
Olhos. Em. Mim. Deus, ele tem o olhar mais imponente, com um
olhar predatório, caçando a sensação de estar encurralado onde a
rendição é a única maneira de sobreviver. — Vem.
***
Ele continua a rir enquanto a mão livre desliza até meu peito. —
Esses são seios... — ele circunda o polegar sobre meu mamilo —
...Alicia tinha uma comissão de frente, e para que conste, eu sou um
cara que gosta de seios. — eu sinto sua ereção contra minhas costas.
~ 210 ~
Ele suga minha orelha em sua boca, provocando com os
dentes. — O que é o quê? — ele murmura, arrastando sua língua no
meu pescoço.
— Câmera?
Tudo é como um borrão quando ele me toca, mas isso não impede
meus olhos de tentar se concentrar na câmara. Temos um cobertor
sobre nós, mas está realmente encobrindo nossos movimentos?
Trick joga o cobertor para fora de nós com uma mão enquanto a
outra desliza para baixo. Um gemido escapa descontrolado quando o
dedo desliza para dentro de mim. — Eu quero ver você gozar, sexy.
A câmera…
~ 211 ~
encontrando mais atrito contra as minhas costas, — ...Você é. Bonita.
Pra. Caralho.
A câmera…
— Oh, Deus!
— Você tem que apagar tudo o que foi gravado na câmara desde
que você me conheceu. Por favor, eu estou te implorando. Não faça
perguntas, não assista, basta apagar. Me prometa, Trick, me prometa
que você vai fazer isso por mim. Se você me ama, você vai dizer que
sim. Ok? — eu não acho que eu alguma vez tenha me sentido tão
desesperada na minha vida. Meu coração bate com ansiedade,
alimentado por cada nervo do meu corpo disparado com um medo de
gelar o sangue.
~ 212 ~
Eu não achei que fosse possível parecer ou soar mais patética. Eu
estava errada. Meus dedos estão entrelaçados e brancos nas juntas em
meu peito. Eu fui despojada da minha dignidade, roubada do meu auto
respeito, e colocada em exposição na praça da cidade com uma corda
em volta do meu pescoço. Nesse ponto, eu não sei se eu prefiro a
suspensão da execução ou no chão para cair debaixo de meus pés.
~ 213 ~
Eu pressiono o botão para baixo, franzindo a testa enquanto ele
desaparece.
~ 214 ~
Capítulo Vinte e quatro
Treze pessoas estiveram envolvidas no acidente, oito
sobreviveram... por enquanto, e dois dos oito sobreviventes são
crianças. Seus pais foram vítimas. Uma versão mais jovem de Trick
cruza minha cabeça. Um dia, seus pais estavam aqui, no dia seguinte
eles se foram. No entanto, eu ainda não consigo juntar as partes de seu
passado juntos. Não faz qualquer sentido.
***
~ 215 ~
Apenas poucos meses atrás eu conheci o meu melhor
amigo; então meus sonhos se tornaram realidade. Eu era uma lagarta
até a metamorfose do seu amor me libertar, e agora eu vôo alto... tão
alto em cada pensamento dele.
~ 216 ~
cerrados enquanto envolvo minha mão no pulso da imbecil e a removo
do bolso de Trick.
Trick levanta o dedo para ela enquanto olha para mim. — Darby
estava de saída.
— Mercado... vai.
Trick pode não querer fazer ondas, mas se ele não colocar um fim
nisso eu vou ser um maldito tsunami.
— Você tire suas mãos dele, vadia! — eu tento me enfiar entre ela
e Trick, encarando ela.
— Me solta! — eu grito.
~ 217 ~
Eu chicoteio ao redor, mãos em punho, mandíbula apertada. —
Ela está tocando em você!
— Ou o quê?
~ 218 ~
Ele solta a minha mão e dá o seu foco de volta para ela. Meu
coração fica parado no meu peito enquanto a mão dela chega ao bolso
dele.
— Darby?
Lá vem bronca.
— Case comigo.
~ 219 ~
Capítulo Vinte e cinco
Três dias antes
Eu não fico orgulhoso de olhar nos contatos telefônicos de Darby,
mas eu preciso de algo que eu não posso pedir a ela: respostas. Agora,
só há uma pessoa que eu sei que as tem.
— Quem é?
— Você sabia que eu não iria te reconhecer, mas ainda assim você
estava nervosa... isso eu reconheci.
— Eu amo a Darby.
~ 220 ~
— Entenda. Isso. Seu desperdício patético de espaço, eu sou uma
mulher feita e posso garantir que nenhum homem jamais me fodeu! —
ela desliga.
~ 221 ~
Capítulo Vinte e seis
— O que você acabou de dizer? — meus dedos cavam mais fundo
em suas costas.
Trick escova parte de trás da sua mão sobre meu rosto e me beija
com paciência e fragilidade. — Diga que sim, Darby, — ele sussurra
com uma vulnerabilidade que puxa cada um dos meus sentimentos.
A mente fala com razão e lógica. O coração... ele não fala, ele só
sente. Mas aqui está a coisa sobre sentimentos... eles são a verdade não
dita.
— Sim.
~ 222 ~
— Compras de supermercado. Não era o verdadeiro motivo da sua
visita?
***
— Ok.
~ 223 ~
Eu olho para ele confusa. Ele tenta esconder seu sorriso,
mordendo o lábio inferior. E então eu entendo.
Eu jogo a toalha nele, mas ela só cai uns passos a frente. Então
eu pego a minha bolsa e parto em direção ao elevador. Ele conecta o
braço em volta da minha cintura e me puxa para a cama.
— Me solta!
— Darby...
Maldito!
— Nunca pare de olhar para mim dessa maneira, — ele diz com
emoção vulnerável em sua voz profunda.
Eu movo meu olhar pelo seu corpo, até que eu encontro seus
olhos. — Nunca deixe de me amar desta forma.
***
~ 224 ~
Leva alguns segundos para percebermos que a fumaça e o alarme
de fogo não é de nossa vida amorosa cheia de vapor.
Com luvas em suas mãos, ele tira o salmão do forno, nu. Você não
vê isso todo dia. Eu me embrulho em um cobertor e vou na ponta dos
pés atrás dele. — Era para ser limão-pimenta, mas queimado é muito
fino também.
— Eu sei que você está se perguntando por que eu diria que sim
para a parte escura da sua vida que você nem sequer compreende. —
eu beijo o canto da boca dele. — Mas eu não acho que você tenha ideia
de como eu me sinto honrada de ser convidada para as partes de você
que não podem ser vistas. E hoje à noite... — eu continuo, — ...você me
escolheu. Toda vez que eu prendo a respiração... esperando,
rezando, precisando que você me escolha... você me escolhe. Você me
escolheu e a última vez que alguém me escolheu foi o dia em que eu
nasci... e depois ela morreu.
~ 225 ~
***
— Não.
~ 226 ~
Eu balanço minha cabeça e tento me afastar de novo, mas o seu
aperto firme impede a minha fuga. — Olhe para mim.
***
Não houve ficar em um joelho e não houve nenhum anel, mas foi
a proposta mais inesperada e bonita. Estou morrendo de vontade de
contar a alguém. Jade é uma possibilidade, mas eu sei que ela nunca
iria guardar isso para si mesma, e eu não estou pronta para dizer ao
mundo. Aqui é onde o BFF desde o jardim de infância que eu nunca tive
viria a calhar. Nana vai descobrir logo que eu sair do trabalho, mas tem
que ser em pessoa; é por isso que eu não posso dizer a ela ainda.
Eu: Eu preciso dizer ao meu BFF algo. Você pode ser meu BFF e só
o meu BFF por alguns momentos?
~ 227 ~
Trick: Sim, eu posso ser seu ‘amigo’. E aí?
~ 228 ~
— Irei me casar. Trick propôs na noite passada.
Verdade.
~ 229 ~
Eu aposto nele e em seu passado desconhecido num piscar de
olhos. Eu estou disposta a dizer ‗dane-se‘ e apenas descobrir como
conforme caminhamos.
~ 230 ~
Capítulo Vinte e sete
— Grady, vai.
~ 231 ~
— Eu vi... no olhar dela. O jeito que ela olhou para mim, ela não
estava me vendo pela primeira vez. Ela estava nervosa com uma
mistura sutil de dor e raiva. Eu sabia, naquela noite, mas eu tinha que
ter certeza, então liguei para ela.
— Eu a amo.
Grady ri. — Você a ama. Bem, isso é ótimo, Trick. M diga, ela
aceitou a sua proposta antes ou depois de seu pau ter essa vaga
lembrança de estar na buceta da madrasta dela?
— Então você vai iniciar a sua vida com ela enquanto esta
epifania épica que você transou com a madrasta dela pesa em sua
consciência?
— Não.
— E o que você vai fazer se você estiver certo. E se você fosse com
ela e um dia ela decide contar a Darby? Algumas pessoas cortam suas
próprias gargantas em nome de vingança.
— Darby me ama.
~ 232 ~
Eu pressiono End e passo meu braço por cima do balcão,
derrubando maquiagem por toda parte. — Droga!
~ 233 ~
Capítulo Vinte e oito
— Oi.
Uhh...
~ 234 ~
Tudo o que posso fazer é prender a respiração. Apenas... não há
palavras.
***
— Obrigada.
— Agora não.
~ 235 ~
— Eu disse... -— meu pai olha para cima de sua mesa, óculos de
leitura em seu nariz, cabelos grisalhos penteados ao estilo Donald
Trump. — Darby.
— Você é boa demais para ele. Você foi criada melhor do que isso.
— Você não vai a lugar nenhum. Com dois meses restantes antes
dos eleitores irem às urnas, a última coisa que eu preciso é você fazer
uma cena.
~ 236 ~
— Já chega!
— Vá se foder, pai!
Slept!
A dor que ele distribui torna mais fácil ir embora, mas também
torna mais fácil voltar. Quatro, o número de vezes que eu vi a
dor... o amor que ele deve ter tido pela minha mãe. Vinte e sete, o
número de aniversários que eu celebrei sem o meu pai. Ele sempre
deixou um presente ou dinheiro, mas eu nunca o vi uma vez no meu
aniversário. Essa linha entre amor e ódio é tão fina que é quase
invisível. Eu pensei que iria ficar melhor, mas enquanto os anos
progrediam, o seu ‗amor‘ por mim foi engolido pela dor, e agora tudo o
que eu vejo é a sua raiva.
***
~ 237 ~
Levo menos de quinze minutos para arrumar minha mala. O
momento que eu entro na garagem de Trick, eu sinto o peso em meu
coração quase desaparecer. Ele é a minha casa, meu porto
seguro. Antes de o elevador parar completamente, vejo Trick sentado no
seu balcão da cozinha comendo um sanduíche.
— Darby! Quem fez isso com você? — a última vez que vi esse
olhar no rosto de Trick, ele tinha uma arma apontada para o meu
atacante.
— Meu pai.
— Trick! — eu agarro seu braço. — Não... deixa pra lá. Por favor,
eu preciso de você.
— Eu preciso de você.
Quando ele se vira para mim, eu coloco minhas mãos sobre seu
peito. Seu coração bate contra cada subida e descida de seu peito
respirando com raiva. Olhando para baixo, eu deslizo as mãos para o
botão da sua calça.
~ 238 ~
Fecho os olhos e as lágrimas transbordam. Eu os abro e olho para
cima. — Se você disser não... isso vai doer mais do que qualquer coisa
que ele disse ou fez comigo.
Ele solta as minhas mãos e tira sua camisa. Suas mãos vão para
a parte de trás da minha cabeça enquanto seus lábios pressionam a
minha bochecha. A ponta da língua roça a minha pele, dissolvendo as
minhas lágrimas. Ele consome minha dor com seu toque, uma pequena
gota de cada vez.
Uma risada escapa do meu peito. Mais lágrimas, mas agora elas
são lágrimas de alegria e de amor... meu Deus, muito amor. Corro os
dedos pelo cabelo dele e ele levanta a cabeça, me dando um sorriso de
tirar o fôlego. Minhas mãos vão para seu rosto barbado. — Sua BFF soa
como a mulher mais sortuda do mundo inteiro.
~ 239 ~
— Trick... — com uma mão apertando o lençol e a outra
apertando seu cabelo, eu o deixo me levar para outro mundo - um
mundo onde a luz e as trevas colidem, emoções desaparecem, e tudo o
que resta é a mais incrível experiência fora do corpo.
***
Ele se senta na borda da cama com uma perna apoiada. Seu olhar
se concentra do outro lado do quarto em minha mala. — Eu reservei
passagens para nós esta manhã. — ele olha para mim. — Você tem
certeza?
~ 240 ~
Eu assinto, traçando a tatuagem escrita debaixo do braço
dele. Não olhe para trás com raiva. — Tenho certeza.
~ 241 ~
Capítulo Vinte e nove
Chegando ao O'Hare, aeroporto internacional de Chicago, três
horas antes do nosso voo, uma mistura tensa de nervos e emoções
agitam minha barriga. O que estamos fazendo? Fugindo? Começando de
novo?
— Almoço?
Meu pai.
Eu agarro o braço de Trick e ele segue o meu olhar. Meu pai está
sendo escoltado do hospital através de uma multidão de repórteres e
fotógrafos, o braço na tipoia e seu rosto abatido. É difícil dizer em que
medida por causa das ataduras e seus óculos de sol.
~ 242 ~
‘... Invasão de domicílio... Senador Carmichael foi agredido em seu
sono... suspeita de mau funcionamento nas gravações de segurança...
ninguém sabe como o intruso conseguiu passar pelos guardas...’
Trick volta para seu cardápio. — Eu acho que vou querer o clube
de Turquia. O que você vai querer?
— Eu só vou dizer isto uma vez. — ele faz uma pausa como se
fosse ter certeza que eu vou ouvir a sério a profundidade de sua voz, ou
talvez para se certificar de que eu ouça o tom inabalável dele.
— Darby?
~ 243 ~
pôs as mãos em você, porra. Mas eu posso prometer a você que foi a
última. — ele aperta os lábios na minha testa.
~ 244 ~
Eu balanço minha cabeça. — Eu não quero ficar.
***
— Homens.
Eu sorrio. — Nada.
***
~ 245 ~
Trick olha para minha nova aquisição com as mãos apoiadas nos
quadris. — É um carro de mulher e um ‗pega trouxa‘ de vendedor. De
jeito nenhum nós vamos fazer sexo na parte de trás dessa coisa. Você
deveria ter comprado um Cadillac Escalate que é um SUV de grande
porte.
— Obrigada.
— Pelo quê?
Ele coloca o carro em marcha e puxa para fora. — Você vai ser...
em breve.
~ 246 ~
— Por que Todos Santos?
— Não, e você?
— Sério?
— Sem-teto?
Eu concordo.
Trick pausa e eu quero fazer mais perguntas, mas eu sei que ele
não acabou a história. Ele prende o lábio inferior entre os dentes, então
eu espero.
~ 247 ~
— Acho que eles decidiram ter o bebê. — eu sorrio e ele também.
~ 248 ~
***
Tudo sobre o passado de Trick volta para seus pais. Como é que
os dois simplesmente desapareceram? Ele ainda era uma criança,
quinze anos, mas ainda uma criança, o único filho deles. Não faz
sentido abandonarem ele sem uma única palavra. Mas também não faz
sentido eles simplesmente desaparecerem ou morrer sem deixar
vestígios. Mas cada vez que eu menciono minha suspeita ou falta de
compreensão à Trick, sua dor me faz sentir como se eu estivesse
pisando em seus túmulos.
Ele ri. — Você ainda não viu o interior, e é escuro. Você não pode
ver muito por aqui também.
~ 249 ~
— Não finja estar impressionada. Eu sei que você já viu lugares
mais sofisticados que esse aqui. — Trick recua alguns passos e seu raro
momento de insegurança me entristece.
— Como queira.
Bingo!
~ 250 ~
— Bem, é a nossa noite de sorte. Alguém deixou uma
espreguiçadeira. — Trick pousa nossa bagagem e me abraça por trás,
apoiando o queixo no meu ombro.
Ái!
— Uau!
***
— Trick?
— Hmm?
~ 251 ~
— A parte que você lembra?
~ 252 ~
Depois de alguns minutos de silêncio, eu me inclino, beijando o
ângulo de sua mandíbula. — As mulheres, em Nova York, talvez você
estivesse as desenhando. Você já pensou nisso?
Ele beija o topo da minha cabeça. — Pode ser. Boa noite, gostosa.
~ 253 ~
Capítulo Trinta
Desorientada. Levo alguns minutos para eu juntar onde estou e
como eu cheguei aqui. Estico, saindo da minha posição fetal, recebo
uma baforada da almofada mofada florida da nossa cama
improvisada. O que eu não estou vendo, sentindo ou cheirando é
Trick. No entanto, eu ouço o mais convidativo som de sempre: o
oceano. Eu olho para trás, para a porta aberta da varanda, e lá está
ele... invertido em seu tapete de yoga e sem camisa. Tudo o que posso
fazer é olhar. A vontade de dizer algo ou tocá-lo... meu Deus, a vontade
de tocar naquele corpo é torturante, mas eu não faço isso. Este é o seu
tempo, a sua coisa. Talvez ele precise de sua prática meditativa para dar
sentido ao caos em sua vida. Quando eu viro em direção à cozinha, vejo
várias mangas e bananas no balcão que não estavam lá na noite
passada. Eu descasco uma manga, afundando meus dentes em sua
polpa suculenta. Maravilhosa!
— Dedo sortudo.
Eu rio. — Sim.
~ 254 ~
olhos para pegar um avião com um cara que eu conheço a dois
segundos. E agora estamos aqui e falando sobre ficar... para sempre. —
eu rio. — Eu ainda tenho comida na minha geladeira e outras coisas no
meu armário no trabalho. Isso é uma loucura.
Eu concordo.
***
Nós tomamos banho uma vez que o meu trabalho ficou um pouco
confuso, especialmente depois de adicionar fruta na mistura, que eu
descobri que ele pegou do nosso jardim da frente. Está crescendo
mangas e bananas no nosso quintal da frente! Sim, essa menina do
Centro-Oeste não conseguiu processar isso ainda.
~ 255 ~
então Trick retribuiu com uma pequena visita a ele, e eu vi a notícia sobre
isso no aeroporto, mas eu ainda escolhi deixar o país sem ao menos uma
chamada de telefone para ver se ele está bem.
— Odiar você? Por que você pergunta isso? — olho para ele.
— Tenho certeza que ela vai sentir saudades minhas como eu vou
sentir dela, mas o sonho dela sempre foi de eu viver fora da caixa,
arriscar, fazer algo inesperado. Basicamente enviar o meu pai para o
túmulo mais cedo.
— Sim, bem, não... eu acho que eu preciso saber. Você não acha?
Ele dá de ombros.
~ 256 ~
— Não... bem, eu espero que não.
— E as brigas?
~ 257 ~
Trick para em uma área comercial. — Para mim, era mais seguro
pertencer a uma gangue do que não. Prisão não era uma
preocupação. Naquele tempo teria significado uma cama e três refeições
quentes por dia. Eu não estou dizendo que nunca infringi a lei. Às
vezes, nós roubávamos coisas para sobreviver, mas eu não fiz nada que
teria significado anos na prisão. O cara que eu atirei no joelho estava
tentando roubar coisas dos meus pais, que não eram muitas, e ele
tinha uma arma também. — ele destranca o carro e olha para mim.
***
~ 258 ~
naquele colchão tão cedo. — ele esfrega o nariz contra o meu então
morde meu lábio inferior com um rosnado baixo.
Com uma mão, ele me segura como escudo enquanto ele se ajusta
com a outra. — Porra, para! Você está me dando uma ereção.
— Você começou.
~ 259 ~
Capítulo Trinta e Um
Dentro de uma semana temos uma casa totalmente mobiliada,
cozinha equipada, e nossa documentação de casamento. Trick dá a
notícia a um Grady muito mal-humorado sobre a nossa mudança e
plano de ficar aqui por tempo indeterminado. Desde que ele está em LA,
eu não acho que ele desceria até aqui e pessoalmente estrangularia
Trick. Rogue Seduction está fechado até que o substituto de Trick seja
‗descoberto‘ como Grady colocou.
Isso parece como uma lua de mel, embora nós não estivéssemos
ainda tecnicamente casados. É fácil caminhar para fora de nossa
varanda e suspirar com a incrível praia que é nosso quintal para o
paraíso. Eu continuo pensando que eu deveria começar a arrumar
minha mala porque as férias estão quase no fim. Mas não é, então eu
vou manter minha bunda plantada na areia até que a vida me puxe
para fora.
— Oi, vizinhos.
~ 260 ~
Trick vira e eu me inclino para o lado para ver atrás dele. Um
rapaz com uma prancha de surf anda com casuais passos largos
através da areia até nós. Um sorriso branco austero enfeita seu rosto,
que dá lugar a um corpo bronzeado magro que tem sido aperfeiçoado
por horas de sol e surf. Ele passa a mão preguiçosa através de seu
cabelo loiro de cobre que o vento deixou uma bagunça, em seguida,
oferece a mão para Trick.
— Trick e Darby Roth, — Trick aperta sua mão e meu queixo cai.
— Prazer em te conhecer.
~ 261 ~
Declan sorri e acena com a cabeça. — Agora nós estamos
conversando. Eu vou cuidar de tudo. Vejo vocês aqui em cerca de seis
horas. — ele corre, indo embora e gira com um aceno final. — Prazer em
conhecê-los, vizinhos!
Trick segura meu pescoço e me puxa para mais perto até que
minha cabeça inclina para trás para olhar para ele. — Cerimônia de
casamento, não um casamento. — seus lábios pressionam os meus
quando sua outra mão vai para o laço da parte de cima do meu biquíni
enquanto ele geme em minha boca.
~ 262 ~
***
Eu toco na tela do meu telefone por alguns momentos até que ele
toque.
Trick: Vem.
~ 263 ~
Meu sorriso cresce... meu coração transborda.
***
— Vem.
Ele desliza meu robe dos meus ombros até que ele lentamente
caia no chão aos meus pés. Em seguida, ele pega o vestido de verão
~ 264 ~
tomara que caia branco com uma sobreposição em renda do cabide. Eu
entro nele quando ele o segura para mim. Enquanto ele fecha a parte de
trás, eu passo minhas mãos sobre o material delicado. — Onde você
conseguiu isso?
— Na cidade, a dona da loja que fez. Ela tinha ele guardado para
uma ‗ocasião especial‘. Eu a convenci que não iria acontecer nada mais
especial do que hoje, enfeitando seu belo corpo.
Trick sorri, meu sorriso. — Isso é tudo o que tenho para lhe dar:
Eu. — ele levanta os ombros e sua vulnerabilidade pega um pequeno
pedaço do meu coração. — Um livro com páginas em branco,
desgastado nas bordas e com marcas de borracha, que é o que eu
sou. Eu preciso de você para pintar o meu futuro, escrever a minha
história com marcador permanente, assim como a marca que você
deixou no meu coração no dia em que nos conhecemos. Seu toque é a
única coisa que eu sinto, a sua voz a única coisa que ouço, seu rosto a
única coisa que eu vejo, mas o seu amor... seu amor, minha linda, é a
única coisa que eu preciso. — ele aperta minhas mãos e meus olhos
respondem com algumas lágrimas. — As memórias são as emoções
mortais, mas o amor... o que o coração sente, ele nunca se
~ 265 ~
esquece. Eu nunca vou esquecer de você, então seja minha esposa,
Darby. Escreva uma história comigo que nunca termina.
— Aceito.
~ 266 ~
— Parabéns! — Declan bate a mão no ombro de Trick e dá um
aperto viril de aprovação. Em seguida, ele estende seus braços e eu
sorrio, enquanto ele me abraça como se nós nos conhecêssemos a
muito mais do que oito horas. — Venha conhecer o resto de seus
vizinhos.
— É o mínimo que posso fazer pelo que você fez pelo nosso
casamen... quero dizer, cerimônia.
Trick cava os dedos no meu lado que mostra sua falta de apreço
por eu zombar dele. — Originalmente, eu pensei que ia fazer amor hoje
à noite, mas você parece que está pedindo para eu te foder com força, —
ele sussurra em meu ouvido.
~ 267 ~
Wes bate na parte de trás da cabeça de Declan, e nós rimos. —
Prazer em conhecê-lo e parabéns. — Wes é encorpado com cabelo louro
cortado, e não parece o típico surfista.
Declan revira os olhos. — Tanto faz, você já está com o anel por
dois anos e ainda não teve casamento, então não sei mais se é
realmente um anel de noivado.
Ela curva seus lábios carnudos e joga para trás seus longos
cabelos escuros revelando silicones que derramam para fora de seu
pequeno vestido de verão tomara que caia, então acotovela Colby na
barriga. — Nós teríamos uma data definida se um certo alguém
encontrasse a si mesmo mais depressa. De qualquer jeito, Trick e eu
nos encontramos esta manhã. Eu fiz ioga com ele.
~ 268 ~
escola. Eles não me conhecem e eu não tenho nenhuma razão para
pensar que não gostariam de serem amigos, mas a minha confiança foi
derrotada muitas vezes.
~ 269 ~
Minhas pálpebras pesadas se abrem quando sua boca reivindica
meu pescoço, suas mãos acariciamos meus braços. — Uma Ducati?
— Você hesitou!
~ 270 ~
meu próprio dinheiro. — ele desliza a mão por trás da minha cabeça. —
Você me faz sentir bem comigo mesmo. Você não é minha posse... — ele
pressiona seus lábios nos meus, nossas línguas colidem em uma
explosão de necessidade — ...mas eu ainda quero possuir... cada...
parte... de... você.
Eu fecho meus olhos. Sua boca corre do meu pescoço para o meu
ombro, por toda a minha clavícula, e para o meu peito.
Eu sorrio. — Marido.
~ 271 ~
Após longos minutos de êxtase pós-coito, Trick esfrega algumas
mechas do meu cabelo entre seus dedos com um olhar vidrado em seus
olhos. — Por que você disse sim?
Olho para o meu dedo traçando o sânscrito em seu abs. Já fiz isso
tantas vezes que cada símbolo tem encontrado sua própria gravura em
minha mente. — Porque você pediu.
~ 272 ~
Capítulo Trinta e Dois
O sol, nosso alarme natural lança seu esplendor nos convidando
a levantar. Eu rolo para acariciar, mas meu nariz não encontra nada, só
o travesseiro. Deveria haver uma lei contra acordar sozinha após a noite
da sua cerimônia de casamento. Eu alcanço o lençol que foi parar
embaixo do meu corpo nu, precisando apagar os arrepios do ar frio da
manhã.
Eu tusso no meu suco, metade dele pousa sobre seu peito. Ele
balança a cabeça enquanto limpa o peito com o lençol. Tudo o que sai
de sua boca ou são palavras de uma poesia romântica ou de um
marinheiro sujo cantando sua puta - raramente qualquer coisa no meio.
~ 273 ~
mesmo acordado. Parecia que ele estava sonâmbulo. Algumas pessoas
andam ou assaltam a geladeira dormindo; talvez o de Trick vá ser sexo
dormindo, acordar espontaneamente no meio da noite e comer sua
esposa. Humm...
***
~ 274 ~
— Não. Stuart estava lá ontem.
— Trick e Darby! — Mallory pula para cima e para baixo. Ela está
correndo o risco de ter um olho negro se ela não ficar na dela e parar de
esfregar na cara de todo mundo aqueles silicones saltitantes. — Ei,
todos, Trick e Darby se casaram ontem.
Trick parece alheio aos olhares ou talvez ele esteja em seu modo
‗ir com o fluxo‘ que Grady lhe ensinou. Os melões enormes de Mallory
vão deslocar algo em seu pescoço se ela não manter a cabeça baixa
durante a posição cachorro olhando para baixo, em que você tem que
ficar com a bunda para cima formando um V com o corpo. Trick tem
que vê-la olhando para a bunda dele. Bridget continua lembrando a
todos de respirar com cada posição. Bem, eu estou fervendo e todo
mundo está ofegante, talvez até babando um pouco. Trick e Stuart são
os únicos que controlam a respiração para sincronizá-la com seus
movimentos.
~ 275 ~
— Aham! — pigarreio alto o suficiente para assustar Bridget de
sua demonstração.
— Cala a boca.
~ 276 ~
Apertando minhas pernas juntas, eu sou capaz de esconder a
forma como o meu sexo derrete ao som de sua voz. Meus mamilos, no
entanto, estão endurecidos. Preciso praticar mais autocontrole, uma
fachada. — Eu odeio a maneira como você deixa as mulheres tocarem
em você. — eu forço um pouco de determinação em minhas palavras.
— Eu posso ver isso. — ele dá um passo tão perto que meu peito
toca o dele.
O quê?!
Eu engulo em seco.
~ 277 ~
Trick: Do que você tem medo?
Trick: Ter o pau dele tão fundo em sua boca que você não pode
deixar de tocar a si mesma?
Umm... uhh...
— Vem.
Ele me iça por cima do ombro, cheira minha bunda com tanta
força que gani. — Estou pensando em sofá.
AH MERDA!
— Você me ama?
~ 278 ~
Meu olhar vacila.
Um aceno lento.
— Vira.
— Afaste as pernas.
Eu olho por cima do meu ombro para ele. Ele olha para cima com
um olhar de não me faça falar de novo. Suspirando, eu abro minhas
pernas e ele as amarra com as extremidades opostas dos cintos
atados. Colocando a palma da mão nas minhas costas, ele me empurra
para frente.
— Curve-se.
Eu me curvo.
~ 279 ~
— Trick... — eu tento esfregar minha pélvis em seu toque.
— Trick...
Grady.
~ 280 ~
eu enterro minha cabeça em meu travesseiro; emoções em conflito entre
gritar ou chorar. Então eu faço as duas coisas.
— Eu quero o divórcio.
— Eles?
— Grady e Tamsen.
— Eu te odeio!
~ 281 ~
— Você me ama. — ele beija o topo da minha cabeça, em seguida,
sai pela porta.
— Você me ama!
~ 282 ~
Capítulo Trinta e Três
Isso bate a humilhação do sexo no armário de abastecimento do
Rogue Seduction dez vezes. Eu me enfio em algumas roupas e caminho
até o topo da escada, em seguida, de volta ao nosso quarto meia dúzia
de vezes, mas eu não consigo me convencer a descer. Então, eu vou
sentar na nossa cama e esperar que eles vão embora, seja em uma hora
ou uma semana.
Ela ri. — Dificilmente. Eu acho que você ama um homem que tem
sido celibatário por um longo tempo e agora ele não consegue ter o
suficiente de... você. — o sorriso dela, como sempre, parece
reconfortante e genuíno.
— Como é que um cara como Trick ficou tantos anos sem estar
com uma mulher? Entendo que de alguma forma ele se sentiu
enganado, mas se ele não se lembra dos detalhes, então como é que
esse sentimento ficou preso por tanto tempo?
~ 283 ~
Eu me apresso para o lado dela, assim eu fico olhando para
ela. — Grady sabe mais sobre o passado de Trick do que ele lhe diz?
— Ele não vai saber o que fazer com a informação. É possível que
possa provocar a sua memória, mas se isso não acontecer, então ele é
deixado com o conhecimento de um homem que ele não pode
reconhecer... — ela estreita os olhos uma fração, — ...especialmente se
suas ações foram questionáveis.
— Questionáveis?
— Isso tem alguma coisa a ver com ele possuir uma arma?
— Trick possui uma arma porque ela o faz sentir seguro, não
porque ele é um criminoso procurado.
~ 284 ~
— Pare. Não precisa, eu entendo. — eu aceno uma mão
desconsiderando.
— É a melhor. Bem, Grady pode não achar, mas ele vai superar
isso. Ele adora você.
~ 285 ~
preocupa com ele. Então, depois que vocês dois fugiram, Grady pensou
que nós dois deveríamos aparecer no México para garantir que nosso
‗irmão mais novo‘ esteja bem. Nós só vamos ficar por aqui alguns dias, e
não se preocupe, nós vamos nos hospedar em um hotel...
— Oh meu Deus, de jeito nenhum. Vocês dois vão ficar aqui. Nós
temos uma cama extra e um sofá muito confortável.
***
~ 286 ~
Trick sorri, reclinado no sofá com um tornozelo repousando sobre
o joelho oposto. — Esposa.
— Finalmente. — eu sorrio.
~ 287 ~
bonita que ela é e você não poderia desperdiçar mais um dia antes de
reivindicar ela... marcando-a como um animal.
— Ainda não, mas eu vou começar de novo. Darby jura que meu
trabalho está no valor de milhares de dólares, então eu acho que ele vai
pagar o aluguel.
Grady ri. — Pelo que me lembro, você foi muito bem pago em seu
último trabalho. Você não pode estar sofrendo por dinheiro.
~ 288 ~
Tamsen se levanta e se inclina para bater o punho no meu. —
Falou, amiga.
Eu sei o que está vindo porque há uma parte de Trick que sempre
é previsível: seu lado arrogante.
Eu o sinto vir à vida sob a minha bunda quando ele agarra meus
quadris e ajusta a minha posição sobre ele. Se alguém está contando,
eu acho que eu acabei de assumir a liderança.
Eu franzo a testa para Grady. — Sim, mas não vai ser na minha
área. Eu não estou licenciada para a prática no México.
— Você não vai sentir faltado seu emprego? — Tamsen olha para
mim com um toque de simpatia.
~ 289 ~
— Porra, eu te amo.
Eu giro meu corpo, assim fico de frente para Trick, montando seu
colo. — Você está atolado em problemas, senhor.
***
~ 290 ~
— Estamos em Todos Santos, claro que nós estamos indo para o
Hotel Califórnia. É histórico e eu ouvi que o chef do restaurante é
incrível! — Grady limpa seus óculos escuros e o coloca. — Você sabia
que o hotel foi fundado pelo Sr. Wong, um imigrante chinês? Ele queria
que os moradores pensassem que ele era mexicano, então ele mudou
seu nome para Don Antonio Tabasco. No entanto, ele acabou sendo
chamado de ‗El Chino‘, que significa ‗O Homem chinês‘. Ele trouxe gelo
de La Paz e seu restaurante se tornou o primeiro e único na época a
servir cerveja gelada.
~ 291 ~
desativou as câmeras de segurança, e o agrediu enquanto ele ainda
estava de pijama Zimmerli.
~ 292 ~
são impagáveis. Aposto que adorariam saber o que eu sussurrei no
ouvido de Trick.
Ele faz uma careta enquanto crava seus dentes em seu lábio
inferior. — Eu acho que é hora de zarpar.
~ 293 ~
Capítulo Trinta e Quatro
É infantil, mas necessário. Eu finjo adormecer logo que Trick
fecha a porta do carro. Estou feliz e descontraída, mas não cansada...
ainda não. Agora eu quero evitar mais embaraços na frente de Grady e
Tamsen.
~ 294 ~
trás e eu desmorono em cima dele. Outro grito passa pelos meus lábios
enquanto ele me empala... me possuindo.
***
***
~ 295 ~
— Humm, o que é esse cheiro? — eu sussurro para Trick quando
nós fazemos o nosso caminho até o andar térreo uma hora depois de
acordar.
Convencido!
Trick revira os olhos para Grady, mas seu sorriso contradiz sua
irritação fingida.
***
~ 296 ~
Trick renuncia a praia, optando por se agarrar ao seu bloco de
desenho e grafite em vez disso. Grady ativa seu próprio show para os
espectadores passeando pela praia. Ele pode estar em seus quarenta,
mas seu corpo está firme como trinta e poucos anos. Tamsen parece
incrível em seu biquíni com a parte de baixo no estilo brasileiro, e o sol
ama a pele dela tanto quanto Grady. O sol e eu? Não somos amigos
ainda. Os meus únicos amigos de praia são o meu protetor solar fator
cinquenta e um chapéu de abas largas, mas eu amo a brisa salgada do
mar, e o som rítmico das ondas quebrando na praia, e a forma como a
areia branca massageia meus dedos cada vez que eu os enrolo em sua
legal aspereza.
~ 297 ~
— Bem, vamos esperar, pelo seu bem, que ele não lembre.
— Qual é?
Grady move sua mão para o meu braço, olhos fechados, lábios
sorrindo. — Isso eu posso te assegurar. O passado de Trick não está
tentando alcançá-lo; ele está correndo para longe dele com o temor de
Deus nos olhos.
~ 298 ~
Capítulo Trinta e Cinco
Que porra é essa?
~ 299 ~
Capítulo Trinta e Seis
O Natal chega cedo a Todos Santos para Trick. Sua moto foi
entregue e eu não tenho certeza, mas eu juro que ele estava com
lágrimas nos olhos. Grady declara que ele está rodando de moto antes
que Tamsen ou eu possamos dizer uma única palavra na conversa. Um
beijinho rápido nos lábios e eles saem.
— Claro.
~ 300 ~
reabilitação, mas surpreendentemente ele nunca me disse, e eu nunca
perguntei como vocês três se tornaram tão próximos.
— Como assim?
— Grady sabia que não era culpa dele, mas ele ainda se sentia
responsável de alguma forma. Ele queria falar com a família de Trick e
que eles soubessem o que aconteceu, mas quando ele descobriu que
não havia família, ele não podia ir embora e deixá-lo. Grady tinha que
saber que ele ia ficar bem.
~ 301 ~
— No fundo, meu irmão tem um coração de ouro, mas ele sempre
aproveitou as oportunidades que sejam mutuamente benéficas.
***
— Trick?
— Hmm?
— Posso entrar?
— Só um segundo.
Sério?
~ 302 ~
— Por que não?
— Dormindo.
Ele faz uma careta. — Você ficaria muito brava se eu não for hoje
à noite? Estou no verdadeiro ponto crítico e eu não quero perder meu
foco.
— Vamos lá, nós não precisamos dele. Além disso, eu acho que é
ótimo que ele esteja envolvido com arte novamente. — Grady me oferece
o braço e eu o pego com um sorriso forçado.
— Em mim.
~ 303 ~
— É o que ele disse.
— Deus, essa relação de amor e ódio que eu tenho com você está
ficando cada vez mais intensa.
Eu saio com o carro. — Não se sinta mal, Grady. Trick não está
me desenhando nua também. Ele está me desenhando dormindo.
***
— Nós vamos.
— Eu não poderia concordar mais. Você tem certeza que não quer
se mudar pra cá com a gente?
~ 304 ~
— Ok, senhoras. Já basta. Eu tenho que pegar um avião.
Tamsen ri. — Pelo menos você não pode ficar brava com ele; ele
ainda está meio que passando um tempo com você.
***
Eu bato na porta.
— Com fome?
~ 305 ~
Cinco minutos se transformam em quinze, mas eu não reclamo,
porque o que importa é que ele está na nossa cama dando à real Darby,
não ao esboço, toda a sua atenção. Preliminares não aparecem hoje à
noite. Não há sorver de martini; é uma dose forte de sexo... pra levantar,
literalmente. Eu tenho que admitir, embora rápida, a precisão de Trick
em encontrar o ponto G é impressionante.
Maldito seja!
Ele beija a minha testa, entra em sua calça jeans sem abotoar, e
caminha para fora do nosso quarto. Assim que meu corpo flutuar de
volta para a Terra, eu vou ficar realmente chateada com ele, por alguma
coisa. Tenho certeza de que quando meu cérebro começar a formar
pensamentos coerentes de novo eu vou saber que coisa é essa.
***
— Oi. — eu sorrio.
— Claro.
~ 306 ~
Ele balança a cabeça. — Certo, ótimo. Quando é o melhor
momento para você?
Sua cabeça empurra para trás. — Agora? Você não estava indo
fazer algumas coisas?
— Desenhando?
— Pessoas.
~ 307 ~
— Eu trabalhei no PS. — eu sorrio. — Uma espécie de viciada em
adrenalina, mas para mim era o desafio de montar o danificado quebra-
cabeça.
— Confiante?
Eu: Ajudando Declan com as aulas dele. Se você decidir fazer uma
pausa, eu corro para casa!
Trick: Ok
— Trick?
Sem resposta.
— Hmm?
~ 308 ~
Eu suspiro. — Vamos sair para jantar.
— Bem, eu vou.
— Está bem.
Pego minha bolsa e sua chave, em seguida, corro para fora e viro
para a garagem.
— De jeito nenhum.
~ 309 ~
Capítulo Trinta e Sete
O cérebro é complexo e algumas coisas simplesmente não podem
ser explicadas, como a mulher que eu estou desenhando. Eu tenho que
lembrar dela. Pelo amor de Deus, eu estou desenhando ela! É fácil para
as minhas mãos acrescentar detalhes; elas conhecem cada um. Mas o
que eu realmente quero fazer é bater a cabeça contra a parede porque
ela é tão familiar. Eu a conheço, mas como? É minha memória voltando
ou apenas fodendo comigo?
Grady: Deveria?
Eu: Para de graça. Eu desenhei ela, mas eu não sei por que. Eu
conheço ela, mas eu não sei como. Eu estou infeliz pra caralho.
~ 310 ~
Eu não respondo. Não há mais nada a dizer. Eu sou um imbecil
agora e eu tenho certeza que eu era naquela época também.
~ 311 ~
Capítulo Trinta e Oito
Algo está errado com Trick, mas eu não sei o que. A obsessão dele
com me esboçar está indo longe demais. Ele não me deixa vê-lo. Ele não
sai desse maldito quarto exceto para tomar banho e ir ao banheiro. Ele
até dormiu lá durante as últimas cinco noites. Eu já me transformei em
sua empregada pessoal: lavo roupa e sirvo comida no quarto ‗dele‘. O
passeio de moto? Nunca aconteceu. Sexo? Não aconteceu também, e eu
me recuso a ficar do lado de fora da porta dele nua novamente
parecendo como se eu estivesse implorando por isso.
Esta manhã eu tive que olhar duas vezes para acreditar quando
Trick desceu as escadas antes que eu tivesse a chance de terminar de
fazer o café da manhã e deixar um prato do lado de fora de sua porta.
— Voltar?
~ 312 ~
— Nad...
Meu apetite dissolve, tragado por minha raiva. Assim que eu ouço
ele sair a toda velocidade, eu corro lá em cima e giro a maçaneta. Está
trancada. Claro que está.
Nada.
Nada.
~ 313 ~
— Darby... — uma voz normal e forte flutua através do ar com um
tom de cautela, uma pitada de vulnerabilidade.
Eu não viro para olhar para ele. Eu não consigo. — Quem é ela?
— Eu não sei.
— Sinto muito.
— Então por que você machucou? Por que você passou todo esse
tempo desenhando ela em vez de estar comigo? Você vai vender isso? É
este o nosso dinheiro do aluguel?
~ 314 ~
— Porque ela é parte do meu passado que meu subconsciente
está compartilhando com as minhas mãos. Eu sinto como se meu
cérebro estivesse tentando lembrar, mas... eu só não consigo.
— Darby?
Eu não paro. Ele não pode dizer qualquer coisa que vai fazer isso
melhor, não agora. Quando as coisas começam a desmoronar não se
pode tentar montá-los de volta até que os detritos assentem. Agora... eu
ainda estou desmoronando.
— Bom dia.
— Eu não surfo.
— Talvez.
— Nós adoraríamos.
~ 315 ~
A testa de Declan enruga com confusão. Tenho certeza que ele
pode sentir a frieza entre Trick e eu até mesmo com o sol brilhando
sobre nós. — Então... almoço hoje?
— Vem.
— Você vai ver o seu amigo em breve. Por agora você precisa
voltar para casa com seu marido.
***
~ 316 ~
Declan e Wes viram o peixe na grelha e Mallory saltita, ainda
usando seu biquíni.
Não é preciso olhar para Trick. Eu posso sentir seu corpo ficar
rígido ao lado do meu.
~ 317 ~
Eu digo: — Eu vou ficar. — ao mesmo tempo Trick diz: — Nós
adoraríamos. — o constrangimento engrossa ao ponto de asfixia.
Ele pega a minha mão. — Que bom que você escolhe seu marido a
seu aluno.
— Eu não estou traindo você, — diz ele com derrota em sua voz
trêmula.
— Não! Declan não fez nada de errado. Quando você age como um
louco de ciúmes por nenhuma boa razão, tudo o que me diz é que
você não confia em mim, não em Declan! — eu continuo fazendo meu
caminho para casa.
~ 318 ~
inadequado. Se ele tivesse feito, então Trick teria a minha permissão
para colocá-lo em seu lugar.
***
— Alô?
Silêncio.
— Oh, ele não mentiu. Fui eu. Sou sempre eu que entendo mal o
que ele está dizendo. Ele estava tentando me desenhar. — eu inclino a
minha cabeça para o lado, olhando para ele. — Agora que penso nisso,
ele não é tão talentoso afinal de contas, porque o desenho não se parece
nada comigo. Eu acho que devemos considerar o desenho um fracasso
épico.
~ 319 ~
realidade do passado dele. Ele perdeu tudo o que importava para ele,
inclusive parte de sua memória.
— Eu sei.
— Sim.
~ 320 ~
meu. Quando eu começo a andar em direção à casa, ele agarra meu
braço com um puxão gentil, me virando. Suas mãos vão direto para o
meu cabelo. Eu fecho meus olhos e sinto sua respiração no meu rosto.
— Esposa.
~ 321 ~
Capítulo Trinta e Nove
Eu acordo sozinha na nossa cama, nada de novo. Trick me
possuiu ontem à noite. Não foi sexual, foi apenas amor. Nós não
dissemos muito e isso foi a desculpa que eu precisava. Eu pedi tempo e
ele me deu. Agora me sinto sozinha, e os fios que remendaram meu
coração noite passada ameaçam romper com o pensamento dele de
volta àquele quarto desenhando ela.
Abrindo os olhos, Trick passa pela porta com torradas com ovos e
geleia. Um genuíno sorriso de eu amo esse homem irrompe em meu
rosto e parece uma eternidade desde que esteve lá. Sentando, eu pego o
prato dele.
Ele senta na cama ao meu lado, nós dois com as costas contra a
cabeceira da cama. — Então, nós ainda somos amigos? — ele dá uma
mordida em sua torrada.
Ele ri. — O fato de que você nem sabe disso me faz amar muito
mais.
~ 322 ~
Eu rolo meus olhos. — Eu não cantarolo quando eu como. —
dando uma mordida, a coisa mais estranha acontece. Eu
cantarolo. Caramba! Eu cantarolo quando eu como. Como é que eu
nunca reparei?
Trick: BFF?
Eu: Sempre
Eu: Vem.
~ 323 ~
Concordo com a cabeça e engulo. — Por que você desenhou ela
nua? — eu sussurro. As palavras ferem.
***
Dois dias depois, meu BFF me manda mensagem. Ele diz que está
com muito medo de pedir a sua esposa uma hora para terminar o
desenho dele, mas se ela concordar, ele promete levar o desenho à
cidade e vendê-lo. Menos de uma hora depois, meu BFF me manda
outra mensagem, agradecendo por colocar em uma boa situação com a
esposa dele. Ele está finalizado e pronto para levar ele para a cidade.
~ 324 ~
O cara olha para o desenho, balançando a cabeça. — Você
realmente desenhou isso?
***
~ 325 ~
Ele olha por cima. — A é?
Eu concordo.
— E?
— Eu lhe disse que não queria que ele me dissesse para que
pudéssemos descobrir juntos quando formos pegar o seu pagamento.
~ 326 ~
Eu tento não murchar completamente bem aqui na frente dele,
mas eu estou tão decepcionada e chocada. Eu assumi que com Todos
Santos sendo refúgio de artista que as pessoas por aqui teriam um
maior apreço por algo tão artisticamente brilhante como o trabalho de
Trick.
— Si.
— Si. Isso é o que eu disse. — ele olha para mim com confusão
gravada em sua testa.
Me viro e olho para Trick, com meu sorriso mais convencido que
eu já tive. — Ele vendeu seu desenho por Trinta. Mil!
Eu viro. — Deve ter sido uma pessoa muito rica que levou. Quais
são as chances?
~ 327 ~
Ele desliza em seu capacete ainda em transe, me deixando colocar
o meu sozinha desta vez. — Eu não posso acreditar nisso, — ele diz com
uma ponta de tristeza ou decepção em suas palavras.
— Como você pode dizer isso? Você não acha que você obteria
mais de quinhentos por ele.
***
— Isso não pode ser desfeito. Você tem certeza que não quer
pensar sobre...
— Faça!
E... lá se foi!
— Sim.
~ 328 ~
— Você gosta?
— Darby!
~ 329 ~
— Pare!
~ 330 ~
Capítulo Quarenta
Apesar da alegação de Trick de ‗tortura sexual‘, ainda estamos
casados. Eu expliquei que não havia testemunhas, enquanto eu tenho
duas testemunhas que me viram amarrada e coagida no encosto do
sofá, nua. Memórias como essa me fazem ter um pouco de inveja da
amnésia de Trick.
— Você?
— O que é?
~ 331 ~
— Talvez. — eu cutuco o pé dele com o meu. — Como você entrou
para yoga?
— Ele bateu em você, porque você disse a ele que estava saindo
comigo.
— Isso é fodido.
Eu dou de ombros.
Lágrimas.
Lábios contraídos.
~ 332 ~
***
— O que você vai fazer agora? — pergunto quando ele tira meu
capacete. — Você tem certeza de que este é um lugar
respeitável? Remoção de tatuagem não é um processo divertido, e você
também precisa ter certeza de que você não vai acabar com uma
infecção.
— Nós?
— Sim.
Dou a ele um lento acenar com a cabeça que diz pode apostar que
você vai.
~ 333 ~
Trinta minutos mais tarde e estamos a caminho de casa. Nossos
dedos anelar esquerdo enfaixados sobre a data que nos casamos
tatuadas em sânscrito. Eu quase chorei com o quão romântico esse
gesto foi... isso e fazer uma tatuagem sobre a pele sensível do meu dedo
doía pra caramba. Trick nem sequer pestanejou. Exibido arrogante!
— Balcão.
~ 334 ~
— Aaaii! Cama! — eu grito, apertando minhas pernas em volta de
sua cintura quando o azulejo frio encontra a minha bunda.
Ele faz isso... ele me mostra que as memórias que fazemos será
preenchida com longos passeios de moto, preguiçosos e longos almoços
em pequenos restaurantes da cidade, e abundância de rapidinhas no
mármore frio. Mas, ao final de cada dia vamos lembrar que nossas
memórias são todas capítulos para uma história de amor... nossa
história de amor.
***
Escorrego para fora da cama, tento fugir antes que ele acorde.
~ 335 ~
está se perguntando o que fazer com as coisas no meu armário. Eu
sorrio conforme ouço a mensagem de Tamsen enquanto passo manteiga
e geleia na nossa torrada. Aposto que ela está morrendo de vontade de
ver o meu anel. Eu não mencionei que é uma tatuagem.
— O que aconteceu?
~ 336 ~
Ele se levanta, me levantando em meus pés. Então ele se abaixa
para olhar nos meus olhos. — Se vista. Vou arrumar nossas coisas e
comprar nossas passagens. Ok?
***
Ela olha para mim, então, algo sobre o meu ombro chama sua
atenção e ela dá um pequeno aceno de cabeça. Eu viro.
~ 337 ~
— Darby, olhe para mim. — ele agarra meus braços. — Você
ouviu o que eu disse?
— Prazer em te conhecer.
Eu não respondo.
~ 338 ~
Mary para na porta. — Eles estavam indo jantar e um motorista
passou um sinal vermelho. Eles atingiram a metade de trás do veículo
do lado do seu pai.
Eu concordo. — Você deve voltar com eles. Eu vou ficar aqui com
Nana esta noite. Você pode vir nos buscar de manhã.
— Nana vai ficar bem. Grady e Tamsen não precisavam voar por
causa de uma concussão.
— Não, está tudo bem, Nana. Estou feliz que você esteja bem.
~ 339 ~
— Nós vamos te levar para casa amanhã e você e Darby podem
gastar mais algum tempo sozinhas... conversando.
~ 340 ~
Capítulo
Quarenta e Um
Grady me manda uma mensagem avisando que ele e Tamsen
estão na sala de espera, então eu peço licença e saio. Virando a esquina
do quarto de Grace, sou recebido por Rachel. Ela congela, a cor é
drenada de seu rosto. Tão rápido quanto ela desaparece ela volta. Ela
olha pra mim. Eu não acho que ela estava esperando que eu desse as
minhas condolências.
***
— Em negação.
~ 341 ~
— O quê? — Grady me abraça também.
— Sim, eu suponho.
— Vimos Rachel Hart caminhar daquele jeito, então ela saiu tão
rápido quanto veio. — Grady bebe seu café. — Nós nos conhecemos
anos atrás, mas eu tenho certeza que ela não se lembra de mim, caso
contrário eu teria dado a ela as minhas condolências.
Grady levanta uma sobrancelha suspeito. — Deve ter sido por isso
que ela estava saindo tão rápido.
~ 342 ~
Capítulo Quarenta e
dois
Eu insisto que Trick vá para casa com Grady e Tamsen. Todos me
olham com um olhar atento. Olho para mim mesma. Eu me vesti com
pressa, pode ser que minhas roupas estejam do avesso.
— O quê?
— Noite. — eu sorrio.
~ 343 ~
dono da galeria disse que ele poderia ter conseguido muito mais se
tivesse mais tempo.
Eu concordo.
— Na verdade, não. Tudo o que ele tem é a imagem. Ele não sabe
por que ele a tem. Eu acho que ele a desenhou esperando que o
desenho fosse trazer o resto de sua memória, mas não funcionou assim.
— Ela é bonita?
— Sim, mais velha... bem, pelo menos, mais velha do que ele teria
sido no momento em que a viu pela última vez.
~ 344 ~
— Eu não quero.
— Não é tanto quanto poderia ter sido, mas é seu por direito. Eu
não vou viver para sempre e seu avô trabalhou duro para isso. Ele
gostaria que você ficasse com ele.
***
~ 345 ~
estalo um mini pretzel em minha boca e mastigo em câmera lenta
conforme eu olho para a TV no canto.
— Eu sinto muito…
Eu: Ajuda
— T-Trick.
— Trick?
~ 346 ~
Concordo com a cabeça, apertando os olhos fechados.
Abro a boca para falar, mas tudo o que sai são soluços, emoção
dolorosa sendo arrancada do meu coração.
~ 347 ~
Capítulo Quarenta e
três
Eu prefiro rasgar a merda do meu próprio coração do meu peito
do que saber que ela precisa de mim e eu não consigo encontrá-la. Ela
não me respondeu as mensagens ou atendeu ao telefone. Grace está
dormindo, então Grady, Tamsen e eu nos separamos para procurar
Darby.
— Teve sorte?
~ 348 ~
— Trick, você não pode simplesmente invadir o banheiro
feminino! — Tamsen grita me perseguindo.
~ 349 ~
sempre conseguimos concordar em algumas coisas, mas ele me pegou,
me tirou o pó, e me deu um propósito novamente. Tamsen... bem
Tamsen é um anjo, se essas coisas existirem. Ela me curou de dentro
para fora e sinceramente me devolveu o meu senso de
autoestima. Depois, há a mulher em meus braços. Ela é o meu futuro...
todo o meu mundo... minha amante... minha esposa... minha BFF.
~ 350 ~
Capítulo Quarenta e
Quatro
Oh. Minha. Cabeça. Acho que meus olhos estão
inchados. Conforme eu tento virar, braços fortes apertam em torno de
mim.
~ 351 ~
Tamsen me dá um copo de suco de laranja, me dando seu sorriso
genuíno, não o que todo mundo estava me dando ontem.
— Obrigada.
— Você é o melhor.
***
~ 352 ~
— Bom dia, Nana. Desculpe não estar aqui mais cedo, mas perdi
a hora e Grady fez café da manhã.
~ 353 ~
— Não. Ela tinha um ensaio para uma amostra fashion para um
feriado. Por isso convidei seu pai para jantar. Era... — ela força um
sorriso triste, — ...o aniversário da sua mãe. Estávamos a caminho do
restaurante favorito dela. O lugar ainda está em aberto depois de todos
estes anos. Eu aposto que você nunca soube que nós fizemos isso todos
os anos, apenas nós dois. É o único dia do ano que eu vejo um
vislumbre do homem que costumava ser com Lucy. Mas este ano, pela
primeira vez desde que ela morreu, ele tentou desmarcar. Disse que
tinha muito a ver com a eleição chegando.
— Minha doce menina, ele a amava, mesmo que ele não soubesse
como demonstrar isso.
~ 354 ~
A campainha toca. Eu ergo minha mão para Nana. — Deixa
comigo.
— Darby. — Rachel diz com uma leve bufada quando ela passa
por mim esbarrando em meu ombro. Os olhos dela não parecem nem ao
menos um pouco inchados e sua máscara usual de cadela está firme no
lugar. Tenho certeza de que quando ouviu a notícia sobre meu pai,
provavelmente ela engoliu um calmante e continuou com seu dia depois
de colocar um lembrete no seu celular para parar no hospital para
apanhar os pertences pessoais dele.
Nana franze os lábios, mas eu posso ver o sorriso que ela está
tentando esconder. Isso pode ser muito inadequado, mas eu não posso
culpá-la. Se nós não rirmos de Rachel, vamos acabar estrangulando ela.
Rachel fica olhando para nós com as mãos nos quadris quando
ela está esperando por nós para o quê? Arfar? Gritar em protesto?
~ 355 ~
Eu tusso para esconder minha diversão. Nana é simplesmente
muito engraçada.
***
~ 356 ~
Quarta à noite foi o velório onde eu tentei canalizar algumas das
emoções que tive na noite em que chegamos para que pudesse
desempenhar o papel da filha de luto. O problema é que eu já tinha
utilizado o meu choque inicial e agora estou empacada no papel de
criança órfã que iria se acostumar com o passar dos anos.
— Oi, Darby.
~ 357 ~
***
Trick acena para Grady, e Tamsen sorri, acenando para mim pela
janela do passageiro.
— Você disse a eles para nos dar um tempo sozinhos? Para sexo?
~ 358 ~
momentos para eu perceber que ele está parado. Eu levo meus olhos
para seu rosto.
— Eu estou. — eu sorrio.
~ 359 ~
Capítulo Quarenta e
Cinco
Enterrei meu pai hoje. Sem lágrimas, sem dor. Mesmo agora, a
única emoção que reconheço é a culpa. Devo ter tido um número
atribuído de lágrimas por ele, e eu as usei todas até a outra noite. A
parte patética... eu na verdade tentei pensar em algo mais triste do que
a morte de meu pai para tirar algumas. Minha falta de emoção atraía
mais atenção do que a encenação digna de Hollywood de Rachel. Tenho
quase certeza de que ela esguichou algo nos olhos dela para sair água
pra caramba.
— Eu não espero que você vá. Você pode ficar aqui ou voltar para
Todos Santos. Eu entenderia.
~ 360 ~
Ele balança a cabeça, torcendo seus lábios para o lado. — Quando
você vai?
Comigo.
Trick pega meus saltos que eu tirei no carro, meu casaco e bolsa
em uma das mãos, em seguida, me ajuda a sair com a outra. Apesar de
seus constantes lembretes de que ele não é um príncipe encantado que
me levará para as nuvens com modos refinados e discurso censurado,
todos os dias ele faz alguma coisa... o menor gesto... que me mostra que
ele está se tornando meu cavalheiro. E agora ele está fazendo isso:
levando os meus pertences em uma mão e me levando com a outra. Me
sinto amada, querida e totalmente adorada. Melhor. Sentimento. Do.
Mundo!
***
~ 361 ~
era de fazer álbum de fotos ou ter uma arca de cedro cheio com
relíquias ancestrais.
— LC?
***
~ 362 ~
por mais uma noite. Ela me convida para ir, e tão tentador quanto uma
noite das meninas fora é para esta menina, eu recuso.
— Desistiu de uma noite com Tamsen por mim, né? — Trick sorri,
olhando por cima de seu computador no balcão.
— É. — eu sorrio.
— Apreciando a vista?
Aí está... aquela voz que eu juro que vibra as partes mais íntimas
do meu corpo. Mordendo meu polegar, eu encontro o seu olhar e aceno.
Ele sorri.
— Sem calças.
~ 363 ~
Eu não oriento ele a tirar sua cueca, mas eu não reclamo quando
ele o faz. Eu estou muito fascinada por sua excitação.
Seus olhos caem para os meus seios que escapam livres quando
eu removo meu sutiã, mas fico com a minha calcinha de renda rosa. —
Eu acho que sim. — ele engole.
~ 364 ~
— Porra, Darby...
~ 365 ~
— Você puxou muito, eu não consigo desfazer o nó, — eu
sussurro, com as mãos tremendo.
Tamsen cobre a boca com a mão e tenta segurar o riso, mas não
consegue. — Vocês dois são... realmente um par.
~ 366 ~
Eu cruzo meus braços sobre o peito. — Bem... eu acho que nunca
saberemos, não é? — eu marcho para o banheiro como se eu tivesse um
propósito, mas eu não tenho. Depois de um xixi rápido e uma longa
lavagem de mãos, apenas para ganhar tempo, saio com a minha
dignidade mal reestabelecida junta com a minha teimosia.
Eu olho para cima e sorrio porque ele ainda está olhando para o
seu telefone como se ele estivesse esperando sua ‗amiga‘ responder.
Eu: BFF, espero que sua esposa saiba que ela tirou a sorte grande
com você.
Eu olho para cima e sorrio para ele ainda olhando para o seu
telefone. — Eu amo você pra caralho.
Lábio contraído.
~ 367 ~
coisa que eu peguei. Tenho a sensação de que New York vai ser uma
viagem desperdiçada. Eu não posso imaginar encontrar qualquer coisa
lá quando ele passou a maior parte de seu tempo aqui, mas eu suponho
que eu deveria ir, apenas no caso eu estar errada.
~ 368 ~
Capítulo Quarenta e
Seis
Porra!
~ 369 ~
Capítulo Quarenta e
Sete
Tamsen acaba descendo para comer o jantar de Trick, embora ela
ignore a geleia e separe os ovos, provando totalmente o meu ponto que
Trick e eu somos almas gêmeas de café da manhã. No entanto, não
somos hoje à noite. Algo aconteceu muito rápido, porque em um minuto
ele está me mandando mensagens com um sorriso no rosto e no
seguinte ele está encolhido em posição fetal na cama e ficou pelas
últimas duas horas.
Eu tomo banho e tento fazer com que ele me deixe verificá-lo, mas
ele não quer ser tocado, então eu o cubro com o cobertor e,
eventualmente, caio no sono ao lado dele após a minha preocupação se
instalar. Pela manhã, ele está na mesma posição.
— Oi, docinho. Nosso voo sai em três horas, mas posso cancelar.
— me sento na beira da cama, apertando minha mão na sua bochecha.
Um aceno lento.
Nada.
~ 370 ~
***
Antes de decolar eu tento falar com Trick pelo telefone. Ele não
atende.
Tamsen descansa a mão sobre a minha. — Ele vai ficar bem. Ele
está, provavelmente, no banheiro, talvez tomando banho.
— Sim, mas não apenas sobre o que ele poderia ter lá. Tão louco
quanto parece, eu quero ver a cobertura... eu nunca estive lá. É como se
eu quisesse confirmar que ela é a puta sem coração que eu sempre
pensei que ela fosse. Eu quero encontrar fotos de algum outro cara, ou
sapatos de homem que não caberiam em meu pai. Por mais que eu a
despreze, uma pequena parte de mim sente pena dela que meu pai
estava sempre se prostituindo em torno dela.
***
Sem resposta.
~ 371 ~
— Se você acha que vai aliviar sua cabeça. — Tamsen agarra
nossas bolsas do compartimento de bagagem. — Mas se ele optar por
ignorar a porta, então isso só vai te deixar mais ainda em pânico.
— Ok.
— Aposto que você está feliz que ele esteja em LA, pelo menos
você pode ignorar as chamadas dele. Se ele estivesse aqui, estaria
batendo em sua porta.
— Amém, irmã.
~ 372 ~
Eu faço uma careta. — Sim, talvez você deva retornar a ligação
dele. E se ele realmente for importante?
***
— Sei lá. Eu poderia ligar, mas eu prefiro não ter ela olhando por
cima do meu ombro enquanto eu estou aqui.
~ 373 ~
— Você quer dizer enquanto você está bisbilhotando.
Kathleen Henderson.
~ 374 ~
— Darby, — a voz de Tamsen corta quando ela aparece no canto e
vê Rachel.
— Sim, eu sei. Mas ele não deveria ter, e ele com certeza não
deveria ter tentado vendê-lo.
— Vá se foder. — eu zombo.
~ 375 ~
— Darby não vai a lugar nenhum, não até que ela saiba com
quem ela se casou.
— Devo continuar?
~ 376 ~
— Oh, eu só estou começando. Eu vou admitir, ele foi a melhor
trepada que eu já tive. O garoto com certeza sabia o que fazer com o
corpo de uma mulher.
Oh meu Deus!
— Não! Pare!
~ 377 ~
— Não faça isso! Ela não vale a pena.
Confio em Tamsen. Eu sei que ela não mentiria para mim. Ela é
minha amiga... minha única amiga.
~ 378 ~
Capítulo Quarenta e
Oito
— Cocaína?
— Álcool?
— Sim.
~ 379 ~
a trágica morte de Paula Bailey. O Prefeito Bailey chegou em casa tarde
e descobriu que sua esposa teve uma overdose.
— Alguém moveu o corpo, mas estou certo de que não foi você. No
entanto, quando contratei alguém para verificar seus registros de
telefone, apareceu que você fez uma chamada para um número privado
cerca de quinze minutos antes de você correr para a rua. Você se
lembra para quem você ligou?
Grady suspira. — Pela mesma razão que eu não lhe disse anos
atrás. Sem sua memória, você não saberia o que fazer com a
informação. O que eu deveria dizer? ‘Sim, essa é Paula Bailey, a mulher
do prefeito a quem eu imagino que você tenha cheirado cocaína direto
dos peitos dela, então transou com ela logo antes de ela morrer de uma
overdose‘. O que você ia fazer com essa pequena informação? Contar a
Darby? Ligar para o prefeito e pedir desculpas?
— Pelo menos agora você possui isso... faz sentido porque você
tem isso. — Grady balança a cabeça. — Se você contar para Darby, isso
vai destruí-la. Isso vai destruir tudo o que você tem.
~ 380 ~
— Eu sinto muito. — Grady esfrega o rosto com as mãos. —
Talvez eu devesse ter dito a você.
Eu rio pela simpatia que sei que ele sente por mim.
~ 381 ~
Capítulo Quarenta e
Nove
Tamsen me dá outra taça de vinho e uma nova caixa de lenços,
em seguida, se senta no sofá ao meu lado.
— Como? Como você pode saber disso? Ele era viciado em drogas
e ele é dono de uma arma! — eu suspiro. — Eu sinto muito. — eu
pressiono um lenço de papel para os meus olhos inchados. — Eu não
estou tentando duvidar de você. Eu só estou tão...
— Irritada?
~ 382 ~
As palavras de Tamsen traz uma nova rodada de soluços
enquanto nos abraçamos. Neste momento eu sinto que ela está
segurando fisicamente minhas emoções... segurando todas as minhas
partes quebradas. Neste momento eu não sei se Trick me trouxe para
Tamsen ou se ela me trouxe para Trick quando ela e Grady o salvou
naquela noite.
***
— Oi.
~ 383 ~
— Desculpe, eu não ligar de volta mais cedo. Eu... não estava
muito bem.
Eu não posso fazer isso. A dor é muito grande. Meu telefone cai na
cama e meu corpo despenca quando as emoções cruas aniquilam meu
coração.
***
Trick.
~ 384 ~
vermelho sempre se destaca, e se é o seu sangue, ele nunca pode ser
ignorado.
Seus olhos abrem com uma piscada lenta. Uma eternidade passa
antes que ele olhe para mim e quando ele olha, é uma flor murcha
implorando por água, um amor morrendo, e dor... tanta dor.
— Love Cal.
Eu rio. Inacreditável.
~ 385 ~
Meu marido comia minha madrasta, enquanto ela usava o colar
da minha mãe morta. Isso não pode estar acontecendo.
— Ela me chantageou!
~ 386 ~
Ele balança a cabeça. De alguma forma, ele realmente admitir
corta mais profundo do que eu imaginava.
— Dois anos.
— Eu te amo.
~ 387 ~
Eu sei o quanto as minhas palavras devem doer, e tanta dor
quanto eu estou sentindo, minha intenção não é machucá-lo.
***
— Eu sei.
~ 388 ~
esquecimento não é uma escolha. Portanto, a questão é se eu posso
aceitar isso e... eu. Simplesmente. Não. Sei.
— Qualquer decisão que você fizer vai ser o caminho certo. — ela
beija o topo da minha cabeça. — Agora, eu tenho que ir enfiar um pouco
de comida goela abaixo do seu mari... Trick. — ela me dá um sorriso
triste. — Ele também disse que não está com fome.
— De nada.
~ 389 ~
Capítulo Cinquenta
— Você está com uma cara péssima.
— Você não sabe se ela vai deixar você. — ela pega a minha mão,
dando um aperto.
— Você não a viu. Ela não me deixou nem sequer tocá-la. Isso me
dilacerou pra caralho. Ela é minha esposa, a um quarto de distância e
parece que não estamos nem mesmo no mesmo continente. O oceano
entre nós é tão profundo, mas eu quero atravessá-lo... mesmo se eu
morrer tentando.
— Noite.
Hoje meus amigos estão aqui para mim. Grady se ofereceu para
vir à Nova York, mas eu disse a ele que eu precisava fazer isso
sozinho. Tamsen escutou, mas ela nunca tentou resolver meus
problemas ou mesmo oferecer falsas esperanças. Eu os amo pra caralho
~ 390 ~
pela capacidade deles de me deixar encontrar meu caminho, tanto
quanto eu os amei por mostrar isso para mim.
~ 391 ~
Capítulo Cinquenta e
Um
Tamsen espera por mim perto da porta quando jogo minhas
malas por cima do meu ombro. No momento em que eu olho para Trick
dormindo no sofá, um rio de lágrimas transborda pelos meus
olhos. Minha amiga me tem em seus braços em um piscar de olhos, sua
jaqueta absorvendo meus soluços. Ela me dá um lenço de tecido e me
leva para fora da porta.
***
~ 392 ~
Levou tudo de mim para ir embora, e mesmo assim eu deixei
muito para trás. Trick não é só o meu marido; em algum lugar ao longo
do caminho ele se tornou uma parte de mim e eu me tornei parte
dele. Eu sei que ele sempre vai possuir aquela parte. Eu nunca vou tê-la
de volta. Há apenas duas perguntas que eu preciso descobrir: Posso
viver sem ele? E eu quero?
Não há ninguém para culpar por nada disso. É como dois carros
que colidem porque ambos entram na pista ao mesmo tempo. É
coincidência, uma circunstância infeliz, mau momento. Mas mesmo
quando não há ninguém para culpar, ainda há vítimas.
***
~ 393 ~
volto a trabalhar no hospital no sistema conforme a necessidade
temporária. Ação de Graças vem com uma pequena celebração, nada
mais do que jantar em um bom restaurante com Nana e uma
mensagem de cumprimento de Tamsen e Grady. Tamsen, pelo menos,
me diz que ela e Trick estão na Califórnia com Grady para o
feriado. Então eu recebo uma mensagem que eu não esperava.
Trick: BFF, sinto falta da minha esposa. Você poderia dizer a ela
feliz Ação de graças por mim? E que eu a amo.
Trick: BFF, fiz torrada, geleia e ovos esta manhã. Sinto falta da
minha alma gêmea de café da manhã. Você poderia dizer a ela que eu
estou pensando sobre ela?
— Feliz Natal! Deus, eu sinto sua falta. Vamos ficar juntas no Ano
Novo e eu não vou aceitar um não como resposta.
~ 394 ~
Eu sorrio e é verdadeiro; eu acho que o primeiro que eu tive desde
que deixei Nova York. Tamsen tem esse efeito. — Feliz Natal. Eu sinto
falta de você também, e Ano Novo é definitivamente um grande sim.
— Tanto faz. Não é nada grande. Então, Papai Noel veio para a
casa da Darby?
— Combinado.
~ 395 ~
— Desculpe por isso. — Tamsen ri. — Ele é tão carente de
atenção... Trick, verifique as batatas no forno, — ela grita. — Ugh, está
uma loucura por aqui. É melhor eu ir.
— Sim, claro.
***
Vazio.
Nada.
~ 396 ~
estranho. Curvando, pego o envelope que está colado com o meu nome
nele. Retirando uma folha de papel dobrada, eu tomo uma respiração
profunda e deixo as lágrimas caírem... tantas lágrimas. Eu não tenho
nenhuma ideia do que todas essas palavras significam ainda, mas
apenas ver sua caligrafia e meu nome no topo trazem tantas emoções
para a superfície.
Darby,
Se você está lendo isto, significa que você está aqui. Eu não
sei por que você veio, mas com nenhuma palavra sua eu vim a
acreditar que é para dizer adeus. Se isso me faz um covarde, que
assim seja, mas eu não posso ouvir essas palavras saírem de seus
belos lábios. Então, aqui está tudo que eu posso te dar
agora. Espero que em algum lugar nestas palavras você encontre o
encerramento que você precisa.
~ 397 ~
liberdade e espero que alguém merecedor do seu amor possa
pegar as peças e consertá-las com um amor digno de seu coração.
Trick
Eu: Vem.
~ 398 ~
Capítulo Cinquenta e
Dois
Tamsen levanta seu copo. — Um brinde a meus meninos por não
queimar a minha casa toda e passar as férias com a sua irmã que não
tem encontros, nem vida e que morrerá uma velha mulher do gato.
Todos riem.
~ 399 ~
— Eu estou indo para casa. — eu olho por cima do meu telefone,
levantando ele para mostrar aquela única palavra para a minha família.
~ 400 ~
Capítulo Cinquenta e
Três
Eu consegui um voo direto por apenas alguns minutos. Meu plano
era sair amanhã, depois de passar o Natal com Nana, mas quando eu
mostrei a ela o desenho, a carta e os papéis do divórcio ela foi reservar
meu voo e me empurrar para fora da porta para o meu ‗destino‘ antes
que eu pudesse soltar uma única palavra de protesto. Eu disse a ela
que se Trick viesse, as chances de ele chegar aqui no mesmo dia seria
remota na melhor das hipóteses.
Eu aliso a tatuagem do meu dedo. Ele pode nunca saber que meu
coração tem a mesma marca que o dele, e se é tarde demais para nós
nesta vida, eu vou esperar por ele na minha próxima. Ele está certo... o
nosso amor é intemporal.
— Esposa.
~ 401 ~
A cada passo meu coração incha mais e mais. Os polegares dele
acariciam minhas bochechas molhadas. Eu fecho meus olhos com um
calafrio, tomando uma respiração instável.
Eu soluço em nosso beijo, mas ele não para. Esta é a mais bela
dor. Minhas mãos apertam sua camisa, meus lábios incham de seu
toque desesperado. Me levantando ao seu corpo, ele me leva lá para
cima, chupando e mordendo meu pescoço. Meu coração aperta quando
ele geme como se estivesse morrendo de fome, como se a sua alma
estivesse sangrando na minha.
~ 402 ~
conexão perfeita que tudo consome. Eu fecho meus olhos e apenas o
seguro, isso é amor, nós estamos fazendo amor.
Levantando o rosto para o meu, ele olha para mim. Em seus olhos
estão todas aquelas emoções que significam muito mais do que palavras
jamais poderiam. Agora eu sinto como se meu corpo inteiro estivesse
ligado ao dele. Eu posso não querer perder a minha individualidade,
mas agora eu só quero ser um com meu marido.
~ 403 ~
Epílogo
Passaram cinco anos desde que eu trouxe minha esposa em
minha Ducati de volta para Chicago. Darby trabalha três dias por
semana no PS enquanto eu desenho. Meus desenhos agora vendem
muito mais do que qualquer um de nós jamais esperava. Nós viajamos o
mundo visitando exposições de arte e vivendo cada dia ao máximo
absoluto.
~ 404 ~
A vó dela comemorou seu octogésimo aniversário este ano, mas
ninguém disse a ela para abrandar. A mente dela é nítida, exceto
quando ela gosta de fingir que está ficando com demência só para
mexer com Darby. Em uma nota triste, a amiga dela, Mary, morreu há
três anos, então Darby está preenchendo o tempo dela com compras e
almoços de amigas, e eu a busco toda segunda-feira e a levo para o
campo de tiro. Sim, Darby ama isso.
***
~ 405 ~
Tamsen dá um soquinho no estômago de Jordan. — Você ouviu
isso?
— Tanto faz.
— Patrick.
~ 406 ~
unhas cavarem em minhas mãos, para confirmar que estou vivo e
experimentando este momento surreal.
Ela me beija. — Eles estão aqui por você... todos nós estamos aqui
por você. — ela sorri, afastando as lágrimas. — Desde a primeira vez
que você me contou sobre eles, eu simplesmente não conseguia afastar
a sensação perturbadora de que talvez eles não estivessem mortos.
— Sua mãe estava doente. Nós não sabíamos o que era, mas ela
continuava a ter convulsões e enxaquecas. — meu pai, a pessoa mais
forte que eu já conheci, engasga com suas próprias palavras, enquanto
minha mãe esfrega suas costas. — Você tinha quinze anos e estava na
escola com os amigos, e nós sabíamos que você ia ficar bem. A esse
ponto você estava tomando mais conta de nós mais do que nós
estávamos cuidando de você. Alguns dias nós nos sentíamos como um
fardo. Sabíamos que, eventualmente, o seu talento poderia levá-lo a
lugares, tirá-lo da rua. Foi a decisão mais difícil da minha vida. Eu
sabia que se eu lhe dissesse, você insistiria em vir também, mas eu não
acho que eles o aceitariam. Eu não acho que eles me aceitaram.
— Quem? — pergunto.
~ 407 ~
— Os pais de sua mãe, seus avós. Eu tinha dinheiro suficiente
para pegar um ônibus para Minnesota. Eu estava levando-a para casa,
rezando a Deus para que seus pais a recebessem e ajudassem a...
salvar a vida dela. Eu sabia que eles me odiavam e por isso eu estava
disposto a deixá-la se eles concordassem em ajudá-la. Eles
concordaram em dar a ajuda médica que ela precisava e eles ainda me
deixaram ficar; embora não fosse fácil para nenhum de nós.
~ 408 ~
— E-eu não sei o que dizer. Eu ainda não posso acreditar que
vocês estão aqui.
Todo mundo sorri para mim, e como se por sugestão, Lyla grita,
— Presentes!
Leva alguns longos minutos para deixar tudo sobre este dia se
assentar. Eu olho para Darby, lutando contra essas malditas lágrimas
novamente. — Sim?
Fim
~ 409 ~