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Manual de Classificação de
Farinha de Mandioca
Manual de Classificação de
Farinha de Mandioca
Embrapa
Brasília, DF
2014
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1a edição
1a impressão (2014): 500 exemplares
2ª impressão (2015): 500 exemplares
©Embrapa 2014
Autora
Produto alvo.................................................................................................. 9
Amostragem................................................................................................. 9
Classificação............................................................................................... 15
Metodologias sugeridas.......................................................................... 21
Considerações gerais............................................................................... 27
Referências................................................................................................. 28
9
1) Produto alvo
Este manual se refere à farinha de mandioca, que é definida como o
produto oriundo de raízes do gênero Manihot, submetidas a processo
tecnológico adequado de fabricação e beneficiamento. Esse é um
requisito de identidade da farinha de mandioca considerado na Instrução
Normativa nº 52/2011 do Mapa (BRASIL, 2011).
2) Amostragem
a) Informações
As amostras a serem coletadas para a classificação devem conter a
identificação do interessado, do lote ou volume total do produto do
qual se originaram. Essa identificação cabe ao proprietário, possuidor,
detentor ou transportador do produto.
Quantidade de
produto que constitui Número mínimo de pontos a serem amostrados
o lote (toneladas)
Até 15 5
De 15 até 30 8
De 30 até 500 11
Dessa forma, para um lote de 400 t, por exemplo, serão feitas 20 coletas
de 500 g cada (amostra simples), totalizando 10 kg de amostra (amostra
composta) que devem ser homogeneizados, quarteados e reservados
como amostras parciais. Posteriormente, devem-se juntar essas amostras
parciais de cada lote de até 5 mil toneladas para comporem a amostra que
será reduzida para análise de classificação (4 kg).
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No exemplo dado, para um lote de 10 mil sacos (se ≈ 500 t), sugere-se:
100 sacos/sublote x 30 g/saco = 3 kg
3 kg x 100 sublotes = 300 kg
b) Homogeneização.
4) Classificação
Materiais:
Peneiras com abertura de malha nominal igual a 1 mm e
2 mm, diâmetro do aro externo de 20,5 cm e malha com diâmetro de
18,5 cm (Figura 2).
A B
2 mm 0 (zero)
Fina
1 mm Menor ou igual a 10
2 mm Maior ou igual a 10
Grossa
1 mm -
Até 10 Fina
Mais de 15 Grossa
Determinações físicas
As determinações físicas são feitas cuidadosamente, com auxílio de uma
pinça, pela observação e separação das partes em cartolina e sob luz
direta (Figura 4).
Fina, média
Classe Média Grossa
ou grossa
Tipo 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Matérias estranhas:
– Separar toda matéria estranha encontrada, ou seja, qualquer material não
constituinte do produto, proveniente de contaminação biológica (roedores,
pássaros, morcegos ou conglomerados mofados), ou outro material
indesejável associado a condições ou práticas inadequadas durante as
fases de cultivo, colheita, manipulação, fabricação, armazenamento,
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Determinações físico-químicas
Umidade
– Analisar o teor de umidade da amostra a ser classificada.
– O valor encontrado deve ser inferior a 13%. Quando encontrados valores
acima desse limite, a farinha de mandioca deve ser rebeneficiada.
Acidez titulável
– Analisar a acidez da amostra a ser classificada.
– Enquadrar o nível da acidez da farinha, de acordo com o valor encontrado,
conforme Tabela 6.
Nível (a ser
Valor de acidez encontrado adicionado
Grupo
(meq NaOH (0,1 N)/100 g) no rótulo do
produto)
Teor de amido
– Analisar o teor de amido da amostra a ser classificada.
– Identificar o tipo, conforme a Tabela 7.
– Caso a amostra apresente teor de amido menor do que o limite mínimo
(≥ 80,0%), será considerada como fora do tipo.
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≥86,0 1
≥82,0 e <86,0 2
Seca e d’água Fina, média e grossa
≥80,0 e <82,0 3
Teor de cinzas
– Analisar o teor de cinzas da amostra a ser classificada.
– Caso a amostra apresente teor de cinzas maior do que o limite máximo
(≤ 1,4%), será considerada como fora do tipo.
Fibra bruta
– Analisar o teor de fibra bruta da amostra a ser classificada.
– Caso a amostra apresente teor de fibra bruta maior do que o limite
máximo (≤ 2,3%), será considerada como fora do tipo.
5) Metodologias sugeridas
a) Umidade
De acordo com a Instrução Normativa nº 52/2011 (BRASIL, 2011), o teor
de umidade é o teor de água livre encontrado no produto, sendo a sua
medida expressa em gramas por cem gramas do produto.
b) Acidez titulável
De acordo com a Instrução Normativa nº 52/2011 (BRASIL, 2011), a acidez
é o teor dos ácidos orgânicos, solúveis em água, encontrados no produto,
sendo expresso em miliequivalentes de solução de NaOH (0,1 N) por cem
gramas de produto (meq NaOH (0,1 N)/100 g). Esse parâmetro pode ser
obtido por titulação, conforme citado por Zenebon et al. (2008a).
A acidez pode ser obtida com NaOH 0,1 N, de acordo com o que se segue:
– Pesar 10 g da amostra moída.
– Transferir para um erlenmeyer de 250 mL de capacidade.
– Adicionar 100 mL de água destilada.
– Adicionar 2 a 4 gotas de fenolftaleína.
– Por meio de uma bureta adicionar NaOH 0,1 N até aparecer uma
coloração rosada (Figura 7).
– Anotar o volume gasto de NaOH (“VNaOH”).
Figura 7. Erlenmeyer com amostra de farinha após obter coloração rosada na determinação
da acidez.
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Onde:
m = massa da amostra a ser pesada de biftalato de potássio em gramas.
MMbif = massa molar do biftalato de potássio (204,22 g/mol).
VNaOH = volume teórico gasto na titulação de hidróxido de sódio em litros.
c) Teor de amido
De acordo com a Instrução Normativa nº 52/2011 (BRASIL, 2011), o amido
é a soma dos carboidratos amilose e amilopectina presentes no produto,
sendo a sua medida expressa em gramas de amido por cem gramas do
produto (%).
Onde:
2.000 = constante de transformação.
P = rotação óptica em graus polarimétricos.
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C = valor da calibração.
184 = rotação óptica específica a 20 ºC para outros tipos de amido
(mandioca).
– Como o C é próximo de zero, pode-se usar uma tabela de conversão
(Tabela 8).
d) Teor de cinzas
De acordo com a Instrução Normativa nº 52/2011 (BRASIL, 2011), o teor
de cinzas ou resíduo mineral fixo é o total de material mineral presente
no produto, sendo a sua medida expressa em gramas de cinzas por cem
gramas do produto (%).
O teor de cinzas pode ser obtido, de acordo com Zenebon et al. (2008b),
conforme a seguir:
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Onde:
CZ b.u. = teor de cinzas em base úmida.
CZ b.s. = teor de cinzas em base seca.
U = teor de umidade da amostra, determinada anteriormente.
e) Fibra bruta
De acordo com a Instrução Normativa nº 52/2011 (BRASIL, 2011), a fibra
bruta é o resíduo composto principalmente de celulose e lignina obtido
por meio de metodologia adequada, sendo a sua medida expressa
em gramas de fibra bruta por cem gramas de produto (%). Pode ser
determinada pelo método ISO 5498 (INTERNATIONAL ORGANIZATION
FOR STANDARDIZATION, 1981).
6) Considerações gerais
O produto deve ser obtido, processado, embalado, armazenado,
transportado e conservado em condições que não produzam, desenvolvam
ou agreguem substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem
em risco a saúde do consumidor.
7) Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
Normativa nº 52, de 7 de novembro de 2011. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 8 nov. 2011. Seção 1. p. 18-20.
Acre
CGPE 11180