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PROCESSOS

INORGÂNICOS

INDÚSTRIAS DE
CLORO--ÁLCALIS
CLORO

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INTRODUÇÃO
INDÚSTRIAS DE CLORO-ÁLCALIS:
• BARRILHA – Na2CO3
• SODA CÁUSTICA – NaOH
• CLORO
Essas substâncias estão entre as mais
importantes das indústrias químicas
pesadas.
Essas substâncias estão próximas do
ácido sulfúrico e da amônia quanto ao
montante do consumo.
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INTRODUÇÃO
• Estes produtos são vendidos à
indústria para a produção de diversos
outros produtos:
– Sabões e detergentes
– Fibras
– Plásticos
– Vidros
– Substâncias petroquímicas
– Polpa de madeira e papel
– Fertilizantes
– Explosivos
– Solventes ... 3
BARRILHA
• Sólido leve, moderadamente solúvel
em água, contendo em geral, cerca de
99% de Na2CO3.
• Principais utilizações:
– Vidro
– Sabão e detergentes
– Polpa de papel
– Tratamento de água
– Metais não ferrosos

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BARRILHA
• O processo inicial de produção de barrilha,
denominado LeBlanc, foi desenvolvido em
1773.
• Baseava-se na calcinação do sulfato de sódio
com carvão e calcário num forno rotatório,
seguido pela lixiviação do produto pela água.
• Ocorria a hidrólise dos sulfetos, que eram
convertidos a carbonato pelo tratamento
com dióxido de carbono dos fornos de
calcinação.

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
• No processo LeBlanc ocorrem as seguintes
reações químicas:

Reação do sal comum com o ácido sulfúrico:

2NaCl + H2SO4  Na2SO4 + 2 HCl

Reação de calcinação do Na2SO4 com calcáreo e


carvão:

Na2SO4 + CaCO3 + 2C  Na2CO3 + CaS + 2CO2


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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
• Em 1861, Ernest Solvay, químico belga,
desenvolveu o processo amônia-soda.

• O processo Solvay só substituiu


completamente o processo LeBlanc por volta
de 1915.

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
Utilizava como matérias primas:
• NaCl - cloreto de sódio (sal comum), na forma
de salmoura;
• NH3 – amônia, reagente cícilico do processo.
Participava das reações e é recuperado, sendo
pequena a quantidade perdida;
• CaCO3 - carbonato de cálcio (pedra calcárea),
que devia ter pequena quantidade de
impurezas, principalmente sílica, britado a um
tamanho entre 10 e 20cm.
• C - coque – calcinava o calcáreo e fornecia CO2.

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
• A utilização de tais reagentes conseguiu tornar
mais barata a obtenção do sal e eliminar alguns
dos problemas que apresentava o método
Leblanc.

• Trona é um mineral composto de carbonato e


bicarbonato de sódio hidratado
(Na3HCO3CO3·2H2O), utilizado nos EUA.

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
REAÇÕES:
CaCO3  CaO + CO2
C(amorfo)  CO2
CaO + H2O  Ca(OH)2
NH3 + H2O  NH4OH
2NH4OH + CO2  (NH4)2CO3 + H2O
(NH4)2CO3 + CO2 + H2O  2NH4HCO3
NH4HCO3 + NaCl  NH4Cl + NaHCO3
2NaHCO3  Na2CO3 + CO2 + H2O
2NH4Cl + Ca(OH)2  2NH3 + CaCl2 + 2H2O
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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY

REAÇÃO GLOBAL:

CaCO3 + NaCl  Na2CO3 + CaCl2

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
1b 1f
1a 1c/1d

1e

1. Preparação e purificação da salmoura:


a. Mineração e solubilização do sal ou bombeamento da salmoura;
b. Purificação da salmoura;
c. Amoniação da salmoura;
d. Solubilização da NH3 na salmoura purificada;
e. Solubilização do CO2 diluído na salmoura purificada; 12
f. Carbonatação da salmoura amoniada
FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
1b 1f
1a 1c

1j
1d
1l 1i
1g 1h 1e

1. Preparação e purificação da salmoura:


Mineração e solubilização do sal ou bombeamento da salmoura;
g. Formação de carbonato de amônio;
h. Formação de bicarbonato de amônio;
i. Formação e precipitação controlada de bicarbonato de sódio;
j. Calcinação do calcáreo com coque, pra produzir CO2 e CaO; 13
l. Compressão e arrefecimento do forno de cal ou do CO2 diluído e aduçãp para o carbonatador.
FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
1b 1f
1a 1c
2c
2b
1j
2a
1d
2d
1i
1g 1h 1e

2. Calcinação do bicarbonato de sódio:


a. Transporte e enfornamento do bicarbonato de sódio úmido no calcinador;
b. Calcinação do bicarbonato de sódio;
c. Arrefecimento, peneiração, ensacamento da barrilha para venda;
d. Arrefecimento, purificação, compressão e adução do gás rico em CO2 para o carbonatador.
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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
1b 1f
1a 1c
2c
2b
1j
3b 2a
1d
2d
3a 1i
1g 1h 1e

3. Recuperação da amônia:
a. Extinção da cal viva;
b. Tratamento das águas do NaHCO3 por vapor e Ca(OH)2, numa torre com solução
concentrada de NH3, para recuperar o NH3.

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FABRICAÇÃO DE BARRILHA
PROCESSO SOLVAY
NH3 H2O C O2
CaCO3
1j
NH4OH CO2 CaO

1g
NH2CO3 H2O
Ca(OH)2
1h
NaCl NH4HCO3
1a/1b
1c
1d 1i
1e
NH4Cl NaHCO3

H2O Na2CO3 H2O (g)

CaCl2 16
BICARBONATO DE SÓDIO
• NaHCO3: bicarbonato de sódio ou carbonato
ácido de sódio ou carbonato de hidrogênio e
sódio
• Não se obtém a partir do bicarbonato de
sódio separado nos filtros do processo Solvay
porque:
– Difícil de secar
– Perda da amônia presente
– Odor devido a traços de amônia
– Outras impurezas
• Utilização: fabricação de água carbonatada,
artigos de couro, extintores de incêndio,
manufatura de levedura em pó.
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FABRICAÇÃO DE SODA
CÁUSTICA E CLORO

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FABRICAÇÃO DE SODA
CÁUSTICA E CLORO

19
FABRICAÇÃO DE SODA
CÁUSTICA E CLORO

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FABRICAÇÃO DE SODA
CÁUSTICA E CLORO

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Tipos de tecnologia utilizadas em
plantas de cloro soda:
• Tecnologia de mercúrio - Processo mais antigo
e ainda de maior utilização no mundo, é a
tecnologia mais sujeita a restrições ambientais
pois implica na utilização de mercúrio.

• Foi eliminada no Japão, mas ainda prevalece


na Europa, com 65% da capacidade, isso se
explica pelo fato de ser uma das áreas
produtoras mais antigas, pelo elevado custo
de substituição, os controles ambientais já
foram realizados e reduziram as emissões de
poluentes nas plantas de mercúrio em mais de
90% nos últimos 15 anos.

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• Requer maior consumo de energia elétrica.

• Os produtos obtidos são de excelente qualidade.

• A soda cáustica não precisa de operação de


concentração suplementar.

• As matérias-primas não precisam ser de alta


pureza.

• O mercúrio é poluente, mas pode ser


eficientemente tratado.

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Processo pela célula de
mercúrio

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Processo pela célula de
mercúrio

decompositor = decomponedor

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Processo pela célula de
mercúrio

26
Processo pela célula de
mercúrio

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Processo pela célula de
mercúrio

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• Tecnologia de diafragma – segundo processo
mais utilizado no mundo.
• Emprega diafragma poroso à base de amianto.
• Menor consumo de energia elétrica que nas
células de mercúrio.
• As matérias-primas precisam ser de alta
pureza.
• Os produtos da célula são impuros.
• É necessária uma concentração de soda
cáustica superior àquela que foi realmente
obtida, pelo que o consumo total de energia
deste processo é superior.
• O amianto é um material agressivo a saúde e
deve ser corretamente manipulado.
• Custo de manutenção do diafragma é
expressivo. 29
Processo pela célula de
diafragma

30
Processo pela célula de
diafragma

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Processo pela célula de
diafragma

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Processo pela célula de
diafragma
• As células eletrolíticas são colocadas
em série para aumentar a voltagem

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• Tecnologia de membrana
• Processo moderno, de tecnologia recente
e com poucas unidades instaladas no
mundo.
• Tem alta eficiência energética e não sofre
qualquer restrição de ordem ambiental
(processo não poluente).
• Qualidade dos produtos similar aos
obtidos pela célula de mercúrio.
• Elevada pureza da salmoura.
• Custo de reposição de membranas é alto.
• Produz soda cáustica de alta pureza.
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• No sistema de eletrólise com células de
membrana, ocorre produção de: cloro no
ânodo, soda cáustica (32-35%) e
hidrogênio no cátodo.
• É a tecnologia que deve prevalecer no
futuro e já vem sendo a preferida para
uso em plantas novas; é a única
empregada no Japão.
• Necessidade de remover o hidrogênio e
dióxido de carbono do cloro produzido, em
algumas situações.
• Necessidade de concentrar a solução de
soda cáustica até 50%.
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• No sistema de eletrólise com células de
membrana, ocorre produção de: cloro no
ânodo, soda cáustica (32-35%) e
hidrogênio no cátodo.
• É a tecnologia que deve prevalecer no
futuro e já vem sendo a preferida para
uso em plantas novas; é a única
empregada no Japão.
• Necessidade de remover o hidrogênio e
dióxido de carbono do cloro produzido, em
algumas situações.
• Necessidade de concentrar a solução de
soda cáustica até 50%.
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Processo pela célula de
membrana

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Processo pela célula de
membrana

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Processo pela célula de
membrana

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Entradas no processo:
• Independente da tecnologia utilizada, as principais
entradas no processo são:
- Cloreto de sódio ou cloreto de potássio
- Água utilizada para:
- preparação da salmoura
- circuito de soda cáustica(manter o balanço de
água na reação de formação de NaOH)
- unidade de absorção do cloro
- arrefecimento
- Energia
- Matérias auxiliares, utilizadas para remoção das
impurezas da salmoura(carbonatos e bicarbonatos),
para ajuste do pH no tratamento da salmoura(HCl),
para secagem do Cl2 (H2SO4).

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Saídas do processo:
• De acordo com o tipo de sal utilizado e
independente da tecnologia utilizada, a
quantidade do produto final produzido, por
cada 1000 kg de cloro produzidos é:
- 1128 kg de NaOH (100%), se for utilizado
NaCl como matéria prima.
- 1577 kg de KOH (100%), de for utilizado KCl
como matéria prima.
- 28 kg de Hidrogênio.

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Processos comuns a todas
tecnologias:
• Descarga e armazenamento do sal ( em
local fechado, evitando emissões de suas
partículas e contaminação).
• Purificação e saturação da salmoura
(circuito da salmoura).
• Processamento de cloro (produção,
arrefecimento, secagem, compressão,
liquefação e armazenamento).
• Processamento de NaOH.
• Processamento de hidrogênio.

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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FABRICAÇÃO DE SODA CÁUSTICA E
CLORO PELA TECNOLOGIA DIAFRAGMA
– OPERAÇÕES UNITÁRIAS TÍPICAS -

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Cloro
• Cloro quente sai do ânodo arrastando vapor de
água.
• Ele é resfriado para condensar a maioria do vapor
e depois é seco num purificador ou numa torre a
H2SO4

Saída da Soda

Saída do
Hidrogênio

Saída do cloro 54
Secagem do Cloro
Cloro da
eletrólise

Água

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Compressão e Liquefação do
Cloro
• O cloro seco é comprimido a 35 psi e as
vezes até 80 psi.
• O calor de compressão é removido e o
gás é condensado.
• O gás residual (ar e cloro) é usado na
fabricação de derivados de cloro,
orgânicos e inorgânicos, como os
alvejantes.

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