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Tecnologia de Bioprocessos

Alunas: Bianca Matias, Djanyna Voegel e Giulia Mantelato

As bactérias são organismos unicelulares. Podem ser encontrados de forma isolada


ou em colônias, são unicelulares, não possuem núcleo celular definido e não possuem
organelas membranosas.

Figura 1: Exemplo de estrutura bacteriana.

O uso de corantes começou a ser utilizado para melhorar a visualização da forma e


do tipo de arranjo das bactérias. Em 1884, Christian Gram desenvolveu o método de
coloração que permitiu dividir as bactérias em dois grandes grupos, com base na
capacidade das paredes celulares fixarem o corante violeta cristal: as Gram-positivas (que
coram em roxo) e as Gram – negativas ( que coram em rosa).

A parede celular é uma estrutura rígida que está presente em quase todas as
bactérias e localiza-se acima da membrana citoplasmática. Ela contém polímeros
complexos conhecidos como peptidioglicanos, que são responsáveis pela sua rigidez. A
parede celular impede que a célula estoure em decorrência do grande turgor, atua como
uma barreira de proteção contra determinados agentes químicos e físicos externos e
funciona como suporte de antígenos somáticos bacterianos.

A parede celular de bactérias Gram-positivas é composta basicamente por


peptideoglicano, que constitui uma espessa camada ao redor da célula. Outros polímeros,
tais como ácidos lipoteicóicos e polissacarídeos, também podem estar presentes. Já nas
bactérias Gram-negativas o peptideoglicano constitui uma camada basal delgada, sobre a
qual se encontra outra camada, denominada membrana externa que é composta por
lipoproteínas, fosfolipídios, proteínas e lipopolissacarídeos.

Figura 2: Representação esquemática de uma célula bacteriana Gram-positiva (A) e Gram-negativa (B).

O processo de coloração de Gram consiste basicamente em tratar bactérias


sucessivamente com cristal violeta, lugol, álcool e fucsina. O cristal violeta e o lugol
penetram tanto nas bactérias Gram-positivas quanto nas Gram-negativas, formando um
complexo de cor roxa. O tratamento com álcool é a etapa diferencial, nas Gram-positivas, o
álcool não retira o complexo cristal violeta+lugol, pois a sua ação desidratante faz com que
a espessa camada de peptideoglicano torne-se menos permeável, retendo o corante. Nas
Gram-negativas, devido à pequena espessura da camada de peptideoglicano, o complexo
corado é extraído pelo álcool, ao tratar com fucsina, as células descoradas, tornam-se
avermelhadas

Figura 2: Esquema de uma coloração de Gram


A técnica de Gram tem uma grande importância clínica porque permite que as
bactérias associadas a infecções sejam prontamente caracterizadas como Gram-positivas
ou Gram-negativas, o que permite monitorar a infecção e adotar certas opções de
tratamento, mesmo antes que seja feita uma cultura. Cerca de 90 a 95% das bactérias
Gram-negativas são patogênicas e muitas Gram-positivas são não patogênicas. As
paredes mais complexas das bactérias Gram-negativas as tornam mais resistentes e
dificultam que os antibióticos e outros medicamentos adentrem em seu interior.

As bactérias Gram-negativas estão envoltas por uma cápsula protetora. Essa


cápsula ajuda a evitar que os glóbulos brancos do sangue (que lutam contra infecções)
ingiram as bactérias. Sob a cápsula, as bactérias Gram-negativas têm uma membrana
externa que as protege contra certos antibióticos, como a penicilina. Quando perturbada,
essa membrana libera substâncias tóxicas chamadas de endotoxinas.

As endotoxinas são secretadas exclusivamente pelas bactérias Gram-negativas,


geralmente estão ligadas à membrana externa da parede da célula, só sendo liberadas
após destruição das mesmas. Quando ocorre o rompimento da célula bacteriana e
liberação da toxina, há uma resposta do sistema imune que pode causar febre, dores,
choques e vasodilatação. Em grandes quantidades, a toxina pode levar à septicemia e à
morte.

Referências Bibliográficas

1. Bush L., MD, FACP, Schmidt C. Considerações gerais sobre bactérias Gram-negativas.
College of Medicine, Florida Atlantic University. Disponível em<
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec
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2. Vieira, D., Queiroz, N.. Microbiologia Geral. Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade
Federal de Santa Maria, 2012.
3. Estrela C., Pécora J.. Características da citologia  bacteriana. Disponível em: <
http://www.forp.usp.br/restauradora/calcio/citolog.htm>
4. Moreira, A., Oliveira, V.. Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas: o que são? Como
é a técnica de Gram? Quais as vantagens de diferenciar as bactérias Gram-negativas e
Gram-positivas?. Disponível em:
<https://www.abc.med.br/p/587007/bacterias+gram+positivas+e+gram+negativas+o+qu
e+sao+como+e+a+tecnica+de+gram+quais+as+vantagens+de+diferenciar+as+bacteria
s+gram+negativas+e+gram+positivas.htm>

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