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DESENVOLVIMENTO INCIAL DE MUDAS DE Inga 

edulis Mart.
CONSORCIADAS COM CASTANHEIRA EM UMA FLORESTA SECUNDÁRIA
EM MOJU PA.

INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de sistemas de produção, em ambientes degradados, tem-se
tronado uma prática comum na região amazônica, mas submete as plantas a diferentes
tipos de estresse (altos níveis de irradiância, reduzida disponibilidade de nutrientes e
água no solo). Essa limitação na disponibilidade de nutrientes pode comprometer o
desenvolvimento das espécies, uma vez que a presença de elementos como o N, P, K
desempenham funções vitais como às relacionadas aos processos de assimilação de
carbono e manutenção do status hídrico das plantas (ARORA et al., 2001; GRACIANO
et al., 2006; CHAUDHARY et al., 2008).
Para amenizar este tipo de problema uma boa alternativa é trabalhar em
consórcios florestais utilizando como um dos componentes leguminosas arbóreas, por
apresentarem um bom desempenho como ativadoras do processo de sucessão ecológica,
fixação de nitrogênio no solo e produção de matéria orgânica.
Segundo Brienza Júnior (1999), o enriquecimento de capoeiras com o plantio de
leguminosas arbóreas de crescimento rápido, é uma alternativa tecnológica para
promover acúmulos de biomassa e nutrientes. Pois espécies pioneiras, que produzem
bastante serapilheira e que, por conseguinte reciclam grande quantidade de nutrientes
são espécies chave para acelerar os processos de recuperação das áreas alteradas
(Dickow et. al. 2009).
De acordo com Mendes (2004), em consórcios que visam reabilitar áreas
alteradas, o Inga edulis mostra-se apto para um estabelecimento sustentável e de baixo
aporte de insumos, por ser uma espécie nodulíferas e de crescimento rápido.
O Inga edulis Mart., pertence à família Leguminosae-Mimosoideas. Ocorrente
na Região Amazônica e em toda planície litorânea desde o Rio Grande do Norte até o
norte de Santa Catarina na Floresta Pluvial Atlântica. É uma planta semidecídua,
heliófita, seletiva higrófita, pioneira (LORENZI, 2002) e tolerante a solos ácidos
(Salazar & Palm, 1991) e tem sido amplamente utilizada para prover sombra para
culturas perenes, controle de plantas invasoras e para a cobertura do solo por meio da
liteira acumulada.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial de mudas
Inga edulis e a taxa de incremento (diâmetro e altura) da cultura principal, em um
sistema de enriquecimento de capoeira com Castanha do Brasil, no qual a leguminosa
foi introduzida com intuito de melhorar as condições físico-químicas da área de plantio.

MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Caracterização da área de estudo

O estudo foi realizado na comunidade de São Sebastião, no território


Quilombola Jambuaçu, localizado no município de Moju – PA. O município encontra-
se entre as coordenadas 01º 50' 15'’ S e 48º 29' 40,2'’ W (Figura 1).
O município limita-se ao norte com os municípios de Igarapé - Miri, Abaetetuba
e Barcarena; ao sul com o município de Breu Branco; a leste com os municípios de
Acará e Tailândia e a oeste com os municípios de Baião e Mocajuba (SEPOF, 2008).
O município apresenta o clima do tipo mesotérmico e úmido. A temperatura
média anual é elevada, girando em torno de 25° C. O período mais quente atinge médias
mensais em torno de 25,5° C, coincide com os meses de primavera no Hemisfério Sul, e
as temperaturas mínimas diárias de 20° C ocorrem nos meses de inverno no referido
Hemisfério (junho e agosto). Seu regime pluviométrico fica, geralmente, próximo dos
2.250mm.
As chuvas, apesar de regulares, não se distribuem igualmente durante o ano. O
período de janeiro a junho é o mais chuvoso, apresentando uma concentração de cerca
de 80%, implicando grandes excedentes hídricos e, consequentemente, grandes
escoamentos superficiais e cheias dos rios. A umidade relativa do ar gira em torno de
85% (SEPOF, 2008).
Os solos do Município são representados pela classe dos Latossolos, tais como:
Latossolo Amarelo, textura argilosa e textura média, e solos Concrecionários
Lateríticos, além de Areias Quatzosas e solos Aluviais. E o relevo é caracterizado em:
baixos platôs (tabuleiros), terraços fluviais e várzeas. Os tabuleiros, como em toda
região a que pertencem, apresentam-se aplainados e recobertos por depósitos
inconsolidados (SEPOF, 2008).
A vegetação do município é representada pela Vegetação Densa de Planície
Aluvial, nas áreas de várzea; pela Vegetação Secundária Latifoliada de terra firme e
pela Floresta Densa dos baixos platôs e terraços (SEPOF, 2008).
3.2 Implantação do experimento, Tratamentos e Delineamento experimental

O experimento foi instalado em uma capoeira (vegetação secundária) com


aproximadamente 6 anos de idade, enriquecida com Castanha-do-Brasil. O
enriquecimento foi realizado em 2009, onde foram plantadas 200 mudas de Castanha-
do-Brasil, obedecendo ao espaçamento de 8x8m, distribuídas em 13 linhas em uma área
total de 1,28 ha.
Para o plantio das mudas foram abertas faixas com 1,5m de largura no interior
das capoeiras no sentido leste-oeste, em seguida realizou-se o coroamento de 0,6m de
diâmetro ao mesmo tempo em que foram coletadas amostras de solo para análise inicial.
No plantio foram aplicados 6 litros/cova de matéria orgânica e 450g/cova de calcário
dolomítico. A adubação química ocorreu em duas etapas de 50g/planta em cada
cobertura na formulação NPK 10-28-20, 30 e 90 dias após o plantio, respectivamente.
Para implantação do consórcio foi instalado uma parcela de 7488m² onde estão
alocadas 9 subparcelas de 96m², distribuídas paralelamente respeitando as linhas de
bordadura. Para tanto, foram produzidas 400 mudas de Inga edulis no viveiro da
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que posteriormente foram
transplantadas para as linhas de plantio entre as mudas de Castanha-do-Brasil, conforme
os tratamentos aplicados T1; T2, sendo T0 testemunha. Onde T1é o plantio de 3 mudas
Ingá entre as mudas de Castanha na linha de plantio, no espaçamento de 2x8m; e T2,
plantio de 2 mudas de Ingá entre as mudas de Castanha na linha de plantio, no
espaçamento de 3x8m. (Figura 2).
O plantio das mudas de ingá foi realizado em Março de 2012, para tanto a
demarcação das covas foi feita com auxílio de trena, sinalizadas com as mudas,
seguindo os espaçamentos dos tratamentos T0, T1 e T2, previamente determinados.
Realizou-se o coroamento de 1 m de diâmetro ao mesmo tempo em que foram abertas
covas de, aproximadamente, 0,20 x 0,20 x 0,20 m. Durante o plantio foram adicionados 4L/ cova
de matéria orgânica misturado-a ao material terroso proveniente da escavação da cova.
Simultaneamente ao plantio foram coletadas 9 amostras compostas em 4
profundidades distintas (0-10 cm; 10-20cm; 20-40cm ; 40-60 cm), em um total de 36
amostras.
Os dados foram analisados estatisticamente seguindo o delineamento experimental de
blocos ao acaso, com 9 blocos, 2 tratamentos (T1 e T2), sendo 1 testemunha com 3
repetições (Figura 2):
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Taxa de mortalidade do ingá foi de 5,78%

LORENZI, H.. 1949. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas


arbóreas nativas do Brasil/ Harri Lorenzi. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum,
2002.

DICKOW, K. M. C.; MARQUES, R.; PINTO, C. B.. Lixiviação de nutrientes da


serapilheira recém-depositada em sucessão ecológica na floresta Atlântica, litoral do
Paraná. FLORESTA, Curitiba, PR, v. 39, n. 1, p. 145-156, jan./mar. 2009.

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