Portugal - dificuldades e crescimento económico (páginas 102-115)
➔ No século XVII, Portugal vivia da reexportação dos produtos coloniais,
sobretudo daqueles que nos chegavam do Brasil. ➔ Nas últimas três décadas do século,uma profunda crise comercial diminui drasticamente o volume dos nossos negócios: as mercadorias não encontravam comprador e o país viu-se sem meios para adquirir o muito que não produzia. ➔ Inspirados pela atuação de Colbert, os ministros de Pedro II , em especial o conde da Ericeira, procuram restringir as importações, levando a cabo uma política de fomento manufatureiro: criam-se fábricas, concedem-se subsídios, publicam-se leis antissumptuárias (as Pragmáticas). Paralelamente, protege-se o comércio colonial, procedendo à criação de companhias monopolistas. ➔ Embora consistente, este esforço não frutificou de forma duradoura. No fim do século, a conjuntura altera-se: a crise comercial termina e os nossos produtos coloniais tornam a dar bons lucros: o Tratado de Methuen permite a entrada, sem restrições, dos têxteis ingleses, com os quais as nossas fábricas, de fundação recente, não conseguem competir. Mas, sobretudo, encontram-se as tão desejadas minas de ouro do Brasil. ➔ Este último fator traz a Portugal uma liquidez inesperada. Com o ouro do Brasil adquirem-se novamente, ao estrangeiro, os produtos manufaturados. A produção nacional esmorece e o ouro escoa-se para as mãos estrangeiras, sobretudo para os ingleses, que nos fornecem a maior parte do que consumimos. ➔ Em meados do século XVIII, quando as remessas do ouro brasileiro diminuíram, o défice comercial do país era enorme. Desta vez, coube a Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, o fomento da economia portuguesa. Pombal investiu fortemente na criação de manufaturas dos mais diversos ramos; reorganizou e protegeu o comércio nacional, procurando subtraí-lo à influência inglesa; valorizou a agricultura, com a criação da Companhia das Vinhas do Alto Douro. ➔ Graças às medidas económicas tomadas pelo Marquês de Pombal, no fim do século XVIII Portugal viveu a sua melhor época comercial de sempre.
A Filosofia das Luzes
➔ O olhar crítico que os cientistas lançam sobre a Natureza em breve se alarga aos regimes políticos, às estruturas sociais, à própria religião. ➔ Acreditando nas potencialidades da Razão humana, fazendo dela o seu guia e a sua Luz, os pensadores do século XVIII- que a História conhece como iluministas- questionam a Velha Ordem, apontando-lhe franquezas e injustiças. ➔ Admitiam que todos os homens nascem livres e iguais, os filósofos iluministas contestam os fundamentos do Antigo Regime: a origem divina do poder, a rígida hierarquização social, a uniformização religiosa. Erguem, em contrapartida, as ideias do “contrato social”, do valor do indivíduo, da liberdade de crença e de pensamento. ➔ Divulgadas pelos salões literários, pelas tertúlias dos cafés, pela edição da Enciclopédia, entre outros meios de difusão do pensamento, estas novas ideias conduzirão a Europa às revoluções liberais que põem fim ao Antigo Regime.