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Cap 23 - O Tabernáculo

O Tabernáculo e As Duas Cobertas

Êxodo 26.15; 36.19

É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais da pessoa de Cristo. O espírito da
profecia é Cristo (Apocalipse 19.10, “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele
disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho
de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.”; I Pedro
1.10,11). O nosso conhecimento de Cristo não é danificado pelo estudo do Velho
Testamento, mas é edificado e fortalecido pelo estudo do Velho Testamento. Por isso
convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.

Dois versículos, quase iguais, nos dez capítulos que tratam das instruções do
tabernáculo inteiro, são reservados para essas duas cortinas. A primeira coberta é de
peles de carneiro, tintas vermelhas. A segunda, a que ficou por cima de tudo, é de peles
de texugos. Nem do “tabernáculo” são, como foi a cortina de linho fino torcido. Fazem
parte da tenda. Será que algo de tão pouca menção pode nos ensinar algo edificante para
nós crescermos no conhecimento de Cristo?

As instruções do tabernáculo foram dadas no monte Sinai depois que Deus deu a Moisés
a Sua Lei. A razão do tabernáculo foi para que Deus habitasse no meio do Seu Povo (Ex
25.8). O modelo dado do tabernáculo e de todos os seus pertences tinha que ser
obedecido sem variação nenhuma (25.9, 40; Hb 8.5). Como antes com a arca de Noé
(Gn 6.14-22), e depois com o templo de Salomão (I Cr 28.11, 19), o mesmo é para os de
hoje que desejam agradar a Deus, ou seja, Deus requer obediência completa da Sua
Palavra (Cl 2.6; I Co 10.31; Mt 28.18-20; Lu 19.13). Como Noé, como Moisés e como
Salomão, a nossa obediência a Deus não deve ser movida pela nossa imaginação. A
nossa obediência a Deus deve ser segundo o que Ele nos deu como guia: a Palavra de
Deus (II Pd 1.19; Is 8.20; Lu 16.29-31; At 17.11). Pode ser que outros achem radical a
obediência nas coisas mínimas, mas Deus está glorificado nessas coisas mínimas (I Pd
4.4, “E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de
dissolução, blasfemando de vós.”; II Tm 2.5, “E, se alguém também milita, não é
coroado se não militar legitimamente”; I Co 9.24-27, “subjugo o meu corpo, e o reduz à
servidão”). É correto para Moisés colocar essas duas cobertas, mesmo que não saiba o
porquê delas.

Se for essa lição de obediência perfeita uma das lições que podemos aprender, então
essa lição seguramente aponta a Cristo. Cristo foi obediente em tudo (Fl 2.8, “obediente
até a morte, e morte de cruz”; Jo 17.4, “tendo consumado a obra que me deste a fazer”;
19.30, “Está consumado”). Por isso Deus O exaltou soberanamente (Fl 2.9). Por isso
não há outro nome pelo qual devamos ser salvos (At 4.12). Quando o pecador confia na
morte de Cristo pelos pecados dele, Deus se satisfaz pois o sacrifício de Cristo foi o
sacrifício de um Ser perfeito (Is 53.10, 11; Hb 12.2; Ap 5.9; Rm 3.22-24). Será que
Deus está satisfeito com aquilo que você depende para a sua salvação? Se a base da sua
aceitação a Deus não esteja somente em Cristo, não há como agradar ou ir a Deus (Jo
14.6).

Os Materiais das Cobertas - “uma coberta de peles de carneiro, tintas vermelhas, e em


cima outra coberta de peles de texugo ”. (Ex 26.14).

A Utilidade das Cobertas - Uma das utilidades dessas cobertas foi a proteção. No
deserto por 40 anos, e nas conquistas em Canaã, e pelas centenas de anos de uso até o
reino de Salomão, as preciosidades dessa habitação do Senhor entre o povo dependia
dessas duas cobertas. Houve tantas tempestades de areia e de chuva como longos
tempos de frio e de calor. Não lemos da fabricação de novas cobertas. Então essas
deviam ser feitas de material que durava. E eram. Dizem que os sapatos, feitos das peles
de texugo, não envelheceram durante os quarenta anos que Deus fez que eles mais tarde
andassem no deserto (Dt 29.5; compare com Ez 16.10). Assim sendo, podemos dizer
que parte da utilidade das cobertas eram de proteção.

O Significado das Cobertas - A primeira menção do uso de peles para cobrir é Gn 3.21.
Com a impossibilidade de Adão e Eva de cobrirem-se a si mesmos (as obras de
qualquer homem nunca podem cobrir satisfatoriamente o resultado dos seus pecados),
Deus os vestiu com túnicas de peles. O sacrifício de um inocente tinha de ser feito para
que o homem fosse coberto diante de Deus satisfatoriamente. Tudo disso aponta bem a
Cristo! Ele é o sacrifício único que é inocente, imaculado e incontaminado para
resgatar-nos da nossa vã maneira de viver (I Pd 1.18-21). As cobertas de peles podem
apontar a Cristo dessa maneira. Se você anda envergonhado pelos seus pecados, olhe a
Jesus Cristo com fé pois Ele é o Único dado em qual podemos ser salvos (At 4.12)!

As peles de carneiro tingidas de vermelho apontam a Cristo também. Mesmo que essas
peles não foram visíveis do lado de fora ou de dentro, eram importantes para essa
habitação de Deus entre o Seu povo. O carneiro era um animal usado para os sacrifícios
de expiação de pecado (Lv 5.15-19) e para a consagração de algo ao Senhor (Ex 29.15-
22). O vermelho somente pode apontar ao sangue do carneiro dado em sacrifício para a
expiação do pecado. Lembramo-nos que foi um carneiro que foi sacrificado no lugar de
Isaque na terra de Moriá (Gn 22.1-13). Abraão profetizou de Cristo nesse episódio
quando disse: “Deus proverá o holocausto”. Deus deu o Seu Filho unigênito no lugar
dos pecadores que se arrependam (Jo 3.16; II Co 5.21). Mesmo que esse sacrifício
sangrento não pode ser visto hoje, como não podiam ser vistas as peles de carneiro
pintadas de vermelho, assim o sangue do sacrifício de Cristo tem que ser aplicado ao
coração pela fé por todos que esperam entrar no reino de Deus. Se você necessita desse
sacrifício de Cristo, que foi dado no lugar do condenado, corra a Deus pela fé em Cristo
e será aceito (Is 55.7, “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus
pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso
Deus, porque grandioso é em perdoar”)!

A coberta de peles de texugos foi a coberta mais visível pelo lado de fora. Não era
bonita, nem formosa, mas foi muito útil. Pelos quase 500 anos que o tabernáculo foi
usado, essa coberta cobriu-o adequadamente e nunca foi substituída. Mesmo pela
grandeza da sua utilidade, nem por isso foi bonita aos de fora. A beleza do tabernáculo
era no seu interior como a beleza do cristão é Cristo no seu coração (Sl 45.13). Essas
verdades apontam a Pessoa de Jesus e à vida Cristã. Jesus não foi fisicamente formoso e
não tinha beleza nenhuma que faria alguém desejar Ele (Is 53.2, “Porque foi subindo
como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem
formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o
desejássemos”; Sl 22.6, 7; Fl 2.8, “humilhou-se a si mesmo”). A nossa pregação de
Jesus também não é vista pelo mundo como algo atraente (I Co 1.18, “Porque a palavra
da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de
Deus”). Mas é necessário e útil pregar mesmo assim, como era necessária e útil essa
coberta de peles de texugo para proteger o tabernáculo, mesmo que não fosse linda. A
vida Cristã não é vistosa pelo mundo. A vida cristã é uma vida separada do mundo que
testemunha de Cristo (Mt 5.10-16; Jo 3.19-21). Todavia, apesar da falta de percepção
espiritual do mundo da vida cristã, ela continua sendo útil, necessária, e agradável à
Deus e aos que sejam dEle. Quando se olhar a Cristo, Ele é formoso, ou não se acha
beleza nEle? A sua percepção de Cristo é uma indicação do seu coração (I Pd 2.7; I Co
2.14). A mensagem ‘louca’ é a única mensagem que pode salvar o pecador. Corra a Ele
se arrependendo dos seus pecados e crendo nesse Cristo com fé como o Substituto dos
seus pecados.
Notou que de todas as cortinas e cobertas do tabernáculo, somente essas duas não foram
dadas medidas? Isso pode indicar que não há pecado maior do que o sangue de Cristo
pode cobrir, no caso da coberta de peles de carneiro pintadas de vermelho. A falta de
medida dada para a coberta de peles de texugos pode indicar que não há limite da
influência que a vida cristã pode ter diante do mundo (I Pd 3.1,2; 4.14. Pode indicar
também que não há como descrever a necessidade e utilidade de ter Cristo como
Salvador.

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