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MATÉRIA BRASIL 61 - 5748

Título: Decreto do presidente Jair Bolsonaro pode alterar repasses para


Estados e Municípios

Subtítulo: No Decreto 10.621, é feita uma alteração na lei complementar que


trata dos repasses obrigatórios da União

Resumo: Um novo decreto do presidente Jair Bolsonaro vai atualizar a lista de


despesas primárias obrigatórias da União que não podem sofrer limitação de
empenho, conforme estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2021.

Tags: Recursos, Estados, Municípios, União

Links:

https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.621-de-5-de-fevereiro-de-
2021-302558674

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm

Reportagem: Janary Damacena

Edição de texto: Luciana Bueno

WEB

Um novo decreto do presidente Jair Bolsonaro vai atualizar a lista de despesas


primárias obrigatórias da União que não podem sofrer limitação de empenho,
conforme estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. No
Decreto 10.621, é feita uma alteração na lei complementar que trata dos
repasses obrigatórios da União para os estados, o Distrito Federal e os
municípios.

A LDO foi sancionada em dezembro de 2020 e define as metas e prioridades


anuais do governo federal, orienta a elaboração da lei orçamentária anual e fixa
limites para os orçamentos dos poderes Legislativo e Judiciário, bem como do
Ministério Público. Já as despesas primárias incluem os investimentos dos
governos em bens e serviços públicos essenciais, tais como saúde e
educação, além da manutenção da máquina pública e do custeio de programas
governamentais.

Para o analista do Senado Federal e especialista em finanças públicas,


Leonardo Ribeiro, uma alteração como essa pode causar problemas entre a
relação dos Poderes Executivo e Legislativo. Primeiro, porque foram alterações
criadas por meio de decreto presidencial sem a participação do Congresso
Nacional. Segundo o analista, essas alterações deveriam ter sido feitas por
meio de lei de iniciativa dos parlamentares. “Dessa forma, existe até a
possibilidade de o Congresso elaborar um ato sustando esse decreto. Seria
uma decisão política, mas com amparo jurídico”, afirmou Ribeiro.

Mas para o analista, o ponto mais grave desse decreto do presidente


Bolsonaro, é a possibilidade de fazer com que a União deixe de repassar
recursos já estabelecidos aos entes federativos. “Essa alteração mexe com a
proposta original da LDO que estabelecia como obrigatória a despesa para
transferir recursos aos Estados e Municípios, em decorrência da compensação
das exportações. O texto agora muda para ‘temporária’, ou seja, cria uma
insegurança jurídica, uma vez que isso pode ser entendido que a União não
teria mais a obrigatoriedade de transferir recursos que foram estabelecidos por
meio de um grande acordo, inclusive com o STF e os Estados, Municípios e o
Ministério da Economia”, avaliou o especialista em finanças públicas.

Apesar disso, na interpretação do professor titular do curso de Ciências


Econômicas e Relações Internacionais do Ibmec-SP, Alexandre Pires, essas
alterações são benéficas para a União evitar disputas judiciais ligadas à Lei
Kandir. Segundo o acadêmico, esse decreto apenas torna mais clara as regras
sem trazer prejuízos aos demais entes federativos.

“Do ponto de vista dos Estado e Municípios, eles não vão sofrer nenhum
prejuízo em termos de verbas. Porém, aqueles que vierem, em algum
momento, a se achar prejudicados, não terão mais espaço jurídico para
reivindicar alterações. Por que essa Lei Complementar 176, que ganha forma
na LDO 2021, ela vai impedir completamente a continuidade dessas disputas
judiciais ligadas às perdas devidas a Lei Kandir – que permitiu alguns subsídios
à exportações naquele período”, argumentou o professor.
Conhecida como Lei Kandir, a Lei Complementar Nº 87, de 13 de setembro de
1996, trata a respeito do imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, além
de outras providências.

Além disso, de acordo com o decreto, foi incluída na lista de despesas


primárias a emenda constitucional que instituiu o novo Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).

RÁDIO 

LOC.: Um novo decreto do presidente Jair Bolsonaro vai atualizar a lista de


despesas primárias obrigatórias da União que não podem sofrer limitação de
empenho, conforme estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2021. No Decreto 10.621, é feita uma alteração na lei complementar que trata
dos repasses obrigatórios da União para os estados, o Distrito Federal e os
municípios.

Para o analista do Senado Federal e especialista em finanças públicas,


Leonardo Ribeiro, uma alteração como essa pode causar problemas entre a
relação dos Poderes Executivo e Legislativo. Primeiro, porque foram alterações
criadas por meio de decreto presidencial sem a participação do Congresso
Nacional. Segundo o analista, essas alterações deveriam ter sido feitas por
meio de lei de iniciativa dos parlamentares. Mas para o analista, o ponto mais
grave desse decreto do presidente Bolsonaro, é a possibilidade de fazer com
que a União deixe de repassar recursos já estabelecidos aos entes federativos.

TEC./SONORA: analista do Senado Federal e especialista em finanças


públicas, Leonardo Ribeiro.

“Essa alteração mexe com a proposta original da LDO que estabelecia como
obrigatória a despesa para transferir recursos aos Estados e Municípios, em
decorrência da compensação das exportações. O texto agora muda para
‘temporária’, ou seja, cria uma insegurança jurídica, uma vez que isso pode ser
entendido que a União não teria mais a obrigatoriedade de transferir recursos
que foram estabelecidos por meio de um grande acordo, inclusive com o STF e
os Estados, Municípios e o Ministério da Economia.”

LOC.: Apesar disso, na interpretação do professor titular do curso de Ciências


Econômicas e Relações Internacionais do Ibmec-SP, Alexandre Pires, essas
alterações são benéficas para a União evitar disputas judiciais ligadas à Lei
Kandir. Segundo o acadêmico, esse decreto apenas torna mais clara as regras
sem trazer prejuízos aos demais entes federativos.

TEC./SONORA: professor titular do curso de Ciências Econômicas e Relações


Internacionais do Ibmec-SP, Alexandre Pires.

“Do ponto de vista dos Estado e Municípios, eles não vão sofrer nenhum
prejuízo em termos de verbas. Porém, aqueles que vierem, em algum
momento, a se achar prejudicados, não terão mais espaço jurídico para
reivindicar alterações. Por que essa Lei Complementar 176, que ganha forma
na LDO 2021, ela vai impedir completamente a continuidade dessas disputas
judiciais ligadas às perdas devidas a Lei Kandir – que permitiu alguns
subsídios à exportações naquele período.”

LOC.: Conhecida como Lei Kandir, a Lei Complementar Nº 87, de 13 de


setembro de 1996, trata a respeito do imposto dos Estados e do Distrito
Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, além de outras providências.

Reportagem, Janary Damacena. 

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