Relatório de Gestão de Crise no Programa Farmácia Popular
O Programa Farmácia Popular (PFPB), vinculado ao Departamento de Assistência
Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF) desempenha um papel vital na promoção do acesso da população a medicamentos de qualidade, seguros e eficazes. A execução de suas atribuições é fundamental para o sucesso da Política Nacional de Saúde e de Assistência Farmacêutica. Desta forma, as rápidas e efetivas respostas à imprensa sobre as informações do departamento são cruciais, pois qualquer crise surgida na imprensa tem potencial de destruir a imagem do programa, bem como de todas as autoridades responsáveis pelo PFP: a ministra Nísia Trindade, o Secretário Carlos Gadelha, o Diretor Marco Aurélio e o coordenador Bruno Baltazar. Além disso, uma crise midiática pode afetar diretamente o acesso da população a medicamentos essenciais.
Assim, diante da divulgação do recente relatório da Controladoria-Geral da União
(CGU), datado de 9 de novembro de 2023, o Programa Farmácia Popular se encontra diante de desafios críticos que demandam uma resposta urgente e eficaz. O documento aponta para 362 milhões de vendas de medicamentos sem registro entre os anos de 2015 e 2020. Esta constatação abrange significativos 17,4% do total de operações realizadas e representa 18,53% do montante financeiro repassado no período.
O relatório da CGU também destaca a presença de evidências que indicam
Autorizações de Dispensação de Medicamentos em quantidades e/ou valores superiores ao efetivamente registrado, totalizando um montante de R$ 2.571.746.904,51. Este valor reflete dispensações de medicamentos sem a devida correspondência a lastro em estoque, conforme dados obtidos junto à Receita Federal do Brasil (RFB).
Em posse desse relatório, a imprensa começou a questionar as possíveis falhas nos
controles estabelecidos na regulamentação do Programa Farmácia Popular. Tais lacunas se manifestam tanto na etapa de checagem da documentação e identificação do beneficiário ou procurador quanto nos algoritmos e fontes de informação previstos no Sistema Autorizador de Vendas, mantido pelo gestor do Programa.
Por isso, o Núcleo de Comunicação da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação
e Complexo da Saúde, em parceria com a Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde, elaborou uma estratégia de comunicação visando destacar dados corretos fornecidos pelo DAF e estancar a sangria causada pela CGU junto aos veículos de comunicação. Neste sentido, esclarecemos os procedimentos realizados pela comunicação da SECTICS e os resultados alcançados. Da primeira demanda, na quinta-feira (04) às 10h48, até a tarde desta terça-feira (08), foram divulgadas 62 reportagens de alguns dos maiores jornais do país e reprodução em grande parte da mídia de médio porte por alguns estados. O Nucom da Sectics avaliou como prioridade uma resposta célere para evitar danos à imagem do programa.
Volume de reportagens:
Matérias publicadas em 04/01: 5 (8,06%)
Matérias publicadas em 05/01: 30 (48,38%) Matérias publicadas em 06/01: 2 (3,22%) Matérias publicadas em 07/01: 16 (25,80%) Matérias publicadas em 08/01: 9 (14,5%)
Ações de comunicação:
· Na quinta-feira (04) chega a primeira demanda às 10h48. A resposta fica
combinada para até às 15h, mas a matéria é publicada às 13h33;
· Negociamos atualização da reportagem com acréscimo de resposta do
Ministério da Saúde, porém a resposta não chega no mesmo dia;
· Erros de apuração nas duas primeiras matérias publicadas na quinta-feira
foram reproduzidos na mídia durante toda sexta-feira (05);
· Jornal Nacional pede informações para reportagem do dia, então às 16h
temos levantamento de dados para produzir uma resposta de defesa;
· Com a nota enviada, a matéria do Jornal Nacional é cancelada e o G1
reproduz nossos dados, estancando a reprodução de matérias erradas;
· O volume de reportagens sobre o assunto cai de 35 nos dois primeiros
dias para 2 matérias após a resposta enviada para os jornais;
· Nos dias sequentes, até a última segunda-feira (08), a quantidade de
reportagens reduziu e número de dados errados diminuiu entre os novos textos publicados;
· Nesta terça-feira (09), nenhum veículo de relevância e abrangência
nacional ou estadual publicou matéria relacionada ao assunto. Importância do gerenciamento de crises midiáticas
1. Gerenciamento de Crise no DAF:
O DAF, ao lidar com políticas nacionais de assistência farmacêutica e de
medicamentos, enfrenta desafios diversos, incluindo a aquisição e distribuição de insumos estratégicos para a saúde. O planejamento adequado e a resposta eficiente a situações de crise são essenciais para garantir a continuidade do fornecimento de medicamentos e a preservação da confiança da população no sistema de saúde.
2. Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB):
O PFPB, como uma iniciativa crucial do Governo Federal, visa complementar o
acesso a medicamentos utilizados na Atenção Primária à Saúde. Dada a abrangência do programa, é imperativo que o gerenciamento de crises seja intensivo para manter a imagem e a eficácia do PFPB. O programa, que oferece medicamentos gratuitos e subsidiados para várias condições de saúde, é suscetível a diversos desafios, desde questões logísticas até a gestão de parcerias com farmácias e drogarias.
3. Necessidade de Gerenciamento Intensivo:
Considerando a sensibilidade e a importância do PFPB, um plano de gerenciamento
de crises intensivo é fundamental. Este deve abranger desde a identificação proativa de potenciais problemas até a implementação de estratégias ágeis para minimizar impactos negativos. A transparência, a comunicação eficaz e a coordenação entre todas as partes envolvidas são essenciais para preservar a confiança da população no programa.
4. Enfrentando Desafios Específicos:
O PFPB, por lidar diretamente com a disponibilização de medicamentos à
população, enfrenta desafios específicos, como a gestão de estoques, a manutenção de parcerias com farmácias e a garantia de acesso contínuo. Diante desses desafios, um plano de gerenciamento de crise deve contemplar ações preventivas, monitoramento constante e respostas rápidas para evitar danos irreparáveis à reputação do programa.
Em resumo, o Departamento de Assistência Farmacêutica e o Programa Farmácia
Popular desempenham um papel crucial na saúde pública. Um gerenciamento de crise eficiente é vital para preservar a integridade dessas iniciativas e assegurar que a população continue a ter acesso aos medicamentos essenciais de maneira eficaz e segura.