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Departamento de Matemática - IMECC - Unicamp

MA111- Primeiro Semestre de 2019


Prova 2 - 23/05/2019 (5a - Noturno)

Nome: GABARITO

RA: Turma

Questões Notas

Q1 2.0

Q2 2.0

Q3 1.5

Q4 3.0

Q5 1.5

Total 10.0

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Questão 1. (2.0 pontos) Calcule as derivadas das seguintes funções.

(a) f (x) = x ln x2 ;
cos(x3 )
(b) g(x) = √ .
x
Solução: (a) Como ln x2 = 2 ln x temos pela regra do produto que
0 1
f 0 (x) = x ln x2 = (2x ln x)0 = 2 ln x + 2x = ln x2 + 2.
x

(b) Pela regra da cadeia, temos que

d
cos(x3 ) = −3x2 sen(x3 ).
dx
Além disso,
d√ 1
x= √ .
dx 2 x
Logo, pela regra do quociente,
0
cos(x3 )

0
g (x) = √
x
0√ √ 0
(cos(x3 )) x − cos(x3 ) ( x)
= √
( x)2

−3x2 sen(x3 ) x − 2√1 x cos(x3 )
=
x
√ 1
= −3x x sen(x3 ) − √ cos(x3 ).
2x x

2
Questão 2. (2.0 pontos) Uma certa quantidade de areia é despejada a uma taxa de
20 m3 /min, formando um monte cônico. Se a altura do monte for sempre o dobro do raio
da base, com que taxa a altura estará crescendo quando o monte tiver 8 m de altura?
Solução: Se h denota a altura do monte, queremos encontrar h0 (t0 ) onde t0 é o tempo no qual
h(t0 ) = 8.
A relação entre o raio e a altura é dada por h(t) = 2r(t). Assim, o volume do monte é dado
por
πr(t)2 h(t) πh(t)3
V (t) = = .
3 12
Derivando implicitamente, obtemos

πh(t)2 h0 (t)
V 0 (t) = .
4
Avaliando em t0 obtemos

π82 h0 (t0 ) 80 5
20 = V (t0 ) = impliesh0 (t0 ) = = m/min,
4 64π 4π
ou seja, a altura estará crescendo a uma taxa de 5/4π m/mim.

3
Questão 3. (1.5 ponto) Avalie os limites abaixo e encontre o correspondente valor caso
exista.
2 cos x − ex − e−x
(a) lim ;
x→0 2x2
2
(b) lim+ (sen x)x .
x→0

Solução: (a) Por continuidade

lim (2 cos x − ex − e−x ) = lim 2x2 = 0,


x→0 x→0

de forma que temos uma indeterminação do tipo 00 . Além disso,


0 0
2 cos x − ex − e−x = −2 sen x − ex + e−x e 2x2 = 4x 6= 0 se x 6= 0.

Pela regra de L’Hospital,


2 cos x − ex − e−x −2 sen x − ex + e−x
lim = lim
x→0 2x2 x→0 4x
se o limite da direita da igualdade existir. Novamente por continuidade,

lim (−2 sen x − ex + e−x ) = lim 4x = 0


x→0 x→0

e temos novamente uma indeterminação do tipo 00 . Como


0
−2 sen x − ex + e−x = −2 cos x − ex − e−x e (4x)0 = 4 6= 0,

estamos novamente nas condições da regra de L’Hospital. Assim,


−2 sen x − ex + e−x −2 cos x − ex − e−x
lim = lim = −1
x→0 4x x→0 4
e portanto,
2 cos x − ex − e−x
lim = −1.
x→0 2x2
(b) Como para x próximo e a direita de zero, sen x > 0 temos que
 
2
x2 ln(sen x)x 2
lim+ (sen x) = lim+ e = exp lim+ x ln(sen x) ,
x→0 x→0 x→0

onde a última igualdade é válida pela continuidade da função exponencial, se o limite entre
colchetes existe. Agora,
ln(sen x)
lim+ x2 ln(sen x) = lim+ 1 ,
x→0 x→0
x2
e sendo que
1
lim+ ln(sen x) = −∞, lim+
= +∞,
x→0 x→0 x2
 0
0 cos x 1 −2
(ln(sen x)) = e 2
= 3 6= 0
sen x x x
temos por L’Hospital que
cos x
ln(sen x) sen x −x3
lim+ 1 = lim+ −2 = lim+ ,
x→0
x2
x→0
x3
x→0 2 tg x

4
se o limite da direita da igualdade existe. Como,

lim −x3 = lim+ tg x = 0,


x→0+ x→0

e sendo que
0
−x3 = −3x2 (2 tg x)0 = 2 sec2 x e (2 tg x)0 = 2 sec2 x 6= 0, x 6= 0

podemos aplicar L’Hospital novamente. Assim,

ln(sen x) −x3 −3x2


lim+ 1 = lim+ = lim+ = 0,
x→0
x2
x→0 2 tg x x→0 2 sec2 x

por continuidade. Consequentemente,


 
x2
lim (sen x) = exp lim+ x ln(sen x) = e0 = 1.
2
x→0+ x→0

5
ex
Questão 4. (3.0 pontos) Seja f (x) = .
x
(a) (1.0) Determine os intervalos de crescimento/decrescimento de f, e os seus pontos de
máximo e mı́nimo local, se existirem.
(b) (0.8) Determine os intervalos onde f é côncava para cima/baixo e os seus pontos de
inflexão, se existirem.
(c) (0.4) Caso existam, encontre as assı́ntotas horizontais e verticais de f.
(d) (0.8) Esboce o gráfico de f usando (pelo menos) as informações obtidas nos itens (a), (b)
e (c).

Solução: (a) A análise de crescimento e decrescimento é feito via análise de sinal da primeira
derivada. Derivando, obtemos
ex
f 0 (x) = 2 (x − 1),
x
0
e portanto, o sinal de f só depende de (x − 1), uma vez que ex e x2 são sempre positivas.
Assim,
f 0 (x) < 0 se x < 1 =⇒ f é decrescente em (−∞, 1) \ {0}
e
f 0 (x) > 0 se x > 1 =⇒ f é crescente em (1, +∞).
Além disso, como x = 0 não está no domı́nio de f , temos que x = 1 é o único ponto crı́tico de
f . Como f 0 muda de negativo para positivo em x = 1 temos (pelo teste da primeira derivada)
que x = 1 é um ponto de mı́nimo local de f .

(b) A análise da concavidade de f é feito via análise do sinal da segunda derivada de f .


Derivando f 0 , obtemos
ex
f 00 (x) = 3 (x2 − 2x + 2).
x
Como x − 2x + 2 possui discriminante positivo, é sempre positiva. Portanto, o sinal de f 00
2

depende do sinal x3 . Assim,


• em (−∞, 0) temos que x3 é negativa e portanto f 00 (x) < 0;
• em (0, +∞) temos que x3 é positiva e portanto f 00 (x) > 0.
Portanto, pelo Teste de Concavidade, f é côncava para baixo no intervalo (−∞, 0) e côncava
para cima em (0, +∞).
Ainda mais, como x = 0 não está no domı́nio de f , a função não possui ponto de inflexão
de f .

(c) Como x = 0 não está no domı́nio de f , temos que é um candidato a assı́ntota vertical.
Como,
1
lim ex = 1 > 0 e lim± = ±∞,
x→0 x→0 x
temos que
ex
lim± = ±∞
x→0 x

e portanto x = 0 é uma assı́ntota vertical de f .


Para as assı́ntotas horizontais temos:
ex 1
lim = 0, pois lim = lim ex = 0
x→−∞ x x→−∞ x x→−∞

6
e
ex
lim = lim ex = +∞
x→+∞ x x→+∞

por L’Hospital.
Portanto, y = 0 é assı́ntota horizontal de f para x → −∞.

(d) Um esboço do gráfico é dado abiaxo

10

-2 -1 1 2 3

-5

7
Questão 5. (1.5 ponto) Um fabricante de latas deseja fabricar uma lata na forma de um
cilindro circular reto com um volume de 16πcm3 . Determine o raio e a altura da lata para que
um mı́nimo de material seja usado em sua fabricação.
Solução: Se h e r denotam, respectivamente, a altura e o raio da base da lata em questão, o
material gasto na fabricação da lata é dado por

2πr2 + 2πrh.

Como o volume de um cilindro é dado por V = πr2 h temos que


16
16π = πr2 h =⇒ h = .
r2
Assim, devemos minimizar a função
16 32π
f (r) = 2πr2 + 2πr 2
= 2πr2 + .
r r
Note que o domı́nio de f é (0, +∞) o que implica que os únicos candidatos a mı́nimo de f são
também pontos crı́ticos de f . Derivando, obtemos

32π 4πr3 − 32π


f 0 (r) = 4πr − = e f 0 (r) = 0 ⇐⇒ 4r3 − 32 = 0 ⇐⇒ r = 2.
r2 r2
Assim 2 é o único ponto crı́tico de f . Note que o sinal de f 0 muda de negativo para positivo
em r = 2, o que implica, pelo Teste de Primeira Derivada, que r = 2 é um ponto de mı́nimo
(absoluto) de f .
Agora observe que neste caso, h = 16 22
= 4, donde segue que o raio e a altura da lata devem
ser 2 e 4, respectivamente.

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