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(Cliqueapostilas - Com.br) Contabilidade Comercial II
(Cliqueapostilas - Com.br) Contabilidade Comercial II
CONTABILIDADE COMERCIAL
COMÉRCIO: entende-se por comércio a troca de mercadorias por dinheiro ou de uma mercadoria
por outra. A atividade comercial é inerente à natureza e às necessidades humanas, pois todos temos
necessidades e, se não existisse moeda, trocaríamos bens que temos em excesso por outros que não
possuímos (escambo). A atividade comercial é das mais importantes por permitir colocar à
disposição dos consumidores, em mercados física ou economicamente delimitados grande
variedade de bens e serviços, necessários à satisfação das necessidades humanas. Neste sentido, diz-
se, também, que o comerciante é a pessoas física ou jurídica que aproxima vendedores e
compradores, levando-os a completar uma operação comercial, ou seja, a troca de mercadorias por
dinheiro ou por outras mercadorias.
São remotas as origens do Comércio. Na antiguidade, os fenícios, provavelmente, foram o povo que
mais se notabilizou na atividade comercial. Várias causas e fatores contribuíram para tal, algumas
inclusive de natureza geográfica. A Fenícia dispunha de pouca terra para o desenvolvimento de uma
agricultura de grande qualidade. Assim, teve de voltar-se à atividade comercial, construindo frota
que realizava atividades comerciais com o Ocidente, bem como, por terra, com o Oriente. Além dos
fenícios, foram muitos os povos da Antiguidade que exerceram com esmero a atividade comercial,
como os gregos e mesmo os romanos. Mais recentemente, entre os séculos XII e XVI, vários países
independentes e repúblicas européias desenvolveram intensa atividade comercial. Destacam-se
Veneza, com seu interesse principalmente voltado para o Oriente, e Portugal, bem como outros
países de tradição de descobertas e de navegação. Por vocação, por necessidade e como
conseqüência de suas descobertas, acabaram desenvolvendo sua atividade comercial em níveis
acima da média.
Modernamente, o comércio é uma atividade primordial de todos os países. O Brasil tem, desde a
época da abertura dos portos, no início do século XIX, desenvolvido ampla vocação para as
atividades comerciais, tanto internas quanto externamente, favorecidas pela excepcional variedade
de produtos primários e secundários que produz, bem como premido pela necessidade de importar
outros bens de capital dos quais é carente.
A separação é mais facilmente notada quando se caracteriza a função que a empresa mercantil, de
um tipo ou outro, exercita dentro do campo econômico. Por exemplo, os clientes de um ou outro
tipo é que melhor definem as diferenciações.
Assim, por um lado, a clientela preferencial ou características das empresas atacadistas é constituída
por empresas industriais, agrícolas, que utilizam as mercadorias vendidas pelo atacadista, como
matéria-prima ou suprimentos, ou outras empresas mercantis intermediárias. É importante notar que
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a mercadoria vendida por tais entidades nunca vai diretamente ao consumidor final. Sempre segue
para outras empresas que aplicam mais trabalho e produzem outro produto ou para empresas
mercantis colocadas num grau inferior da cadeia de distribuição.
Por outro lado, a empresa mercantil varejista comercia, usualmente, bens de consumo que vão
diretamente para o consumidor. Para bens especificamente instrumentais (bens de consumo
intermediário), pode também vender diretamente para certas indústrias de transformação.
Evidentemente, há também empresas com características mistas.
Um fenômeno particularmente importante nos últimos anos e muito comentado pelos especialistas é
o do constante acréscimo do custo de distribuição, em algumas linhas de atividade comercial. Há
uma tendência em acarretar grande desequilibro entre o custo de produção e o custo de distribuição,
encarecendo em demasia este último e, portanto, tornando proibitivo o preço final ao consumidor.
É como conseqüência desse fenômeno que alguns produtores de bens de consumo procuram
organizar, no âmbito da própria empresa ou consorciando-se com outros produtores, a venda
diretamente ao consumidor. O caso dos produtos hortifrutigranjeiros é um exemplo típico em que
tais associações podem ocorrer.
Entretanto, não é apenas nos canais de distribuição que se diferenciam os dois tipos vistos. Existem
claras diferenciações, entre outras, nos seguintes setores:
- Política de compras;
- Política de financiamentos;
- Natureza e grau de riscos assumidos.
Considere-se também que algumas empresas executam compra e venda ”por conta própria”, outras
“por conta de terceiros”. São exemplos destas últimas: as comissionadas, os representantes e as
representações e outros agentes auxiliares de comércio, que tem algumas características jurídicas,
administrativas e comerciais bastante diferenciadas das entidades que operam “por conta própria”.
É interessante notar que as empresas mercantis que operam no atacado podem também ser
diferenciadas caso constituam uma unidade econômica independente ou caso constituam uma
entidade econômica coligada a outras entidades produtoras de bens, a fim de distribuir a produção.
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Assim, toda entidade que se constitui, sob qualquer forma jurídica, para a exploração de atividade
econômica, seja ela mercantil, industrial, agrícola ou de prestação de serviços, é uma Empresa.
EMPRESA COMERCIAL: é aquela que se constitui com o fim de exercer atividade mercantil.
A atividade mercantil, ou comercial, é caracterizada pela prática de atos de comércio, exercida por
pessoas denominadas “Agentes do Comércio”.
O Direito Civil exige que todo ato, para ser regulamentado pelo “Direito” necessita apresentar 3
requisitos:
As leis brasileiras distinguem as Pessoas Físicas das pessoas Jurídicas da seguinte forma:
PESSOA FÍSICA: é o indivíduo perante o Estado, no que diz respeito aos seus direitos e
obrigações.
PESSOA JURÍDICA – perante o Estado é a associação de duas ou mais pessoas numa entidade
com direitos e deveres próprios e, portanto, distintos daqueles dos indivíduos que a compõem.
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l.4.1. INTRODUÇÃO
O Novo Código Civil, Lei n° 10.406, de 10.01.2002-DOU de 11.01.2002, revogou a Parte Primeira
do Código Comercial (Lei n° 556, de 25.06.1850) e trouxe uma nova disciplina sobre “empresário”
(firma individual) e “sociedades”.
As novas normas estão insculpidas nos art. 966 a 1.195 do Código, mais especificamente no Livro
II, que tem o título de “Do Direito de Empresa”. Vale lembrar que:
a) as associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis anteriores, bem como
os empresários, deverão adaptar-se às disposições do Novo Código Civil até 11.01.2007
(esta regra não se aplica às organizações religiosas nem aos partidos políticos – art. 2.031
do NCC, com as modificações das Leis n°s 10.825/2003 e 11.127/2005);
b) originalmente, o prazo mencionado na letra a) era até 11.01.2004, tendo sido prorrogado,
posteriormente, para 11.01.2005 (Lei n° 10.838/2004) e para 11.01.2006 (MP n° 234/2005),
e, mais recentemente, 11.01.2007 (Lei n° 11.127/2005).
c) salvo o disposto em lei especial, todavia, as modificações dos atos constitutivos das
sociedades, associações e fundações, bem como a sua transformação, incorporação, cisão
ou fusão, passaram a ser regidas, desde logo, pelo NCC;
d) a dissolução e a liquidação das pessoas jurídicas, quando iniciadas antes da vigência do
NCC, ficaram sujeitas à observância do disposto nas leis anteriores;
e) salvo disposição em contrário, permanecem aplicáveis aos empresários e às sociedades
empresárias as disposições de leis não revogadas pelo NCC, referentes a comerciantes, ou a
sociedades comerciais, bem como a atividades mercantis.
Para um melhor entendimento da matéria faremos uma incursão sobre as alterações promovidas
pelo NCC, principalmente, no que trata dos conceitos, conforme relatados nos tópicos seguintes:
1.4.2. EMPRESÁRIO
O NCC define como Empresário como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Para o exercício da atividade
econômica o empresário deverá efetuar inscrição na Junta Comercial. Assim, indústria, comércio,
prestação de serviços em geral caracterizam atividades empresariais.
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda que com o concurso de auxiliares e colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa. Um exemplo seria o médico em seu consultório, ou um advogado,
ou dentista etc., porém, se o médico se une a outros médicos, constituindo um hospital, aí será uma
atividade empresarial.
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Só podem exercer atividade de empresário os que se enquadrarem nos moldes do NCC. Faculta-se
aos cônjuges constituir sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado em
regime da comunhão universal de bens, ou da separação obrigatória de bens.
1.4.3. SOCIEDADE
Sociedade é o contrato em que duas pessoas ou mais se obrigam a conjugar esforços ou recursos
para a consecução de um fim comum.
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens e
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. A atividade
pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
Antes do NCC, a divisão de sociedades era Comercial (atividades mercantis) ou Civil (vinculadas à
prestação de serviços). Atualmente, as sociedades dividem-se em Empresária e Simples.
Sociedade Empresária é aquela que tem por objetivo o exercício de atividade própria de
empresário, enquanto que a Sociedade Simples abrange as demais sociedades. De maneira geral a
Sociedade Simples é aquela que explora atividade de prestação de serviços decorrentes de
atividade intelectual e de cooperativa.
Uma das inovações trazidas pelo NCC tem relação com o nome ou denominação social das
empresas.
O NCC determina que conste no nome empresarial a designação do objetivo da sociedade. Assim, é
necessário que o nome empresarial contenha especificamente qual a atividade que a sociedade
exerce.
Para as empresas que possuem mais de um objeto social é recomendável que conste em seu nome
empresarial a atividade preponderante das atividades por ela exercidas.
Por exemplo, uma sociedade empresária limitada, cujo objeto social é a construção de imóveis,
deverá ter nome empresarial semelhante X Construção de Imóveis Ltda.
Essa exigência legal vem sendo aplicada pelas Juntas Comerciais competentes pelo registro de
documentos societários, ao analisar os contratos sociais apresentados após a entrada em vigor do
NCC.
A primeira divisão que pode ser feita é em Sociedade não Personificada (embora constituída oral
ou documentalmente, não formalizou o arquivamento ou registro) e Sociedade Personificada
(legalmente constituída e registrada em órgão competente, adquirindo personalidade formal,
podendo ser chamada de pessoa jurídica).
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O NCC prevê dois tipos de sociedades não personificadas: Sociedade Comum (explora uma
atividade econômica, mas sem registro, sendo conhecida como sociedade de fato ou sociedade
irregular), os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações, e Sociedade em Conta
de Participação (é um contrato de investimento comum em que duas ou mais pessoas se reúnem
para exploração de uma atividade econômica). Um tipo de sócio é o Ostensivo, ou seja, é o
empreendedor que dirige o negócio e é responsável perante terceiros; os demais sócios são apenas
participantes na condição de investidor, chamados, então, de sócios participantes.
Com base nas alterações acima citadas, podem existir os seguintes tipos de sociedades:
• Sociedade em Comum;
• Sociedade em Conta de Participação;
• Sociedade Simples;
• Sociedade em Nome Coletivo;
• Sociedade em Comandita Simples;
• Sociedade Limitada;
• Sociedade Anônima;
• Sociedade em Comandita por Ações;
• Sociedade Cooperativa.
Entre os vários tipos de sociedades existentes, os mais utilizados são Sociedade Anônima e
Sociedade Limitada, sendo que estas últimas representam mais de 85% das sociedades constituídas
no Brasil.
“É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades,
mediante registro, demonstração expositiva e revelação desses fatos, com o fim de oferecer
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Esse estudo, feito pela Contabilidade, abrange todo e qualquer patrimônio, seja ele pertencente a um
indivíduo ou a uma entidade de qualquer natureza. Quando a Contabilidade estuda os patrimônios
pertencentes às empresas mercantis. Ela é denominada de “Contabilidade Comercial”, ou seja, é a
Contabilidade Geral aplicada às empresas comerciais.
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O Ativo compreende as aplicações de capital nos vários bens e direitos, variando essa aplicação de
acordo com a natureza da empresa e o Passivo patrimonial compreende a origem dos capitais, ou
seja, a fonte de onde provêm.
Não existe uma classificação uniforme dos componentes patrimoniais para todas as entidades, tendo
em vista as divergências de natureza e finalidades registradas entre as mesmas.
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Citando, como por exemplo, um prédio, um veículo, ou um imóvel, não têm a mesma aplicação em
duas entidades, quando uma os conserva para uso próprio e outra os destina a venda. O mesmo pode
ocorrer com outros bens, ou mesmo com os créditos da empresa (direitos), que podem existir em
algumas e não existir em outras, de acordo com a finalidade de cada uma.
Aplicação de Capitais: em qualquer tipo de entidade, existem capitais aplicados nos seguintes itens:
Essa classificação não é uniforme para todas as entidades, pois naquelas com fins lucrativos há
ocorrências que não se verificam nas entidades com fins meramente sociais.
De acordo com a Lei nº 6.404/76, a classificação dos valores aplicados no Ativo deve ser agrupada
nos seguintes grupos:
Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Esses grupos são muito genéricos e a classificação se destina a determinada natureza de atividade
econômica.
De acordo com a natureza da entidade econômica os investimentos poderão ser mais volumosos em
um ou em outro grupo.
As empresas comerciais, por exemplo, geralmente aplicam menores capitais em Ativo Permanente,
concentrando suas aplicações em valores circulantes.
A atividade comercial caracteriza-se pela compra e venda de mercadorias, do que resulta que os
investimentos na atividade comercial se destinam à formação de estoques (mercadorias destinadas à
venda) e à constituição de créditos provenientes das vendas a prazo (duplicatas a receber).
A aplicação de recursos nos itens acima é decorrência do próprio objeto da empresa mercantil,
enquanto que a aplicação nos demais grupos do patrimônio é meramente acessória à atividade
principal.
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Os bens imobilizados, que constituem apenas o meio para que a empresa atinja seu fim principal,
são representados pelo prédio onde se instalam, os móveis, as instalações, os veículos para entrega
de mercadorias, além de outros, nos quais a empresa deve aplicar a menor quantidade possível de
capitais, para não desviá-los de sua atividade principal.
As empresas não devem desviar recursos que poderão ser aplicados na sua atividade operacional,
para aplicação em ativos não operacionais ou supérfluos, que não contribuirão para o desempenho
das suas atividades e não trarão retorno para a empresa.
Se o Ativo indica a aplicação dos capitais e o Passivo a origem desses capitais, teremos a
representação, através das contas do Passivo, das Fontes de Financiamento.
Nas entidades com fins lucrativos (empresas), o patrimônio se forma com a dotação de um Capital
Inicial, aplicado por seus titulares. Esse capital sofrerá variações aumentativas e diminutivas, mas
será sempre a parcela que pertence aos proprietários e que lhes caberá em caso de haveres e
paralisação das atividades empresariais.
Entretanto, a atividade econômica não dispensa a utilização de Capitais de Terceiros, seja como
decorrência do próprio funcionamento da empresa (fornecimento de matérias-primas, mercadorias e
outros materiais), seja em forma de financiamentos para o seu desenvolvimento (empréstimos de
terceiros).
Capitais Próprios: de acordo com sua origem, podem ser divididos em dois grupos:
a) Aqueles que tiveram sua origem fora do patrimônio e que foram fornecidos por seu titular
(Capital Inicial);
b) Aqueles que se originaram da própria atividade comercial, como os Lucros e as Reservas.
Os Capitais de Terceiros também merecem uma distinção, de acordo com a finalidade para a qual
foram obtidos, em:
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Os financiamentos de longo prazo são pouco comuns nas empresas comerciais, cujas operações se
caracterizam pelo prazo curto, tanto nas compras como nas vendas, embora esteja havendo
mudanças nestas últimas. Diferem, portanto, das empresas industriais, que aplicam grandes capitais
em valores imobilizados e recorrem a esse tipo de financiamento para investir nessas imobilizações.
Os financiamentos nos estabelecimentos comerciais são oriundos, geralmente, das operações de:
As operações de longo prazo nas empresas comerciais decorrem de vendas a prestações, financiadas
por organismos de crédito especializado.
Pela definição de patrimônio, vimos que o mesmo é composto de três elementos – bens, direitos e
obrigações.
ATIVO PASSIVO
Direitos Obrigações
No Ativo, a lei nº 6.404/76, não cita bens e direitos, mas somente direitos, inclusive para itens do
Imobilizado.
Inciso IV – No Ativo Imobilizado: Os direitos que tenham por objeto bens destinados a manutenção
das atividades da companhia e da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de
propriedade industrial ou comercial.
A Lei nº 6.404/76, não está errada em sua prudência, pois ao citar direitos, ela encampou todas as
situações que possam envolver um elemento patrimonial, pois sobre ele podemos ter:
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Exemplos:
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Neste caso, o comprador adquiriu apenas o direito de posse (não é proprietário efetivamente ainda),
estando o direito de propriedade (domínio), reservado a empresa vendedora até o efetivo
pagamento, e caso isto não ocorra, a vendedora poderá exercer o seu direito de executar
judicialmente o comprador para que cumpra o seu compromisso, inclusive vimos em quadro
anterior que, por ser bem de terceiro, o vendedor poderá impossibilitar contratualmente a venda da
mercadoria possuída, até que haja o efetivo pagamento do objeto adquirido.
Por fim, podemos concluir que no Ativo da empresa pode haver bens propriamente ditos e direitos
sobre bens, daí em nosso meio contábil ter firmado que de maneira implícita a Lei nº 6.404/76
dispõe que o Patrimônio é constituído de:
ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações.
No início de suas atividades, a empresa recebe como primeiro aporte de recursos, o valor do capital
aplicado pelos sócios.
ATIVO PASSIVO
(Investimento Patrimonial) (recursos e financiamentos)
Caixa 500.000,00 Capital 500.000,00
ATIVO PASSIVO
(Investimento Patrimonial) (recursos e financiamentos)
Caixa1 50.000,00 Capital 500.000,00
Estoques Mercadorias 200.000,00
Instalações 50.000,00
Móveis e Utensílios 100.000,00
Total do Ativo 500.000,00 Total do Passivo 500.000,00
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ATIVO PASSIVO
(Investimento Patrimonial) (recursos e financiamentos)
Caixa 150.000,00 fornecedores 200.000,00
Estoques Mercadorias 400.000,00 Capital 500.000,00
Instalações 50.000,00
Móveis e Utensílios 100.000,00
Total do Ativo 700.000,00 Total do Passivo 700.000,00
É a seguinte a disposição gráfica dos componentes patrimoniais de empresa comercial que usa
capital próprio e de terceiros e os investe em valores imobilizados e realizáveis:
ATIVO PASSIVO
(Investimentos Patrimoniais) (recursos e financiamentos)
Circulante Circulante
Disponível (Capitais de Terceiros)
Dinheiro em Caixa Débitos de Funcionamento
Dinheiro em Bancos Fornecedores
Direitos Contas a Pagar
Duplicatas a Receber Exigível a Longo Prazo
Contas a Receber Débitos de Financiamento
Estoques de Mercadorias Títulos a Pagar
Despesas do Exercício Seguinte Financiamentos Diversos
Despesas Diferidas Créditos de bancos
Realizável a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros
Valores a Receber a Longo Prazo Receitas
Permanente (-) Despesas ou custos
Investimentos Patrimônio Líquido
Imobilizado (Capitais Próprios)
Imóveis Capital
Móveis Reservas
Instalações Lucros Acumulados
Veículos
Diferido
Total do Ativo Total do Passivo
Segundo a Lei nº 6.404/76, artigo 178, o Patrimônio da empresa será apresentado da seguinte
maneira:
ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações (Exigibilidades)
(+)
Patrimônio Líquido
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Genericamente, a diferença entre o Ativo e o Passivo do Patrimônio pode ser chamada de Situação
Líquida, podendo ocorrer quatro situações líquidas:
1a) SITUAÇÃO – O Ativo é maior que o Passivo, resultando em uma Situação Líquida Ativa,
também chamada Positiva, Superavitária ou Favorável. Nessa situação, também chamada por
Patrimônio Líquido, é que aparece o capital.
2a) SITUAÇÃO – O Ativo é menor que o Passivo, donde resulta uma Situação Líquida Passiva,
também denominada Negativa, Deficitária ou Desfavorável. Nesse caso, todo Capital foi absorvido,
havendo ainda um Déficit Patrimonial chamado de “Passivo a Descoberto”.
3a) SITUAÇÃO – O Ativo é igual ao Passivo (exigibilidades), donde resulta numa Situação Nula ou
Compensada. Nesse caso o Capital foi absorvido e todo o Patrimônio Líquido pertence a terceiros,
pois o total de bens e direitos é igual ao das obrigações.
4a) SITUAÇÃO – O Ativo é igual ao Patrimônio Líquido, representa que não há dívidas para com
terceiros, sendo que os bens e direitos são arcados com o Capital Próprio (dos proprietários).
Quando a empresa apresentar a 2a situação, mostrará uma realidade pré-falimentar; porém, o Fisco
fica de olho com o que chama de Passivo Fictício, ou seja, poderão ser constatados na
Contabilidade vários títulos já quitados que se encontram no grupo obrigações a pagar, onde o
lançamento posterior registrando a saída de caixa da empresa, supostamente para o pagamento da
obrigação já resgatada em data anterior, constitui para o Fisco prova de omissão de receitas.
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Nos princípios científicos jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são os
elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico, proposições que se
colocam no início de uma dedução, e são deduzidos de outras dentro do sistema. Nas
ciências sociais, os princípios se colocam como axiomas, premissas universais e
verdadeiras, assim admitidas sem necessidade de demonstração, ultrapassando, pois a
condição de simples conceitos.
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Capítulo I
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I – o da ENTIDADE;
II – o da CONTINUIDADE;
III – o da OPORTUNIDADE;
IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V – o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI – o da COMPETÊNCIA e
VII – o da PRUDÊNCIA.
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
A AUTONOMIA PATRIMONIAL
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• Famílias;
• Empresas;
• Governos, nas diferentes esferas do poder;
• Sociedades beneficentes, religiosas, culturais, esportivas, de lazer, técnicas;
• Sociedades cooperativas;
• Fundos de investimento e outras modalidades afins.
No caso de sociedades, não importa que sejam sociedades de fato ou que estejam revestidas
de forma jurídica, embora esta última circunstância seja a mais usual.
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Como não há transferência de propriedade, não pode haver formação de novo patrimônio,
condição primeira da existência jurídica de uma Entidade. O segundo ponto a ser
considerado é o de que a consolidação se refere às demonstrações contábeis, mantendo-se a
observância dos PFC no âmbito das Entidades consolidadas, resultando em uma unidade de
natureza econômico-contábil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos de maior
relevo: o atributo de controle econômico e a fundamentação contábil da sua estruturação.
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Art. 5º - A continuidade ou não da Entidade, bem como sua vida definida ou provável,
devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais,
quantitativas e qualitativas.
ASPECTOS CONCEITUAIS
A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas, entre as quais
ressaltamos as seguintes:
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O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
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I - Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito
mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os
aspectos físicos e monetários;
III – O registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado base necessária para gerar
informações úteis ao processo decisório da gestão.
ASPECTOS CONCEITUAIS
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempre que haja
variação patrimonial, cujas origens principais são, de forma geral, as seguintes:
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Líquido, isto é, na decisão sobre se estas o alteram ou não. Em síntese, no primeiro caso,
temos o conhecimento da variação, e, na competência, a determinação de sua natureza.
A TEMPESTIVIDADE DO REGISTRO
Art. 7º - Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de
entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes ou da
imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados
seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou
agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV – Os Princípios da Atualização Monetária e do Registro pelo Valor Original, são
compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém
atualizado o valor de entrada;
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Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de
entrada, o Princípio consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre
os agentes econômicos externos e a Entidade – contabilmente, outras Entidades – ou da
imposição destas. Não importa, pois, se o preço resultou de livre negociação em condições
de razoável igualdade entre as partes, ou de imposição de uma delas, em vista da sua
posição de superioridade. Generalizando, o nível dos preços pode derivar de quaisquer das
situações estudadas na análise microeconômica.
No caso de doações recebidas pela Entidade, também existe a transação com o mundo
exterior e, mais ainda, com reflexo quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a
doação resulta em inegável aumento do PL, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa
recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado. Mantém-se, no caso,
intocado o princípio em exame, com a única diferença em relação às situações usuais: uma
das partes envolvidas – caso daquela representativa do mundo exterior – abre mão da
contraprestação que se transforma em aumento do PL da Entidade recebedora da doação.
Acessoriamente, pode-se lembrar que o fato de o ativo ter-se originado de doação, não
repercute na sua capacidade futura de contribuir à realização dos objetivos da Entidade.
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I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais é, por conseqüência, o
do Patrimônio Líquido;
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão-somente, o
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de
indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda
nacional em um dado período.
A Correção Monetária das DC está suspensa por força de dispositivo legal, à partir de
01/01/96, com base no art. 4º, da Lei nº 9.249/95..
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
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As despesas, na maioria das vezes, representam consumação de ativos, que tanto podem ter
sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro.
De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas
vezes a consumação é parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do
valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da Prudência à
prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua
recuperação por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente. Mas a despesa
também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de
um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas
de qualquer natureza.
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A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aos serviços efetivamente
prestados. Em alguns casos, os serviços contratados prevêem cláusulas normativas sobre o
reconhecimento oficial dos serviços prestados e da receita correspondente. Exemplo neste
sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a cobrança dos serviços é feita
segundo as horas homens de serviços prestados, durante, por exemplo, um mês, embora os
trabalhos possam prolongar-se por muitos meses ou até ser por prazo indeterminado. O
importante, nesses casos, é a existência de unidade homogênea de medição formalizada
contratualmente, além, evidentemente, da medição propriamente dita. As unidades físicas
mais comuns estão relacionadas com tempo – principalmente tempo-homem e tempo-
máquina -, embora possa ser qualquer outra, como metros cúbicos por tipo de material
escavado, metros lineares de avanço na perfuração de poços artesianos e outros.
Nas entidades em que a produção demanda largo espaço de tempo, deve ocorrer o
reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente ao avanço da obra, quando ocorre
a satisfação concomitante dos seguintes requisitos:
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PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
ASPECTOS CONCEITUAIS
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• Os custos ativados devem ser considerados como despesas no período em que ficar
caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos
operacionais da entidade;
• Todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que
institucional devem ser classificados como despesas;
• Os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação
devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento
em que o ativo entrar em operação.
Art. 11 – A inobservância dos PFC constitui infração às alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do
Decreto-Lei nº 9.295, de 27/05/46 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do
Contabilista.
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Além das normas fixadas pelo CFC e CVM, e ainda orientações do IBRACON, a elaboração das
Demonstrações Contábeis é regida pela Lei nº 6.404/76, de 15/12/76 (lei das Sociedades por
Ações).
“Ao fim de cada exercício, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
companhia, as seguintes Demonstrações Financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I – Balanço Patrimonial;
II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
III – Demonstração do Resultado do Exercício;
IV – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
1 – INTRODUÇÃO
A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com observância
das Normas Brasileiras de Contabilidade e dos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
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nem sempre é adequado para a apuração de resultados operacionais, gerencialmente pode ser
adotado outro período, regra geral, é mais curto.
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei n° 6.404/76, e segundo
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Exigido pela legislação vigente, a necessidade de sua elaboração e divulgação vem da Lei n°
2.627/40. Atualmente, a regulamentação a respeito dessa demonstração está inserida na Lei n°
6.404/76, artigo 176, já comentado anteriormente.
A publicação do Balanço Patrimonial deve ser realizada com a indicação dos valores do exercício
anterior.
No caso do Balanço Patrimonial, essa exigência é fundamental, uma vez que, devido à estática
patrimonial, pouco se poderia concluir de um relatório em uma única data, prejudicando assim a
capacidade informativa da demonstração.
O objetivo básico do Balanço Patrimonial é apresentar o patrimônio da entidade, isto é, seus ativos
e passivos em determinado momento.
As contas que representam os elementos patrimoniais devem ser classificadas e agrupadas de modo
a permitir e facilitar o entendimento e a análise da situação econômico-financeira da empresa.
O Balanço Patrimonial está estruturado em dois grandes grupos: o Ativo e Passivo. O Ativo é
composto de bens e direitos de propriedade da sociedade, enquanto o Passivo é composto de
obrigações e do patrimônio líquido.
A abordagem acima deriva da equação básica da Contabilidade em que a soma dos bens e direitos
se iguala à soma das obrigações e situação líquida.
O Ativo representa onde os recursos estão sendo aplicados na empresa (ex. imóveis, móveis,
máquinas, veículos, em bancos, estoques, contas a receber, caixa etc.), e o Passivo representa de
onde se originaram os recursos (dos sócios, acionistas, cotistas, de fornecedores, de instituições
financeiras, do governo e outros).
Portanto, do ponto de vista financeiro, o Balanço Patrimonial é um relatório que apresenta as fontes
e as destinações dos recursos investidos na empresa.
ATIVO
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CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
DIFERIDO
ATIVO CIRCULANTE
DISPONIBILIDADES
DIREITOS REALIZÁVEIS NO CURSO DO EXERCÍCIO SOCIAL SUBSEQUENTE
APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
DISPONÍVEL
CRÉDITOS
ESTOQUES
DESPESAS ANTECIPADAS
OUTROS VALORES E BENS
CRÉDITOS – Estes direitos representam, normalmente, um dos mais importantes ativos das
empresas em geral. São oriundos de vendas a prazo, de mercadorias e serviços a clientes, ou
decorrem de outras transações que geram valores a receber.
A Lei n° 6.404/76 não separa as transações relacionadas às atividades fins das não relacionadas com
as atividades fins da empresa. A NBC T 3 determina essa segregação, classificando as transações
não relacionadas com as atividades fins em Outros Valores e Bens.
DESPESAS ANTECIPADAS – São registrados neste grupo os valores das despesas antecipadas
que devam ser apropriadas como despesa no decurso do exercício seguinte (prêmio de seguros,
despesas financeiras, assinaturas de jornais e revistas etc.).
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No Ativo Realizável a Longo Prazo serão classificados os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituíram negócios usuais na exploração do objeto da companhia.
ATIVO PERMANENTE
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento
normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa
finalidade. São os bens e direitos não-destinados à transformação direta em meios de pagamento e
cuja perspectiva de permanência na entidade ultrapasse um exercício.
INVESTIMENTOS – São as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se
destinem à manutenção das atividades fins da empresa.
BENS TANGÍVEIS – São aqueles que têm corpo físico, tais como: terrenos, máquinas, veículos,
benfeitorias em propriedades de terceiros, direitos sobre recursos naturais, etc.
BENS INTANGÍVEIS – São aqueles cujo valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos
direitos de propriedade legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como: patentes, direitos
autorais, marcas, etc.
DIFERIDO – Serão classificados neste grupo “as aplicações de recursos em despesas que
contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos
ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder ao início das operações sociais.
Segundo Iudícibus e outros, na Obra Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (p.321),
os Ativos Diferidos caracterizam por serem ativos intangíveis, que serão amortizados por
apropriação às despesas operacionais, no período de tempo em que estiverem contribuindo para a
formação do resultado da empresa. Compreendem despesas incorridas durante o período de
desenvolvimento, construção e implantação de projetos, anteriores ao seu início de operação, aos
quais tais despesas estão associadas, bem como as incorridas com pesquisas e desenvolvimento de
produtos, com a implantação de projetos mais amplos de sistema e métodos, com reorganização da
empresa e outras. Não incluem bens corpóreos, já que estes devem ser classificados no Imobilizado.
Representam, muitas vezes, gastos que seriam lançados como despesas operacionais caso a
atividade a que se referem estivesse já produzindo receitas. É o caso dos gastos incorridos com
pessoal administrativo, despesas gerais e demais gastos específicos (desde que não sejam parte do
Imobilizado), que são necessários ao desenvolvimento de um projeto”.
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No Balanço Patrimonial, algumas contas que apresentam saldo credor devem ser agrupadas no
ativo, uma vez que representam valores retificadores de elementos que integram os seus grupos.
PASSIVO
CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A NBC T 3 não considerou o grupo Resultado de Exercícios Futuros, entendendo que tais contas
devem ser classificadas no Ativo e Passivo Circulante. A Lei n° 6.404/76 prevê este grupo, e, por
conseqüência, pode ser considerado no Plano de Contas da empresa.
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Há uma tendência entre os Doutrinadores da Ciência Contábil, em não considerar este grupo do
Passivo.
No caso de o PL ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de
Passivo a Descoberto.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
CIRCULANTE
DISPONÍVEL
CAIXA
BANCOS CONTA MOVIMENTO
APLICAÇÃO DE LIQUIDEZ IMEDIATA
CRÉDITOS
ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
ADIANTAMENTOS A EMPREGADOS
TRIBUTOS A RECUPERAR
APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS
DUPLICATAS A RECEBER
(-) DUPLICATAS DESCONTADAS
(-) PROVISÃO PARA PERDAS COM CRÉDITOS
TÍTULOS A RECEBER
BANCOS CONTAS VINCULADAS
DEPÓSITOS JUDICIAIS
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ESTOQUES
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
PRÊMIOS DE SEGUROS A VENCER
ENCARGOS FINANCEIROS A VENCER
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
DIREITOS REALIZÁVEIS APÓS O EXERCÍCIO SEGUINTE
BANCOS CONTAS VINCULADAS
CRÉDITOS COM SÓCIOS E DIRETORES
CRÉDITOS COM COLIGADAS E CONTROLADAS
ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
DUPLICATAS A RECEBER
TÍTULOS A RECEBER
(-) PROVISÃO PARA PERDAS COM CRÉDITOS
EMPRÉSTIMOS DE DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
DEPÓSITOS PARA INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS (NÃO PERMANENTES)
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
OBRAS DE ARTE
IMÓVEIS NÃO DE USO
(-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
IMOBILIZADO
TERRENOS
INSTALAÇÕES
PRÉDIOS
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
MÓVEIS E UTENSÍLIOS
VEÍCULOS
FERRAMENTAS
(-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
MARCAS E PATENTAS
CONSTRUÇÃO EM ANDAMENTO
DIFERIDO
GASTOS PRÉ-OPERACIONAIS
GASTOS DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS
GASTOS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
(-) AMORTIZAÇÃO ACUMULADA
PASSIVO
CIRCULANTE
ADIANTAMENTOS DE CLIENTES
FORNECEDORES
ENCARGOS SOCIAIS
OBRIGAÇÕES FISCAIS
EMPRÉSTIMOS
ALUGUÉIS A PAGAR
LUCROS E DIVIDENDOS A PAGAR
PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA
PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇAO SOCIAL
PROVISÕES TRABALHISTAS
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
FINANCIAMENTOS
TÍTULOS A PAGAR
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OBSERVAÇÕES:
1) A conta Banco conta Movimento com saldo credor é uma obrigação da empresa, portanto, deve
ser classificada no Passivo Circulante;
2) Ocorrendo elaboração de Demonstrações Contábeis sem respaldo em escrituração contábil
regular, poderá o CRC da jurisdição instaurar o processo administrativo contra o responsável
técnico, estando previsto penas de multas e de suspensão do exercício profissional ou processo
por infração ao Código de Ética Profissional do Contabilista, que estabelece penas de
Advertência Reservada, Censura Reservada e Censura Pública;
3) Capital a integralizar e prejuízos acumulados são contas de natureza devedora, mas devem ser
classificadas no PL, pois são retificadoras deste;
4) As depreciações acumuladas destacadas no subgrupo Investimentos só se aplicam aos bens de
renda quando cabíveis;
5) Os termos utilizados nos registros e nas demonstrações contábeis devem expressar tanto quanto
possível, o verdadeiro significado das transações ocorridas, preservando-se expressões do
idioma nacional;
6) Distribuição de lucros e compensação de prejuízos não transitam pela DRE. Esses valores são
componentes da DLPA.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONÍVEL FORNECEDORES
CAIXA ENCARGOS SOCIAIS
BANCOS CONTA MOVIMENTO OBRIGAÇÕES FISCAIS
CRÉDITOS PROVISÃO PARA I.RENDA
DUPLICATAS A RECEBER PROVISÃO PARA CS
ESTOQUES
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
CLIENTES EMPRÉSTIMOS
FINANCIAMENTOS
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
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PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
IMOBILIZADO
TERRENOS
VEÍCULOS
(-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO A DESCOBERTO
TOTAL DO ATIVO MAIS P. A DESCOB. TOTAL DO PASSIVO
4. INTRODUÇÃO
A empresa deve informar aos diversos usuários das informações contábeis, interessados em analisar
os resultados obtidos em cada período, como foi alcançado o resultado do exercício, lucro ou
prejuízo, transferido para a conta de lucros ou prejuízos acumulados.
Essa informação sobre o resultado do período é fornecida, em sua maior parte, pela Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE, que nada mais é do que a apresentação das contas de receitas e
despesas, feita de modo ordenado. Tal ordenação consiste, basicamente, na separação das receitas,
custos e despesas operacionais e não operacionais e em sua apresentação na forma indicada pela
legislação vigente, de forma vertical e dedutiva.
Portanto a DRE, observado o princípio da Competência, evidenciará a formação dos vários níveis
de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas.
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I - A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos:
II - A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;
III – As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais
e administrativas, e outras despesas operacionais;
VII – O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
RECEITA BRUTA
As vendas deverão ser contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos. Estes
impostos, bem como as devoluções e abatimentos, deverão ser contabilizadas em contas
individualizadas, que serão tratadas como contas redutoras das vendas.
No Regulamento do Imposto de Renda – Decreto n° 3000/99, art. 280 – consta que a receita líquida
é a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e
dos impostos, incidentes sobre as vendas, excluindo-se os impostos não-cumulativos, pois,
conforme orientação contida na IN SRF n° 051/78, os impostos não-cumulativos não são incluídos
na receita bruta.
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6.404/76, eles são parte integrante dela. Para conciliar e atender a legislação acima mencionada,
pode ser adotada a seguinte estrutura:
Faturamento Bruto
(-) IPI s/faturamento
Receita Bruta
VENDAS CANCELADAS
É a conta devedora que deve incluir todas as devoluções de vendas. Tais devoluções não devem ser
deduzidas diretamente da conta de vendas (Receita Bruta), mas registradas nessa conta devedora
específica. Esse procedimento é também útil para fins internos da administração para acompanhar o
volume das vendas efetuadas, mas devolvidas posteriormente pelos clientes.
São aqueles concedidos a clientes, posteriormente à entrega dos produtos, por defeitos de qualidade
apresentados nos produtos entregues, ou por defeitos oriundos do transporte ou desembarque etc,
assim como envio de produtos fora das especificações encomendadas.
Desta forma, os abatimentos ou descontos não se referem a descontos financeiros por pagamentos
antecipados, que são atualmente tratados como despesas financeiras, e não incluem também
descontos de preço dados no momento da venda, que são deduzidos diretamente nas notas fiscais.
Todavia, há empresas que adotam sistemas de contabilização das vendas de forma a registrar as
vendas brutas pelos preços normais e debitar em conta especial de descontos comerciais as reduções
dadas no preço, relativas a clientes especiais, grandes volumes etc., para controle desses descontos.
Nesse caso, tal conta deve também figurar como redução das vendas brutas para apurar a Receita
Operacional Líquida.
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes
(exceto, conforme já mencionado, o IPI), os quais são assim registrados em contas devedoras,
apresentadas como redução das vendas brutas na DRE.
Os impostos que devem ser destacados da receita operacional bruta de mercadorias e serviços,
basicamente são: IPI, ISS. ICMS, PIS e COFINS.
A apuração do custo dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa,
pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. Daí
decorre a fórmula simplificada de sua apuração, ou seja:
CPV (CMV) = EI + C - EF
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Em empresas comerciais, a fórmula é simples, pois as entradas são representadas somente pelas
compras de mercadorias destinadas à revenda.
No caso das empresas industriais, todavia, as entradas representam toda produção completada no
período, sendo que para tais empresas é necessário um sistema de contabilidade de custos cuja
complexidade vai depender da estrutura do sistema de produção, das necessidades internas para fins
gerenciais etc.
São apropriados como custos aqueles que se relacionam diretamente e são indispensáveis para a
obtenção da receita oriunda dos serviços prestados.
DESPESAS OPERACIONAIS
Todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa, ou seja,
todas as que se relacionam diretamente com o objeto social da empresa, são operacionais.
Portanto, as despesas operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender
produtos e administrar a empresa, sendo que, dentro do conceito da Lei n° 6.404/76, abrange
também as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados líquidos das atividades
acessórias da empresa, são também consideradas operacionais.
O artigo 187, da Lei n° 6.404/76, estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão
deduzidas as “despesas com vendas, as despesas financeiras deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais”.
Despesas Operacionais
A – de vendas
B – Administrativas
C – Resultado Financeiro Líquido
D – Outras Receitas e Despesas Operacionais
Com base no que foi exposto até aqui, as despesas/receitas operacionais são formadas, dentre
outras, pelos seguintes itens:
Despesas com Vendas
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Apresentamos a seguir, a título de ilustração, a DRE publicada comparativamente que faz parte do
conjunto de Demonstrações Contábeis elaborado e publicado pela empresa.
Receita Operacional Bruta (100) Produto da venda de mercadorias, produtos e serviços. Valor
total cobrado dos clientes, inclusive impostos.
Deduções das Vendas (30) Impostos sobre vendas (IPI, ICMS e ISS, contribuições (PIS e
COFINS), devoluções, abatimentos e descontos comerciais.
R.O.L. 70 Receita Operacional Líquida
CPV/CMV e CSP (40) Materiais, mão-de-obra e custos gerais de fabricação gastos
no processo de aquisição ou produção dos bens e serviços
vendidos.
Lucro Bruto 30
Despesas Operacionais Gastos incorridos no processo de geração de receitas
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Um dos aspectos mais complexos na Contabilidade prende-se à apuração e determinação dos custos
dos estoques, não só por ser um ativo significativo, mas também pelo fato de que sua determinação
por um, ou outro valor tem reflexo direto na apuração do resultado do exercício e, ainda, em face da
grande quantidade de itens que normalmente compõem os estoques, cuja movimentação de entradas
e saídas é constante. Neste tópico, faremos considerações sobre o custeamento dos estoques de
mercadorias, tendo em vista que em capítulos posteriores, serão abordados os sistemas de
custeamentos dos produtos fabricados pelas empresas industriais.
Um primeiro aspecto a ser considerado sobre o custo no caso de matérias-primas e outros itens dos
estoques, exceto os produtos em processo e acabados, é saber o que representa e o que inclui tal
custo.
Normalmente esses tipos de itens têm seu custo identificado pela documentação de compra (NF
etc.). No entanto, o conceito de custo de aquisição é deve englobar o preço do produto comprado,
mais os custos incorridos adicionalmente, até estar o item no estabelecimento da empresa. Nesse
sentido, os custos de embalagem, transporte e seguro, quando por conta da empresa, devem ser
considerados como parte do custo de aquisição e debitados a tais estoques.
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Ressalte-se, entretanto, no caso das importações, que a variação cambial incorrida até a data da
entrada do produto no estabelecimento do adquirente deverá ser agregada ao custo; daí em diante,
passará a ser despesa financeira.
ICMS – no caso de ser incluso no preço, ou pago, e não sendo recuperável fiscalmente, tal imposto
deve integrar o custo de aquisição. No caso, todavia, em que o ICMS é fiscalmente recuperável, não
deverá fazer parte dos estoques.
IPI – não faz parte, no caso de indústria, do custo do produto, pois o IPI é imposto destacado e a
empresa mero agente arrecadador. No caso, todavia, de a empresa ser o consumidor final do
produto ou de não haver recuperação, o custo do item é o seu preço normal mais o IPI.
II – Imposto de Importação – faz parte do custo do produto, pois não tem recuperação.
No que tange ao IOF incidente sobre as operações de câmbio, no caso de importações, tal ônus deve
ser agregado ao custo de importação, do produto adquirido, mesmo nos casos em que a importação
é paga a prazo, caso em que o IOF será também devido somente na liquidação do câmbio. Para
tanto, o IOF deverá ser provisionado na data do desembaraço da mercadoria a crédito de um passivo
“Provisão para IOF”.
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Esse método significa valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para cada item
especificamente determinado. É usado somente quando é possível fazer tal determinação do preço
específico de cada unidade em estoque, mediante identificação física, como no caso de revenda de
automóveis usados, por exemplo.
Com base neste critério, daremos baixa pelo custo de aquisição, da seguinte maneira: O Primeiro
que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS ou FIFO – First-In-First-Out). À medida que ocorrem as
vendas ou o consumo, vai-se dando baixa, a partir das primeiras compras, o que equivale ao
seguinte raciocínio: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas.
Fazendo com que a baixa de cada unidade vendida seja dada pelo custo mais antigo em estoque
(primeiro a entrar é sempre o primeiro a sair), e representando graficamente a movimentação como
se fosse uma ficha de controle de estoques, teremos:
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10 20,00 200,00
15/01 10 30,00 300,00
20 500,00 10 30,00 300,00
10 30,00 300,00
20/01 30 35,00 1.050,00 30 35,00 1.050,00
40 1.350,00
30/01 10 30,00 300,00 30 35,00 1.050,00
SOMA 50 - 1.650,00 40 - 1.000,00 30 35,00 1.050,00
O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse período seria,
portanto, de R$ 1.000,00, e o valor do estoque final, de R$ 1.050,00, ou seja, o primeiro
baseado nas compras mais antigas e esse último nas compras mais recentes.
Este critério representa exatamente o oposto do sistema anterior, dando-se baixa nas vendas
pelo custo da última mercadoria adquirida; desta forma, a Última a Entrar é a Primeira a
Sair – UEPS (LIFO – Last-In-First-Out). Usando os mesmos dados do exemplo anterior,
teremos:
O custo das vendas ou dos materiais consumidos seria agora R$ 1.150,00, enquanto o estoque final,
de R$ 900,00.
Neste critério, o valor médio de cada unidade em estoque se altera pelas compras de outras unidades
por preço diferente.
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Este método, mais comumente utilizado no Brasil, evita o controle de custos por lotes de compras,
como nos métodos anteriores, mas obriga a maior número de cálculos ao mesmo tempo em que
foge dos extremos, dando como custo da aquisição um valor médio das compras.
O custo das vendas ou o custo a ser transferido para a produção, apurado agora, foi de R$
1.075,00 e o estoque final, de R$ 975,00.
Tanto o custo das saídas como o estoque final terão valores de compras (ponderados porque há
influência não só do preço, mas também das quantidades compradas), situando-se entre os apurados
pelo PEPS e pelo UEPS.
O fisco brasileiro, conforme Parecer Normativo CST n° 06, de 26/01/79, admite a média móvel,
mesmo que todas as entradas de um mês sejam consideradas como lote único, também permitindo
que todas as baixas de um mês sejam tidas como se fossem uma única. O que ele não aceita é a
média ponderada fixa de um exercício inteiro. Isto é, não admite a avaliação dos estoques pelo valor
médio (mesmo que ponderado) das compras do ano todo e do estoque inicial.
No exemplo utilizado para os três critérios expostos, suponhamos que as vendas tenham sido:
Comparando os resultados obtidos, como se todas as saídas de vendas e não de requisição para
consumo na produção (apenas para maior facilidade de análise), teremos:
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Vê-se claramente que, se três empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas
mesmas condições (quantidades e preços), suas situações reais seriam as mesmas, com a
mesma quantidade em estoque, porém os resultados obtidos seriam diferentes, em
conseqüência dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos se baseassem no
custo de aquisição.
No entanto, no período seguinte haverá, para cada critério, um valor de estoque inicial diferente;
assim, no PEPS existirá um valor maior a ser baixado, o que fará a redução do lucro no período
seguinte. Desta forma, tende a haver uma compensação período a período. Afinal, quando todo o
estoque tiver sido baixado, o lucro total será igual em qualquer dos critérios.
Um problema de natureza gerencial que surge com o uso desses critérios é que se baseiam única e
exclusivamente no valor de aquisição, sem levar em conta se é possível ou não, agora, efetuar uma
nova compra pelo mesmo custo da anterior. Seria perfeito, caso a empresa fizesse as compras e as
vendesse sem intenção de continuar operando (a diferença entre os valores de venda e de custo seria
o seu lucro real).
No caso de a empresa continuar operando normalmente, o que é a regra, esse lucro, baseado no
custo da mercadoria adquirida, poderá não ser real, pois quando repuser a mercadoria vendida terá a
necessidade de utilizar uma parte desse mesmo lucro para completar o seu pagamento.
Entretanto, o uso desse critério, ou seja, de preços de reposição, não pode normalmente ser utilizado
ainda na Contabilidade.
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Essa demonstração visa apresentar, de forma clara, o resultado líquido do período, sua distribuição
e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados.
Esta demonstração é obrigatória, também, para as sociedades limitadas e outros tipos de sociedades,
conforme a legislação do Imposto de Renda. No entanto, para as companhias de capital aberto, a
CVM estabeleceu através da IN n° 59, a obrigatoriedade de elaboração e publicação da DMPL, a
qual, em uma de suas colunas, demonstra a DLPA.
“A DLPA discriminará:
§ 2° - A DLPA deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser
incluída na DMPL se elaborada e publicada pela companhia.”
É necessário informar que o item I do artigo 186 foi modificado pela Lei n° 9.249, com a extinção
da CM das demonstrações financeiras, ficando, portanto, o texto atual, com a seguinte redação:
A conta de lucros ou prejuízos acumulados pode sofrer débitos e créditos de diversas naturezas..
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Os débitos que, em geral, representam apropriação dos lucros podem ser das seguintes espécies:
Evidentemente, no mesmo exercício não poderá haver lucro e prejuízo líquido. Ao final do período,
a empresa apresentará lucro ou prejuízo, mais nunca ambos ao mesmo tempo.
Os ajustes de exercícios anteriores pode ser oriundos de duas fontes: de mudança de critério
contábil ou de erro não imputável ao exercício corrente. Tais ajustes devem ser contabilizados
diretamente na conta de lucros acumulados, de maneira a aumentá-los ou diminuí-los.
Critérios contábeis somente devem ser alterados quando essa mudança ocasionar uma melhora na
informação contábil.
Suponhamos que a empresa, no passado, contabilizava a despesa com garantia na data do seu
pagamento (regime de caixa) e, nesse exercício, adota o procedimento de contabilizar esse gasto
segundo o regime de competência, fazendo a correspondente provisão para garantias.
É claro que o pagamento, nesse exercício, das garantias referentes a vendas do exercício anterior
deve ser lançado na conta de lucros acumulados e não no resultado do exercício, evitando, assim,
elevar o gasto indevidamente nesse resultado.
Convém destacar que a mudança de critério é diferente de mudança de situação. Vejamos um caso
em que tal mudança deve ocorrer.
A empresa vem depreciando um bem pela taxa de 25% a.a., ou seja, considera sua vida útil de
quatro anos e, passado algum tempo, altera a taxa de depreciação para 20% a.a. em função de nova
estimativa do prazo de vida útil do bem.
Tal mudança não é de critério, e sim de estimativa. O critério é depreciar o bem pela sua vida útil.
Esse fato, quando relevante, deve ser indicado em notas explicativas, porém não será contabilizado
na DLPA e sim no resultado do período.
Os erros devem ser evitados. Porém, se descoberto algum, deve ser feita sua correção, usando a
conta de lucros ou prejuízos acumulados.
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As reversões de reservas são importantes porque algumas delas alteram o montante que servirá de
base para a apuração do dividendo obrigatório. É o caso, por exemplo, da reserva de contingências.
É importante notar que a Provisão para Contingências tem como fato gerador algo já ocorrido, por
exemplo, uma demanda trabalhista por parte de ex-empregado. Neste caso há uma perda provável e
um credor em potencial. No caso de Reserva de Contingência não ocorreu o fato gerador na perda,
mas há uma probabilidade que venha a ocorrer no futuro, como, por exemplo, uma enchente.
As reservas, quaisquer que sejam suas origens, não se confundem com as provisões. Desta forma,
não teremos na DLPA quaisquer valores a título de reversão de provisões, os quais serão revertidos
diretamente na conta de resultado do exercício.
As transferências para reservas são efetuadas de acordo com as disposições estatutárias, que se
baseiam em normas legais e são propostas pela administração.
A administração pode propor, por exemplo, a destinação de parte do resultado para a formação de
reserva para contingência. Tal proposta deverá ser justificada pela administração à Assembléia
Geral.
As reservas estatutárias são, como o próprio nome indica, aquelas cujos critérios de apuração,
finalidades e limites máximos encontram-se claramente definidos nos estatutos.
Por último, a reserva legal (prevista em lei) deverá ser constituída à base de 5% do lucro líquido
(antes de qualquer outra destinação), até o limite de 20% do capital social. Tendo por finalidade
assegurar a integridade do capital social, essa reserva só pode ser utilizada para aumentar o capital
ou para compensar prejuízos.
A apuração do dividendo obedece, na atual legislação, a critérios bem definidos que limitam o
poder da administração e das controladoras com relação ao montante a ser distribuído.
Os totais dos dividendos a serem distribuídos e o montante por ação devem ser indicados nesta
demonstração.
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CIA DINÂMICA
BALANCETE $ $
CONTAS DE RESULTADO DÉBITO CRÉDITO
Vendas 100.000
Comissões sobre vendas 1.800
Impostos sobre vendas 20.000
Publicidade e propaganda 200
Descontos concedidos 1.000
Receitas financeiras 900
Custos das vendas 38.000
Honorários da diretoria 2.400
Salários e encargos 7.000
Impostos e taxas 200
Depreciações e amortizações 300
Despesas administrativas 100
Despesas financeiras 1.900
Prejuízo na venda de imobilizado 5.000
Prejuízo na avaliação de controladas 1.600
Despesas com Impostos de Renda 8.000
Receitas não operacionais 9.000
Despesas não operacionais 1.900
Receitas de dividendos 6.000
Lucro na venda de bens móveis 500
Baixa de ativos obsoletos 1.000
SALDOS 90.400 116.400
1. DRE;
2. DLPA; e
3. Cálculo dos dividendos e das participações societárias
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Informações adicionais:
1. Em 2000 a provisão para o IR foi calculada a maior em $ 400 por motivo de erro de cálculo.
Este erro deverá ser ajustado este ano.
2. Em 1999 foi construída uma Reserva para Contingência. Em 2001 a causa foi julgada, sendo
favorável à empresa. O saldo em 31/12/2000 da reserva para contingência era de $ 3.000.
3. O estatuto da companhia prevê a constituição da reserva legal e da reserva estatutária (ambas à
base de 5% do LL).
4. As participações societárias são:
Empregados 5%
Administradores 10%
5. Os prejuízos acumulados no início do exercício de 2001 eram de $ 1.900.
6. O estatuto da companhia prevê a distribuição de um dividendo anual, na base de 30% do LLE,
depois das participações e compensações.
RESOLUÇÃO:
DRE $
Receita Bruta 100.000
(-) deduções das Vendas: Impostos s/vendas e descontos concedidos (21.000)
Receita Operacional Líquida 79.000
(-) CMV (38.000)
Lucro Bruto 41.000
(-) Despesas Operacionais (14.600)
Despesas com vendas (2.000)
Despesas administrativas (10.000)
Resultado financeiro (1.000)
Resultado de Equivalência Patrimonial (1.600)
Lucro Operacional 26.400
Receitas Não Operacionais 15.500
Outras receitas não operacionais 9.000
Receitas de dividendos 6.000
Lucro na venda de bens móveis 500
Despesas não Operacionais (7.900)
Prejuízo na venda de imobilizado (5.000)
Baixa de ativos obsoletos (1.000)
Outras despesas não operacionais (1.900)
Lucro Antes do IR e CS 34.000
(-) Provisão para IR e CS (8.000)
Lucro Antes das Participações Societárias 26.000
Participações de empregados (1.225)
Participações de administradores (2.327)
Lucro Líquido do Exercício 22.448
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6.1– INTRODUÇÃO
O PL de uma entidade representa a riqueza real da empresa e pode ser interpretado como sendo os
ativos líquidos pertencentes aos proprietários, ou seja, bens mais direitos menos obrigações e
constituem direito comum desses mesmos proprietários. Corresponde ao chamado capital próprio,
ou seja, proveniente dos proprietários e dos lucros ou prejuízos decorrentes das atividades da
empresa.
A DMPL, apesar de não ser obrigatória para as empresas de capital fechado, é de muita utilidade,
pois fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas componentes do PL;
faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo
ou diminuição no PL durante o exercício. Trata-se, portanto, de informação que complementa os
demais dados constantes do Balanço e da DRE. É particularmente importante para as empresas que
tenham seu PL formado por diversas contas e mantenham com elas inúmeras transações.
Sua importância se torna acentuada em face dos novos critérios da lei, pois a demonstração indicará
claramente a formação e a utilização de todas as reservas e não apenas das originadas por lucros;
servirá também, para melhor compreensão, inclusive quanto ao cálculo dos dividendos obrigatórios.
A DMPL, é útil e necessária ainda na elaboração da DOAR, já que parte de tais mutações, no total
do PL, são de parcelas que representam origens ou aplicações de recursos.
Na prática todos os tipos de empresas vêm elaborando a DMPL, dependendo do seu porte e
finalidades.
Reconhecendo a importância da DMPL, a Lei n° 6.404, a mencionou no § 2°, do artigo 186, onde
diz: “A DLPA poderá ser incluída na DMPL, se elaborada e publicada pela companhia”.
É lógico, que se a empresa elaborar a DMPL, incluindo-a como integrante de suas Demonstrações
Contábeis do exercício, deverá deixar de elaborar a DPLA, desde que as informações desta estejam
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inseridas, no mesmo nível de informação, naquela. Para tanto, uma das colunas da DMPL será a da
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
As contas que formam o PL podem sofrer variações por vários motivos, tais como:
A técnica é fazer um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas do PL da
empresa e abrindo uma coluna Total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as
contas individuais.
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma coordenada. Por
exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na linha correspondente a essa
transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital pelo valor do aumento, e, na mesma linha,
as reduções nas contas de reservas e lucros utilizados no aumento de capital pelos valores
correspondentes.
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a) Abrir um papel de trabalho colunado, no qual se transcreve, no topo de cada coluna, os nomes
das contas, reservando espaço nas primeiras colunas para descrição da natureza das transações,
e uma coluna final para o total;
b) Saldo de Abertura – Transcrever os saldos de cada conta na data do Balanço final do exercício
anterior. Somar os saldos por conta para preencher a coluna total;
c) Adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas referidas contas, no período, abrindo linhas
para cada natureza de transação, como:
- Correção monetária
- Aumento de Capital
- Lucro do Exercício
- Dividendos distribuídos etc.
d) totalizar ao final, as colunas, cujos saldos devem coincidir com os saldos do Balanço, e totalizar
também as linhas.
A coluna destinada ao capital deve ser efetivamente o movimento no Capital realizado. Caso a
empresa tenha Capital a Realizar, que é conta redutora do PL, pode-se, para simplificar, fazer uma
só coluna para o capital, deduzida a conta Capital a Realizar.
Ambos os modelos, apresentam a utilização requerida. O modelo detalhado tem a vantagem de ser
mais completo, por apresentar todas as alterações nas contas patrimoniais. No entanto, o modelo
sumariado apresenta a vantagem de permitir uma compreensão das mutações patrimoniais, por ser
mais objetivo.
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7.1 – INTRODUÇÃO
As sociedades anônimas, e tão-somente elas, são obrigadas a elaborar a DOAR, conforme preceitua
o artigo 188 da Lei n° 6.404/76.
Por esse motivo, a DOAR é uma demonstração pouco conhecida pela grande maioria dos
profissionais em geral, entretanto, trata-se de uma demonstração muito útil para compreender a
evolução da posição financeira da empresa, bem como para assimilar a política adotada pela
diretoria da empresa na gestão dos seus recursos.
É muito comum os empresários ao verem um Balanço Patrimonial quererem obter conclusões por
uma ótica eminentemente financeira, e o balanço deve ser visto, como regra, mais por uma ótica
econômica. Desta forma, eis aí a utilidade da DOAR, pois está demonstração proporciona ao
usuário das informações contábeis uma visão da empresa segundo uma ótica financeira.
A DOAR, como seu próprio nome indica, tem por objetivo apresentar de forma ordenada e
sumariada principalmente as informações relativas as operações de financiamento e investimento da
empresa durante o exercício, e evidenciar as alterações na posição financeira da empresa.
Como sabemos, o CCL é representado pelo Ativo Circulante (Disponível, Contas Receber,
Investimentos Temporários, Estoques e Despesas pagas Antecipadamente) menos o Passivo
Circulante (fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte).
Dessa forma, essa demonstração não deve ser confundida com as demonstrações que visam somente
ao fluxo das disponibilidades, como a Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC, a qual visa somente
mostrar as entradas e saídas de dinheiro, ao passo que a DOAR é mais abrangente, não só por ter as
variações em função do CCL, ao invés de caixa, mas por representar uma demonstração das
mutações na posição financeira como um todo. Por essa razão, em alguns países é denominada
Demonstração das Mutações na Posição Financeira.
Com base no exposto até aqui, na DOAR podemos obter informações valiosas, como:
60
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3) Qual foi a política financeira da empresa adotada no exercício, ou seja, se a empresa aumentou
ou diminuiu o CCL e de que maneira a administração aplicou os recursos gerados no exercício;
4) A forma pela qual a administração gerencia os recursos da empresa, ou seja, se adota uma
política agressiva ou conservadora;
5) De que forma a empresa tem se posicionado em relação à renovação do seu ativo imobilizado
(aplicação de recursos) e de que maneira tem obtido os recursos (origem) para esta renovação;
6) A evolução dos financiamentos e empréstimos de longo prazo obtidos (origem de recursos) e
em que foram aplicados na empresa;
7) Em período de turbulência econômica no país, como a administração da empresa se posiciona
em relação à sua política financeira;
8) A política de distribuição de lucros ou dividendos aos sócios ou acionistas, verificando se esta
distribuição está em sintonia com a capacidade financeira da empresa.
As origens de recursos são representadas pelos aumentos do CCL, e as mais comuns são
b) DOS ACIONISTAS, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que
tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu CCL.
c) DE TERCEIROS, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos
recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação do
Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origens de recursos
para fins dessa demonstração, pois não alteram o CCL. De fato, nesse caso há um aumento de
disponibilidades e, ao mesmo tempo, aumento do Passivo Circulante.
As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do CCL, e as mais comuns são:
Além das origens e aplicações já mencionadas, há inúmeros tipos de transações efetuadas que não
afetam o CCL, mas são representadas como origens e aplicações simultaneamente.
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EXEMPLO:
7.6.1 – INTRODUÇÃO
I – ORIGENS DOS RECURSOS – onde são discriminadas as origens por natureza, e apurado o
valor total dos recursos obtidos no exercício.
II – APLICAÇÃO DOS RECURSOS – onde são relacionadas as aplicações, também por natureza,
e evidenciado o seu valor total.
III – AUMENTO OU REDUÇÃO NO CCL – representa a diferença entre o total das origens e o
total das aplicações.
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a) Dividendos distribuídos;
b) Aquisição de direitos do Ativo Imobilizado;
c) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo, dos investimentos e do Ativo Diferido;
d) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo.
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3) apenas devem compor a DOAR valores que afetaram no período o CCL da empresa;
4) como CCL (Capital de Giro Líquido) da empresa deve ser entendido o valor total do AC
subtraído do total do PC;
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ATIVO
CIRCULANTE 1.131.000.
Caixa 1.000.
Bancos 100.000.
Aplicações Financeiras 200.000.
Clientes 700.000.
(-) PDD (20.000)
Estoques 110.000.
Despesas Antecipadas 40.000.
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 40.000.
Empréstimos a Receber 40.000.
PERMANENTE 188.000.
IMOBILIZADO 188.000.
Máquinas e Equipamentos 140.000.
Móveis e Utensílios 100.000.
Veículos 50.000.
(-) depreciação Acumulada (102.000)
TOTAL DO ATIVO 1.359.000.
PASSIVO
CIRCULANTE 380.000.
Fornecedores 100.000.
Empréstimos a Pagar 150.000.
Obrigações a Trabalhistas 50.000.
Obrigações tributárias 80.000.
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 200.000.
Empréstimos a Pagar 200.000.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 779.000.
Capital Social 340.000.
Reservas de Capital 50.000.
Lucros Acumulados 389.000.
TOTAL DO PASSIVO 1.359.000.
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5) Obtenção de empréstimo em 28/10/97, para pagamento no prazo de dois anos (24 parcelas
mensais de 10.000.), tendo os seguintes elementos:
OBSERVAÇÃO:
O desdobramento é importante para a correta composição do passivo exigível (curto e longo prazo),
e em decorrência, para a correta elaboração da DOAR.
ATIVO
CONTA 31/12/96 31/12/97
CIRCULANTE 1.131.000. 958.300.
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VARIAÇÃO
DESCRIÇÃO 31/12/96 31/12/97 $ %
Ativo Circulante 1.131.000. 958.300. (172.700) (15,27)
Passivo Circulante (380.000) (501.000) (121.000) 31,84
CCL 751.000. 457.300. (293.700) (39,11)
Podemos observar que o CCL diminuiu, afetando o Índice de Liquidez Corrente da empresa, como
veremos abaixo:
AC em 31/12/96 1.131.000
-------------------- = ------------- = 2,98 (LC em 31/12/96)
PC em 31/12/96 380.000
AC em 31/12/97 958.300
------------------- = ---------- = 1,91 (LC em 31/12/97)
PC em 31/12/97 501.000
Em 31/12/96, para cada R$ 1,00 de obrigações a pagar de curto prazo (1 ano), a empresa dispunha
de R$ 2,98 para quitação, com folga financeira de R$ 1,98; enquanto que em 31/12/97 ocorre a
redução da liquidez corrente da empresa, pois para cada R$ 1,00 de obrigação de curto prazo, a
empresa dispõe de R$ 1,91, com folga de R$ 0,91.
Por que e como foi reduzido o CCL da empresa refletindo negativamente no seu índice de liquidez?
Verificamos que a variação no CCL (AC-PC) encontra-se refletida em contrapartida nas contas não
circulantes do BP, como podemos ver no passo seguinte.
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VARIAÇÃO
CONTAS 31/12/96 31/12/97 $ %
ATIVO NÃO CIRCULANTE
RLP 40.000. 71.000. 31.000. 77,50
Investimentos Permanentes -0-. 6.000. 6.000. 100,00
Imobilizado 188.000. 595.300. 407.300. 216,65
TOTAL ATIVO NÃO CIRC. 228.000. 672.300. 444.300. 194,87
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
ELP (200.000) (301.500) (101.500) 50,75
Capital Social (340.000) (340.000) -0-. -0-.
Reservas de Capital (50.000) (50.000) -0-. -0-.
Lucros acumulados (389.000) (389.000) -0-. -0-.
Lucro Líquido do Exercício -0-. (49.100) (49.100) 100,00
TOTAL PASSIVO NÃO CIRC. (979.000) (1.129.600) (150.600) 15,38
TOTAL LÍIQUIDO = CCL (751.000) (457.300) 293.700. -
Conforme quadro acima, podemos verificar que a diminuição do CCL (293.700) anteriormente
demonstrada está refletida, em contrapartida, nas movimentações ocorridas nas contas não
circulantes do balanço.
Com base nas variações ocorridas nas contas não circulantes, podemos elaborar de forma resumida
a DOAR, conforme apresentado a seguir.
Vejamos o seguinte:
DOAR (RESUMIDA)
ORIGENS DE RECURSOS
Aumento do ELP 101.500.
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LLE 49.100.
Total das Origens 150.600.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Aumento do RLP 31.000.
Aumento do Investimento 6.000.
Aumento do Imobilizado 407.300.
Total das Aplicações 444.300.
verificamos nos itens anteriores que há valores que precisam ser ajustados para elaboração da
DOAR, portanto, no nosso exemplo, com base nos lançamentos contábeis realizados devido as
transações do período, cabem ser feitos os seguintes ajustes:
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(=) despesa financeira excedente $ 500. (valor a ser adicionado ao LLE para
elaboração da DOAR).
Após realizados os ajustes e com base nas explicações já feitas, temos condições de apresentar a
peça final da DOAR. Conforme a seguir:
De posse da DOAR, podem-se obter conclusões úteis e esclarecedoras sobre a evolução da posição
financeira da empresa.
Embora a empresa tenha auferido lucro no transcorrer do exercício de 1997 e obtido empréstimo
bancário, reforçando assim o AC com a entrada desses recursos, a empresa carreou estes recursos
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8.1 – INTRODUÇÃO
Como parte do esforço desenvolvido nesse sentido, surgiram as Notas Explicativas que são
informações complementares às demonstrações contábeis, representando parte integrante das
mesmas.
Estas notas podem estar expressas tanto na forma descritiva como na forma de quadros analíticos,
ou mesmo englobando outras demonstrações contábeis que forem necessárias ao melhor e mais
completo esclarecimento das demonstrações de determinado período.
As notas podem ser empregadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela companhia, para
explicações adicionais sobre determinadas contas ou operações específicas e ainda para
composições e detalhes de certas contas.
Outro aspecto a ser sempre considerado é que a menção de um erro contábil numa nota explicativa
não justifica esse erro; é interessante a sua menção para esclarecimento do usuário das
demonstrações contábeis; porém, o erro persiste, apesar de mencionado numa nota explicativa.
Os §§ 4° e 5° do artigo 176 da Lei n° 6.404/76 tratam das Notas Explicativas aos relatórios que
serão elaborados no final de cada exercício social.
“Art. 176 – Ao final de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza
a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - Balanço Patrimonial;
II – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
III – Demonstração do Resultado do Exercício;
IV – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
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Em complemento às notas previstas na Lei 6.404, a CVM vem apresentando recomendações sobre a
divulgação de diversos assuntos relevantes para efeito de melhor entendimento das demonstrações
contábeis. Os temas objeto dessas sugestões são os seguintes:
Ações em tesouraria;
Ágio / deságio;
Ajustes de exercícios anteriores;
Planos de aposentadoria e pensões;
Arrendamento mercantil (leasing);
Ativo diferido;
Capacidade ociosa;
Capital social autorizado;
Continuidade normal dos negócios;
Critérios de avaliação;
Debêntures;
Demonstrações em moeda de capacidade constante;
Demonstrações financeiras consolidadas;
Destinação de lucros constantes em acordo de acionistas;
Dividendo por ação;
Dividendos propostos;
Empreendimentos em fase de implantação;
Equivalência Patrimonial;
Eventos subseqüentes;
Investimentos em sociedades no exterior;
Lucro ou prejuízo por ação;
Mudança de critério contábil;
Obrigações de longo prazo;
Ônus, garantias e responsabilidades eventuais e contingenciais;
Partes beneficiárias;
Programa de desestatização;
Provisão para créditos de liquidação duvidosa;
Opções de compra de ações;
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Reavaliação;
Remuneração dos administradores;
Reservas de lucros a realizar;
Reservas – detalhamento;
Retenção de lucros;
Vendas ou serviços a realizar.
Observa-se, assim, a tendência de fornecer informações cada vez mais significativas aos usuários
das demonstrações contábeis.
8.3.1 – INTRODUÇÃO
O conjunto de informações que deve ser divulgado por uma empresa representa sua “prestação de
contas” e abrange:
• Relatório da Administração.
As Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas que as complementam.
• Parecer dos Auditores Independentes.
A administração pode fornecer importante contribuição aos usuários, ou seja, elaborar o Relatório
da Administração de maneira orientada para o futuro, não só ao fornecer projeções e operações
previstas para o futuro, mas também ao fazer análises do passado, indicativas de tendências futuras.
Outra característica relevante a ser considerada é que o Relatório da Administração, por ser
descritivo e menos técnico que as demonstrações contábeis, reúne condições de entendimento por
uma gama bem maior de usuários, em relação àquele número de usuários que conseguirá entender e
tirar as conclusões básicas que necessitam somente das Demonstrações Contábeis.
O Relatório da Administração, pelo seu maior poder de comunicação, poderá dessa forma, fornecer
tais conclusões a uma gama maior de usuários.
Por exemplo, existe um acordo quanto aos principais tópicos a serem enfocados, ou seja, devem
incluir uma discussão e análise pelos Administradores, que contemplem:
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Deve abordar e permitir uma visão das atividades da empresa, ou grupo, contemplando discussão e
análise dos seguintes itens, quando apropriado:
Se uma introdução, declaração ou opinião do presidente da empresa for apresentada, deve servir
como elemento adicional do Relatório da Administração.
ANÁLISE SETORIAL
Essa parte do Relatório da Administração deve abranger a análise de segmentos individuais, ou seja,
por ano de atividades inclusive com maiores detalhes e com dados consistentes com os analisados
no contexto corporativo, bem como abranger operações internacionais ou por áreas geográficas.
ANÁLISE FINANCEIRA
a) os resultados operacionais inclusive quanto aos efeitos dos resultados dos segmentos no
desempenho global e, também, a eventuais efeitos significativos ocasionados por fatores
internos ou externos;
b) situação de liquidez e fontes de capital, inclusive a capacidade de atendimento de
compromissos a curto e longo prazos;
c) avaliação dos ativos e impacto de eventuais defasagem por conta de efeitos inflacionários onde
for relevante o efeito nos resultados e posição financeira;
d) especial atenção deve ser dada aos efeitos das variações na taxa de câmbio em todos os aspectos
da análise.
OUTRAS INFORMAÇÕES
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Além dos tópicos e itens já mencionados por inclusão no Relatório da Administração, devem-se
considerar os seguintes itens adicionais:
CONCLUSÃO
A Resolução n° 820/97, do CFC, aprova as Normas de Auditoria Independente das DC, a qual em
seu item 11.3, trata das Normas do Parecer dos Auditores Independentes. A Resolução CFC n°
830/98, aprova a Interpretação Técnica do item 11.3, a qual teve como objetivo principal, esclerecer
e definir melhor o sentido do referido item.
Com base na legislação existente, existem quatro tipos de pareceres de auditoria independente,
conforme a seguir relatados.
O parecer-padrão, conforme modelo apresentado pelo CFC, é conciso e diz somente o necessário
para atender às exigências das normas de auditoria. Por essa razão, muitos estranham que todos os
auditores redijam seus pareceres com a mesma linguagem, aparentemente estereotipada e sem
77
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significado mais profundo. Essa redação necessita, pois, ser analisada, para que se possa entender os
seus reais significados de cada uma de suas palavras ou expressões.
Com a redação de três parágrafos, padronizada para evitar expressões dúbias e má interpretação por
parte dos usuários das DC, o auditor estará cumprindo inteiramente os requisitos das normas de
auditoria relativas ao parecer do auditor.
Qualquer omissão nas recomendações mínimas referentes ao conteúdo do parecer deve ser
considerado como forma de ressalva. O auditor deve expressar sua opinião de modo objetivo e
preciso, a fim de consignar o grau de responsabilidade assumida em relação às DC.
O parecer sem ressalva, também conhecido por “Parecer Limpo”, corresponde, pois, ao parecer-
padrão.
78
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Destinatário
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador n° de registro no CRC
Quando o auditor pretender emitir parecer com ressalva, o parágrafo da opinião deve ser
modificado de maneira a deixar clara a natureza da ressalva. Ele deve referir-se, especificamente, ao
objetivo da ressalva e deve dar explicação clara de seus motivos e do efeito sobre a posição
patrimonial e financeira e sobre o resultado das operações, se esse efeito puder ser razoavelmente
79
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O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, modificado o parágrafo
de opinião, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”,
referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. Não é aceitável nenhuma outra expressão na
redação desse tipo de parecer. No caso de limitação na extensão do trabalho, o parágrafo referente à
extensão também será modificado, para refletir tal circunstância.
Quando o auditor emite parecer adverso, deve revelar, em parágrafo especial intermediário (ou em
vários, se necessário):
Sempre que se expressa parecer adverso, o parágrafo da opinião deve referir-se especificamente ao
parágrafo intermediário, que poderá ter o seguinte exemplo:
(Parágrafo especial)
“Como se descreve na nota explicativa n° 1, relativa aos critérios contábeis utilizados pela
empresa, esta apresenta, em suas demonstrações contábeis, os estoques e o ativo fixo, avaliados por
critério de estimativa feita pela própria administração, sem qualquer base razoável que justifique
tais avaliações, refletindo, no resultado do exercício, em lucro decorrente da diferença entre os
custos históricos e os valores de avaliação, no total de R$________,. Além disso, não reajustou as
variações cambiais sobre seus empréstimos no exterior, o que representaria um aumento de passivo
de R$_____ e igual efeito no prejuízo do exercício. Em virtude desses desvios aos Princípios
Fundamentais de Contabilidade, o ativo e o passivo da empresa estão incorretamente apresentados,
e o resultado do exercício, declarando um lucro de R$_______, corresponde, na realidade, a um
prejuízo de R$________.”
(Parágrafo de opinião)
“Em nossa opinião, devido aos efeitos dos fatos relatados no parágrafo anterior, as
demonstrações contábeis acima descritas não representam, de acordo com os Princípios
80
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Não há necessidade de referência à uniformidade, desde que não foram adotados PFC. Não
obstante, se o auditor deparar com problemas específicos de falta de uniformidade, em relação a
outros princípios além daqueles citados, deverá a eles referir-se.
O Parecer com Abstenção de Opinião declara que o auditor não expressa opinião sobre as DC.
Nesse caso ele deve indicar, em parágrafo especial intermediário de seu relatório, todas as razões
fundamentais que o levaram a negar opinião sobre as referidas DC, bem como qualquer outra
restrição que o auditor possa ter com relação à adequada apresentação das demonstrações de acordo
com os PFC.
A abstenção de opinião geral é adequada quando o auditor não teve condições de realizar um exame
que compreendesse o alcance necessário para que ele pudesse reunir os elementos de juízo
suficientes para permitir-lhe tomar uma opinião sobre as DC objeto de seu exame.
Quando o auditor realiza os exames, com alcance suficiente para detectar irregularidades ou desvios
relevantes em relação à aplicação dos PFC, o auditor não deve emitir parecer com abstenção de
opinião, mas um parecer adverso, declarando que as DC não representam a situação patrimonial e
financeira da entidade e os resultados do exercício, de acordo com os PFC.
(Parágrafo do alcance)
(Parágrafo especial)
“A empresa não realizou inventário dos estoques na data do balanço e não possui qualquer
tipo de controle que nos possa permitir a identificação das mercadorias em estoque e dos bens do
ativo fixo. Os débitos para com fornecedores não são registrados em registros analíticos que nos
possam permitir concluir que os valores registrados no balanço representam as únicas
81
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responsabilidades da empresa. Além disso, a administração não nos permitiu fazer a confirmação
dos créditos junto aos devedores da entidade.”
“Em face dos fatos descritos no parágrafo anterior, não tivemos condições de obter
elementos de juízo que nos permitissem chegar a conclusões definitivas, necessárias para formar
opinião sobre as demonstrações contábeis acima referidas, motivo pelo qual não expressamos
qualquer opinião sobre elas.”
O parecer com abstenção de opinião é, pois, adequado quando o alcance do exame do auditor não
for suficiente para justificar a emissão de opinião, o que ocorre, por exemplo, quando, por limitação
de alcance, seu exame não pode comprovar a obediência aos PFC. Nesse caso, o auditor não deve
indicar os procedimentos aplicados.
- Mencionar, em parágrafo separado de seu relatório, todas as razões importantes para assim
proceder;
- Revelar quaisquer outras reservas que ele tenha a respeito dos princípios de contabilidade
adotados.
82
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9.1 – INTRODUÇÃO
A depreciação pode ser calculada mensalmente ou no final do ano, por ocasião da apuração do
Resultado do Exercício.
Entre os vários Métodos de Depreciação que podem ser utilizados destacamos os seguintes:
a) MÉTODO LINEAR OU MÉTODO DA LINHA RETA – com base em uma expectativa de vida
útil do bem, é estabelecido um percentual anual fixo para depreciação. Supondo, por exemplo,
um determinado bem como um veículo que teria uma vida útil de cinco anos, sua taxa de
depreciação seria de 20% ao ano.
Exemplo:
Custo do bem
Fórmula: --------------------------- = cota de depreciação
Período de vida útil
6.000
Valor da depreciação: --------- = 100,00 por mês ou 6.000 x 0,20 = R$ 1.200,00 por ano.
60
83
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Valor residual
Fórmula: -------------------------- = cota de depreciação
Período de vida útil
Exemplo:
5.900
Depreciação: --------- = 98,33 por mês ou 5.900 x 0,20 = 1.180 por ano.
60
c) MÉTODO DE COLE OU DA SOMA DOS DÍGITOS – por este método também é suposto que
a depreciação é maior nos primeiros anos de vida do bem, sendo a taxa aplicada uma fração
cujo denominador é a soma dos algarismos (dígitos) seqüenciais correspondentes aos anos de
vida útil do bem. Supondo um veículo, com cinco anos de vida útil estimada, teríamos a soma
dos números seqüenciais de 1 a 5 (1+2+3+4+5 = 15), resultando no denominador igual a 15. O
numerador é composto pelos períodos de vida restantes no início de cada período, isto é, para
um veículo com vida prevista de cinco anos, no início do primeiro ano seu período de vida
restante é de cinco anos, no início do segundo ano, seu período de vida restante seria de quatro
anos, isto é, o segundo ano que está iniciando mais três anos.
ANO 1 2 3 4 5
TAXA 5/15 4/15 3/15 2/15 1/15
Podemos observar que a soma das frações relativas aos cinco anos é igual a um, isto é, corresponde
a 100%, que é a totalidade do valor do bem a ser depreciado.
Exemplo:
84
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1) Somam-se os algarismo que compõem o número de anos de vida útil do bem. Utilizando-se os
dados do exemplo: 1+2+3+4+5 = 15;
2) A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma dos algarismos,
conforme obtido em a), e o numerador é, para o primeiro ano, (n), para o segundo, (n-1), para o
terceiro, (n-2) e assim por diante, onde n = número de anos de vida útil.
Este método proporciona quotas de depreciação maiores no início e menores no fim de vida útil do
bem. Permite maior uniformidade nos custos, já que os bens, quando novos, necessitam de pouca
manutenção e reparos. Com o passar do tempo, os referidos encargos tendem a aumentar. Este
acréscimo das despesas de manutenção e reparos seria compensado pelas quotas decrescentes de
depreciação, resultando em custos globais mais uniformes.
85
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Exemplo 1.
1.000.000 83.333
Taxa de depreciação = -------------- = 0,10 ou 10% a.a., ou -------------- = 0,00833 ou 0,833 a.m.
10.000.000 10.000.000
valor da depreciação:
Exemplo 2:
Critérios de horas trabalhadas – baseia-se na estimativa de vida útil do bem, representada em horas
de trabalho e é expresso pela seguinte fórmula:
5.760
Taxa de depreciação = --------- = 0,096 ou 9,6% ao ano (ou 0,8% ao mês).
60.000
REGISTRO DE DEPRECIAÇÃO
86
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10.1. INTRODUÇÃO
Neste tópico faremos uma abordagem sobre as principais operações realizadas pelas empresas
mercantis, envolvendo transações de compras, vendas, descontos de duplicatas, impostos e taxas
sobre vendas etc.
Não obstante essa modalidade de empréstimo seja de curto prazo, normalmente o vencimento da
obrigação ocorre no mês seguinte ao da contratação, ou até em prazo mais elástico.
Assim, as empresas que pagam o Imposto de Renda com base em balancetes trimestrais e aquelas
que pagam por estimativa, mas levantam balanço/balancete de suspensão ou redução, devem
apropriar tais encargos mensalmente, conforme exemplificado no texto.
Idêntico critério deve ser adotado pelas empresas que, independentemente da forma adotada para
pagamento do IRPJ, utilizam a contabilidade, efetivamente, para fins gerenciais.
B) EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO
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Se admitíssemos, por mera hipótese, que na data da liberação do empréstimo foram debitados R$
10.100,00 na conta corrente da hipotética empresa (R$ 10.000,00 relativos a juros e R$ 100,00 para
pagamento de comissões e outros encargos), tal operação poderia ser assim contabilizada, iniciando
pela liberação do empréstimo.
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento – Banco Alfa S/A
Crédito Passivo Circulante
Empréstimos
Banco Alfa S/A
Valor referente ao empréstimo contratado com Banco Alfa S/A 100.000,00
LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Despesas dos Meses Seguintes (*)
Despesas Financeiras a Apropriar
Crédito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento – Banco Alfa S/A
Vr. Ref. aos encargos incidentes s/empréstimo contratado nesta
data com Banco Alfa S/A, a saber:
Juros 10.000,.00
Comissões e outros encargos 100,00
10.100,00
(*) Esta conta será utilizada somente para registrar os encargos a serem apropriados no decorrer do
próprio ano-calendário. Se o empréstimo houvesse contratado em dezembro, com vencimento em
janeiro, seria utilizada a conta “Despesas do Exercício Seguinte”.
LANÇAMENTO N° 3
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LANÇAMENTO N° 4
Débito Contas de resultado
Despesas Financeiras
Juros e Comissões Bancárias
Crédito Ativo Circulante
Despesas dos Meses Seguintes
Despesas Financeiras a Apropriar
Vr. ef. dos encargos incorridos no mês de julho/02, relativos ao
empréstimo contratado nesta a com Banco Alfa S/A, a saber:
Juros R$ 1.490,00
Comissões e outros encargos R$ 10,00 1.500,00
LANÇAMENTO N° 4
Débito Passivo Circulante
Empréstimos e Financiamento
Banco Alfa S/A
Crédito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento – Banco Alfa S/A
Liquidação do empréstimo contratado com o Banco Alfa S/A,
em 05.06.02, conforme aviso de débito. 100.000,00
O desconto financeiro tem como objetivo principal estimular o devedor a quitar o débito com
antecedência, evitando, desta forma, transtornos para o credor, tanto no aspecto de “liquidez”
quanto ao burocrático.
89
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Exemplo
Vamos supor que determinada empresa conceda aos seus clientes variados no pagamento
antecipado de suas duplicatas, com base na seguinte escala (meramente ilustrativa):
Desse modo, uma duplicata no valor de R$ 10.000,00 com vencimento normal para 31/05, se
quitada em 24/05, terá um desconto de R$ 200,00 (2% x R$ 10.000,00) e os correspondentes
registros contábeis serão efetuados como segue:
a) CONTABILIZAÇÃO DO DESCONTO PELA EMPRESA QUE O CONCEDEU
LANÇAMENTO 1
Ativo Circulante
Disponível
Débito Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 9.800,00
Contas de Resultado
Despesas Financeiras
Descontos Concedidos 200,00
Crédito Ativo Circulante
Clientes
Alfa Indústria e Comércio Ltda 10.000,00
Recebimento antecipado da nossa duplicata n° 187, com vencimento em 31/05, com desconto de
2% sobre o total.
LANÇAMENTO 2
Passivo Circulante
Débito Fornecedores
Beta Comercial Ltda 10.000,00
Ativo Circulante
Crédito Disponivel
Caixa (ou Banco Conta Movimento) 9.800,00
Contas de Resultado
Receitas Financeiras
Descontos Obtidos 200,00
Pagamento antecipado da duplicata n° 187, com vencimento em 31/05, com desconto de 2% sobre o
total.
90
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
respectivamente, obtendo-se em seguida, mediante a diferença entre o saldo dos dois grupos de
contas, o valor a figurar como despesa ou receita líquida, que comporá o resultado operacional.
1) Despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras (no caso de as despesas financeiras
serem maiores que as receitas financeiras); ou
2) Receitas financeiras deduzidas das despesas financeiras (no caso de as receitas financeiras
serem maiores que as despesas financeiras).
a) CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL
Como são valores dos quais a empresa vá dispor a qualquer tempo (mas, apenas, na data
combinada), as importâncias recebidas nessa modalidade de pagamento não devem ser classificadas
no subgrupo “Disponível” e sim em conta distinta do AC, em que permanecerão até o efetivo
recebimento.
Tratando-se de pagamentos feitos pela empresa com cheque pré-datado, o mais adequado é o
registro em conta do PC, que melhor caracterizará a obrigação assumida.
Nota
b) EXEMPLOS
Suponhamos que, em 10.07.2002, uma empresa efetue venda de mercadorias a determinado cliente
mediante recebimento de cheque pré-datado no valor de R$ 2.000,00 que, conforme acordado entre
as partes, somente será depositado em 10.08.2002.
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Outros Créditos
Cheques a Receber
Crédito Contas de Resultado
Receita Bruta de Vendas e Serviços
Venda de Mercadorias
91
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Em 10.08.2002:
LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento – Banco X S/A
Crédito Ativo Circulante
Outros Créditos
Cheques a Receber
Depósito do cheque n° 123456, do Banco X S/A, emitido por
Comercial Alfa Ltda. 2.000,00
LANÇAMENTO N° 3
Débito Ativo Circulante
Outros Créditos
Cheques a Receber
Crédito Ativo Circulante
Clientes
Comercial A Ltda
Baixa de nossa duplicata n° 124 mediante recebimento do
cheque n° 887642, do Banco X S/A, a ser depositado em
31.07.2002., 1.200,00
Em 31.07.2002:
LANÇAMENTO N° 4
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento
Crédito Ativo Circulante
Outros Créditos
Cheques a Receber
Depósito do cheque n° 887642, emitido pela Comercial A Ltda. 1.200,00
92
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LANÇAMENTO N° 5
Débito Passivo Circulante
Fornecedores
Comercial Omega Ltda
Crédito Passivo Circulante
Cheques a Pagar
Banco Y S/A
Pagamento da duplicata n° 542 mediante emissão de cheque n°
867972, a ser depositado em 21.07.2002. 1.500,00
LANÇAMENTO N° 1
Débito Passivo Circulante
Cheques a Pagar
Banco Y S/A
Crédito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento
Pela liquidação, nesta data, do cheque n° 867972, utilizado
para pagamento da duplicata n° 542 da Comercial Omega Ltda. 1.500,00
Alternativamente à forma de lançamento exemplificada no subitem 3), pode ser adotado critério
mais simples por ocasião do pagamento com cheque pré-datado: creditar o respectivo valor
diretamente em “Bancos Conta Movimento”, eliminando-se, assim, a passagem pela conta
“Cheques a Pagar”.
Todavia, essa alternativa não parece ser a mais adequado, visto que:
93
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
Paralelamente aos registros contábeis, é aconselhável que a empresa mantenha um rígido controle
das operações com cheques pré-datados, principalmente para evitar a inobservância das datas de
vencimento, que poderia resultar em:
a) perdas pela não aplicação no mercado financeiro, ou mesmo na manutenção das atividades,
dos valores relativos a cheques a receber já vencidos e ainda não depositados; ou
b) encargos sobre saldo devedor, nos casos de cheques a pagar.
Nota
Embora não exista previsão legal para cheque pré-datado e, ainda, levando-se em conta ponderáveis
opiniões no sentido de que ele não deve ser objeto de lançamento contábil (por ser figura estranha
ao ordenamento jurídico), entende-se ser viável e necessário o registro desse tipo de operação, nos
moldes exemplificados nesse tópico, como forma de melhor demonstrar a situação patrimonial da
empresa.
Trata-se de refletir uma realidade empresarial e de fazer com que, na Contabilidade prevaleça a
essência sobre a forma.
Nos casos em que a empresa recebe em pagamento cheques que venham a ser devolvidos pelo
banco sacado, por falta ou insuficiência de fundos ou por qualquer outro motivo, tal fato de ser
registrado contabilmente conforme exemplificado neste tópico.
Ocorrendo a devolução, pelo banco sacado, de cheque recebido em pagamento (de duplicata, de
venda à vista ou qualquer outra transação), não cabe estorno do lançamento original que registrou o
pagamento, uma vez que não houve desfazimento do negócio.
Saliente-se que a conta “Cheques em Cobrança” classifica-se no subgrupo “Outros Créditos”, não
no “Disponível”.
Exemplo
Admitamos que determinada empresa tenha recebido, em 11.11.2002, o cheque n° 98765, no valor
de R$ 1.000,00, em pagamento da duplicata n° 32456, de sua emissão, e que esse cheque,
depositado na mesma data, foi devolvido pelo banco em 13.11.2002.
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento
94
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LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Outros Créditos
Cheques em Cobrança
Crédito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento
Valor referente ao cheque n° 98765, recebido da Comercial X
Ltda em pagamento de nossa duplicata n° 32456, devolvido
pelo banco sacado por insuficiência de fundos. 1.000,00
Observe-se que o valor registrado em “Cheques em Cobrança” será baixado (mediante crédito),
tendo como contrapartida (a débito):
10.2.1. INTRODUÇÃO
Na prática, o desconto de duplicatas consiste basicamente na “compra” à vista de tais títulos pelo
banco, com cobrança de despesas bancárias e de juros correspondentes (geralmente os de mercado
para esse tipo de operação).
Caso o devedor (sacado) não quite o seu débito, a empresa (cedente) é responsável pelo pagamento
do título. Nesse caso, o valor, normalmente, é debitado na conta corrente da cedente.
Desse modo, enquanto a duplicata não for quitada, a empresa tem uma obrigação para com o banco.
Essa obrigação é representada contabilmente no balanço como uma conta redutora da conta
“Clientes” (AC), conforme abaixo demonstrado:
Clientes
(-) Duplicatas descontadas
95
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
Nas operações de desconto de duplicatas há despesas para a empresa que está se favorecendo do
desconto (juros, comissões bancárias etc.) e essas despesas devem ser apropriadas no período a que
competirem.
Para fins de determinação do IR e CS sobre o Lucro, se a pessoa jurídica for tributada com base no
lucro real trimestral será imprescindível o reconhecimento pro rata tempore das despesas financeiras
derivadas da operação de desconto no encerramento de cada trimestre (no mínimo).
Mas se a empresa recolhe o imposto mensal por estimativa e, assim, fica sujeita a apurar seu
resultado efetivo apenas em 31 de dezembro de cada ano, é aceitável (sob a ótica fiscal) a
apropriação pro rata tempore somente no final do ano-calendário, ou, se for o caso, na data de
levantamento de cada balanço/balancete de suspensão ou redução da estimativa.
Todavia, a boa prática contábil requer a apropriação de encargos mensalmente, qualquer que seja a
periodicidade de apuração do lucro real, em estrita observância ao Princípio da Competência.
EXEMPLO
Admitamos que determinada empresa optante pelo lucro real anual tenha efetuado vendas a prazo,
em 18.12.2001, com emissão de duplicatas n°s 123 (R$ 30.000,00), 124 (R$ 10.000,00) e 125 (R$
50.000,00), todas com vencimento para 16.02.2002 e totalizando R$ 90.000,00.
Consideremos, ainda, que as duplicatas tenham sido descontadas em 18.12.2001 com juros
bancários (prazo de 60 dias) correspondentes a R$ 18.000,00 (20% x R$ 90.000,00), assim
distribuídos:
Com base nesses dados teríamos os seguintes lançamentos, iniciando pelo registro do desconto das
duplicatas e dos encargos financeiros.
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento-Banco Beta S/A 72.000,00
Despesas do Exercício Seguinte
Despesas Financeiras a Apropriar 18.000,00
96
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Em seguida, a apropriação dos encargos financeiros incorridos no ano-calendário de 2001 (letra “a”
deste item).
LANÇAMENTO N° 2
Débito Contas de Resultado
Despesas Financeiras
Juros e Comissões Bancárias
Crédito Ativo Circulante
Despesas do Exercício Seguinte
Despesas Financeiras a Apropriar
Valor das despesas financeiras incorridas no período de 18.12 a
31.12.2001, relativamente ao desconto das duplicatas n°s 123,
124 e 125. 3.900,00
Agora, a apropriação dos encargos financeiros incorridos no ano-calendário de 2002 (letra “b” deste
item).
LANÇAMENTO N° 3
Débito Contas de Resultado
Despesas Financeiras
Juros e Comissões Bancárias
Crédito Ativo Circulante
Despesas do Exercício Seguinte
Despesas Financeiras a Apropriar
Valor das despesas financeiras incorridas no período de 01.01 a
16.02.2002, relativamente ao desconto das duplicatas n°s 123,
124 e 125. 14.100,00
Nota
Por critério de simplificação, estamos considerando que a empresa optou por não reconhecer a
despesa incorrida mensalmente, mas apenas por ocasião do vencimento das duplicatas. Por isso não
foi contabilizada a parcela dos encargos incorridos em 31.01.2002 e sim o valor total em
16.02.2002.
97
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A empresa deverá proceder ao registro da baixa das duplicatas na data da liquidação. Para
exemplificar, consideremos que as duplicatas n°s 123 e 125 sejam quitadas na data do vencimento
(16.02.2002). Dessa forma, teremos o seguinte lançamento:
LANÇAMENTO N° 4
Débito Ativo Circulante
Duplicatas Descontadas
Banco Beta S/A 80.000,00
Crédito Ativo Circulante
Clientes
Alfa Comercial Ltda 30.000,00
WZ Comercial Ltda 50.000,00
Liquidação das duplicatas n° 123 e 125, conforme aviso
bancário
Caso a duplicata não seja liquidada pelo sacado, o banco devolverá o título à empresa (cedente),
debitando em sua conta corrente o valor correspondente ao desconto.
Se considerarmos, a título de exemplo, que a duplicata n° 124 não seja liquidada no vencimento, e
que o Banco Beta S/A devolva o referido título à empresa, teremos o seguinte lançamento contábil.
LANÇAMENTO N° 5
Débito Ativo Circulante
Duplicatas Descontadas
Banco Beta S/A
Crédito Ativo Circulante
Bancos Conta Movimento
Banco Beta S/A
Valor debitado em nossa conta corrente referente à duplicata n°
124, não liquidada pelo sacado. 10.000,00
.
Os créditos registrados na conta “Títulos a Receber” são representados, na maioria das vezes, por
notas promissórias.
Esses créditos podem ser originários de duplicatas não pagas no vencimento, cujos valores
renegociados passam a ser representados por NP ou por outro título equivalente com prazo de
vencimento dilatado, conforme acordo entre as partes.
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Do mesmo modo que a conta “Títulos a Receber”, a conta “Títulos a Pagar” é representada, na
maioria das vezes, por NP.
Essa conta representa, literalmente, o inverso da conta “Títulos a Receber” e, em alguns casos, pode
conter valores representativos de débitos (obrigações) não quitados e renegociados com terceiros
(fornecedores), derivados das operações normais da empresa.
Porém, é mais comum a classificação, na conta “Títulos a Pagar”, de débitos não relacionados com
a atividade principal da empresa, tal como os derivados de:
A classificação contábil dos empréstimos obtidos de terceiros na conta “Títulos a Pagar” refere-se
àqueles obtidos de empresas não-financeiras.
Contas a pagar – os valores lançados na conta “Títulos a Pagar” não se confundem com aqueles
registrados em “Contas a Pagar”, que abriga, na maioria das vezes, valores a pagar decorrentes da
aquisição de mercadorias e de serviços de consumo da empresa (aluguel, água, energia elétrica,
telefone etc.).
No momento da contabilização dos títulos a receber e dos títulos a pagar, a empresa deverá observar
a seguinte classificação:
a) Títulos a Receber:
b) Títulos a Pagar:
99
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Nas empresas em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no Circulante ou no Longo Prazo (tanto do Ativo como do Passivo) terá por base o prazo desse
ciclo.(Art. 179 e 180, da Lei n° 67.404/76).
10.2.4.4. EXEMPLO
Vamos considerar que, em 15.06.2002, a empresa “A” vendeu para a empresa “B” um terreno
(integrante do seu Ativo Imobilizado) por R$ 150.000.00, a serem pagos em três parcelas mensais,
iguais e sucessivas, representadas por três NP’s, com vencimento em 15.07, 15.08 e 15.09.2002,
conforme Compromisso Particular de Compra e Venda.
Admitindo-se que o terreno adquirido pela empresa “B” seja destinado a abrigar sua nova sede, tal
operação seria assim contabilizada:
I – Na Empresa “A”
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Títulos a Receber
Empresa “B”
Crédito Contas de Resultado
Apuração de Resultado Não-Operacionais
Ganhos ou Perdas na Alienação de Imobilizado
Venda, nesta data, do terreno situado na Rua dos Coqueiros
S/N-Jardim Felicidade, conforme Compromisso de Compra e
Venda 150.000,00
LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Disponível
Caixa (ou Banco Conta Movimento)
Crédito Ativo Circulante
Títulos a Receber
Empresa “B”
Recebimento da NP n° 01/03 referente à venda do terreno
situado na Rua dos Coqueiros S/N-Jardim Felicidade,
conforme compromisso de Compra e Venda 50.000,00
Nota
Nos meses seguintes, até setembro/2002, os lançamentos relativos ao pagamento das NP’s seriam
idênticos ao demonstrado acima.
II – Na Empresa “B”
100
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LANÇAMENTO N° 3
Débito Ativo Permanente
Imobilizado
Terrenos
Crédito Passivo Circulante
Títulos a Pagar
Empresa “A”
Aquisição de um terreno situado na Rua dos Coqueiros S/N –
Jardim Felicidade, conforme Compromisso Particular de
Compra e Venda. 150.000,00
LANÇAMENTO N° 4
Débito Passivo Circulante
Títulos a Pagar
Empresa “A”
Crédito Ativo Circulante
Disponível
Caixa (ou Banco Conta Movimento)
Pagamento da NP n° 01/03, proveniente da aquisição de um
terreno situado na Rua dos Coqueiros s/n-Jardim Felicidade,
conforme Compromisso Particular de Compra e Venda. 50.000,00
Nota
Nos meses seguintes, até setembro/2002, à medida que as respectivas parcelas fossem pagas,
sobreviriam lançamentos idênticos ao demonstrado acima.
A operação de factoring (ou faturização) consiste basicamente na compra, pela empresa de fomento
mercantil (a faturizadora), de créditos (geralmente duplicatas) pertencentes a outra empresa (a
faturizada).
Mas, ressalvados critérios atípicos de negociação, a faturizadora assume o ônus das despesas
decorrentes da cobrança e o risco da inadimplência de clientes.
101
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Nos termos do Ato Declaratório Normativo do Cosit n° 51/94, a diferença entre o valor de face e o
valor de venda da duplicata à empresa de factoring deve ser computada pela empresa faturizada
como despesa operacional na data da transação.
Desse modo, nas operações de factoring não se cogita da apropriação dos encargos correspondentes
nos termos estabelecidos pelo art. 374, I, do RIR/99 (pro rata tempore nos períodos-base a que
competirem).
Ainda de acordo com o citado Ato Declaratório, a receita pelas empresas de factoring, representada
pela diferença entre a importância expressa no título de crédito adquirido e o valor pago, também
deve ser reconhecida na data da operação, para efeito de apuração do lucro líquido do período-base.
EXEMPLO
Admitamos que determinada empresa, em 05.11.X1, resolveu faturizar duplicatas com a empresa
“X” de Fomento Mercantil Ltda., nas seguintes condições:
O registro contábil dessa operação poderia ser assim efetuado pela empresa faturizada (a cedente da
duplicata):
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Disponível
Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 79.000,00
Contas de Resultado
Despesas Financeiras
Encargos sobre Duplicatas Faturizadas 21.000,00
Crédito Ativo Circulante
Clientes(*) 100.000,00
Valor das operações pela cessão de duplicatas à Empresa “X”
de Fomento Mercantil Ltda, sendo cobrado R$ 20.000,00 de
deságio e R$ 1.000,00 de IOF, conforme documentos.
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LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Créditos
Títulos a Receber 100.000,00
Crédito Contas de Resultado
Receitas Operacionais
Receitas de Faturização 20.000,00
Passivo Circulante
Impostos a Recolher
IOF a Recolher 1.000,00
Ativo Circulante
Disponível
Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 79.000,00
Valores relativos as duplicatas faturizadas nesta data da
Indústria Alfa Ltda, conforme registros acima.
Uma parte considerável das vendas no comércio varejista é realizada por intermédio de cartão de
crédito. Demonstraremos a seguir a contabilização das vendas realizadas nessa modalidade.
Nas vendas realizadas por meio de cartão de crédito, o ônus financeiro da operação é assumido pela
administradora do cartão que, por sua vez, cobra uma percentagem sobre o valor da venda, a título
de corretagem.
Desse modo, como não são valores dos quais a empresa poderá dispor a qualquer tempo, as vendas
recebidas nessa modalidade de pagamento não devem ser classificadas no subgrupo do
“Disponível”, mas sim em conta distinta do AC, na qual permanecerão até o seu efetivo
recebimento.
10.2.6.3. EXEMPLO
Considerando-se que a taxa cobrada pela Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A seja de 5%
sobre o valor da venda e que a liquidação da autorização de pagamento ocorresse em 22.10.2002,
teríamos os seguintes lançamentos contábeis:
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LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Clientes – Conta Cartões de Créditos
Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A
Crédito Contas de Resultado
Receita Bruta de Vendas
Vendas de Mercadorias
Venda de um jogo de ferramentas marca “Y”, conforme nossa
NF n° 870 e autorização de pagamento n° 030322, de
Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A 100,00
Nota
Por medida de simplificação, deixamos de demonstrar o lançamento referente ao ICMS incidente
sobre a operação, o que veremos em tópico especifico.
.
LANÇAMENTO N° 2
Débito Contas de Resultado
Despesas com Vendas
Comissões sobre vendas por Cartões de Crédito
Crédito Ativo Circulante
Clientes – Conta Cartões de Crédito
Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A
Valor da comissão devida sobre a venda de um jogo de
ferramentas marca “Y”, conforme nossa NF n° 870 e
autorização de pagamento n° 030322, da Administradora de
Cartões de Crédito “X” S/A 5,00
.
LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Disponível
Bancos Conta Movimento
Crédito Ativo Circulante
Clientes – Conta Cartões de Crédito
Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A
Pelo recebimento do valor relativo à autorização de pagamento
n° 030322, da Administradora de Cartões de Crédito “X” S/A 95,00
104
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De acordo com a legislação consolidada nos art. 279 a 280 do RIR/99 e com a IN da SRF n° 51/78:
a) a receita bruta de vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações
de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de
conta alheia (por exemplo: comissões referentes a vendas de bens e serviços por conta de
terceiros);
c) a receita líquida consiste na receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos
concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas;
d) não são computados no custo de aquisição das mercadorias para revenda e das matérias-
primas os impostos não-cumulativos, que devam ser recuperados.
- As saídas (vendas) são registradas pelo valor total faturado (incluindo-se o IPI) ou,
o que é mais comum, pelo valor da receita bruta (excluindo-se o IPI), conforme
veremos a seguir.
105
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Contabilmente, o IPI deveria ter o tratamento de dedução da receita bruta, a exemplo do ICMS.
Entretanto, para efeito do IR, a empresa industrial ou a ela equiparada funciona apenas como
“arrecadadora” do IPI, o que significa que esse imposto não integra o preço de venda do produto –
conseqüentemente, nem a receita bruta de vendas.
Para sanar tal divergência, as empresas que, para fins de controle e análise gerencial, optem pela
inclusão do IPI na DRE podem adotar a seguinte estrutura no plano de contas:
Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(=) Receita Bruta
No “Faturamento Bruto” serão lançados o valor total da NF de venda (inclusive o IPI) e, na conta
“IPI Faturado”, o valor do IPI cobrado do cliente, que, ao ser deduzido do “Faturamento Bruto”,
resultará na “Receita Bruta”. Dessa forma, a Receita Bruta estará “livre” do IPI, cumprindo-se
assim a determinação da legislação fiscal; ao mesmo tempo, os registros contábeis estarão
atendendo as necessidades gerenciais e de controle da empresa.
De outro lado, se a empresa adotar o sistema de contabilização do IPI nas vendas na forma
preconizada pelo Fisco (ou seja, sem utilizar-se do critério acima explanado), tal imposto não
transitará pelo resultado do exercício. Esta é, sem dúvida, a forma mais usual de contabilização e
será exemplificada em item deste tópico. (Incisos I e II do art. 187 da Lei n° 6.404/76; e Plantão
Fiscal IRPJ).
Levando-se em conta uma alíquota de 18%, o valor do ICMS incluso no preço da mercadoria é de
R$ 18.000,00 (18 x 100.000,00).
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante(*)
Estoques(*)
Matérias-Primas(*) 82.000,00
Tributos a Recuperar/Compensar
ICMS a Recuperar 18.000,00
IPI a Recuperar 10.000,00
Crédito Passivo Circulante
Fornecedores/Duplicatas a Pagar
Alfa Indústria e Comércio Ltda 110.000,00
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É importante observar que quando a aquisição não for de MP, mas sim de mercadoria para revenda,
cujo IPI constante da NF não seja objeto de crédito na escrita fiscal da empresa adquirente, o valor
do imposto não recuperável será incorporado ao custo da mercadoria.
LANÇAMENTO N° 2
Débito Ativo Circulante
Clientes
Comercial “X” Ltda 165.000,00
Crédito Contas de Resultado
Receita Bruta de Vendas e Serviços
Venda de Produto no Mercado Interno 150.000,00
Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a recolher
IPI a Recolher 15.000,00
Venda de produto a prazo, conf. NF n° 988.
Notas
1a) Para efeito de registro do “faturamento bruto” (com inclusão do IPI), proceder conforme
indicado no item anterior.
2a) Caso a empresa adote registro permanente de estoques, após o lançamento n° 2 acima será
efetuado o de reconhecimento do “custo dos produtos vendidos” e de “baixa” no estoque, que
deixamos de demonstrar neste momento.
Registrando o ICMS:
LANÇAMENTO N° 3
Débito Contas de Resultado
Deduções da Receita Bruta
ICMS sobre Vendas
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Exemplo
Considerando, para simplificar, a ocorrência de apenas uma operação de compra (item 10.3.1.3) e
uma de venda (item 10.3.1.4) no período de apuração, passaremos a exemplificar os lançamentos
de transferência, que determinarão os saldos do ICMS e do IPI (ambos, no exemplo, a recolher).
Admitiremos, para tanto, que a empresa não tem qualquer saldo a recuperar desses impostos,
proveniente de apuração anterior.
LANÇAMENTO N° 4
Débito Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
IPI a Recolher
Crédito Ativo Circulante
Tributos a Recuperar/Compensar
IPI a Recuperar
Transferência do saldo da conta “IPI a Recuperar” para a conta
“IPI a Recolher”, para apuração do imposto devido. 10.000,00
Agora, a transferência do saldo da conta “ICMS a Recuperar” (AC) para a conta “ICMS a Recolher
(PC), reduzindo o saldo desta.
LANÇAMENTO N° 5
Débito Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
ICMS a Recolher
Crédito Ativo Circulante
Tributos a Recuperar/Compensar
ICMS a Recuperar
Transferência do saldo da conta “ICMS a Recuperar” para a
conta “ICMS a Recolher”, para apuração do imposto devido. 18.000,00
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NOTA
Se os valores do ICMS e do IPI apurados nas compras superarem os valores do ICMS e do IPI
apurados nas vendas, os lançamentos n°s 4 e 5 registrarão as transferência das contas de ICMS e IPI
a Recolher para as contas de ICMS e IPI a Recuperar, cujo saldo será recuperável no(s) período(s)
de apuração seguinte(s).
a) EXEMPLO
Lembramos que este tópico não leva em consideração o PIS-Pasep e a Cofins não cumulativos, de
que tratam, respectivamente, as Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003.
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Clientes(*)
Beta Comercial Ltda 1.100,00
Crédito Contas de Resultado
Receita Bruta de Vendas e Serviços
Vendas de Produtos no Mercado Interno 1.100,00
Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
IPI a Recolher 100,00
Venda de produtos a prazo, conf. NF n° 536.
LANÇAMENTO N° 2
Débito Contas de Resultado
Deduções da Receita Bruta
ICMS sobre Vendas
Crédito Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
ICMS a Recolher
ICMS incidente sobre a venda efetuada pela NF n° 536 180,00
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Nota
Nos lançamentos n°s 1 e 2 admitimos a aplicação das seguintes alíquotas: IPI, 10% e ICMS, 18%.
LANÇAMENTO N° 3
Débito Contas de Resultado
Contas de Apuração
Custo dos Produtos Vendidos
Crédito Ativo Circulante
Estoques
Produtos Acabados
Baixa pela venda, nesta data, de 100 unidades do produto “X”,
conforme NF n° 536. 700,00
O valor do ICMS incluso no preço do produto devolvido, no exemplo, seria de R$ 36,00 (R$ 200,00
x 18%).
LANÇAMENTO N° 4
Débito Contas de Resultado
Deduções da Receita Bruta
Devolução Vendas Produtos Mercado Interno 200,00
Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
IPI a Recolher 20,00
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LANÇAMENTO N° 5
Débito Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
ICMS a Recolher
Crédito Contas de Resultado
Deduções da Receita Bruta
ICMS sobre Vendas de Vendas e Serviços
Valor do ICMS incidente sobre 20 unidades do produto “X”
recebidas em devolução, conf. NF n° 852, de Beta Com. Ltda. 36,00
Tendo sido feita, por ocasião das vendas, a baixa no estoque dos produtos vendidos (conforme
demonstrado no lançamento n° 3), a devolução parcial deverá constar como retorno ao
almoxarifado de produtos para venda (obviamente, desde que os produtos estejam em condições de
ser vendidos).
Consideremos, para tanto, o mesmo custo unitário do produto por ocasião da venda, que era de R$
7,00, perfazendo uma reentrada no estoque de R$ 140,00 (20 unidades x R$ 7,00).
LANÇAMENTO N° 6
Débito Ativo Circulante
Estoques
Produtos Acabados
Crédito Contas de Resultado
Contas de Apuração
Custo dos Produtos Vendidos
Retorno ao estoque, por devolução, de 20 unidades do produto
“X”, conforme NF n° 852, de Beta Comercial Ltda. 140,00
Se a empresa vendedora arcar com despesas de frete relativo à devolução, não deverá contabilizá-lo
como custo do estoque, como se faz com relação às compras. Esse gasto deverá ser tratado como
despesa operacional do período-base em que for incorrido.
É relevante, aqui, o fato de o frete referir-se a devoluções relativas a venda efetuada no período-
base atual ou em período-base anterior.
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Note-se que, como o IPI constante da NF não será objeto de crédito na escrita fiscal da empresa
adquirente, o valor desse tributo deve ser incorporado ao custo da mercadoria.
LANÇAMENTO N° 7
Débito Ativo Circulante
Estoques
Mercadorias para Revenda 920,00
Tributos a Recuperar/Compensar
ICMS a Recuperar 180,00
Crédito Passivo Circulante
Fornecedores
Alfa Industrial Ltda 1.100,00
Compra de 100 unidades do produto “X”, conf. NF n° 536, de
Alfa Industrial Ltda, com ICMS de 18%.
Nota
Estamos admitindo que a empresa compradora não é contribuinte do IPI e, portanto, deve agregar
ao custo da mercadoria o valor do imposto cobrado destacadamente na NF, ou seja:
Considerando-se os dados apresentados, o registro da devolução seria efetuado com base nos
seguintes valores:
O valor do ICMS incluso no preço da mercadoria devolvida, no exemplo, seria de R$ 36,00 (R$
200,00 x 18%).
LANÇAMENTO N° 8
Débito Passivo Circulante
Estoques
Fornecedores
Alfa Industrial Ltda 220,00
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(*) O custo das 20 unidades da mercadoria devolvida foi apurado da seguinte forma:
Nota
Caso ocorra a devolução no período-base seguinte ao da realização da compra, também será
aplicável o tratamento acima demonstrado (lançamento n° 8) pois a devolução não influirá no
resultado do período-base corrente. Como visto, as operações de compra e de devolução são
registradas apenas em contas patrimoniais.
Se não mantiver registro permanente de estoque, a empresa registrará todas as suas compras do
período-base em conta própria denominada “Compras de Mercadorias” (ou título semelhante), e
não diretamente em “Estoques”. Desse modo, o custo das mercadorias vendidas será apurado por
ocasião do encerramento do período-base, não a cada operação de venda.
Na segunda hipótese, o valor das “compras líquidas” será apurado, no encerramento do período-
base, mediante a transferência do saldo da conta “Devoluções de Compras de Mercadorias” para a
conta “Compras de Mercadorias”.
113
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
Na maioria das vezes, tais divergências, além de serem pouco significativas, são decorrentes de
erros no registro da movimentação dos estoques e, desse modo, o lançamento relativo ao ajuste terá
como contrapartida a conta de CMV.
Pode ocorrer, todavia, que sejam de grande monta as faltas detectadas no confronto entre os saldos
apurados no inventário físico e aqueles registrados nas fichas de estoque (e conseqüentemente na
escrituração contábil), o que levará à suposição de que as divergências sejam decorrentes de eventos
não relacionados com as operações normais da empresa, ou seja, que provenham de furto, roubo,
desvio, etc.
Se confirmada tal suspeita, a contrapartida do ajuste dos saldos dos estoques deverá ser registrada
como Despesa Não-Operacional (numa conta intitulada “Perdas por Faltas no Inventário”, por
exemplo).
10.3.1.8.2. EXEMPLO
Consideremos uma empresa do ramo comercial que possua controle permanente de estoques e que,
em 31.12.X1, após contagem física, tenha apurado as seguintes divergências entre o estoque físico e
o contábil, em decorrência de engano no registro da movimentação dos estoques:
Nesse caso, os lançamentos relativos à regularização dos estoques poderiam ser efetuados da
seguinte forma, iniciando pela regularização das sobras de estoque:
LANÇAMENTO N° 1
Ativo Circulante
Débito Estoques
Mercadorias para Revenda
114
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LANÇAMENTO N° 2
Débito Contas de Resultado
Contas de Apuração
CMV
Crédito Ativo Circulante
Estoques
Mercadorias para Revenda
Regularização das faltas apuradas no estoque de mercadorias
para revenda, conforme inventário elaborado nesta data, a
saber:
. Produto “B” (3 unidades x R$ 14,00) R$ 42,00
. Produto “C” (5 unidades x R$ 16,00) R$ 80,00 122,00
Vamos considerar, agora, uma empresa também do ramo comercial que, em 31.12.X1, ao efetuar
inventário físico de seus estoques, tenha apurado os seguintes dados:
O lançamento relativo à regularização dos estoques poderia ser efetuado da seguinte maneira:
LANÇAMENTO N° 3
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Nota
A legislação do IR (art. 364 do RIR/99) somente admite como dedutíveis os prejuízos por
desfalque, apropriação indébita e furtos cometidos por empregados ou terceiros quando houver
inquérito instaurado nos termos da legislação trabalhista ou quando for apresentada queixa perante
autoridade policial.
INTRODUÇÃO
Admitamos que a empresa Alfa Industrial Ltda. Vendesse a prazo produtos de sua fabricação
sujeitos ao regime de substituição tributária para sua cliente, Comercial “X” Ltda. (que vai vende-
lo, dentro do estado), e que a NF que acobertou a operação apresentasse os seguintes dados:
Com base nesses dados, a operação poderia ser assim contabilizada pela empresa vendedora,
iniciando pelo registro da venda, do IPI incidente e do ICMS por substituição tributária.
116
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
LANÇAMENTO N° 1
Débito Ativo Circulante
Clientes
Comercial “X” Ltda 1.190,00
Crédito Contas de Resultado
Receita Bruta de Vendas e Serviços
Vendas de Produto no Mercado Interno 1.000,00
Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
IPI a Recolher 100,00
ICMS por Substituição Tributária a Recolher 90,00
Venda a prazo, conforme NF n° 3.333, com destaque do IPI e
ICMS por substituição tributária.
LANÇAMENTO N° 2
Débito Contas de Resultado
Deduções da receita Bruta
ICMS sobre Vendas
Crédito Passivo Circulante
Impostos e Contribuições a Recolher
ICMS a Recolher
ICMS incidente sobre venda, conforme NF n° 3.333. 180,00
Nota
Deixamos de demonstrar o reconhecimento do custo dos produtos vendidos e a baixa no estoque
por não ter influência na compreensão do exemplo.
Dando seqüência ao exemplo, demonstraremos agora o registro contábil da operação pela empresa
Comercial “X” Ltda., que adquiriu, para comercialização, os produtos sujeitos ao regime de
substituição tributária.
LANÇAMENTO N° 3
Débito Ativo Circulante*
Estoques*
Mercadorias para Revenda*
Crédito Passivo Circulante
Fornecedores
Alfa Industrial Ltda
Compra de mercadorias para revenda, conforme NF n° 3.333, 1.190,00
da Alfa Industrial Ltda.
117
Prof. Antonio das Graças Alves Ferreira (Contabilidade Comercial) 2008
Notas
01) Como se observa na hipótese exemplificada neste texto, o adquirente dos produtos sujeitos
ao regime de substituição tributária não faz jus ao crédito do ICMS, porquanto este imposto
já foi pago antecipadamente pelo próprio fabricante (ou importador) dos produtos. Do
mesmo modo, por ocasião da venda, também não será devida parcela a título desse
imposto.
02) Quando o adquirente (no exemplo, a Comercial “X” Ltda) revender essas mercadorias a
outra empresa (a um comerciante varejista, por exemplo), teremos os seguintes
lançamentos (pelo valor total da nota, a qual não conterá destaque de impostos):
03) Na venda da mercadoria a consumidor final, a contabilização será feita conforme citado em
“2.1.a” e “2.1.b”, porque, também nesse caso, não haverá incidência do ICMS.
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