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do módulo em questão;
Bons estudos!
Rodrigo Lang
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Introdução às Finanças Comportamentais e o Questionamento
do Paradigma Racional em Finanças
por Prof. Ricardo Razuk
Joseph Stiglitz, prêmio Nobel da Economia, in Free Markets and the Sinking of the
Global Economy, 2009.
“Cada pessoa, onde quer que vá, é acompanhada por uma nuvem de crenças
reconfortantes que a seguem tal como moscas num dia de Verão.”
Quando uma sociedade consegue otimizar a alocação de seus recursos, que são
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sempre escassos, aumenta-se a probabilidade de criação de riqueza, de geração
de crescimento e de emprego.
A maioria das pessoas que estão na faixa etária de uns 40 anos tem muito
claramente em vista o intenso crescimento experimentado pelo mercado
financeiro, em especial o mercado acionário. Isso vale não só para o Brasil, mas
no mundo todo.
Junto a esse cenário, observamos, talvez de forma mais intensa ainda, a explosão
de fontes de informação à disposição dos investidores, o que acabou por tonar a
tomada de decisão em finanças uma atividade cada vez mais complexa.
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mais real do comportamento observado.
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• a forma/maneira como as decisões tomadas diferem das afirmadas pelas
finanças tradicionais, recorrendo à Psicologia para mapear os vieses
cognitivos e emocionais que justificam o comportamento observado; e
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Portanto, a principal crítica, sob o aspecto comportamental, direcionada às
finanças racionais, é que basta olhar ao seu redor e perceber que esse Homem
Econômico não existe.
Mas....
Como já foi dito, nossos recursos cognitivos (de memória, atenção, capacidade
de cálculo, etc.) são limitados e não são apropriados ao tipo de decisão com a
qual nos defrontamos regularmente. De acordo com a biologia evolutiva, o
raciocínio humano está mais para uma adaptação ao ambiente e do que para uma
máquina de racionalidade pura.
O que isso tudo quer dizer? Isso tudo quer dizer que a racionalidade das pessoas
não é ilimitada e que isso acaba sendo percebido na maneira como tomamos
nossas decisões. A elevada incerteza do nosso mundo somada aos limites
cognitivos que apresentamos implica não conseguirmos atingir soluções ótimas.
Falando de outra maneira, os processos de maximização apresentados pelos
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modelos canônicos em Finanças não são possíveis.
(…) Parece provável que, por mais adaptativo que seja o comportamento dos
organismos em situações de aprendizado e escolha, essa adaptabilidade fica
muito aquém do ideal de maximização postulado na teoria econômica.
Evidentemente, os organismos se adaptam bem o suficiente para "satisfazer";
em geral, eles não "otimizam". Se for esse o caso, muito pode ser aprendido
sobre a tomada de decisões racionais, levando em consideração, desde o
início, as limitações de capacidade e complexidade do organismo e levando
em consideração o fato de que os ambientes aos quais ele deve adaptar possui
propriedades que permitem uma maior simplificação de seus mecanismos de
escolha.
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percepção, o raciocínio, incluindo aí a criatividade humana para a solução de
problemas.
Um grande ponto de atenção aqui é o fato de que a grande maioria das pessoas
não sabem que tais vieses existem e que vivem imersos neles.
Mas...
Para aquele ser humano com racionalidade limitada, as regras heurísticas são um
atalho, uma alternativa para atingir soluções mais rápidas, econômicas e
apropriadas. Por outro lado, uma análise mais complexa do problema pode ser
extremamente “cara” e lenta.
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Um outro tipo de comportamento que não se coaduna com o pressuposto do
autointeresse perfeito é o perfil autodestrutivos que muitos apresentam,
implicando algumas vezes suicídio e, muitas vezes, o abuso de drogas.
Como já foi dito, criar filhos é um ótimo exemplo. No nível genético, constata-se
que os seres se comportam de maneira altruístas na busca pela preservação de
sua carga genética. Uma boa referência para entender tal conceito é o biólogo e
autor de livros Richard Dawkins.
Aqui, as pessoas sabem, sem dúvida nenhuma, sobre tudo aquilo que é relevante
para tomada de decisão, além de ter total acesso a toda informação que pode
influenciar os mercados financeiros incluindo, pasmem, as probabilidades de
ocorrência de eventos futuros.
Mais uma vez, basta conversar com as pessoas e perceber que essa condição de
informação perfeita não existe. Tomemos os mercados financeiros como
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exemplo.
Você pode estar se perguntando, com toda razão, como que esse conceito de
Homem Econômico sobreviveu por todo esse tempo!
Na verdade, esse conceito acabou sendo bem aceito em Finanças por dois
principais motivos. E o mais impressionante é que tais motivos não têm muito a
ver com a usabilidade ou mesmo o realismo dos modelos, mas sim com aspectos
de metodologia.
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A aproximação das ciências sociais, como a Economia à ciência Matemática,
passa a percepção ilusória de que estamos lidando com uma área de
conhecimento exata como a Física. É o que muitos autores denominam de “a
inveja da Física”.
E o que isso, em suma, significa? Isso significa que o preço informado pelo
mercado como um todo reflete mais informação do que a que está disponível a
um investidor individual. Nunca é demais lembrar que essa eficiência pressupões
que os investidores estejam se comportando de maneira racional em relação à
informação colhida.
Porém...
A hipótese da eficiência dos mercados não foi 100% convincente. Ao longo das
décadas de 1980 e 1990, pesquisas empíricas passaram a confrontar a existência
de tal eficiência. São os estudos conhecidos como literatura de anomalias, uma
vez que os fatos observados não encontravam respaldo nas teorias existentes.
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Comportamentais. Ela busca explicação para as situações de provável
ineficiência dos mercados. Para tanto, defende que há investidores com
racionalidade limitada e que suas decisões não encontram respaldo nos modelos
racionais, gerando impacto nos preços de mercado diferente do que previa o
modelo.
Mais uma vez, cabe o questionamento crítico aqui: como dar ouvidos ao
argumento das finanças racionais no que tange à racionalidade completa dos
investidores? Como que um mercado que certamente contém ao menos um grupo
de investidores com racionalidade limitada pode gerar preços considerados como
característica de um mercado eficiente?
Argumento e Contra-Argumento No 1
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• Já para as Finanças Comportamentais, os vieses apresentados pelos
investidores nas suas tomadas de decisão não são aleatórios, mas
sistemáticos. O estudo e análise desses vieses, que são cognitivos e
emocionais, é um dos principais temas de pesquisa dessa corrente (será
abordado no nosso Módulo 2).
Argumento e Contra-Argumento No 2
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Argumento e Contra-Argumento No 3
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financeiras em previdência privada e outros produtos que visem à
aposentadoria.
• Há, ainda, a questão quanto à regulação financeira. A ciência dos erros
cometidos pelos investidores é útil para que sejam construídos programas
de educação financeira, regras de regulação apropriadas e ambientes de
tomada de decisão favoráveis à realização das melhores escolhas.
Referências Bibliográficas
Fama, E.F. e K. French (1992), “The Cross -Section of Expected Stock Returns.”
Journal of Finance 47, pp. 427-65.
Keynes, J.M. (1936), The General Theory of Employment, Interest and Money,
www.Bnpublishing.com.
Krugman, P. (2009), “How Did Economists Get It So Wrong?” New York Times, 2
de Setembro.
Lintner, J. (1965), “The Valuation of Risk Assets and the Selection of Risky
Investments in Stock Portfolios and Capital Budgets.” Review of Economics and
Statistics 47, pp. 13-37.
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Pinker, S. (2002), The Blank Slate: The Modern Denial of Human Nature, Penguin
Books.
Sharpe, W.F. (1964), “Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium under
Conditions of Risk.” Journal of Finance 19, pp. 425-442.
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