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Composição e Morfologia de

Solos
Prof. Fernando Ximenes T. Salomão

UFMT- Cuiabá
2010

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Solo: Composição do solo

Minerais Matéria Orgânica ar Água 2


Distribuição volumétrica dos constituintes de dois solos típicos

SOLO MINERAL SOLO ORGÂNICO


5%
20%
Fração Fração
Líquida 30% Líquida
35%
Fração Fração
Gasosa Gasosa
Fração Fração
Mineral Mineral
50%
25% Fração Fração
Orgânica Orgânica
15%
20%

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A fração sólida do solo pode ser:

Particulas Particulas
Inorgânicas Orgânicas

• Argila
• Biomassa
• Silte
• Matéria
• Areia Orgânica

Argila + Mat. Org. + Biomassa = Fração coloidal do solo

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DIFERENCIAÇÃO DOS SOLOS
Como se dá a diferenciação dos solos?
Como se dá a diferenciação dos horizontes?
Características morfológicas
Cor, estrutura, consistência, cerosidade, espessura e
arranjamento dos horizontes, entre outras
Caracterísitcas químicas
pH, capacidade de troca catiônica, disponibilidade de
nutrientes (N, P, K, S, Ca, Mg), etc.
Características físico-hídricas
Densidade do solo (aparente e de partículas), teor de
areia e argila, teor de argila dispersa em água, teor de
matéria orgânica, porosidade total, porosidade drenável e
capacidade total de retenção de água. 6
COR DO SOLO
A cor é a impressão que a luz refletida pelos corpos no
órgão visual. É a impressão particular que os raios
luminosos simples ou combinados, refletidos pelos corpos
causam ao sentido da vista.
É a característica de mais rápida percepção.
Importância da caracterização da cor do solo
Componentes
Estudos de gênese do solo
Avaliação das condições de aeração do solo
Influência na temperatura do solo
Facilita a estratificação dos horizontes

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COR DO SOLO
Componentes do solo de maior importância na sua coloração
Examinando-se o solo com uma lente, percebe-se que existe um
emaranhado de diferentes materiais de diversas cores, tais como:
filetes negros de húmus, partículas vermelhas e amarelas de
óxidos de ferro, grãos esbranquiçados de quartzo.
Este conjunto de filamentos e partículas coloridas se apreciado a
“olho nu”, dá a impressão de uma cor uniforme pela qual se
identificará o solo.

Hematita (óxido de ferro não-hidratado) Vermelha


Goethita (óxido de ferro hidratado) Amarela
Matéria orgânica (M.O.) Negra
Quartzo Branca ou hialina
Caulinita Branca
Gibbsita Branca 8
COR DO SOLO
Coloração Escura
Na maioria das vezes esta coloração está associada à
presença de matéria orgânica.
No entanto o efeito da M.O. é influenciada pela textura e pelo
tipo de argila.
Além da M.O., outros componentes do solo, embora menos
comuns, podem favorecer a presença de tonalidades escuras,
tais como, óxidos de manganês, composto de ferro, etc.
Coloração Clara
Tonalidades mais claras e até esbranquiçadas estão
relacionadas à presença de argilas silicatadas (p.e. a caulinita),
do quartzo, de carbonatos, etc.

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COR DO SOLO

Coloração Vermelha, Amarela ou Cinzenta.


Estas diferentes tonalidades estão associadas à presença de
um tipo de componente muito importante na coloração de solo
tropicais, os óxidos de ferro. Não só pelas suas quantidades,
mas também pela forma em que o ferro aparece combinado.

Vermelha Ferro oxidado não hidratado (Fe2O3 – Hematita)


Fe+3
Amarela Ferro oxidado hidratado (Fe2O3.H2O)
Dá origem à gleização.
Cinzenta Ferro reduzido Formação de horizontes
gleizados (Tabatinga)

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Arranjamento de notações e padrões de cores em uma carta de cores para solos

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Para a seleção correta da carta ou cartão de matiz no qual a cor da amostra está
inserida, aconselha-se posicionar a amostra do lado direito da caderneta de cores
aberta, e alternando-se as páginas das várias cartas, proceder a comparação da
cor da amostra com o conjunto de padrões de cores constantes em cada notação
de matiz.

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Mosqueado
Um horizonte pode ter cor única ou apresentar multiplicidade de cores, que constituem
mosqueados, no caso de haver predominância de uma cor sobre as demais ou coloração
variegada, quando não se pode distinguir uma cor como sendo de fundo matriz (cor de fundo),
a(s) cor(s) do(s) principal(is) mosqueado(s) e o arranjamento dos mosqueados, conforme
especificado abaixo:
Quantidade Tamanho
Classes Critérios Classes Critérios
Pouco menos de 2% da área é mosqueada Pequeno eixo maior inferior a 5mm
Comum de 2 a < 20% da área é mosqueada Médio eixo maior de 5 a 15mm
Abundante 20% ou mais da área é mosqueada Grande eixo maior superior a 15mm

2% 20%
Exemplos de percentuais e tamanhos de mosqueados 13
ESTRUTURA DO SOLO
Formação da Estrutura do Solo
- Aproximação das partículas individuais (Areia, silte e argila);
- Presença de agentes cimentantes (óxidos de Fe e Al, matéria
orgânica e argilominerais);
- Condições de floculação.
Floculação = é o fenômeno de aproximação das partículas
coloidais, quando as forças de atração superam as de repulsão.
Isto ocorre na presença de cátions de elevada valência no meio
(por ex. Ca+2, Al+3, etc).
Fatores que Favorecem o Desenvolvimento da Estrutura
- Presença de agentes cimentantes;
- Ação mecânica do sistema radicular;
- Ação biológica;
- Gelo e degelo;
- Expansão e contração. 14
ESTRUTURA DO SOLO

O tipo de estrutura do solo condiciona a quantidade e qualidade


dos poros, além da coesão entre as partículas de solo, tendo
portanto influência sobre:
- aeração do solo
- penetração radicular
- taxa de transferência de calor
- retenção e movimentação de água
- tensão de cisalhamento crítica do solo (suscetibilidade do solo à
erosão)
- etc.

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• Estrutura micro e macro

Adaptado de Estados Unidos, 1998

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Prismática: Estrutura onde as partículas se
arranjam em forma de prisma (com faces e
arestas), sendo sua distribuição
preferencialmente ao longo de um eixo vertical e
os limites laterais entre as unidades são
relativamente planos. Portanto, as dimensões
verticais são maiores que as horizontais.
Exemplo de estrutura grande prismática
Para este tipo de estrutura são reconhecidos dois
subtipos: prismática e colunar.

Exemplo de estrutura muito grande


prismática (subtipo colunar)

Exemplo de estrutura muito grande Foto: P. K. T. Jacomine


prismática (subtipo colunar) 17
Blocos (poliédricas): estruturas em que as partículas estão
arranjadas na forma de polígonos mais ou menos regulares, ou
seja, com tamanho equivalente para as três dimensões. São
reconhecidos dois subtipos:

Blocos angulares: tem as faces planas, formando arestas e


ângulos aguçados.

Exemplos de estrutura grande em blocos angulares

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Blocos subangulares: ocorre mistura de faces planas e
arredondadas, com poucas arestas e ângulos
suavizados.

Exemplo de estrutura muito grande em


blocos subangulares

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Granular: as partículas estão arranjadas em torno de um ponto,
formando agregados arredondados, cujo contato entre as unidades
não se dá através de faces e sim de pontos. São também
reconhecidos dois subtipos: granular e grumos, que se diferenciam
pela porosidade, sendo que os grumos são mais porosos.

Exemplo de estrutura muito pequena, Exemplo de estrutura média e grande granular


pequena e média granular

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Classes-grau Critérios

Sem agregação Agregados não discerníveis

Fraca Agregados pouco nítidos (difícil separação) e com proporção


inferior a de material não agregado. Ex.: Alguns horizontes B
incipiente e alguns horizontes B texturais de textura média.

Moderada Nitidez intermediária com percentual equivalente de unidades


estruturais (agregados) e material não agregado. As unidades
estruturais são bem evidentes “in situ”.

Forte Agregação nítida, com separação fácil dos agregados e


praticamente inexistência de material não agregado. Ex.:
Estruturas do horizonte B de LATOSSOLOS VERMELHOS
(Latossolos Roxos) e NITOSSOLOS VERMELHOS (Terras
Roxas Estruturadas)

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Classes de estrutura (tamanho) - definidas pelo seu tamanho, de acordo com os
seguintes critérios:

Critérios (mm)1

Classes Granular e Laminar Colunar, Prismática Blocos Angulares


e Cuneiforme e Subangulares

Muito pequena <1 < 10 <5


Pequena 1a<2 10 a < 20 5 a < 10
Média 2a<5 20 a < 50 10 a < 20
Grande 5 a < 10 50 a < 100 20 a < 50
Muito grande > 10 100 a < 500 > 50
Extremamente grande - > 500 -

1 No caso de estrutura laminar, colunar, prismática e cuneiforme, considerar as


dimensões do menor eixo.

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CONSISTÊNCIA DO SOLO

É uma característica física do solo que expressa a intensidade


e natureza das forças de coesão e adesão, sendo utilizada
para descrever as condições físicas do solo (atração entre as
partículas sólidas do solo) com diferentes conteúdos de
umidade, quando o mesmo é submetido a um esforço
mecânico (deformação, separação e ruptura).
Coesão – Força de atração entre partículas de mesmo
estado físico (líquido-líquido ou sólido-sólido)
Adesão - Força de atração entre partículas de estados
físicos diferentes, como por exemplo líquido-sólido.

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CONSISTÊNCIA DO SOLO

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TEXTURA DO SOLO

Refere-se às proporção de partículas de diferentes tamanhos


existentes no solo (< 2 mm de diâmetro), sendo a classe de
textura de um solo dada pela combinação das diferentes
proporções de argila, silte e areia.
É uma característica bastante estável.

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TEXTURA DO SOLO

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TEXTURA DO SOLO

A textura pode ser utilizada para ser fazer inferência sobre


diversas características do solo, tais como:
- Capacidade de troca catiônica (CTC)
- Comportamento em relação ao manejo de aração e gradagem.
- Infiltração de retenção de água.
- Porosidade
- Estágio de intemperismo
A fração silte pode dar indicativo do grau de intemperismo ou
do potencial em minerais facilmente intemperizáveis.
A relação silte/argila de 0,15 é considerado como um
indicativo de solo num estágio muito avançado do
intemperismo.
- Superfície específica
- Encrostamento
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TEXTURA DO SOLO
Argila Total – todas as partículas do solo de tamanho menor
igual a 0,002 mm de diâmetro.
Argila dispersa em água – todas as partículas do solo de
tamanho menor igual a 0,002 mm de diâmetro e que sejam
dispersas naturalmente quando em contato com a agua.

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TEXTURA DO SOLO

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POROSIDADE DO SOLO
Refere-se ao volume de uma amostra de solo não ocupado por
partículas sólidas (conjunto de componente orgânicos e
inorgânicos), ou seja, corresponde aos espaços vazios
existentes entre as partículas de solo, que podem está
ocupados com ar ou água.

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POROSIDADE DO SOLO

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POROSIDADE DO SOLO

Fatores que afetam porosidade e qualidade dos poros do solo:


1. Arranjo da partículas

Arranjo cúbico Arranjo piramidal


(47% de porosidade) (24 % de porosidade)

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POROSIDADE DO SOLO

2. Textura
Solos arenosos tendem a apresentar um arranjo piramidal, enquanto
solos argilosos tendem a assumir um arranjo mais cúbico
Solos arenosos apresentam uma porosidade mais estável (35 - 50%)
Solos argilosos, a porosidade é menos estável (40 – 60%).
Solos arenosos > macroporosidade em relação à solos argilosos.

3. Estrutura
Solo com estrutura granular têm maior porosidade do que outros, de
teor argila semelhante, mas de outro tipo de estrutura.
Estrutura do tipo granular (presente no horizonte B dos Latossolos),
pelo aspecto esferoidal que apresenta, confere ao solo maior
quantidade de macroporos, proporcionando-lhes comportamento
físico-hídrico semelhante ao de solo solos arenosos.
33
POROSIDADE DO SOLO
Porosidade Drenável – quantidade de poros que retem água com
força menor do que a força da gravidade.

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37
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39
HIERARQUIA DA CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DO BRASIL
(EMBRAPA, 1999)

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PRINCIPAIS TIPO PEDOLÓGICOS ENCONTRADOS NO
MATO GROSSO

Segundo o mapa de reconhecimento dos solos do Estado de


Mato na escala de 1:2.000.000 publicado em 2007
(Secretaria de Estado de Planjamento e Coordenação
Geral), os principais tipo pedológicos são:

ARGISSOLO GLEISSOLO NITOSSOLO


CAMBISSOLO LATOSSOLO PLANOSSOLO
CHERNOSSOLO NEOSSOLO PLINTOSSOLO

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LATOSSOLO

Em geral são solos muito intemperizados, profundos e de


boa drenagem.
Presença de horizonte B latossólico.
Quando bem manejados são muito resistentes à erosão.
Na maioria das vezes ocorrem em relevo plano a suave
ondulado.
Caracterizam-se por grande homogeneidade de
características ao longo do perfil, mineralogia da fração
argila predominantemente caulinítica ou caulinítica-oxídica, e
praticamente ausência de minerais primários de fácil
intemperização.
Elevado teor de Fe2O3, Baixa densidade, Porosidade muito
alta.
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LATOSSOLO

Tem um aspecto maciço poroso, formado de estrutura


granular muito pequena devido à agregação decorrente dos
óxidos de Fe e Al.
Encontrado em todo Território Nacional, diferenciando-se
entre si principalmente pela coloração e teores de óxidos de
ferro, que determinaram a sua separação em quatro classes
distintas ao nível de subordem no Sistema brasileiro de
classificação de solos (1999).
A separação desses níveis de subordem é realizada
basicamente, nos teores de F2O3, densidade e porosidade
do solo.

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LATOSSOLO VERMELHO (Latossolo Roxo)

Fe2O3 > 18%


PT- 60 a 69%
Dap – 0,92 a 1,15
Elevada atração
eletromagnética das
partículas de solo.

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Perfil 1. Aspecto da grande atracao magnetica do LATOSSOLO VERMELHO
Perférrico típico (Rodovia BR-040, município de Nova Lima, MG).

45
LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO

Fe2O3 – 8 a 18%
PT- 62 - 70%
Dap – 0,84 a 1,03

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LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO

Fe2O3 – < 11%


PT- 56 - 68%
Dap – 0,86 a 1,21

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CAMBISSOLO

São solos poucos profundos a rasos com pequena


diferenciação entre horizontes.
Presença de um horizonte B incipiente (Bi), o qual é um
horizonte pouco evoluído, apresentando apenas a
manifestação das características cor e/ou estrutura, sem
contudo haver outros indicadores de evolução (Bt, Bw, Bs ou
Bp) também de cores diversas.
Presença de minerais primários facilmente intemperizáveis.
Muitas vezes são pedregosos, cascalhentos e mesmo
rochosos.
Ocorre preferencialmente em regiões serranas ou
montanhosas.
Ocorrem com grande expressão na porção sudeste do
Estado de Mato Grosso (Depressão de Paranatinga). 48
CAMBISSOLO

Bastantes suscetível à erosão devido à sua formação em


relevo ondulado a forte ondulado.
Podem ocorrer em relevo plano e suavemente ondulado,
nesta condição geralmente são mais profundos e sem
pedregosidade e/ou rochosidade.

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CAMBISSOLO

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ARGISSOLO

Os solos desta classe têm como característica marcante um


aumento de argila do horizonte superficial A para o
subsuperficial B que é do tipo textural (Bt)
Geralmente acompanhado de boa diferenciação também de
cores e outras características.
As cores do horizonte Bt variam de acinzentadas a
avermelhadas e as do horizonte A, são sempre mais
escurecidas.
A profundidade dos solos é variável, mas em geral são
pouco profundos e profundos.
São juntamente com os Latossolos, os solos mais
expressivos do Brasil, sendo verificados em praticamente
todas as regiões.
51
ARGISSOLO

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ARGISSOLO

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PLANOSSOLO

Compreendem solos minerais hidromórficos, imperfeitamente ou


mal drenados, com horizonte superficial ou subsuperficial eluvial,
de textura mais leve que contrasta abruptamente com o horizonte
B imediatamente subjacente, adensado e geralmente com
acentuada concentração de argila, com permeabilidade lenta ou
muito lenta.
Solos rasos ou profundidade média, com elevada densidade (1,72
a 1,94) e baixa porosidade total (30 – 35%).
Presença de mosqueados associado à oscilação do lençol
freático.
Do ponto de vista morfológico, muito suscetível a erosão,
entretanto, devido a sua ocorrência se dá em locais planos e
abaciados, ameniza o problema.

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PLANOSSOLO

A mudança textural abrupta o que difere os Planossolos dos


Gleissolos, que não tem Bt.
Tem boa fertilidade natural;

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PLANOSSOLO

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PLINTOSSOLO

São solos minerais hidromóficos ou pelo menos com sérias


restrições de drenagem.
Caracterizam-se principalmente pela presença de expressiva
plintitização com ou sem petroplintita (concreções de ferro ou
cangas).
Ocorrem sempre na transição entre a coxilha e a várzea.
Possuem elevada suscetibilidade à erosão.
Geralmente são pobres quimicamente.
Dificuldade de manejo devido a oscilação do lençol freático.
Geralmente usados com pastagem natural.

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PLINTOSSOLO

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GLEISSOLO

São solos característicos de áreas alagadas ou sujeitas a


alagamento (margens de rios, ilhas, grandes planícies, etc.).
Ambiente redutor, desta forma apresentam cores acinzentadas,
azuladas ou esverdeadas, dentro de 50cm da superfície.
Podem ser de alta ou baixa fertilidade natural e têm nas
condições de má drenagem a sua maior limitação de uso.
São pouco profundos, com sequência de horizonte variando de
A-Cg, A-Bg-C ou H-Cg.
São solos geralmente argila de atividade alta.
Boa fertilidade.

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GLEISSOLO

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NEOSSOLO

Solos minerais com elevado teor de areia, drenagem forte,


normalmente profundos ou muito profundos.
São solos muito pobres com capacidade de troca catiônica e
saturação por base baixa.
Baixa capacidade de retenção de água e baixa disponibilidade
hídrica.
Muito suscetível à erosão e com grande propensão ao
desenvolvimento de erosão voçoroca.

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NEOSSOLO

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