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GESTÃO DE PESSOAS
NO SETOR PÚBLICO
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Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
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Editorial
Alessandra Cristina Fahl
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2018
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GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Tema 01 – Provimento 05
Assim, é evidente que esta lei será o principal objeto de estudo da discipli-
na, porém não será o único, já que serão analisados dispositivos constitu-
cionais e de outras leis, normas, decretos e até decisões judiciais que te-
nham relação com os temas abordados. Contudo, ressalta-se que, apesar
da grande presença de textos legais, serão explicados em detalhe todos
os dispositivos referidos, de modo que o conteúdo possa ser facilmente
compreendido por alunos que não sejam oriundos da área do Direito.
PROVIMENTO
Objetivos
EXEMPLIFICANDO
Um exemplo claro de falta de idoneidade moral é o de uma
pessoa que comprovadamente cometeu crime hediondo. É
possível até mesmo, aliás, pensar em caso que não tenha sido
Contudo, apesar desta exigência do artigo 5º, “em rigor de verdade não
parece em princípio ser necessário o pleno gozo dos direitos políticos a
qualquer cidadão como indispensável à sua investidura em cargo público”
(RIGOLIN, 2012, p. 64). Basta que o indivíduo não tenha os seus direitos
políticos cassados para que preencha este requisito.
Assim, um analfabeto poderia, em tese, candidatar-se para cargo público,
pois sua condição de inelegibilidade não decorre de cassação de direitos
políticos. Todavia, vale ressaltar que dificilmente um analfabeto preen-
cherá outros requisitos, como o de nível mínimo de escolaridade.
LINK
Se você tiver interesse em procurar decisões do Supremo
Tribunal Federal sobre qualquer tema, pode o fazer pelo
link a seguir, utilizando-se de expressões temáticas como
“aptidão física” e “idade” no campo de palavras chave.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pesquisa Avançada de
Processos. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/juris
prudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp>.
Acesso em: 7 jul. 2018.
2.1. Nomeação
Não faria sequer sentido haver exigência de concurso público para cargos
em comissão devido à sua própria natureza, que é a de cargos que são de
livre nomeação e exoneração; ou seja, indivíduos podem ser nomeados
livremente para estes cargos por aqueles que têm competência para fazê-
-lo, mas também não há nenhuma garantia de estabilidade para o cargo.
Exemplos clássicos destes cargos em comissão são os de Ministros e de
diretores de autarquias.
2.2. Promoção
2.3. Readaptação
2.4. Reversão
Não há delimitação dos casos que se encaixam nesta hipótese, mas po-
dem-se imaginar situações em que, por exemplo, uma doença que im-
pedia o servidor de continuar a exercer suas atribuições foi curada ou
suficientemente reduzida por meio de medicamentos ou procedimentos
médicos que antes não existiam, fazendo com que a doença que era con-
siderada incurável passe a ser tratável. Outro exemplo poderia ser o de
deficiência física que, por meio de avanços tecnológicos, passa a não ser
mais tratada como caso de invalidez, como parece ser a tendência com
relação à produção de membros sintéticos cada vez melhores, que pos-
sam substituir membros amputados com movimentos suficientemente
precisos para o retorno a cargos que demandem o uso desses membros.
Vale notar, contudo, quanto à alínea “e” deste inciso, que o § 3º prevê a
possibilidade de o indivíduo exercer suas atribuições como excedente até
que surja vaga para o cargo.
2.5. Aproveitamento
2.6. Reintegração
ASSIMILE
Para fins de assimilação ressalta-se novamente que o servi-
dor em disponibilidade recebe remuneração proporcional
ao seu tempo de serviço e que ele deverá ser aproveitado
imediatamente assim que abrir vaga em cargo adequado,
tendo isto prioridade em relação a qualquer outro tipo de
provimento.
3. Posse
4. Exercício
6. Considerações finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. Levando em consideração o que foi estudado com relação
à forma de provimento de promoção, pode-se afirmar que:
a) é forma de provimento para cargos de carreira ou iso-
lados, que investe o servidor em um novo cargo, neces-
sariamente superior. Ademais, é disciplinada por leis
específicas, referentes aos inúmeros cargos existentes.
b) é forma de provimento para cargos de carreira ou isola-
dos, que investe o servidor em um novo cargo, necessa-
riamente superior. É disciplinada exclusivamente pelas
disposições da Constituição Federal e da Lei nº 8.112/90.
c) é forma de provimento exclusivo para cargos de carreira,
que investe o servidor em um novo cargo, superior ou em
nível paralelo, de acordo com um plano de carreira pre-
estabelecido. Ademais, é disciplinada por leis específicas,
referentes aos inúmeros cargos de carreira existentes.
Gabarito – Tema 01
Questão 1 – Resposta: E
As duas primeiras alternativas estão incorretas logo de início, pois
afirmam que a promoção pode ocorrer em cargos isolados, o que
é absurdo, já que, por definição, eles não fazem parte de uma car-
reira dentro da qual o servidor pode ser promovido para um cargo
superior. A segunda alternativa também está incorreta pelo mesmo
Questão 2 – Resposta: E
A primeira afirmação é falsa, pois a readaptação não consiste no re-
torno de um servidor já aposentado. A segunda afirmação também é
falsa, pois os casos listados não correspondem aos dois provimentos
mencionados; são dois casos de reversão que nada têm a ver com a
readaptação.
Questão 3 – Resposta: C
A primeira alternativa está incorreta, pois descreve a solução da rein-
tegração para a recondução e afirma que a lei não dá solução para
caso que, em verdade, dá. Já a segunda afirmativa está incorreta,
pois estão trocados os termos reintegração e recondução. Por fim,
as duas últimas alternativas estão incorretas por mencionar a ideia
de “excedente”, que só ocorre nos casos de readaptação e reversão.
VACÂNCIA, REMOÇÃO,
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Objetivos
1. Vacância
1.1. Exoneração
Como se verifica com a observância do inciso seguinte ao que lista a exo-
neração, que traz a demissão como causa de vacância de cargo público,
estes dois fenômenos não se confundem.
Aliás, é importante que se ressalte que a ideia de exoneração em si não
tem sequer caráter negativo, pois o primeiro dos casos de exoneração
para servidores em cargos efetivos é, inclusive, aquele que se dá por pedi-
do do servidor. Assim, por meio de mero pedido o servidor público pode
ser exonerado, deixando seu cargo vago. E diferentemente não poderia
ser, já que ninguém pode ser forçado a ocupar cargo público e desempe-
nhar as atribuições que a ele correspondem contra a sua vontade; por-
tanto, enquanto permanece o servidor no cargo, permanecerá também
sempre a possibilidade de pedir sua exoneração.
Há, contudo, ainda mais dois casos de exoneração para servidores em
cargos efetivos, que são os que se dão de ofício. “De ofício” é uma expres-
são legal originária do latim ex officio, que se refere a um ato que se reali-
za em virtude do cargo – ou seja, do ofício – que se ocupa.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos de atuação “de ofício” encontram-se frequente-
mente no dia-a-dia da Administração e no Judiciário, pois au-
toridades administrativas variadas e juízes tendem, devido
ao cargo que possuem, ter amplas oportunidades para atua-
rem de ofício, utilizando-se dos poderes que decorrem exa-
tamente dos cargos que ocupam para fazer demandas, por
exemplo, de indivíduos envolvidos em processos judiciais ou
administrativos, sem precisarem consultar terceiros.
ASSIMILE
Lembre-se: para ser aprovado em estágio probatório, o servi-
dor deve, ao longo de um período de 24 meses, demonstrar
aptidão e capacidade para o desempenho do cargo, sendo
avaliado pelos quesitos de assiduidade, disciplina, capacida-
de de iniciativa, produtividade e responsabilidade – confor-
me o disposto no artigo 20 da Lei nº 8.112/90.
Quanto a esta forma de exoneração, Rigolin traz uma boa explicação para
o fato de que não se trata de penalização, ao afirmar que, assim como
a reprovação em um concurso qualquer, a reprovação em estágio pro-
batório atesta “apenas que o servidor foi insuficientemente hábil para o
desempenho das atribuições do seu cargo, sem com isso envolver alguma
culpabilidade do servidor” (RIGOLIN, 2012, p. 144).
Vale notar que, de acordo com o inciso XVII, esta proibição “abrange au-
tarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público”.
1.5. Falecimento
Assim, de acordo com as alíneas do inciso III do artigo 36, isto ocorre apenas:
quando o servidor acompanha cônjuge ou companheiro, também servidor
público, deslocado no interesse da Administração: por motivo de saúde –
comprovado por junta médica oficial – do servidor, cônjuge, companheiro
ou dependente que viva às suas expensas; ou em caso em que o servidor
seja aprovado em processo seletivo interno, realizado devido à existência
de número excessivo de interessados em remoção para certa localidade.
Vale notar que, embora a alínea “c”, que define este último caso, mencio-
ne “vagas”, não se trata de “cargo vago” – afinal, a remoção não é forma
de provimento –, mas sim de “vaga de remoção”. É evidente que um órgão
ou entidade pública não pode aceitar um número elevado de pedidos
de deslocamento nem pode receber muitos servidores deslocados, caso
contrário haveria, respectivamente, falta e excesso de servidores; deste
modo, limita-se o número de pedidos que serão aceitos e realiza-se pro-
cesso seletivo interno para determinar quais servidores terão seus pedi-
dos de remoção deferidos.
3. Redistribuição
Passa-se para os incisos do artigo que delineiam seis preceitos que de-
vem ser observados ao redistribuir um cargo.
Por fim, vale notar que leis específicas podem trazer vedações à redistri-
buição, como é o caso da Lei nº 10.871/04, cujo parágrafo único do artigo
6º veda a redistribuição para Agências Reguladoras.
4. Substituição
Por fim, embora se trate de assunto que será estudado em aula posterior,
vale notar que a retribuição que se justifica “pelo exercício de função de
direção ou chefia” não compõe remuneração – conceito definido no artigo
41 da Lei nº 8.112/90 – por não se encaixar na definição de vencimento e
nem ser vantagem pecuniária de caráter permanente.
5. Considerações finais
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. De acordo com o material estudado, as três modalidades
de exoneração de cargo público efetivo dão-se:
a) A pedido do servidor; a juízo da autoridade competen-
te; e de ofício, quando não satisfeitas as condições do
estágio probatório.
b) A pedido do servidor; de ofício, quando, tendo tomado
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo es-
tabelecido; e a juízo da autoridade competente.
c) A pedido do servidor; de ofício, quando, tendo tomado
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo es-
tabelecido; e de ofício, quando não satisfeitas as condi-
ções do estágio probatório.
d) A pedido do servidor; a pedido do servidor, quando,
tendo tomado posse, ele não entrar em exercício no
prazo estabelecido; e de ofício, quando não satisfeitas
as condições do estágio probatório.
e) A juízo da autoridade competente; a pedido do servi-
dor, quando, tendo tomado posse, ele não entrar em
exercício no prazo estabelecido; e de ofício, quando
não satisfeitas as condições do estágio probatório.
Questão 1 – Resposta: C
A modalidade de exoneração que se dá a juízo da autoridade com-
petente refere-se aos cargos em comissão, não aos cargos públicos
efetivos, portanto é modalidade incorreta. Ademais, as supostas mo-
dalidades de pedido do servidor condicionadas à não entrada em
exercício no prazo estabelecido ou à não satisfação das condições
de estágio probatório não fazem sentido, pois são hipóteses em que
a exoneração se dará, na verdade, por via da autoridade administra-
tiva, de ofício, ao verificar estas circunstâncias problemáticas. Assim,
só resta uma alternativa em que estão listadas todas as modalidades
corretas de exoneração de cargo público efetivo.
Questão 2 – Resposta: A
De fato, ambas as afirmações são verdadeiras e a segunda justifica
a primeira. Como a redistribuição consiste no deslocamento de um
cargo de um órgão ou entidade para outro do mesmo Poder, o cargo
permanece inalterado; do contrário, não seria caso de redistribuição,
mas de transformação ou reclassificação do cargo.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois não são indeterminadas
as hipóteses nem poderiam ser, já que se trata de caso que deve
ser mantido como excepcional, que é o que ignora por completo os
interesses da Administração. Ademais, as alternativas que mencio-
nam rol “expansivo” ou que afirmam que podem ser aceitas mais
hipóteses além das três listadas também estão incorretas, pois o rol
é exaustivo, o que significa exatamente que só devem ser aceitas as
hipóteses listadas.
Objetivos
1. Remuneração
Logo de início é preciso ressaltar o que aqui já se faz evidente: que ven-
cimento e remuneração, apesar de serem termos comumente usados
como sinônimos, não o são.
2. Férias
ASSIMILE
Como se aprendeu em aula anterior, rol exaustivo é aquele
que não permite a existência de outras possibilidades, casos
ou hipóteses além dos enumerados naquela lista. Portanto,
como o rol de licenças do artigo 81 é exaustivo, não podem
ser admitidas outras licenças que não as nele mencionadas.
Família, neste caso, entende-se qualquer uma das pessoas listadas no ar-
tigo 83, quais sejam: cônjuge ou companheiro – portanto, não é necessá-
rio casamento formalizado, bastando união estável –, pais, filhos, padras-
to, madrasta, enteado ou dependente que viva às expensas do servidor e
conste do seu assentamento funcional.
A doença em si deve ser comprovada por perícia médica oficial, mas esta
mera comprovação não basta para que seja concedida a licença, pois,
conforme o disposto no § 1º do artigo 83, é necessário também que a as-
sistência direta do servidor seja indispensável para o familiar e que seja
incompatível esta prestação de assistência ao exercício de seu cargo, mes-
mo considerada a possibilidade de compensação de horários.
Há, portanto, certo grau de subjetividade na concessão desta licença, pois
fica em aberto na lei o que se considera como “assistência direta indis-
pensável do servidor” e diferentemente não poderia ter sido, pois é difícil
a previsão do agravamento da condição de um enfermo e, consequente-
mente, é complexo o trabalho de se estimar quanta atenção presencial
ele de fato requererá.
Do mais, os § § 2º, 3º e 4º disciplinam que esta licença só poderá ser con-
cedida a cada doze meses – contados da data do deferimento da primeira
licença – e terá duração máxima de noventa dias, consecutivos ou não, in-
cluídas nisto as prorrogações; com a remuneração do período de licença
se estendendo somente para os primeiros sessenta dias e se limitando ao
valor a eles correspondente.
Por fim, o § 3º do artigo 81 veda o exercício de atividade remunerada
durante o período desta licença. Vale notar que não é esta uma determi-
nação inútil, pois é possível que o servidor não pudesse compatibilizar o
exercício do seu cargo junto à provisão de assistência médica ao enfermo,
mas que pudesse realizar outra atividade remunerada sem prejuízo da-
quela assistência, como é o caso de uma atividade que pudesse exercer
de sua casa. Todavia, a lei proíbe que o servidor faça isto durante o perío-
do de licença, independentemente da possibilidade sugerida.
Apesar do nome da seção que trata desta licença – reproduzido pelo sub-
título acima – referir-se ao afastamento de cônjuge, o artigo 84 menciona
explicitamente que se trata de cônjuge ou companheiro; portanto, não há
que se fazer distinção de tratamento entre os dois.
Trata-se de licença que pode ser concedida, a critério da Administração,
para que o servidor possa acompanhar seu cônjuge ou companheiro quan-
do este for deslocado para outro local dentro ou fora do território nacio-
nal, incluindo hipótese de deslocamento para exercer mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo – como prefeito, deputado estadual etc.
Permite-se que o servidor mantenha seu cargo por prazo indeterminado
e sem remuneração – conforme o § 1º –, de modo que possa eventual-
mente retornar a ele.
Ainda, o § 2º determina que, no caso do cônjuge ou servidor também
ser servidor público, civil ou militar poderá haver exercício provisório
do servidor em licença em cargo compatível em órgão ou entidade da
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional.
Outro ponto interessante deste § 2º é o fato de que ele só se aplica no
caso específico do cônjuge ou companheiro ser também servidor públi-
co, o que reforça a ideia já presente na omissão de qualquer qualificação
deste tipo no caput do artigo de que a concessão desta licença, de modo
geral, não requer que o cônjuge ou companheiro trabalhe no setor públi-
co. Neste sentido, esclareceu, em 1991, a Orientação Normativa nº 78 da
Secretaria de Administração Federal que de fato é esta a interpretação
que deve se dar ao artigo 84 da Lei nº 8.112/90.
Quanto a este pequeno tratamento que a Lei nº 8.112/90 dá para esta li-
cença, há pouco que se possa acrescentar. Primeiro, ressalta-se que “será
concedida licença” é determinação obrigatória, não sendo facultado à
Administração indeferir a concessão da licença por quaisquer motivos.
EXEMPLIFICANDO
No caso de Minas Gerais, por exemplo, o artigo 177 do
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas
Gerais (Lei estadual nº 869/52) determina que aos funcioná-
rios estaduais é concedida licença para serviço militar “com
vencimento ou remuneração e demais vantagens, descon-
tada mensalmente a importância que receber na qualidade
de incorporado”, ou seja, complementa-se o valor recebido
como incorporado no serviço militar para que ele chegue ao
nível do que o indivíduo recebia no cargo público do qual ti-
rou licença.
Vale notar que não há qualificação sobre quais cursos de capacitação pro-
fissional especificamente serão aceitos e que da linguagem do artigo que
diz que o servidor “poderá” se afastar “no interesse da Administração”
presume-se que a licença deve ser requerida pelo servidor e deferida pela
Administração; de modo que é necessário, portanto, vontade de ambas
as partes para que a situação se efetue.
Assim, criou-se esta licença para cobrir casos excepcionais não previstos,
mas, devido à falta de requisitos rígidos para a concessão dela, o legislador
determinou que ela não pode ser concedida com remuneração, pois do
contrário poderia ser facilmente abusada para conferir licenças remune-
radas para servidores por quaisquer motivos e por prazos muito longos.
Posto isto, passa-se, então, para a análise das hipóteses previstas para o
afastamento de servidores públicos.
Contudo, vale notar que, apesar do texto legal ainda mencionar o MPOG,
este foi alterado em 2016 para se tornar o Ministério de Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (MPDG), e, portanto, deve-se aplicar ao MPDG
tudo o que a lei atribui como sendo de competência ou faculdade do an-
tigo MPOG.
LINK
A título de curiosidade, você pode conferir no link a seguir a
história dos ministérios de planejamento do Brasil que, ao
longo dos anos, sofrem constantes transformações – o que,
aliás, não raramente gera problemas em termos de leis que
mencionam ministérios extintos. BRASIL. Ministério do pla-
nejamento, desenvolvimento e gestão. História. Disponível
em: <http://www.planejamento.gov.br/acesso-a-informacao/
institucional/o-ministerio/historia>. Acesso em: 12 jul. 2018.
Esta hipótese, regida pelo artigo 96-A, permite que, conforme o interesse
da Administração, um servidor possa se afastar de seu cargo, com re-
muneração, para cursar mestrado ou doutorado, se for titular de cargo
efetivo há pelo menos três anos no primeiro caso e quatro no segundo;
incluído o período de estágio probatório e se não tiver tirado licença para
tratar de assuntos particulares ou de capacitação ou usufruído deste afas-
tamento nos últimos dois anos antes do pedido.
Para cursos de pós-doutorado aplica-se o mesmo referente ao de dou-
torado, exceto que o servidor não deve ter tirado licença para tratar de
assuntos particulares ou usufruído deste afastamento nos últimos quatro
anos antes do pedido – ou seja, o período é maior do que o referente ao
doutorado. Vale ressaltar que, neste caso, não está mencionada licença
de capacitação.
5. Concessões
Desta forma, pode ele ausentar-se: por um dia, para doar sangue; por
dois, para alistamento ou recadastramento eleitoral comprovadamente
necessário; por oito consecutivos, em razão de seu casamento, ou de fa-
lecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,
enteados, menor sob guarda ou tutela, ou irmãos.
6. Considerações finais
Glossário
• Caput: é a “cabeça” de um artigo, ou seja, o texto localizado logo
após o número do artigo e antes de quaisquer parágrafos, alíneas
ou incisos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 03
1. Considerando-se o que foi estudado sobre a licença por
motivo de doença em pessoa da família, qual é a alternati-
va que contém todos os requisitos para que seja concedi-
da esta licença?
a) A doença deve ser comprovada por qualquer médico;
a assistência direta do servidor ao doente deve ser in-
dispensável e incompatível com o exercício do cargo;
e o servidor não pode ter usufruído desta licença nos
últimos doze meses.
b) A doença deve ser comprovada por qualquer médico;
a assistência direta do servidor ao doente deve ser in-
dispensável e incompatível com o exercício do cargo;
e o servidor não pode ter usufruído desta ou qualquer
outra licença nos últimos doze meses.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 12 jul. 2018.
. Departamento de Normas/Secretaria de Recursos Humanos/Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado. Orientação Consultiva Nº 38/98.
Assunto: afastamento, investidura e movimentação. Brasília. Disponível em: <https://
conlegis.planejamento.gov.br/conlegis/Downloads/file?7E07698F1DECEB9B83256D
10004CB3A8%3D%3DOrienta%E7%E3o%20Consultiva%3D%3DOC-038-98%20
-elei%E7%E3o.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2018.
Gabarito – Tema 03
Questão 1 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois a doença deve ser com-
provada apenas por meio de perícia médica oficial. A segunda alter-
nativa está incorreta, pois repete o mesmo erro e também impõe
restrição que não existe na lei, sobre o uso de licenças de outras es-
pécies. A terceira alternativa está incorreta, pois a assistência direta
do servidor deve ser indispensável, não meramente recomendada e
falta também o requisito de que esta assistência seja incompatível
com o exercício do cargo. Por fim, a quarta alternativa está incorreta
por também ignorar o requisito de incompatibilidade do cargo com
Questão 2 – Resposta: C
A primeira afirmação é verdadeira, pois as regulamentações internas
dos órgãos ou entidades dos vários servidores públicos podem de-
terminar períodos aquisitivos menores do que de doze meses, após
o primeiro período. A segunda afirmação é falsa, pois regulamenta-
ções sobre os períodos aquisitivos de férias após o primeiro existem,
mas só não estão contidas na Lei nº 8.112/90.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois pode sim ser estendida a
concessão mencionada. A segunda alternativa está incorreta, pois
afirma que “é estendida” a concessão, quando em verdade “pode”,
no sentido de que ela pode também ser negada; ademais, a lista dos
indivíduos aos quais se pode estender a concessão está incompleta.
A terceira alternativa está incorreta, pois repete o erro da segunda ao
afirmar que “é estendida” a concessão. Por fim, a quarta alternativa
está incorreta, pois não é a autoridade máxima do órgão ou entidade
que confere a autorização, mas sim autoridade judicial competente,
independente do órgão ou entidade em qual o servidor ocupa cargo.
Objetivos
1. Tempo de serviço
O artigo 103, por sua vez, traz casos que só devem ser considerados quan-
do se faz contagem para efeito de aposentadoria e concessão de disponi-
bilidade remunerada:
Quanto ao inciso III, vale notar que se refere à hipótese já estudada de li-
cença, com vencimentos assegurados por até três meses, de servidor em
cargo efetivo que tenha registrado sua candidatura para cargo eletivo; e
tão somente ela, à exclusão das demais hipóteses de concessão de licen-
ça para atividade política.
EXEMPLIFICANDO
Imagine um servidor que, respeitando os estritos limites
constitucionais, acumula dois cargos públicos remunerados:
um de professor e um técnico. Embora ele continue sendo
considerado professor enquanto exerce as atribuições de seu
cargo técnico, neste período só haverá contagem de tempo
de serviço referente ao cargo técnico. O mesmo ocorrerá na
situação contrária e, ao final, irão se somar estes tempos de
serviço, já que prestados de forma não concomitante. Assim,
se em um dia ele trabalha em seu cargo técnico por quatro
horas durante a tarde e como professor por quatro horas
pela manhã, contabilizam-se oito horas naquele dia.
Se for indeferido o pedido do servidor, caberá a ele pedir – uma única vez
e no prazo de trinta dias – a reconsideração da decisão, por meio de pro-
cedimento idêntico ao anterior. Não se deve subestimar a importância do
pedido de reconsideração, pois confere à autoridade competente a opor-
tunidade de alterar sua decisão, frente à implicação de que o servidor
está insatisfeito e provavelmente entrará com recurso.
Já o artigo 114, por sua vez, traz uma disposição de grande importância,
que é a de que a Administração deve rever quaisquer atos ilegais que te-
nha realizado, independentemente de quando tenham sido realizados.
Desta forma, dada a ciência da ilegalidade, ela fica imediatamente obriga-
da a tomar providências para que seja reparada a situação.
3. Vantagens
3.1. Indenizações
3.1.2. Diárias
3.1.4. Auxílio-moradia
LINK
A título de curiosidade, você pode conferir no link a seguir
informações acerca dos processos de solicitação e devolu-
ção de imóveis funcionais, bem como outras informações
quanto a obrigações do ocupante e determinações acerca
da seleção do imóvel. BRASIL. Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão. Imóveis funcionais. Disponível
em: <http://www.planejamento.gov.br/assuntos/gestao/patri
monio-da-uniao/destinacao-de-imoveis/imoveis-funcionais
#6--como---selecionado-o-im-vel->. Acesso em: 15 jul. 2018.
O artigo 62 disciplina este instituto – que não é nem gratificação nem adi-
cional, mas que junto a eles se encontra, pois antes era considerado gratifi-
cação –, determinando essencialmente que somente os servidores efetivos,
quando se encontrarem em situação em que forem investidos de “função
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão
ou de Natureza Especial”, deverão ser pagos pelo exercício desta respectiva
função ou cargo. Ou seja, não serão forçados a trabalhar de graça.
ASSIMILE
Para fins de assimilação, vale lembrar mais uma vez que função
diferencia-se de cargo, pois é um conjunto de atribuições a se-
rem exercidas. Ademais, cargos de Natureza Especial são sim-
plesmente aqueles que leis explicitamente assim os definem.
Por fim, o artigo 62-A refere-se a um instituto criado para o fim único e
muito específico de lidar com os antigos “quintos” e “décimos”; portanto,
têm aplicação restrita a casos específicos anteriores ao ano 2000 e não
merece análise aprofundada nesta aula, pois para isto seria necessária a
explicação de diversos dispositivos legais contidos em todo um conjunto
de normas há muito tempo revogadas.
Um mês integral, para este fim, é considerado como quinze ou mais dias
de exercício e a proporção da gratificação é, segundo o artigo 63, de “1/12
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de de-
zembro, por mês de exercício no respectivo ano”.
Neste caso, o legislador fez algo raro, pois determinou, no artigo 12 da Lei
nº 8.270/91, que a definição de quais atividades demandam o pagamento
de adicional de insalubridade ou periculosidade se dá de acordo com as
normas que tratam do tema referente aos trabalhadores em geral, não
servidores. Assim, as normas sobre limites de barulho, toxicidade do ar,
trabalho em locais muito frios etc., que servem para definir quais ativida-
des são consideradas perigosas ou insalubres no âmbito dos trabalhado-
res em geral, aplicam-se ao caso dos servidores públicos.
Por fim, o parágrafo único do artigo 72, que determina que deve haver
controle permanente dos servidores que trabalham com Raios X ou subs-
tâncias radioativas e seus locais de trabalho, estabelece que estes servi-
dores devem ser submetidos a exames médicos a cada seis meses.
Por fim, o § 2º determina que não será concedido o adicional nos casos
em que as atividades listadas nos incisos I à IV do caput são realizadas
com prejuízo das atribuições do cargo do servidor.
Glossário
NETO, Jorge Francisco F.; CAVALCANTE, Jouberto de Q. P.. Manual de direito do tra-
balho. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.
RIGOLIN, I. B.. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis: Lei n.
8.112, de 11-12-1990. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Questão 1 – Resposta: B
A primeira alternativa está incorreta, pois, dentre os listados, é só o
tempo de serviço público federal que é contabilizado para todos os
efeitos. Já a terceira e quarta alternativas estão ambas incorretas,
pois o período em que o servidor sai de férias é considerado como
tempo de serviço para todos os fins. Por fim, a última alternativa está
incorreta, pois o período de licença mencionado só conta para fins
de aposentadoria e disponibilidade e somente no que exceder trinta
dias em período de doze meses, conforme o inciso II do artigo 103 da
Lei nº 8.112/90.
Questão 2 – Resposta: A
De fato, ambas as afirmações são verdadeiras e a segunda justifica
a primeira. Para se entender melhor porque o primeiro método de
cálculo é mais vantajoso para o servidor que tem aumento de venci-
mento durante o ano, imagine-se um exemplo em que ele teve dez
meses de exercício integral e que, nos primeiros cinco, tenha rece-
bido vencimento no valor de R$5.000,00 e nos demais R$7.000,00,
sendo que o último mês foi dezembro. Pelo primeiro método multi-
plica-se R$7.000,00 por 10 (número de meses de exercício integral)
e divide-se o resultado por 12, totalizando R$ 5.834,00 (valor arre-
dondado). Já pelo segundo método, somar-se-iam cinco meses de
R$5.000,00 e cinco meses de R$7.000,00 e se dividiria o resultado por
12, totalizando R$2.918,75 – valor muito inferior.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois a ajuda de custo é voltada
para a compensação das despesas de instalação que o servidor tem
com a mudança, não a aluguéis. A segunda alternativa também está
incorreta, pois as diárias são concedidas para casos de deslocamen-
to temporário do servidor, não permanente, e se referem a despesas
REGIME DISCIPLINAR
Objetivos
1. Deveres
O título IV, “Do Regime Disciplinar”, da Lei nº 8.112/90, que trata dos ser-
vidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, abre com o capítulo sobre os deveres que aqueles servidores
estão obrigados a cumprir.
Eles estão listados nos doze incisos do artigo 116, mas, apesar de sua
obrigatoriedade, não está prevista punição direta para aquele que não
os cumpre, o que afeta negativamente a ideia de exigibilidade desses
LINK
A título de curiosidade, segue em seguida o Estatuto de
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Como se
pode ver na sua seção sobre deveres, é comum a reprodução de
vários desses dispositivos federais analisados no âmbito esta-
dual. Ademais, é interessante notar as diferenças, como neste
caso, em que o legislador estadual julgou necessário adicionar
dever de “apresentar-se convenientemente trajado em servi-
ço”. SÃO PAULO. Procuradoria Geral do Estado. Lei n. 10.261,
de 28 de outubro de 1968, consolidada e anotada. Estatuto
dos funcionários públicos civis. São Paulo, Disponível em:
<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavir
tual/Estatuto%20do%20funcionarios%20publicos.pdf>.
Acesso em: 20 jul. 2018.
O artigo 117 da Lei nº 8.112/90 proíbe ao servidor, por meio de seus incisos:
I. ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
II. retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer docu-
mento ou objeto da repartição;
III. recusar fé a documentos públicos;
IV. opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo
ou execução de serviço;
V. promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei,
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
VII. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII. manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, côn-
juge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-
mento da dignidade da função pública;
X. participar de gerência ou administração de sociedade privada, personi-
ficada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
acionista, cotista ou comanditário;
XI. atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de pa-
rentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XII. receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie,
em razão de suas atribuições;
XIII. aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV. praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV. proceder de forma desidiosa;
XVI. utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou ati-
vidades particulares;
XVII. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,
exceto em situações de emergência e transitórias;
Por fim, o artigo 120 determina que o servidor que acumulou licitamente
dois cargos efetivos deverá ser afastado de ambos quando for investido
em cargo citado. A segunda parte do dispositivo excetua da proibição a
acumulação remunerada de um dos cargos efetivos com o cargo em co-
missão, mas ela é manifestamente inconstitucional, pois tenta permitir
algo que a Constituição proíbe.
Ato omissivo caracteriza-se quando o servidor não age em situação que de-
veria, ato comissivo é uma ação de fato. Doloso, por sua vez, é o ato intencio-
nal e culposo é aquele ocasionado por negligência – descuido ou desatenção
–, imprudência – ação fora dos limites do bom senso – ou imperícia – falta de
conhecimento, técnica ou habilidade do indivíduo que os deveria ter.
5. Penalidades
ASSIMILE
A título de assimilação, lembra-se aqui o que já se explicou em
aula passada sobre prescrição. Ela constitui a perda do direito
de ajuizar ação. Assim, perde-se a possibilidade de se defender
ou tentar se fazer efetivar um direito em juízo, não se perde este
direito em si. Embora seja sutil, esta diferença é importante.
O segundo caso é mais preciso, pois determina que é punido com suspen-
são o servidor que viole quaisquer das proibições do artigo 117 que não
sejam punidas com advertência ou demissão; ou seja, somente as dos
incisos XVII e XVIII.
Único, o terceiro caso tem prazo máximo menor, de quinze dias, e se apli-
ca em circunstância em que o servidor injustificadamente se recusa a ser
submetido a inspeção médica, quando isto for determinado por autori-
dade competente. Diferentemente também dos outros dois casos, esta
suspensão cessa logo que o servidor se submete à inspeção.
5.2. Demissão
A penalidade grave de demissão, por sua vez, só se aplica nos treze casos
enumerados pelos incisos do artigo 132, quais sejam:
I. crime contra a administração pública;
II. abandono de cargo;
III. inassiduidade habitual;
IV. improbidade administrativa;
V. incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI. insubordinação grave em serviço;
VII. ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem;
VIII. aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX. revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X. lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI. corrupção;
XII. acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII. transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
EXEMPLIFICANDO
Considere-se um servidor que faltou ao serviço por um total
de 45 dias, dentro de um período de doze meses. Se estas
faltas foram intencionais e consecutivas, estará configurado
o abandono de cargo, pois totalizaram mais de trinta dias de
falta. Porém, se as faltas não foram consecutivas, isto não
ocorrerá, e nem estará configurada a inassiduidade habitual,
pois a inassiduidade habitual tem como requisito a soma de
sessenta dias de falta, não trinta.
Disto passa-se para o artigo 135, que determina que, nos casos que ser-
vidor em cargo em comissão cometer infração sujeita às penalidades de
suspensão e de demissão, será destituído do cargo.
Por fim, menciona-se que os artigos 136 e 137, que foram abordados no
final da parte sobre demissão, aplicam-se igualmente ao servidor que foi
destituído de cargo em comissão.
Glossário
• Ato omissivo: é o ato daquele que não age quando tem dever de
agir.
• Ato comissivo: é ato daquele que de fato age, ou seja, não se omite.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 05
1. “Não deve ser feita interpretação literal da proibição de
prática da usura, do inciso XIV do artigo 117 PORQUE esta
interpretação geraria uma proibição excessiva e absurda,
já que a usura se constitui em qualquer empréstimo com
cláusula de juros”.
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
a) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifi-
ca a primeira.
b) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda
não justifica a primeira.
c) a primeira afirmação é verdadeira, mas a segunda é falsa.
d) a primeira afirmação é falsa, mas a segunda é verdadeira.
e) as duas afirmações são falsas.
2. De acordo com o material estudado, com relação aos de-
veres do servidor público, que estão contidos nos incisos
do artigo 116 da Lei nº 8.112/90, a única alternativa dentre
as seguintes que apresenta uma afirmativa inteiramente
correta é:
a) O dever de exercer com zelo e dedicação as atribuições
do cargo é considerado como uma exigência de caráter
preciso e objetivo.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Amador P. de. et al. CLT comentada. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
RIGOLIN, I. B.. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis: Lei n.
8.112, de 11-12-1990. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Gabarito – Tema 05
Questão 1 – Resposta: A
De fato, ambas as afirmações são verdadeiras e a interpretação li-
teral daquele dispositivo legal geraria uma proibição absurda. A in-
terpretação que se deu no material é a de que o inciso refere-se ao
“crime de usura”, não à usura propriamente dita e que, portanto, o
crime de usura, em qualquer de suas formas, não deve ser praticado
por servidor público.
Questão 2 – Resposta: D
A primeira alternativa está incorreta, pois o dever mencionado é vago
e a análise de seu cumprimento é subjetiva. Por sua vez, a segunda
alternativa está incorreta, pois não há exceções para o dever de ob-
servar normas legais e regulamentares. Já a terceira alternativa está
incorreta, pois, no caso de suspeita de envolvimento da autoridade
imediatamente superior na irregularidade, o servidor pode levá-la
ao conhecimento direto de outra autoridade competente. Por fim, a
última alternativa está incorreta, pois a lei só protege de represália o
servidor na esfera administrativa.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta devido ao fato que, quando con-
cedida regularmente, a aposentadoria não pode ser prejudicada por
nenhum fato superveniente a ela; portanto, o cometimento de crime
contra a administração pública não gera sua cassação. A segunda al-
ternativa, também incorreta, repete este erro e acrescenta outro ao
PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR
Objetivos
Por sua vez, serão estudadas as três fases do processo disciplinar, defi-
nidas em lei: instauração, inquérito e julgamento. Contudo, é importante
notar que a fase de instauração não envolve nada além do ato que ins-
taura o processo, portanto não tem tratamento à parte como as demais.
Quanto à sindicância, o artigo 146 determina que ela não deve ser utili-
zada para casos mais graves, particularmente aqueles que, se comprova-
dos, ensejariam “a imposição de penalidade de suspensão por mais de
30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilida-
de, ou destituição de cargo em comissão”. Portanto, nestes casos deve-se
logo instaurar processo administrativo e, consequentemente, presume-
-se que nos demais casos a regra é a de apuração de irregularidade por
via de sindicância.
2. Processo disciplinar
ASSIMILE
Vale lembrar que, conforme se estudou em aula anterior,
para os casos de acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas, abandono de cargo e inassiduidade habi-
tual é utilizado um procedimento sumário, mais célere, ao
invés deste processo administrativo ordinário.
No artigo 154, o segundo da seção da Lei nº 8.112/90 que trata desta fase,
encontra-se a anteriormente mencionada previsão de que os resultados
da sindicância deverão integrar o processo disciplinar, com fim meramen-
te informativo – ou seja, o julgamento final não fica vinculado às conclu-
sões da sindicância – e em complemento à apuração própria realizada no
âmbito do processo disciplinar.
Contudo, conforme o parágrafo único do mesmo artigo, o relatório da sin-
dicância terá mais um propósito, que é o de informar possível processo
penal, pois, caso o relatório aponte que o ato irregular do servidor violou
a legislação penal, a autoridade competente para o processo administra-
tivo deverá encaminhar cópia para o Ministério Público.
O artigo 153, por sua vez, é mais um dentre os vários dispositivos em que
o legislador julgou necessário reforçar uma ideia já existente. Neste caso,
deverá ser assegurada ao servidor acusado a oportunidade de se defen-
der por todos os meios admitidos em direito.
Evidentemente, os mesmos meios estão disponíveis para a Administração,
na posição de acusadora, e alguns deles encontram-se listados no rol exem-
plificativo – portanto, não exaustivo – do artigo 155 que menciona que “a
comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações
e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
necessário, a técnicos e peritos”. O custo deste referido uso de técnicos e
peritos, vale ressaltar, fica a cargo da parte que o requisitar (RIGOLIN, 2012).
Ainda neste tema de provas, o artigo 156 determina que ao servidor é as-
segurado “o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-
médio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial”.
LINK
Se você tiver curiosidade em ler a mencionada súmula vincu-
lante do STF, ou quaisquer outras súmulas vinculantes, que
são as de maior importância, pois obrigam as demais cortes
do país a seguir o entendimento do STF – ao contrário de
súmulas não vinculantes –, pode fazer isto no link a seguir,
que contém todas elas. BRASIL. Supremo Tribunal Federal.
Súmulas Vinculantes. Brasília, Disponível em: <http://www.
stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudencia
SumulaVinculante>. Acesso em: 26 jul. 2018.
Aqui, é interessante mencionar o artigo 173, que está no capítulo que tra-
ta da fase de julgamento, mas que, em verdade, aplica-se à de inquérito.
Por força dele, são assegurados valores a título de transporte e diárias
para quaisquer servidores convocados para prestar depoimento fora da
sede de sua repartição e para os membros da comissão – incluindo o se-
cretário –, quando eles forem obrigados a se deslocar da sede dos traba-
lhos da comissão para realizar algo que é essencial para esclarecer fatos
pertinentes ao caso de que trata o processo disciplinar.
Por sua vez, o artigo 160 e seu parágrafo único cuidam de caso muito
mais específico, que é o de potencial insanidade mental do acusado. Se
houver dúvida quanto a isto, deverá a comissão simplesmente propor à
autoridade competente que seja realizado, por junta médica oficial, com
a participação de pelo menos um psiquiatra, exame cujo processamento
se dará em auto apartado, que depois será apenso ao processo principal.
Quanto a este assunto, é importante lembrar que os mentalmente insa-
nos não são imputáveis sequer no âmbito penal – por força do artigo 26
do Código Penal – e, então, menos sentido teria ainda em penalizá-los ad-
ministrativamente, de modo que a única consequência que se vislumbra
para acusado que assim seja considerado é o seu aposentamento.
Por outro lado, se o servidor não apresentar defesa no prazo legal – e aqui
se aplicam os apontamentos já feitos sobre as diligências indispensáveis
– será considerado revel, após declaração por termo nos autos do pro-
cesso; o que significa que ele terá que aceitar todos os fatos trazidos pela
Administração como verdadeiros.
2.2. Julgamento
Encerrando esta parte sobre a fase de julgamento – pois o artigo 173 já foi
abordado na parte adequada, sobre inquérito –, traz-se o artigo 172. Ele
foi criado para solucionar alguns problemas que poderiam surgir durante
o processo disciplinar, mas apesar de fazê-lo em dois casos, cria mais um
problema no terceiro. Em seu parágrafo único estabelece que, ocorrida
aquela exoneração de ofício, quando o servidor não satisfaz as condições
de estágio probatório, este ato será convertido em demissão.
EXEMPLIFICANDO
O pedido de revisão de processo por familiar de falecido pode
ocorrer, por exemplo, por uma questão moral, de ver a injustiça
corrigida e ter o nome do falecido “limpo”; ou até por uma ra-
zão mais concreta, relativa a valores que não foram recebidos
ou foram recebidos em quantidade menor pelo familiar que é
sucessor do servidor falecido, devido à aplicação incorreta de
penalidade de demissão ao servidor quando ele estava vivo.
Por fim, cabe um último apontamento sobre o texto do artigo 182, que
determina que “julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a
penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, ex-
ceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida
em exoneração”.
A segunda parte é autoexplicativa, mas a primeira deve ser lida com cuida-
do, pois se interpretada literalmente daria entendimento de que a autori-
dade julgadora só poderia julgar improcedente o caso ou, se procedente,
nulificar por completo a penalidade. Do contexto dos demais artigos so-
bre a revisão, não parece ser esta a intenção do legislador; portanto, con-
sidera-se que, na procedência, a autoridade julgadora declara sem efeito
a penalidade para, se for o caso, em seguida aplicar a adequada.
3. Considerações finais
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 06
1. De acordo com o que foi estudado sobre as disposições
gerais que tratam da verificação de irregularidades, da sin-
dicância e do processo administrativo disciplinar, pode-se
afirmar corretamente que:
a) da ciência de irregularidade no serviço público decorre-
rá sindicância, que será seguida da instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar.
b) da ciência de irregularidade no serviço público decor-
rerá sindicância ou processo administrativo disciplinar,
de modo que se o ato irregular for apurado por um não
será apurado novamente pelo outro.
c) da ciência de irregularidade no serviço público decor-
rerá sindicância ou processo administrativo disciplinar;
e o ato irregular poderá, porventura, ser apurado por
ambos, em sucessão.
d) da ciência de irregularidade no serviço público poderá
decorrer sindicância ou processo administrativo disci-
plinar; e o ato irregular poderá, porventura, ser apura-
do por ambos, em sucessão, ou não ser apurado, se a
autoridade julgar isto como desnecessário.
e) da ciência de irregularidade no serviço público poderá de-
correr sindicância ou processo administrativo disciplinar,
de modo que se o ato irregular for apurado por um não
será apurado novamente pelo outro; mas, se a autoridade
julgar isto como desnecessário, poderá não ser apurado.
RIGOLIN, Ivan. B.. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis: Lei
n. 8.112, de 11-12-1990. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Questão 1 – Resposta: C
A primeira alternativa está incorreta, pois ignora o fato de que será
instaurado processo administrativo sem ter havido sindicância em
casos que ensejariam a aplicação de penalidades graves. Já a segun-
da alternativa está incorreta, pois se for instaurado processo admi-
nistrativo após sindicância haverá sim apuração da irregularidade
por ambos. Por fim, a quarta e quinta alternativas estão incorretas,
pois criam possibilidade que não existe na lei, de que a autoridade
não apure a irregularidade de que tem ciência; ademais, a quinta al-
ternativa também repete o erro da segunda alternativa.
Questão 2 – Resposta: D
Via de regra, o prazo para apresentação de defesa na fase de inqué-
rito é de dez dias, não doze. Ademais, a nomeação de defensor dati-
vo não altera o prazo de defesa e é algo que só ocorre, aliás, após o
acusado ser declarado revel por perder este prazo. Por fim, a revelia,
como mencionado, só ocorre após a perda do prazo de defesa, por-
tanto não faz sentido menção a este instituto em nenhuma das três
lacunas. Assim, a primeira, segunda, terceira e última alternativas
estão todas incorretas, pois mencionam um ou vários dos termos
incorretos mencionados.
Questão 3 – Resposta: E
Ambas as afirmações são falsas, pois não há qualquer limite de tem-
po para o pedido de revisão de processos e, ainda, é sim considerada
como razoável esta determinação, pois ela está de acordo com o dever
da Administração de agir para corrigir as irregularidades de seus atos.
SEGURIDADE SOCIAL
Objetivos
Por fim, se voltará a atenção para a parte da Lei nº 8.112/90 que trata da
chamada assistência à saúde, que em verdade tem tratamento mais es-
pecífico em legislação esparsa, mas que é abordada de modo geral neste
contexto.
1. Disposições gerais
2. Benefícios
2.1. Aposentadoria
2.2. Auxílio-natalidade
Embora se fale em mãe e pai, não pode haver interpretação para se es-
tender o enquadramento para padrastos e madrastas (RIGOLIN, 2012).
Ademais, os fatos que geram o enquadramento nestas hipóteses devem
ser comprovados e o artigo 198 estabelece que nenhuma das pessoas da-
quela lista poderá ser considerada como dependente econômico se tiver
rendimento de qualquer fonte, inclusive pensão ou provento de aposen-
tadoria, que seja igual ou superior ao salário mínimo.
EXEMPLIFICANDO
Um caso que pode se imaginar de concessão da licença de
ofício é o de servidor que tem orgulho de jamais faltar ao
trabalho, que adoece e continua indo trabalhar, sem sequer
pedir a licença; mas, por uma questão de risco de saúde dos
demais servidores, que ficam expostos ao doente, a autorida-
de administrativa determina de ofício a concessão da licença.
Por fim, os artigos 213 e 214 trazem duas determinações de grande valor
para o servidor que sofreu acidente, pois o primeiro permite que, se das
circunstâncias particulares do caso houver necessidade, a junta médica
oficial poderá, excepcionalmente, recomendar que o servidor seja tratado
em instituição privada, à conta de recursos públicos, ao invés de institui-
ção pública.
2.7. Pensão
2.8. Auxílio-funeral
2.9. Auxílio-reclusão
3. Assistência à saúde
4. Considerações finais
Glossário
• Natimorto: termo que se refere ao feto que morreu no útero ou
durante o parto. Não deve ser confundido com a criança que mor-
re logo após o nascimento, pois há consequências diferentes para
o Direito.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 07
1. De acordo com o que foi estudado sobre o benefício de
seguridade social do servidor público federal de aposenta-
doria, é correto afirmar que:
a) Aposenta-se o servidor público federal: por acidente de
serviço; compulsória e automaticamente, aos 70 ou 75
anos de idade, conforme o que define lei complemen-
tar; ou voluntariamente, conforme a idade e o sexo do
servidor.
b) Aposenta-se o servidor público federal: por acidente de
serviço; a pedido, aos 70 ou 75 anos de idade, confor-
me o que define lei complementar; ou voluntariamen-
te, conforme a idade do servidor.
c) Aposenta-se o servidor público federal: por invalidez de
qualquer tipo; compulsoriamente, mas não automati-
camente, aos 70 ou 75 anos de idade, conforme o que
define lei complementar; ou voluntariamente, confor-
me a idade do servidor.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 29 jul. 2018.
. Decreto nº 6.856, de 25 de maio de 2009. Regulamenta o art. 206-A da Lei
no 8.112, de 11 de dezembro de 1990 – Regime Jurídico Único, dispondo sobre os exa-
mes médicos periódicos de servidores. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6856.htm>. Acesso em: 29 jul. 2018.
. Instituto Nacional do Seguro Social. Valor limite para direito ao salário-fa-
mília. Brasília. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/beneficios/salario-familia/
valor-limite-para-direito-ao-salario-familia>. Acesso em: 26 jul. 2018.
. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L8112cons.htm>.
Acesso em: 29 jul. 2018.
. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Brasília, disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/CCivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 29 jul. 2018.
RIGOLIN, Ivan B.. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis: Lei
n. 8.112, de 11-12-1990. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Gabarito – Tema 07
Questão 1 – Resposta: D
A primeira alternativa está incorreta, pois o acidente de serviço não
constitui, diretamente, motivo para aposentadoria, já que deve de-
correr invalidez permanente do acidente para isso. Já a segunda al-
ternativa está incorreta, pois repete o erro da primeira e acrescenta
mais erros ao dizer que a aposentadoria aos 70 ou 75 anos de idade
se dá a pedido, ao invés de compulsoriamente, e ainda omite o fa-
tor de sexo para a aposentadoria voluntária. Por sua vez, a terceira
alternativa está incorreta, pois não há aposentadoria por invalidez
“de qualquer tipo” já que é só a invalidez permanente que consti-
tui motivo para aposentadoria; ainda, erra também ao omitir o fator
sexo para a aposentadoria voluntária e erra novamente ao negar o
caráter automático da aposentadoria compulsória. Por fim, a última
alternativa repete erros anteriores relacionados à aposentadoria por
invalidez permanente e à voluntária.
Questão 3 – Resposta: B
Não se trata de licença para tratamento de saúde, pois o caso des-
crito, embora não seja acidente de serviço propriamente dito, equi-
para-se a ele por força do artigo 212, parágrafo único, II, da Lei nº
8.112/90. Esta licença é concedida sem prejuízo da remuneração e,
aliás, também o é a licença para tratamento de saúde, então não se
poderia falar em licença sem remuneração em nenhum destes ca-
sos. Por fim, quanto à última lacuna, a remuneração se dá por todo o
período da licença e o mesmo ocorreria até se fosse caso de licença
para tratamento de saúde, pois os 120 dias de que se fala dela são
referentes à necessidade de avaliação do servidor por junta médica
oficial, não à remuneração da licença.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA E
DISPOSIÇÕES FINAIS
Objetivos
A Constituição Federal estabeleceu, no seu artigo 37, inciso IX, que “a lei
estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para aten-
der a necessidade temporária de excepcional interesse público” e, para
atender a essa disposição, a Lei nº 8.112/90 trazia os artigos de número
232 a 235. Contudo, após três anos, todos esses artigos foram revogados
por determinação expressa do artigo 18 da Lei nº 8.745/93, que é o diplo-
ma legal que passou a disciplinar esse instituto da contratação tempo-
rária de excepcional interesse público e que, em si, tem sofrido diversas
alterações ao longo do tempo.
Assim, no artigo 1º a Lei nº 8.745/93 determinou que, para atender a um
interesse público de caráter excepcional e temporário, “os órgãos da
Administração Federal direta, as autarquias e as fundações públicas po-
derão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado” – tempo
que, já se adianta, é contado como tempo de serviço para todos os efei-
tos, por força do artigo 16.
Deve-se ter atenção para o fato de que a contratação é necessariamen-
te por tempo determinado, o que não significa que, em todos os casos,
haverá termo exato prefixado, como de um ou dois anos etc. Para expli-
car esse conceito de prazo determinado, faz-se conveniente emprestar a
definição que consta da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para os
trabalhadores em geral, em seu artigo 443, § 1º, de que prazo determina-
do é aquele “cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução
de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento
suscetível de previsão aproximada”.
Embora este último dispositivo, ressalte-se, não se aplique ao presente
caso, considera-se razoável a interpretação de que a Lei nº 8.745/93 – que
não traz definição exata do que considera como prazo determinado – acei-
te que prazo determinado possa ser aquele que está ligado à conclusão
de um serviço ou ao acontecimento de evento previsível; contanto que,
claro, sejam respeitados os prazos máximos contidos na Lei nº 8.745/93.
Por sua vez, o inciso III estabelece como necessidade temporária de excep-
cional interesse público a “realização de recenseamentos e outras pesqui-
sas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística” (IBGE); ou seja, trata-se de pesquisas como o
censo demográfico, cujo objetivo é de adquirir conhecimentos quanto
à composição da população em termos de números, estrutura familiar,
sexo, gênero, idade etc. Evidentemente, depois de realizada a pesquisa
não haverá motivo para manter o contratado a serviço da Administração;
deste modo, a atividade naturalmente envolve contratos temporários.
Dentre estas, atenção especial se deu à atividade da alínea “h”, pois o § 3º ve-
dou explicitamente o aproveitamento em qualquer área da Administração
de quem seja contratado para aquela atividade. O legislador provavel-
mente julgou necessário incluir esta determinação devido ao fato de que
a alínea menciona a “subordinação do contratado ao órgão ou entidade
pública”, portanto poderia haver confusão quanto à natureza do contra-
tado. Assim, o § 3º essencialmente serve para ressaltar que o contratado
por ocasião do descrito na alínea “h” não se torna servidor público efetivo
e que, se quiser sê-lo, deverão ser seguidas as normas para provimento
de cargo público da Lei nº 8.112/90.
ASSIMILE
É importante lembrar que a única forma legal de provimen-
to originário de cargo público é a nomeação. Portanto, não
tendo o contratado do caso da alínea “h” sido anteriormente
nomeado para cargo público, não poderá ser “aproveitado”.
A Lei 8.745/93, aliás, usa este termo incorretamente, pois o
“aproveitamento” constitui hipótese não originária de provi-
mento de cargo público em que o servidor em situação de
disponibilidade retorna à atividade.
LINK
É interessante apontar que, apesar da disposição legal, há
casos – com certo grau de controvérsia – em que se deter-
minou a comemoração do Dia do Servidor Público em dia di-
verso, para não coincidir com fim de semana. Exemplo disto
pode ser conferido no link a seguir em que você pode ler a
Portaria nº 183 de 23 de outubro de 2017 do diretor-geral da
secretaria do Supremo Tribunal Federal. BRASIL. Secretaria
do Supremo Tribunal Federal. Portaria nº 183/17. Brasília,
disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/norma/porta
riaferiado183-2017.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2018.
EXEMPLIFICANDO
Se o fato que deu início a um prazo de 15 dias ocorreu em
uma segunda-feira, dia 6, então o primeiro dia da contagem
será o dia 7 e o décimo quinto dia, que é o do vencimento,
será a terça-feira, dia 21. Portanto, seja lá o que for que o
servidor tiver que fazer neste prazo, ele poderá fazê-lo ainda
dentro do horário de expediente do dia 21.
SITUAÇÃO-PROBLEMA
3. Considerações finais
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 08
1. De acordo com o que foi estudado sobre o tema da contra-
tação temporária de excepcional interesse público, disci-
plinada pela Lei nº 8.745/93, pode-se afirmar corretamen-
te que a admissão de professores visitantes:
a) é feita, entre outros motivos, para que o professor vi-
sitante – que não pode ser estrangeiro – possa contri-
buir com programas de capacitação de docentes, ensino
geral, pós-graduação stricto sensu e de pesquisa e ex-
tensão. Ainda, apesar de haver vários requisitos de qua-
lificação do professor visitante, é possível, excepcional-
mente, que se dispense a exigência de título de doutor.
b) é feita, entre outros motivos, para que o professor visi-
tante – que pode ser estrangeiro – possa contribuir com
programas de capacitação de docentes, ensino geral,
pós-graduação stricto sensu e de pesquisa e extensão.
Ainda, apesar de haver vários requisitos de qualificação
do professor visitante, é possível, excepcionalmente,
que se dispense a exigência de título de doutor.
c) é feita, entre outros motivos, para que o professor vi-
sitante – que pode ser estrangeiro – possa viabilizar
iniciativas de intercâmbio científico e tecnológico entre
instituições de ensino. Para isto, há vários requisitos de
qualificação do professor visitante e não é possível a
dispensa deles.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, disponí-
vel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
Acesso em: 1 ago. 2018.
. Decreto nº 4.748, de 16 de junho de 2003. Regulamenta o processo seletivo
simplificado a que se refere o § 3º do art. 3º da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de
1993, e dá outras providências. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/2003/D4748.htm>. Acesso em: 1 ago. 2018.
. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
-lei/del5452.htm>. Acesso em: 1 ago. 2018.
. Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987. Altera dispositivos do Decreto-lei nº 200,
de 25 de fevereiro de 1967, modificado pelo Decreto-lei nº 900, de 29 de setembro de
1969, e pelo Decreto-lei nº 2.299, de 21 de novembro de 1986, e dá outras providên-
cias. Brasília. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/242167.pdf>.
Acesso em: 1 ago. 2018.
Gabarito – Tema 08
Questão 1 – Resposta: B
A primeira alternativa está incorreta, pois, ao contrário do que seu
texto sugere, pode sim o professor visitante ser estrangeiro. Por sua
vez, a terceira alternativa está incorreta, pois nega a existência da
possibilidade de dispensa do título de doutor para o professor visi-
tante, o que pode ocorrer, excepcionalmente, na hipótese que cons-
ta do artigo 2º, § 8º, da Lei nº 8.745/93. Já a quarta alternativa está
Questão 2 – Resposta: C
A primeira alternativa está incorreta, pois comete dois erros; pri-
meiro, “demissão” de professor regular geraria vacância de cargo, o
que tornaria a frase redundante; segundo, o fato dos cargos men-
cionados serem ou não considerados como “de prestígio” não tem
nenhuma relação com o que se trata e, assim, não cabe o uso dessa
expressão naquela lacuna. Por sua vez, a segunda alternativa está
incorreta, pois preenche a primeira lacuna com “visitantes”, o que
está errado, como se conclui da leitura do resto do texto que lista os
motivos pelos quais se contrata temporariamente professor substi-
tuto. Já a quarta alternativa está incorreta, pois repete dois dos erros
anteriores. Por fim, a última alternativa está completamente incor-
reta, pois repete erros anteriores e ainda acrescenta mais um erro,
ao sugerir que possam ser contratados professores regulares para
substituir outros professores regulares; o que iria contra a proibição
de contratação temporária de servidores efetivos.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois têm sim os servidores pú-
blicos federais direito à associação sindical, e não só por força da Lei
nº 8.112/90, mas também do artigo 37, VI, da Constituição Federal. A
segunda, terceira e quarta alternativas estão incorretas por motivos si-
milares, pois todas elas dizem que é necessária alguma forma de auto-
rização para a associação sindical, o que não é verdade – embora, vale
ressaltar, que, no passado, era necessária a autorização do Ministério
do Trabalho. Ainda, a quarta alternativa é mais sem sentido do que
as anteriores, pois fala em direito à “livre” associação sindical, mas li-
vre ela não seria se estivesse condicionada à autorização de terceiro.
Assim, correta é a última alternativa que não menciona restrição para
a associação sindical de servidores públicos federais.