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 Seja bem vindo!

PROF. MAURA FELICIANO


DE ARAÚJO

maurafeliciano@gmail.com
Advogada. Especialista em Direito
Previdenciário pela Escola Paulista de
Direito. MBA em Direito do Trabalho e
Direito Previdenciário. Professora de
diversos cursos de pós-graduação e
extensão. Presidente da Comissão
Previdenciária da 1-4ª Subseção OAB
Itaquera. Coordenadora Estadual do
Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário
- IBDP. Membro da Comissão de Direito
Previdenciário da OAB/SP. Coautora de
obras doutrinárias e autor de artigos
jurídicos para revistas especializadas em
Direito Previdenciário.
HABILITAÇÃO, READAPTAÇÃO E

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REABILITAÇÃO PROFISSIONAL NO
RGPS

Prof. Maura Feliciano de Araújo


HABILITAR, REABILITAR, READAPTAR?

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REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
 Referências legislativas

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 Art. 203, inc. IV da Constituição Federal;
 Art. 89 e ss. da Lei de Benefícios da Previdência Social;

 Art. 136 e ss. do Decreto nº 3.048/99;

 Art. 398 e ss. da Instrução Normativa nº 77/2015;

 Convenção n. º 159 da OIT, de 01.06.1983, que foi ratificada pelo Brasil,


tendo sido promulgada através do Decreto n. 129 de 22.05.1991;
 Manual Técnico de Procedimentos da área de Reabilitação Profissional –
volume I – fevereiro/2018
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PREVISÃO CONSTITUCIONAL

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 Artigo
203 - A assistência social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:

 IV
- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária;
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PREVISÃO INFRACONSTITUCIONAL

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 Art. 89 da LB - A habilitação e a reabilitação
profissional e social deverão proporcionar ao
beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para
o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os
meios para a (re)educação e de (re)adaptação
profissional e social indicados para participar do
mercado de trabalho e do contexto em que vive.
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PREVISÃO INFRACONSTITUCIONAL

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 Art. 136 do Decreto nº 3.048/99- A assistência (re)educativa e de
(re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica
de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos
beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho,
em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às
pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para
proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no
contexto em que vivem.
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PREVISÃO NORMATIVA

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 Art.398 da IN 77/2015 - A Habilitação e Reabilitação
Profissional visa proporcionar aos beneficiários,
incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho,
em caráter obrigatório, independentemente de
carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os
meios indicados para proporcionar o reingresso no
mercado de trabalho e no contexto em que vivem.
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PRESSUPOSTOS

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 Artigo26 da LB: Independe de carência a concessão
das seguintes prestações:
 (...)
 V – REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
 (RPS, artigo 30, inc. V e IN 77, artigo 152, inc. IV);
 Não exige carência previdenciária
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PRESSUPOSTOS – AUXÍLIO DOENÇA

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Artigo 62 da LB: o segurado em gozo de auxílio doença,
insusceptível de recuperação para sua atividade habitual,
DEVERÁ SUBMETER-SE A PROCESSO DE REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL para o exercício de outra atividade.

 insusceptível de recuperação para sua atividade habitual;


 exercício de outra atividade;
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PRESSUPOSTOS – AUXÍLIO DOENÇA

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 Artigo 62 da LB - parágrafo 2º em conformidade com a Lei
13.846/2019:
 “a alteração das atribuições e responsabilidades do segurado
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental não configura desvio de cargo
ou função do segurado reabilitado ou que estiver em
processo de reabilitação profissional a cargo do INSS.”
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

MANUTENÇÃO DO PAGAMENTO

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 Artigo 62 da LB, parágrafo 1º:

 O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o

segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de outra

atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não

recuperável, seja aposentado por invalidez (redação dada pela Lei

13.846/2019).
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

PRESSUPOSTOS – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

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Artigo 42 da LB: A aposentadoria por invalidez, uma vez
cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio doença, for
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-
lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
 insusceptível de recuperação para sua atividade que lhe
garanta a subsistência;
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

BENEFICIÁRIOS

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Art. 399 da IN 77/2015 - Poderão ser encaminhados para o Programa de Reabilitação
Profissional:

I - o segurado em gozo de auxílio-doença, acidentário ou previdenciário;


II - o segurado sem carência para a concessão de auxílio-doença previdenciário,
incapaz para o trabalho;
III - o segurado em gozo de aposentadoria por invalidez;
IV - o segurado em gozo de aposentadoria especial, por tempo de contribuição ou
idade que, em atividade laborativa, tenha reduzida sua capacidade funcional em
decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa;
V - o dependente do segurado; e
VI - as Pessoas com Deficiência - PcD.
A QUEM COMPETE O PROCESSO DE REABILITAÇÃO

No site do INSS: “A Reabilitação


Profissional é um serviço do INSS que

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tem o objetivo de oferecer aos segurados
incapacitados para o trabalho, por motivo
de doença ou acidente, os meios de
reeducação ou readaptação profissional
para o seu retorno ao mercado de
trabalho.”
Artigo 136 do Decreto 3.048/99:

§ 1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestação de que


trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as
possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do
órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de

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serviços especializados. (grifado).

Art. 139. A programação profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou


treinamentos, na comunidade, por meio de contratos, acordos e convênios com
instituições e empresas públicas ou privadas, na forma do art. 317.

§ 1º O treinamento do reabilitando, quando realizado em empresa, não


estabelece qualquer vínculo empregatício ou funcional entre o reabilitando e a
empresa, bem como entre estes e o Instituto Nacional do Seguro Social. (grifado).
OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR
Artigo 93, da Lei de Benefícios:
 A empresa com 100 ou mais empregados está

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obrigada a preencher 2% a 5% dos seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas com
deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
 Até 200 empregados: 2%
 De 201 a 500: 3%
 De 501 a 1000: 4%
 De 1001 em diante:5%
OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR
A lei 8.213/91 em seu artigo 93: não

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há disposição legal de que esteja
obrigada a reabilitar o
segurado/trabalhador.
A função social da empresa é dar
EMPREGO!
PROCESSAMENTO DA REABILITAÇÃO
Art. 137 do Decreto Regulamentador:

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O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será
desenvolvido por meio das funções básicas de:

I - avaliação do potencial laborativo;


II - orientação e acompanhamento da programação profissional;
III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de
convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os
pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação
profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho;
IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho.
PROCESSAMENTO DA REABILITAÇÃO

I - escolaridade;

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II - formação e experiência
profissional;
III - idade;
IV - dificuldade no mercado de
trabalho.
A QUEM COMPETE O PRP
Quem avalia o potencial e encaminhamento do PRP? Segundo parte final do
Artigo 401: “equipes multiprofissionais”

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Com atribuições de funções básicas:
I - avaliação do potencial laborativo;
II - orientação e acompanhamento da programação profissional;
III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de
convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os
pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com
vistas ao reingresso no mercado de trabalho;
IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho e,
V – certificar ou homologar o processo de habilitação e reabilitação
profissional
O QUE É FORNECIDO NO PRP
 Art. 89 da Lei de Benefícios, par. único: A reabilitação profissional
compreende:

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 a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de
auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade
funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos
necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;
 b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no
inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência
estranha à vontade do beneficiário;
 c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
 (a mesma previsão no RPS, art. 137 e IN 77, art. 402)
E SE NÃO É FORNECIDO?
 Obrigação de fazer: fornecer órtese/prótese;
 Negativa: ofensa aos princípios constitucionais:

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 - dignidade da pessoa humana;

 - do livre exercício de qualquer trabalho;

 - da igualdade (porque somente os segurados que terão


acesso usufruirão desse fornecimento).
 Cabimento de ação por dano material e moral, com direito a
pleitear lucros cessantes pela demora em se fornecer tais
órteses/próteses e por consequência deixar de evoluir
profissionalmente.
OUTROS MEIOS DE SE REABILITAR UM
PROFISSIONAL?

Dentro do objetivo do PRP é possível:

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Cursos profissionalizantes?

Conclusão de ciclos educacionais?

Faculdade?
CONCLUSÃO DO PRP
 Art. 140 do Regulamento: Concluído o processo de reabilitação
profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado
individual indicando a função para a qual o reabilitando foi

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capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra
para a qual se julgue capacitado.
 §1º: não constitui obrigação da previdência social a manutenção
do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o
qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional
com a emissão do certificado a que se refere o caput.
 §2º: Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com
vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao
direcionamento da programação profissional e à possibilidade de
reingresso do reabilitando no mercado formal.
DECRETO 3.298/99 - PCD
 Decreto que trata da política nacional para a integração da pessoa com
deficiência e no que diz respeito à Habilitação e da Reabilitação Profissional
 Art. 31. Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado

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a possibilitar que a pessoa portadora de deficiência, a partir da identificação de
suas potencialidades laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento
profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participar da
vida comunitária.
 Art. 33. A orientação profissional será prestada pelos correspondentes serviços de
habilitação e reabilitação profissional, tendo em conta as potencialidades da
pessoa portadora de deficiência, identificadas com base em relatório de equipe
multiprofissional, que deverá considerar:
 I - educação escolar efetivamente recebida e por receber;
 II - expectativas de promoção social;
 III - possibilidades de emprego existentes em cada caso;
 IV - motivações, atitudes e preferências profissionais; e
 V - necessidades do mercado de trabalho.
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP

Publicado em fevereiro de 2018 o

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volume I;

Manual que contém cinco capítulos,


uma lista de tabelas e fluxogramas e
ainda uma lista de anexos;
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Habilitação:
ação de capacitação do indivíduo para
o desenvolvimento de atividades laborativas,

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observando as aptidões, interesses e experiências;

 Reabilitação:tornar o indivíduo capaz a retornar às


atividades profissionais, proporcionando meios de
adaptação à função compatível com suas
limitações.
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS
DA ÁREA DE RP
 Capítulo I - Item 4 - Critérios de Elegibilidade:
 I - Incapacidade permanente, total ou parcial, para a atividade laboral

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habitual;
 II - Escolaridade a partir do nível fundamental II (5º ano); segurados
com maior grau de escolaridade, mais probabilidade de reinserção no
mercado de trabalho;
 III – Segurados cujo prognóstico de retorno ao mercado de trabalho
não será alterado pelo tratamento proposto pelo médico assistente
(ex. segurado aguarda cirurgia, que mesmo bem sucedida não
permite retorno à mesma função;
 IV – Tempo de afastamento e afastamentos prévios. Quanto maior o
tempo de afastamento, menor a perspectiva de retorno ao
mercado de trabalho;
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Item 4 - Critérios de Elegibilidade:
V – experiências ou atividades profissionais já

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desenvolvidas. Quanto mais experiência, melhor a
adaptação a novas atividades e funções;
 VI – Característica do mercado de trabalho da região,
vinculo empregatício atual e perspectiva de retorno na
empresa de vínculo;
 VII – motivação, habilidades, aptidões, expectativas do
indivíduo para retorno ao trabalho e potencialidades.
(Tudo isso são elementos de apoio à decisão médico
pericial.)
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Capítulo II - Item 4 – Atribuições das Equipes:
 Equipe constituída pelo Perito Médico e Profissional Referência

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(servidor de cargo de nível superior e/ou analista do seguro social de
áreas afins – serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia
ocupacional, pedagogia entre outras);
 Item 4.1.2 – realizar vistoria técnica a fim de analisar o posto de
trabalho de origem e o proposto e a compatibilidade com as
limitações funcionais do trabalhador, bem como verificar as
condições do ambiente de trabalho, podendo ou não estabelecer
nexo ocupacional;
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Item 4 – TABELAS “EXEMPLIFICATIVAS” A AUXILIAR NO
PROGNÓSTICO PARA ENCAMINHAMENTO:

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 Tabela 1: CID x idade do segurado;
 Tabela 2: nível de escolaridade e faixa etária;

 Tabela 3: experiência profissional e faixa etária;

 Tabela 4: tempo de benefício e faixa etária.

 Faixas etárias: 18 a 30 anos; 31 a 50 anos e acima dos 50 anos


MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Item 4 – CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO AO PRP:

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 Tabela5: CID x idade do segurado
Faixas etárias: 18 a 30 anos; 31 a 50 anos e acima dos 50
anos

 Escolaridade,Independência, Limitações, quadro clínico, perfil


da cidade, atividade habitual/esforço físico, atividade
habitual/complexidade – exigência intelectual, situação
empregatícia, experiências profissionais, tempo de afastamento
laboral.
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
 Capítulo III - Subitem 1.1.1 – Avaliação do Potencial
Laboral:

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 Perícia Médica de Elegibilidade: perito identifica que o
segurado é insusceptível de recuperação para sua
atividade habitual e reúne condições ao PRP;
 Avaliação Socioprofissional: levantar dados quanto à
ocupação do segurado, histórico de afastamentos do
trabalho, experiências profissionais;
 Perícia Médica de Reabilitação Profissional: concluir
sobre a continuação pelo PRP.
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
Segurado sem vínculo empregatício:
O Perito Médico e o PR definirão, em conjunto, os

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seguintes encaminhamentos:
I - treinamento em empresas parceiras e/ou
conveniadas;
II - cursos de capacitação profissional presencial e/ou a
distância; e
III - elevação de escolaridade até nível fundamental I/II
ou médio, para fins de cumprimento de curso de
capacitação profissional.
MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA
DE RP
ROTINAS DO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO

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Perícia médica de elegibilidade: prazo de 45 dias para passar
pela avaliação socioprofissional e perícia médica de
reabilitação profissional;

Após a perícia de reabilitação:


- Segurado elegível para o PRP;

- Ou segurado sem necessidade de cumprir com o PRP com


retorno imediato ao trabalho, intercorrência médica ou
aposentadoria por invalidez.
QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES

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QUESTÕES PROCESSUAIS
 Diante
de um benefício por incapacidade temporária
cessado e a ausência do serviço de reabilitação

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 Toda ação judicial deve conter:

 Documentação médica probatória quanto à redução da


capacidade laborativa do segurado;

 Documentação profissional demonstrando atividade


habitual do segurado;
QUESTÕES PROCESSUAIS
 Toda ação judicial deve conter:

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 Atestados médicos e carta de concessão do
benefício por incapacidade;

 PPP, apto a demonstrar o setor, a função/cargo e a


profissiografia do segurado;
QUESTÕES PROCESSUAIS
 Toda ação judicial deve conter:

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 Demonstrar que a obrigação do serviço de
reabilitação não foi oferecido e/ou não foi
concluído;

 Ineficácia da reabilitação no cotidiano laboral do


segurado.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR: CARLOS
JOSÉ ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL

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Resumo do caso:
Ingresso de ação judicial pleiteando auxílio doença e subsidiariamente,
aposentadoria por invalidez;
Laudo pericial concluiu: “O periciando encontra-se no status pós-operatório de
artrodese da coluna cervical e lombar, evoluindo com lombalgia mecânica,
portanto temos elementos técnicos objetivos para caracterização de
incapacidade total e permanente para sua função habitual. Há possibilidade de
ser readaptado para funções que não exijam grandes esforços,
deambulação prolongada, longa permanência em pé e sobrecarga da
coluna lombar, preferencialmente em funções administrativas.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR: CARLOS JOSÉ
ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL

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Resumo do caso:
Proposta de acordo judicial: reconhecimento do direito ao benefício de auxílio
doença requerido e submissão de processo de reabilitação profissional ao Autor:

REABILITAÇÃO PROFISSIONAL: Tanto que convocada, a Parte Autora se


submeterá a avaliação para reabilitação profissional e, sendo elegível por
análise e aferição do INSS, submeter-se-á com lealdade plena até que esta seja
concluída, sendo a adesão do autor de forma séria ao processo de reabilitação
“conditio sine qua non” para a manutenção do benefício.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR:
CARLOS JOSÉ ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL

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Resumo do caso:
Sentença judicial: “No mais, trata -se de pessoa relativamente jovem
(48 anos), com alto grau de escolaridade (superior completo), razão
pela qual entendo que não seja o caso de aposentadoria por
invalidez, mas de restabelecimento do benefício de auxílio doença
anteriormente concedido e pagamento até a implementação de
programa de reabilitação profissional, a ser efetuado pelo INSS.”
(trânsito em julgado em agosto/2018; aguardando até meados de
julho/2019, já conversou com assistente social e o programa até o
momento não foi concluído).
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 997.160 - SP (2016/0266462-1) RELATOR
: MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : EDILSON
RODRIGUES DOS SANTOS ADVOGADO : SERGIO GEROMES - SP283238

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AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCESSUAL CIVIL
E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO 2/STJ. ACIDENTE DO TRABALHO. BENEFÍCIO POR
INCAPACIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC/1973. NÃO
CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 62 DA LEI 8.213/1991. PERÍCIA
MÉDICA QUE INDICA NECESSIDADE DO PROCEDIMENTO DE REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL. DIREITO DO SEGURADO TRABALHADOR. AGRAVO
CONHECIDO PARA DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.
“VOTO / AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
INCAPACIDADE PARCIAL PARA O TRABALHO. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES
PESSOAIS PARA DESCARTAR POSSIBILIDADEDE REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL.
1. A sentença julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a
conceder auxílio-doença, negando direito à conversão do benefício em
aposentadoria por invalidez. O acórdão recorrido manteve a sentença por
considerar que a incapacidade para a atividade habitual era temporária e que o
laudo pericial atestou a possibilidade de reabilitação profissional. Todavia, o
julgado ignorou a apreciação das condições pessoais para efeito de descartar a
possibilidade de reabilitação profissional. A questão havia sido suscitada no

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recurso inominado.
2. O Presidente da TNU não conheceu do incidente de uniformização por pressupor
que havia indevida pretensão a reexame de prova. A requerente interpôs agravo
regimental contra a decisão monocrática de inadmissibilidade.
3. O incidente de uniformização não embute pretensão direta a reexame de prova,
mas apenas arguição de divergência jurisprudencial em torno de critério jurídico
para valoração da prova. Não cabe à TNU decidir se, no caso concreto, as
condições pessoais da requerente são suficientes para caracterizar a
impossibilidade de reingresso no mercado de trabalho, mas apenas definir, em
tese, se tais condições precisam ser levadas em conta na aferição da
possibilidade de reabilitação profissional. Incidente conhecido.
4. A possibilidade de reabilitação profissional
não deve ser analisada exclusivamente sob o
ponto de vista clínico e físico. Em tese, havendo
incapacidade parcial para o trabalho,

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circunstâncias de natureza socioeconômica,
profissional e cultural especificamente
suscitadas pelo requerente devem ser levadas
em conta para aferir se existe, na prática, real
possibilidade de reingresso no mercado de
trabalho.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
 Processo 0009015-83.2014.4.02.9999 (TRF2)

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Ementa: DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-
DOENÇA.REQUISITOS PREENCHIDOS. LAUDO PERICIAL CONSTATANDO A
INCAPACIDADE LABORAL. CONCESSÃO. APELAÇÃO DESPROVIDA.
I - Nos termos do art. 62 da Lei n.º 8213-91, a cessação do auxílio-doença dar-se-á em
duas hipóteses:
(i)na constatação da incapacidade definitiva para qualquer atividade, o que resultará na
sua conversão em aposentadoria por invalidez; ou
(ii) no momento em que o segurado estiver capacitado profissionalmente para o exercício
de outro trabalho que lhe garanta o sustento.
II - Os exames médico-periciais realizados pelo experto do juízo confirmam o estado de
incapacidade da parte autora para sua ocupação habitual.
III - Se a parte autora ainda se encontra incapacitada para o exercício de sua atividade
habitual, e a autarquia previdenciária não promoveu sua reabilitação profissional,
está caracterizada a ilegalidade do cancelamento do auxílio-doença.
IV- Apelação desprovida.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
 ACORDAM os Juízes da 1ª Turma Recursal de Santa Catarina,
por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos

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do voto do (a) Relator (a).
 (TRF-4 - RECURSO CÍVEL: 50021570520124047205 SC 5002157-
05.2012.404.7205, Relator: JOÃO BATISTA LAZZARI, Data de
Julgamento: 13/11/2012, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DE SC)

 O recurso da autora, por sua vez, enfatiza a discriminação sofrida por


ser portadora de deformidades (incapacidade laboral), resultando em
dificuldade para conseguir vínculo laboral a ensejar a carência
necessária para concessão do benefício previdenciário.
...
 Dessa forma, considerando-se o nível de incapacidade
apresentado pela parte autora (deformidades congênitas

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nos membros superiores da região do cotovelo até as mãos
e nos inferiores dos joelhos até os pés) e da discriminação
que sofre por ser portadora de deformidades, conforme
consta do recurso, é de ser dado parcial provimento para
garantir, como forma de habilitação profissional, o
pagamento do curso universitário, como requer a parte
autora.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
 Caso de segurado que não conseguiu concluir o processo de reabilitação,
porque não se adaptou à função indicada pela autarquia

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 TRF-2 - APELAÇÃO CIVEL AC 320003 2000.50.01.000411-3 (TRF-2)
 Data de publicação: 05/03/2004
 Ementa: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ABANDONO DO
PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. SUSPENSÃO. - Não
deve ser suspenso o auxílio-doença de segurado por motivo de abandono
do Curso de Reabilitação Profissional(CRP), promovido pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, quando ficar evidenciada a ausência de má-fé
no ato. - Na espécie, o segurado deixou o programa de reabilitação porque
não conseguiu se readaptar na outra função indicada pela autarquia, além
de dificultar-lhe sobremaneira o reingresso no mercado de trabalho a opção
por outro emprego. Mesmo assim, este optou por retornar ao curso,
ocasião em que foi recusado. Recurso provido a fim de restabelecer o
benefício.
COMENTANDO CASOS PRÁTICOS
 TRF-5 - APELREEX Apelação / Reexame Necessário REEX 121386620114058300 (TRF-5)

 Data de publicação: 27/02/2014

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 Ementa: Processual Civil. Previdenciário. Apelação do INSS contra sentença, submetida ao reexame
necessário, que julgou procedente pedido de aposentadoria por invalidez, em favor de trabalhador urbano
(comerciário), com base na perícia judicial, e com efeitos retroativos à data do cancelamento do auxílio
doença (20 de setembro de 2009). 1. A condição de segurado obrigatório e o cumprimento da carência legal
são fatos incontroversos, visto que o demandante vem recebendo vários auxílios doença, desde o ano de
2007, sucessivamente renovados (f. 34, 49,52, 54 e 60), até novembro de 2011, f. 62. 2. Juntada de vários
atestados médicos, referentes a todo o período em que esteve em gozo de auxílio doença, f. 32-33, 35-36,
45-46, 55-58 e 61. 3. A perícia judicial confirmou ser o promovente portador de diabete mellitus,
apresentando complicações decorrentes desta patologia, asseverando: o periciando é portador de sequelas
de Diabetes mellitus - amputação de dois pododáctilos esquerdos, em setembro de 2010, retinopatia
diabética e hipertensão arterial. Foi encaminhado para o curso de reabilitação profissional, mas não teve
condições de terminar ou se adaptar, pois tem dificuldade de permanecer na posição de pé ou sentado por
tempo prolongado devido às complicações cardiovasculares da diabetes. Não observamos sinais ou
sintomas de nefropatia diabética ou insuficiência renal, f. 200. 4. Em resposta aos quesitos apresentados, o
expert concluiu tratar-se de doenças crônicas e irreversíveis, levando-o à incapacitação parcial e
permanente, f. 201-202. 5. Direito do autor, aqui recorrido, à aposentadoria por invalidez, com base na
perícia judicial, mormente por se tratar de pessoa de parca instrução (até o 6º ano do ensino fundamental, f.
199), com mais de cinquenta anos de idade (nascido em 1959, f. 12), tolhido de sua força laboral e de reais
chances de reinserção no mercado de trabalho
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 TEMA 177 TNU – Turma Nacional de


Uniformização

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 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE
INTERPRETAÇÃO DE LEI (TURMA) Nº
0506698-72.2015.4.05.8500/SE RELATOR: JUIZ
FEDERAL RONALDO JOSE DA SILVA
REQUERENTE: INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS REQUERIDO: ANDRE
RICARDO DOS SANTOS.
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 Saber se a decisão judicial de concessão/restabelecimento do benefício de

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auxílio-doença também pode determinar a submissão do segurado a processo
de reabilitação profissional ou se tal ato se insere no âmbito da
discricionariedade do INSS (arts. 62 e 89, ambos da Lei n. 8.213/1991).
 1. Constatada a existência de incapacidade parcial e permanente, não sendo
o caso de aplicação da Súmula 47 da TNU, a decisão judicial poderá
determinar o encaminhamento do segurado para análise administrativa
de elegibilidade à reabilitação profissional, sendo inviável a condenação
prévia à concessão de aposentadoria por invalidez condicionada ao
insucesso da reabilitação; 2. A análise administrativa da elegibilidade à
reabilitação profissional deverá adotar como premissa a conclusão da decisão
judicial sobre a existência de incapacidade parcial e permanente, ressalvada a
possibilidade de constatação de modificação das circunstâncias fáticas após a
sentença.
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 TEMA 177 TNU – Turma Nacional de Uniformização


 Por outro lado, não se pode ouvidar de que a prestação em questão possui uma

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natureza bastante peculiar, sendo que o sucesso de seu resultado é multifatorial;
depende da possibilidade concreta de reabilitação do segurado, que passa não só pela
análise médica das moléstias que lhe acometem, mas também do meio em que está
inserido, de sua prévia capacitação educacional e profissional, das possibilidades de
emprego e reinserção em mercado de trabalho em sua região etc.
 A análise, enfim, é multidisciplinar para a eleição dos casos que possuem
condições para reabilitação; e, mesmo entre estes, no curso do processo podem
ocorrer diversos eventos que alteram o resultado, impossibilitando a reabilitação
proposta, como a reinserção voluntária do autor em exercício de função diversa, a
piora de suas condições de saúde ou mesmo a ausência de adesão do segurado
ao processo, impossibilitando sua conclusão.
 Desta forma, é temerário e prematuro que se ordene a reabilitação propriamente dita;
deve haver somente a determinação de deflagração do processo, como bem exposto
pelo voto do relator, através da dita perícia de elegibilidade, sendo que o resultado do
processo dependerá do desenrolar dos fatos, no âmbito administrativo.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de

maurafeliciano@gmail.com
Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.

ALVES, Helio Gustavo. Habilitação e reabilitação profissional:


obrigação do empregador ou da previdência social? / 2. ed.
Atualizado com a IN 77/2015 – São Paulo: LTr 2016;

DE CASTRO, Carlos Alberto Pereira. LAZZARI, João Batista.


Manual de Direito Previdenciário. 23. ed. Santa Catarina:
Conceito Editorial, 2020.

GEROMES, Sergio. Cálculo do benefício previdenciário na


prática/ – 2.ed. – São Paulo: LTr, 2018;

GEROMES, Sergio. Passo a Passo do cálculo do benefício


previdenciário: antes e depois da reforma da previdência/ –
1.ed. – São Paulo: LUJUR Editora, 2020;

SERAU JUNIOR, Marco Aurélio. Seguridade social como direito


fundamental material. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2011.

Processo Administrativo Previdenciário Eficiente / Adriano


Mauss, Alexandre Schumacher Triches. – São Paulo : LTr, 2017;

Readaptação Profissional: da teoria à prática / Maria Luiza


Gava Schmidt, Maria Candida Soares Del-Masso (organizadoras)
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017

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