Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O autor começa falando da música no Brasil colonial e dos negros nessa música.
Trata a musicalidade negra como uma arma de resistência cultural.
A autora cita também o musicólogo alemão Francisco Curt Lange, que na década de
40, escreveu sobre a vida musical em Minas no século XVIII. Lange elegeu se
debruçar sobre Lobo de Mesquita, estudando-o por completo.
O autor salienta que, no que diz respeito à vida musical no período colonial, os
estudos ainda são, predominantemente, de caráter biográfico: “pouco se sabe sobre a
multidão de anônimos que exerciam sua arte nestes espaços do Brasil e, tampouco as
relações e particularidades das diversas configurações sociais”.
O autor destaca que o “mestre-de-capela” era figura central nas atividades musicais
em Minas. Ele tratava e contratava serviços, recebia e pagava executantes...
“a atividade musical funcionava como uma via de mobilidade aos homens de cor. E
isso era percebido pelas elites luso-brasileiras. “ (p.41)
Autor cita José João Teixeira Coelho, que escreveu “Instrução para o governo da
capitania de Minas Gerais”, em 1780: “aqueles mulatos que se não fazem
absolutamente ociosos se empregam no exercício de músicos, os quais são tantos na
capitania de Minas que certamente excedem o número dos que há em todo o reino” –
Fonte: Revista do Arquivo Público Mineiro. (42)
Segundo o autor, o documento de José João Teixeira Coelho revela que a arte da
música não era considerada, em Minas colonial, um ofício mecânico ou desonroso.
No Antigo Regime (e, por conseguinte, nas Minas setecentistas), as artes se dividiam
em dois ramos:
a) Sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, música, arquitetura e
Astrologia.
b) Artes mecânicas: agricultura, caça, guerra, todos os ofícios fabris, cirurgia e
artes de tecer e navegar.
A dedicação às artes liberais não implicava o estabelecimento de mácula aos
indivíduos. (Hespanha, Antonio Manuel. Às vésperas do Leviathan: instituições e
poder político, Portugal – séc. XVII. Coimbra, Almedina, 1994). (42)