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Prof. Adriano Mendonça Souza, Dr.

Departamento de Estatística
PPGEMQ / PPGEP - UFSM
1
Na prática da pesquisa em geral, o tamanho da
amostra parece sintetizar todas as questões
relacionadas ao processo de amostragem. E, às
vezes, esse aspecto ainda é traduzido pela clássicas
questões:

Que percentagem da população deverá ser


observada?
5 ou 10% será significante?

2
Determinação do Tamanho da
Amostra

Em pesquisas, uma etapa de grande


importância é a determinação do tamanho da
amostra que será utilizado para o
levantamento dos dados.

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Sabemos que conhecido o nível de confiança, o qual
deve ser fixado em função do acerto que se deseja
ter na estimação por intervalo, a medida que
aumentamos neste nível, os intervalos passam a ter
amplitudes maiores, o que implica em perda de
precisão.

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O ideal seria termos alto nível de confiança e
pequena amplitude (logo teríamos grande
precisão), mas necessitaríamos de uma amostra
muito grande, pois, fixado n, confiança e precisão
variam em sentidos opostos.

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Depende de três fatores:
1º)Nível de confiança : determinado pelo
pesquisador;

2º)Precisão (e0): o erro amostral corresponde à diferença


entre as estimativas amostrais e os parâmetros
populacionais, ocorrendo em qualquer tipo de pesquisa ou
experimento;

3º)Tipo de Investigação: depende das características


populacionais a serem investigadas. 6
Cálculo para o tamanho
mínimo da amostra
Um primeiro cálculo do tamanho da amostra pode
ser feito, mesmo sem conhecer o tamanho da
população, da seguinte forma:

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n0  2
e0
Onde:
n0 primeira aproximação para o tamanho da amostra.
e0 erro amostral tolerável 7
Quando se conhece o tamanho
da população

o cálculo anterior pode ser corrigido:

N .n 0
n 
N  n0

N tamanho da população
n tamanho da amostra
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Exemplo
Planeja-se um levantamento por amostragem para avaliar
diversas características da população das N=200 famílias
moradoras de um certo bairro. Estas características
(parâmetros) são especialmente do tipo percentagens, tais
como, a percentagem de famílias que usam programas de
alimentação popular, a de famílias que moram em casas
próprias,... Qual deve ser o tamanho mínimo da amostra
aleatória simples, tal que possamos admitir, com alta
confiança, que os erros amostrais não ultrapassem 4%
(e0= 0,04)? 9
Para estimar a média populacional 

e0 = Semi-amplitude do intervalo de
confiança, neste caso da média.

   S
e0  Z . ou e0  t .
2 n 2 n
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Tamanho da amostra para
estimar a média
populacional
com variância populacional conhecida:
População Infinita População Finita
2 2
  z    z   2 N
  2    2
n  
n    2
e0  z  2
  e0  N 1  
2
 
   2

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Exemplo
Suponha que a variável escolhida num estudo seja
o peso de certa peça e que a população é composta
de 600 elementos. Pelas especificações do
produto, o desvio-padrão é de 10 kg. Admitindo-
se um nível de confiança de 95,5% e um erro
amostral de 1,5 kg, calcule o tamanho da amostra.
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com variância populacional desconhecida:

Substituí-se pela variância que é obtida através de uma


amostra piloto, de tamanho n1.

População Infinita População Finita


   S   t
2
 s 2 N
  t  , 
   , 2 
n   2
 n 2 
 e 0  e 0 ( N  1)  ( t  , ) 2 s 2
  2

Onde  = n1 - 1 graus de liberdade


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Considerações após o cálculo
do tamanho da amostra:

 Se n < n1: a pré-amostra selecionada, de tamanho n1,


foi suficiente para garantir a precisão desejada.

 Se n >n1: deve-se completar a pré-amostra,


acrescentando elementos até atingir o valor “n” que
garanta a precisão desejada.

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Observações:
Se  for desconhecido, o valor de S deve ser
calculado numa amostra piloto de n’ elementos e
 com (n’-1) gl.
t
2
Se n < n’ a amostra piloto já é suficiente para
estimação;
Se n > n’ retira-se da população os elementos
amostrais necessários para estimar  .
Como a variância aparece no numerador das
expressões, concluímos que quanto mais heterogênea
for a população em estudo, maior deverá ser “n”. 15
Exemplos

1) Qual o tamanho da amostra necessária para se estimar a


média de uma população infinita cujo desvio padrão é
4mm, com 98% de confiança e precisão de 0,5mm?

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2) Foram feitas 20 medidas do tempo gasto em minutos
para se fabricar um componente industrial,obtendo-se:
13,15,12,14,17,15,16,15,14,16,17,14,16,15,15,13,14,15,
16,15.
Esses dados são suficientes para estimar o tempo médio
gasto nessa fabricação, com precisão de 30 segundos e
95% de certeza? Caso negativo, qual o tamanho da
amostra adicional necessária?

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Tamanho da amostra se a
variável for nominal ou ordinal
de população finita
População Infinita População Finita
2 2
 z  p * p *  z  p*q* N

 
2  n 2  2
n 2 e0 (N 1)  (z ) p*q*
2
e0 2

Onde: p* é a proporção amostral que pode ser


obtida através de um pré-amostra de n1 elementos
e q* =(1-p) 18
Exemplo

Suponha que a variável escolhida num estudo seja a


proporção de eleitores favoráveis ao candidato X e
que o investigador tenha elementos para suspeitar que
essa porcentagem seja de 30%. Admita a população
infinita e que se deseja um nível de 99% e um erro
amostral de 2%. Calcule o tamanho da amostra.

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Observações:
1) Quando não se tem informação a respeito de p*, usa-se
p* = q* = 50% o que levará a um tamanho de amostra
superavaliado mas garantindo a precisão desejada, embora
podendo ter como conseqüência, aumentos no custo e no
tempo de amostragem e consequentemente na pesquisa.

2) Se p for próximo de 0 ou 1 corre-se o risco de se


dimensionar uma amostra maior do que o necessário.

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Observações:

3) Se soubermos com segurança que p  p 0  0 ,5

ou 0 ,5  p0  p , pode-se usar p0 obtendo-se


uma amostra suficiente, pois

p( 1  p )  p0 ( 1  p0 ).

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Exemplos
1) Qual o número de jogadas de uma moeda é
suficiente para se estimar a proporção de “caras”
obtidas, com precisão de 3% e confiança de 90%?

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2) Em uma pesquisa de mercado bem conduzida, 57 das
150 pessoas entrevistadas afirmaram que seriam
compradoras de certo produto a ser lançado. Essa
amostra é suficiente para estimar a proporção real de
futuros compradores, com uma precisão de 0,08 e
confiança de 95%?

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Cálculo do tamanho da amostra
quando se deseja fazer um teste
de diferença de médias para
amostras dependentes


( t  ; n  1  t ; n  1 ) 2
S .D 2

n 2 EPD 
x1  x 2 n

EPD - erro padrão da diferença


 - erro tipo II (sua probabilidade)
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Quando o desvio padrão é
desconhecido
( t  ; n  1  t  ; n  1 )2 S 21  S 2 2
EPD 
n 2
2 n1  n2  2
( x1  x 2 )

Onde:
2
S1  var iância da amostra piloto 1
2
S 2  var iância da amostra piloto 2
x1  média da amostra piloto 1
x2  média da amostra piloto 2
EPD  erro padrão da diferença
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Cálculo do tamanho da amostra
quando se deseja fazer um teste de
duas médias para amostras
independentes com desvios-padrões
desconhecidos mas iguais

( t  ; n1  1  t 2 ; n2  1 ) .( EPD )


2 2
n 2
( x1  x2 )

( n1  1 ).S 1  ( n2  1 ).S


2 2
2 1 1
EPD  . 
n1  n2  2 n1 n2
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Cálculo do tamanho da amostra
quando se deseja fazer um teste de
duas médias para amostras
independentes com desvios-padrões
desconhecidos e desiguais

( t  ; n1  1  t 2 ; n2  1 ) .( EPD )


2 2
n 2
( x1  x2 )

2 2
S1 S2
EPD  
n1 n2 27

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