Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Produção e Leitura de Textos em Língua Portuguesa


Paula Marques de Souza

RESUMO - GÊNEROS TEXTUAIS: DEFINIÇÃO E FUNCIONALIDADE


Síntese do capítulo de Luiz Antônio Marcuschi

Detemos no início do texto que os gêneros são caracterizados como eventos textuais
altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Esses gêneros surgem atrelados a necessidade
sociocultural e tecnológica, sendo notado ao longo da história humana. Deste modo, indica-se
que os gêneros textuais são situados e formados de acordo com o contexto sociocultural em
que se desenvolvem e são inseridos, o que torna apropriado sua classificação por funções
comunicativas e não por regras estruturais.
Os gêneros textuais não surgem das tecnologias, mas dependem da intensidade dos usos dessa
tecnologia e de sua interferência nas atividades comunicativas diárias. Contudo, esses novos
gêneros não são propriamente inovações, e sim evoluções e adaptações para as novas técnicas
de gêneros textuais existentes. O surgimento desses novos gêneros traz novas relações com a
linguagem, criando formas comunicativas próprias com um certo hibridismo, citado por
Marcuschi, que desafia as relações entre oralidade e escrita, e deixa claro que os gêneros
textuais não devem ser caracterizados e nem definidos por aspectos formais, sendo estruturais
ou linguísticos, e sim por aspectos sócio-comunicativos e funcionais, como foi informado
antes.
No terceiro tópico do texto, Marcuschi distingue tipo textual, gênero textual e domínio
discursivo, partindo da ideia de que se torna impossível comunicar-se verbalmente a não ser
por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum
texto. Explica-se que, a expressão tipo textual é definida pela natureza linguística da sua
composição, existindo cinco categorias: narração, argumentação, exposição, descrição e
injunção; enquanto gênero textual é englobado por uma série de fatores sociais, históricos e
comunicativos, sendo esse o motivo da existência de infindáveis gêneros. E ainda define o
domínio discursivo como uma esfera social que é relacionada a produção discursiva ou de
atividade humana, informando que esses domínios não são textos nem discursos, mas
propiciam o surgimento de discursos específicos. Por fim, entra em destaque a necessidade de
diferenciar texto e discurso, tendo texto como a materialização de uma ou mais mensagens em
algum gênero textual e discurso como aquilo que o texto produz ao se manifestar em alguma
instância discursiva.
O texto prossegue comunicando sobre o equívoco no emprego de “gênero” e “tipo” de textos,
apontando que os textos são variados em termos tipológicos, possuindo heterogeneidade e
ainda podendo ocorrer a existência de diversos gêneros textuais em um texto. Destaca-se
ainda, como uma das características básicas dos tipos textuais, o fato de serem definidos por
seus traços linguísticos predominantes; no tipo narrativo, a sequência temporal; no tipo
descrito, sequências de localidade; no tipo expositivo, sequências analíticas; no tipo
argumentativo, sequências contrastivas; e no tipo injuntivo, sequências imperativas.
No tópico cinco, o autor faz algumas observações sobre os gêneros textuais, cita teóricos
como Bakhtin e Bronckart, e se segura no conceito de Bakhtin sobre os gêneros possuírem
estabilidade de enunciado, que não são estruturas estáticas, mas caracterizam-se enquanto
atividades socio discursivas. Por isso, como fenômenos sócio-históricos, não há como fazer
uma lista fechada de todos os gêneros.
Dando continuidade, é falado sobre intertextualidade intergêneros, que é a característica de
um texto que possui hibridização entre gêneros, quando um gênero textual assume a função de
outro, sobre a heterogeneidade tipológica, definida como a presença de diversos tipos textuais
em um gênero textual; e termina falando sobre os gêneros textuais serem reflexos de
estruturas sociais recorrentes da cultura onde estão inseridos e explicando que por esse
motivo, a variação cultural é fator determinante na variação dos gêneros.
Os gêneros textuais e ensino entram em pauta, salientando que todo texto é manifestado em
algum gênero textual, e evidenciando que existe uma relação entre escrita e oralidade
caracterizada pelas situações cotidianas, formais ou informais.
Os contextos sociais em que os falantes e escritores se encontram é de extrema importância
para a definição dos gêneros textuais. Por isso, é essencial, a produção e uso adequados do
gênero, relacionado a diversos aspectos sociolinguísticos. Além disso, os gêneros textuais são
formas socialmente maturadas em práticas comunicativas, e não frutos de individualidades.
Em síntese, é percebido que o trabalho com gêneros textuais é uma oportunidade de lidar e
aprender sobre a língua no cotidiano. Existe importância para empenhar a análise dos gêneros
textuais em sala de aula, porque pode-se observar diversos aspectos linguísticos, assim como
pode ser um conteúdo de ajuda no estudo da língua, se tornando um benefício educacional.

Você também pode gostar