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O Pátio do Carrasco em Lisboa

A crónica do Pátio do Carrasco e interessante e algo funesta pois está vinculada á história
da antiga Cadeia do Limoeiro1 , em virtude de sua proximidade e por servir de morada ou
estada temporária dos carrascos (executores da Justiça). Também tem relação com a antiga
fidalguia de Lisboa pois consta que este pátio pertenceu às cavalariças do antigo Palácio do
Conde de Andeiro.
O Pátio do Carrasco, está localizado em pleno
centro histórico de Lisboa, imediatamente à
frente do Largo do Limoeiro, junto da Rua do
Limoeiro, na antiga freguesia de Santiago,
atual freguesia de Santa Maria Maior.
Conforme o que narrara Luís Pastor de
Macedo2 o Pátio do Carrasco aparece referido
pela primeira vez em 1689. Antes, teria sido
conhecido de outras maneiras; assim em 1686
o Pátio se chamava de: “Pátio de Fronte do
Limoeiro”, em 1682 o “Pátio do Terreiro do
Limoeiro", e em 1630 o “Pátio do Limoeiro” que supomos é, como os anteriormente citados,
o mesmo “Pátio do Carrasco”. O pátio ainda hoje existe e se mostra com casinhas baixas e
janelas pequenas.
Consta nos arquivos históricos que entre o
edifício da cadeia e o Pátio corria um
passadiço, que também comunicava com a
Igreja de S. Martinho, fazendo muito fácil
que por ele caminhara o “executor da
Justiça” até a prisão do Limoeiro, e que por
tanto uma das casas do Pátio fosse a
residência oficial dos carrascos quem deram
o nome ao Pátio do Carrasco.
Sabe-se que neste pátio provavelmente
residiu até 1867 (ano em que foi abolida a
pena de morte em Portugal), o último
Carrasco português, de nome completo Luís

1
Supõe-se que terá existido um limoeiro que deu nome ao Largo e à Rua do Limoeiro e que a partir desta
toponímia local a Cadeia erguida no século XV, no fronteiro Largo de São Martinho, ganhou a mesma
denominação. A partir da existência secular dessa prisão foi então Limoeiro que passou a ser sinónimo de
cárcere.
2
Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre 1947 e 1959.
António Alves dos Santos (1806-1873), sinistro funcionário do Ministério Público quem
nunca cumpriu seus deveres, pois quando tinha de enforcar, pagava a quem substituísse.
Também é notável que no reinado de D.
Afonso III (entre 1248 e 1279) foi
construído, um Paço Real conhecido
como o Paço a-par-de-São Martinho
que ligava os edifícios da igreja de São
Martinho com o edifício da cadeia. Em
1383, o Conde Andeiro foi assassinado
às mãos do Mestre de Avis, futuro D.
João I. Então, no início do século XV o
rei D. Manuel I mandou transformar
este Paço em Casa da Suplicação e no
Palacio do Conde, instalaram as
comandei-as e a residência oficial dos carrascos.
Os elementos mais característicos no Pátio
são sua fachada, que olha para a rua,
também três janelas do século XVI, de
virga direita canelada, e distinguem-se nas
ombreiras vestígios do mainel que as
bipartia ao alto.

Resumo de: Oneyda Mengo

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