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É possível tolerar a intolerância?

O preconceito, o ódio, a intolerância dos mais diversos tipos sempre fez


parte de nossa sociedade. Racismo, misoginia, homofobia e tantas outras
manifestações abomináveis de desrespeito ao próximo vêm ganhando cada
vez mais espaço em nosso meio.

Qual seria a origem disso? Por que em pleno século XXI temos visto que
essas ações se intensificaram de uma forma assustadora?

Podemos pensar que, com as tecnologias da informação, há maior


facilidade em se disseminar o ódio e o preconceito. Protegidos pelo anonimato
que uma tela de celular ou computador proporcionam, aquele que odeia,
despreza e desrespeita o indivíduo, encontra coragem para dizer o que talvez
não o fizesse ao vivo. Mas há também, aquele que não tem receio em
expressar seu ódio abertamente, sua arrogância e falta de empatia para quem
quiser ver e ouvir.

Essas pessoas cada vez mais destilam seu veneno na sociedade


através da ignorância, preconceito e falta de respeito. Ganharam legitimação
mediante ações e falas de líderes que expressam exatamente a forma de
pensar desse grupo. Talvez por isso se sentiram seguros para saírem de seus
porões enlameados e putrefatos.

Nem sempre é possível conscientizar essas pessoas que somos apenas


uma única raça: humana. Sua forma de pensar, construída por valores
deturpados, muitas vezes impossibilita essa reflexão. Nossa diversidade de
cor de pele, pensamento, religião, política, sexual e tantas outras é o que faz
da humanidade tão fascinante e ao mesmo tempo especial.

No século XIX, Herbet Spencer, sociólogo inglês, disseminou uma


pseudociência conhecida como darwinismo social. Essa ideologia usava a
análise que o naturalista inglês Charles Darwin criou para entender a evolução
das espécies, para estabelecer um retrato da sociedade. Os darwinistas sociais
acreditavam que a pobreza era a falta de competência e capacidade de um
indivíduo em ter sucesso e por isso, era classificado como inferior. Pensavam
inclusive que se deveria impedir que as pessoas pobres tivessem filhos, afim
de evitar a propagação dessa condição (!).

Muitos acreditam nessa teoria, quando se definem como melhores ou


superiores aos demais. Essa medida de “superioridade” é definida por um
salário maior, um carro novo ou uma moradia mais privilegiada.

O respeito é a regra de ouro para a existência de uma sociedade mais


justa, correta e humana. Não conseguiremos atingir uma sociedade
verdadeiramente humana, enquanto há aqueles que se sentem no direito de
diminuir seu semelhante perante seus valores distorcidos,

Devemos praticar a tolerância constantemente. No entanto não é


possível ser tolerante com o racista, o nazista, o homofóbico, o misógino, o
intolerante. Chega a ser um paradoxo. Mas essa antítese de ideia exprime um
pensamento que quer buscar o equilíbrio em nossa sociedade e uma
convivência pacífica acima de tudo.

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