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RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA: TRÊS VERTENTES

1 - "SOCIETAS DELINQUERE NON POTEST",

ou seja, a sociedade (pessoa jurídica) não pode delinqüir, pelos seguintes

postulados:

1.a - Falta de Capacidade de Conduta;

1.b - Falta de Capacidade de Culpabilidade;

Quanto ao tema “culpabilidade”, Arthur

Kaufmann diz que a pessoa jurídica encontra-se em uma zona neutra.

Alguns penalistas que defendem o axioma

"societas delinquere non potest": PAUL JOHANN ANSELM RITTER VON

FEUERBACH, LUDWIG VON BAR, ERNST VON BELING, REINHARD FRANK,

HANS WELZEL, REINHART MAURACH, HANS-HEINRICH JESCHECK,

JOHANNES WESSELS, WINFRIED HASSEMER e CLAUS ROXIN.

2 - "SOCIETAS DELINQUERE POTEST", isto é,

a sociedade (pessoa jurídica) pode delinqüir. Cinco linhas de pensamento:

2a - A tese sociológica;

2b - O raciocínio normativista ou legalista;


2c - A doutrina antropomórfica;

2d - Os argumentos penais: a co-autoria, a

participação, a autoria mediata e a omissão;

2e - O ponto de vista pragmático no âmbito

processual penal.
3 - Surgiu uma terceira linha de pensamento,

na Alemanha, com o intuito de conciliar as duas posições doutrinárias

antagônicas há pouco mencionadas. Trata-se da imposição de sanções quase-

penais às empresas: o Juiz Criminal, ao aplicar tais medidas, não ignora que as

pessoas jurídicas são incapazes de conduta e de culpabilidade no sentido penal,

mas entende esta aplicação como uma forma de combate à criminalidade

moderna, que é, via de regra, cometida através de entidades coletivas.

Defensores deste ponto de vista:

3.a - BERND SCHÜNEMANN e GÜNTHER

STRATENWERTH = aplicação de medidas de segurança às empresas, por

atos criminosos de seus sócios ou diretores;

3.b - WINFRIED HASSEMER = imposição de

sanções híbridas, situadas entre o Direito Penal e o Direito Administrativo,

às corporações;

3.c - HANS-HEINRICH JESCHECK = aplicação

às empresas dos efeitos secundários da condenação das pessoas físicas

responsáveis.

4. Interpretação a ser dada ao art. 225, § 3º, da

C.F./88:

Sanções - Pena "Stricto Sensu" - Não, ante o art. 5º, XLV,


Penais da CF;
art.225, - Medidas de Segurança - Sim;
§ 3º,CF - Efeitos Secundários da condenação da pessoa
física - Sim;
- Medidas Mistas, Quase-Penais - Sim.

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