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"A partir de sua vivência profissional e com base nas leituras realizadas, dialogue e compartilhe com

os demais colegas suas reflexões sobre as ações intersetoriais e com outros profissionais da saúde
(NASF, etc.) no município em que você atua referentes à função da atenção integral à criança em
situação de violência e para a prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz".

Na atenção básica, a atenção integral à criança e adolescente em situação de violência é trabalhada


de uma forma mais dinâmica, em que conseguimos abordá-los com promoção e proteção de saúde,
através de palestras nas escolas usando temas variados, e principalmente a Violência da criança e
adolescente. Entretanto, a grande dificuldade está em justamente conseguir que eles relatem o
acontecido, então antes de tudo incentivamos um ambiente acolhedor, proporcionando assim uma
relação de confiança entre o profissional de educação e a criança/adolescente.

Onde atuo, a maioria dos casos é relatado por professores e coordenadores a pedido da criança ou
adolescente, por vergonha ou medo de conversar diretamente com um profissional da saúde. O
profissional da educação também tem uma certa resistência em passar para o conselho por medo de
afasta-los ainda mais e prejudicar a criança, sabendo das possíveis atitudes do agressor. Desta
forma, aos poucos iniciamos um acolhimento e escuta qualificada, somente com a vítima (nunca
sozinhos), para entender realmente o que está acontecendo e posteriormente com os familiares,
pois na maioria das vezes eles imploram para não chamar os familiares ou agressor para uma
abordagem conjunta. Isso tudo é realizado na presença de um professor ou alguém que foi o
facilitador para chegar até o profissional da saúde. Contudo, tudo isso é algo que requer tempo,
apoio, confiança e aceitação da criança ou adolescente para aí sim conseguirmos notificar e iniciar
um acompanhamento multidisciplinar qualificado, até a resolubilidade do caso e melhor promoção
de cultura e paz ao usuário.

A maior dificuldade é conseguir com que a criança fale ou busque ajuda para resolver a situação de
violência, seja ela verbal, física ou sexual, por medo dos familiares a abandonarem ou até mesmo
sofrer mais violência ainda depois do relato. Nossa equipe a maioria das vezes sabe o que acontece,
por meio dos agentes comunitários de saúde ou vizinhos. Caso notamos que seja algo fora do
controle e que coloque a vida da criança ou adolescente em risco, é realizado orientação,
informação e notificação imediata, devido à gravidade da situação. O Município em que atuo não
tem apoio do NASF.

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