MINISTÉRIO

espiritualidade
EMOCIONALMENTE SAUDÁVEL

Sermão no 004

Jornada pela muralha

Gênesis 22.1-15

INTRODUÇÃO
Série de 8 semanas EES... A saúde emocional e a espiritualidade contemplativa, quando interligadas, ofe-
recem nada menos que uma revolução espiritual, transformando lugares profundos abaixo da superfície
de nossas vidas. (Próxima semana – ler o capítulo correspondente!)

1. O problema da espiritualidade emocionalmente doentia

2. Conheça a si mesmo para poder conhecer a Deus
3. Retroceda para ir em frente
4. Jornada pela Muralha
5. Dilate sua alma através da tristeza e da perda
6. Descubra os ritmos do Culto Diário e do Sabbath
7. Torne-se um adulto emocionalmente maduro
8. Dê o próximo passo para desenvolver uma “Regra de Vida”

I. A JORNADA

Chegamos neste mundo com intensa fome por relacionamentos estáveis e afáveis. Há 5 necessidades bá-
sicas que precisam ser satisfeitas para o desenvolvimento saudável. O ideal é que elas sejam supridas pelos
pais biológicos (mundo perfeito).

• Observe a palavra – todos usamos imagens para representar a vida

• Cristãos – acontecimento – estou dentro! Aceito Jesus cristo, o perdão dos meus pecados e a pro-
messa da vida eterna. Acontecimento
• Agora vou andar no caminho estreito e reto. Ser bom. Amar as pessoas. Aprender os 10 passos para
a maturidade espiritual
• Depois, quando surgem os obstáculos – ficamos confusos. “Não deveria haver obstáculos no meu
caminho. Estou tentando fazer o que é certo”
• A vida é uma batalha. Guerra espiritual. Você vence o inimigo ou ele vence você
• Resultado: sensação de estar em constante estado de cerco. Nós versus o inimigo
• Nossa vida espiritual como jornada – A Bíblia está repleta de imagens de jornada. Israel no deserto
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 • Ao longo da história da igreja – pessoas escreveram sobre estágios da fé/todos úteis à sua manei-
ra…
• Mas nenhuma estrutura consegue captar totalmente a jornada da fé em Cristo. Essa é a minha adap-
tação
• Chave – HÁ UMA DINÂMICA/MOVIMENTO: desvios, paradas, o desconhecido, dá visão ao longe, pre-
cisa de tempo
• NOSSO TEMA: SAIR DO IMPASSE. A JORNADA PELA MURALHA.
• Podemos ficar travados (com medo de seguir em frente, de enfrentar o desconhecido)
• Alguns desistem ao longo do caminho

II. ESTÁGIOS DA FÉ (ver p. 148 do livro EES)

1. Estágio 1: Conhecimento de Deus (ter uma experiência com Deus)

• Por meio de um senso de reverência – senso de necessidade
• Envolver-se em pequenos grupos, classe de preparação, formação espiritual, batismo

2. Estágio 2: Discipulado (aprender)

• Período de aprendizagem/pertencimento. Tempo de aprender, absorver, aprender sobre Deus

3. Estágio 3: A vida ativa (servir)

• Tempo de fazer. Estamos conscientemente trabalhando para Deus, em seu serviço
• Ser produtivo, alvos, realizações, criações. Assumir responsabilidades. Usar nossos dons únicos/espe-
cíficos para dar fruto

4. Estágio 4: Jornada para dentro

• Passar para este estágio é difícil
• Em nossa tradição como evangélicos, normalmente estamos ‘empacados’ nos estágios 2 e 3

5. Estágios 5 e 6: Jornada para fora, transformados pelo amor

• Alguns de nós – em transição entre estágios (épocas), geralmente ‘em casa’ em um deles

III. A MURALHA ATINGE EM CHEIO NOSSO CERNE/QUEM NÓS SOMOS

• A muralha representa a mudança mais abrangente da passagem pelos estágios

• Lugar difícil para visitar, quanto mais viver ali por um período
• A muralha – território novo – desconhecido!
• A muralha é necessária se quisermos nos tornar pessoas maduras, profundas
• Para a maioria de nós, a muralha surge numa crise que deixa nosso mundo de cabeça para baixo
• Divórcio, fracasso no casamento, uma traição, perder o emprego, morte de um amigo ou pessoa

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 da família, diagnóstico de câncer, experiência de desilusão na igreja, uma depressão profunda, um
sonho frustrado, um filho genioso, um acidente de carro, a incapacidade de gravidez, um desejo pro-
fundo de se casar que não se realiza
• Um acidente de carro pode mudar sua vida para sempre. A carreira acaba antes de começar
• Uma aridez ou perda de alegria em nosso relacionamento com Deus
• Questionamos a nós mesmos, a Deus, à igreja. Descobrimos pela primeira vez que nossa fé parece
não “funcionar”. Temos mais perguntas do que respostas e a própria base de nossa fé parece estar em
jogo. Não sabemos onde Deus está, o que Ele está fazendo, como está nos conduzindo ou quando
isso vai acabar
• Razão por que é tão importante – apenas 85% dos cristãos conseguem atravessar a muralha
• Alguns de vocês estão na muralha hoje (confusos), outros estiveram lá mas não receberam o que
Deus tinha, outros ainda estarão
• Passamos por esses estágios e os repetimos numa espiral cada vez maior – à medida que experimen-
tamos a largura e a profundidade de nossa vida com Deus

IV. ABRAÃO E A MURALHA

• Não foi a primeira muralha de Abraão (Gênesis 12). Ele deixou para trás tudo que conhecia). Enfren-
tou a fome, infertilidade (não podia ter filhos), tensão com Ló (Gênesis 13), tensão conjugal por causa
do filho fora do casamento
• Em Gênesis 18, precisa mandar Ismael embora. MAIS ESSA AGORA!
• Recebera de Deus a promessa de uma terra e filhos/descendentes como as estrelas, de ser uma bên-
ção para o mundo todo. Quando consegue um filho, mora em tendas e está com 110-113 anos de
idade!
• Pode ter pensado: TUDO O QUE PASSEI JÁ NÃO FOI O BASTANTE??
• Deus o testa de novo com o nome, “Abraão”, e ordena uma oferta queimada (Levítico 1):
• Partir em pedaços
• “sobre uma das montanhas que eu te direi” – “Qual delas? Por quê? Explicar?”
• Solitário – não há registro de conversa com a Sara! Jornada de 3 dias
• Nós estaríamos agressivos, e não passivos!
• Isaque pergunta: “Onde está a oferta?” Possível pensamento de Abraão: “Não tenho ideia. Sua mãe e
eu estamos muito bravos com Deus!”
• Abraão (versos 9-18) – Edifica o altar, prepara a lenha, amarra Isaque, coloca-o sobre o altar. Toma o
cutelo para degolar o filho. Incrível – não é a primeira muralha!

V. DUAS PARTES

1. Questão principal da muralha – minha vontade versus vontade de Deus

2. Nosso trabalho na muralha
• Abraão não discute, atrasa ou resiste! Não está irado, amargo, desapontado, não recua
• Ele tem de abrir mão de algo ao qual está apegado – e que o está impedindo de ter maior intimidade
com Deus – “o teu filho, o teu único filho”

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VI. DEUS AMA VOCÊ – ALVO DE DEUS

1. Que você descanse e confie no transbordar do amor de Deus

2. A Ceia do Senhor
• Neste estado sua vontade estará tão completamente transformada na vontade de Deus que ela ex-
cluirá tudo o que é contrário à vontade dele. Duas vontades se tornam uma única vontade – a von-
tade de Deus

3. Que você seja restaurado à imagem e semelhança de Deus

• A presença de Deus habitando em você como o fogo da sarça ardente! Tomando o controle para que
possa se transformar em seu verdadeiro eu – como Deus originalmente planejou
• Deus ama você o suficiente para tirar aquilo que o afasta da sua presença – algumas coisas não são
ruins em essência – apenas nos afastam de Deus!
• Na muralha eu renuncio ao que me apego e que me dá identidade! – tudo o que me atrapalha a ter
intimidade com Deus
• Trabalho – religião – inteligência – controle – vício – dons/talentos – família – orgulho – reconheci-
mento dos outros – fazer o “bem” – expectativas de Deus
• Sonhos e ilusões
• Truman Capote – ficou famoso, citação em “A Sangue Frio” que escreveu em seu último livro inacaba-
do: “Derramamos mais lágrimas pelas orações respondidas do que pelas não respondidas”
• Custou a sua alma! Frase famosa: “Os deuses destroem aqueles que primeiro se tornaram famosos”.
O que achamos que é melhor para nós, de fato, é o pior. O que achamos que é o pior, na verdade,
é o melhor! Exemplo: para Janet Hagberg, o sucesso nacional de sua obra foi ruim para sua alma.
Seu casamento se desintegrou. Precisou conhecer o fracasso, a vergonha
• A maneira comum que crescemos em Cristo e nossas relações/afeições/DNA retrabalhados:
• Preparando você para um nível mais elevado de amor por Ele, tornando-se capaz de ter comunhão
mais abundante com Deus, a fim de poder andar com suas próprias pernas
• Apurando seu paladar, suas papilas gustativas para que possa sentir/degustar o amor de Deus
• Tirando – tornando-nos novos homens e mulheres que realmente devemos ser!
• Exemplo: DAVI – Conheça a si mesmo para conhecer a Deus (também JOSÉ e ABRAÃO)

VII. NÃO APENAS CORRIGINDO/REFREANDO – MAS PURIFICANDO VOCÊ DO QUE ESTÁ

PROFUNDAMENTE ARRAIGADO

1. Orgulho
• Condenar os outros (Lucas 18 – fariseu), buscar a aprovação dos outros, ser impaciente com as pes-
soas quando erram. Se elas fazem pouco progresso espiritual – ainda assim fica orgulhoso!

2. Cobiça
• Descontentes com a espiritualidade que Deus lhes dá. Comparando-se
• Aprendem, ouvem, mas não se aperfeiçoam na pobreza de espírito (Mateus 5.3)!

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3. Luxúria
• Mais prazer nas bênçãos espirituais do que no próprio Deus. Tem mais a ver com prazer carnal, ter-
reno do que com Deus

4. Ira
• Facilmente irritável, falta de doçura, sem paciência para esperar no Senhor
• Grandes resoluções de mudar, mas sem paciência para esperar

5. Gula espiritual
• Não quer a cruz, mas sim os prazeres espirituais. Infantilidade

6. Inveja espiritual
• Infeliz quando os outros prosperam espiritualmente

7. Preguiça
• Foge do que é difícil. Não gosta da cruz
• Ele está procurando fazer você perder o amor pelas coisas do mundo

VIII. DOIS NÍVEIS

1. Minha vontade versus vontade de Deus – Abraão (verso 8)

• Apenas poucos perseveram (pode durar anos). Descrito como “violento”
• Chamado de “A noite escura da alma”
• Deus escolhe. Maior intensidade, maior purificação – ALGUNS DE VOCÊS!!!! Abraão!!
• Considere essa oração: “Leva-me para mais perto de ti, Deus – não importam as consequências”
• Diz muito sobre a imagem que temos de Deus. “Não, se isso for me custar a vida do meu filho!”. Diz
muito!
• Se você não consegue dizer isso – tem medo dele. Você pensa: “Ele pode me machucar. Talvez Ele não
seja amoroso”

Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste
de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? (...) Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e
verás se não blasfema contra ti na tua face (Jó 1.9-11)

2. Nosso trabalho na muralha (3 palavras)

a. Consciência
• Esta é uma jornada profundamente interior. Volto/recuo para avançar. Enxergo minhas feridas, desâ-
nimo/prostração, necessidade de cura

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 • Na muralha – começo a ‘dar nome’ às minhas questões, a admiti-las.
• Reconhecer o que está acontecendo em minha vida – não é ruim, mas um dom! (não dizer ‘para trás,
Satanás!’)
• Em vez de encarar isso como um mal e reagir com ira, ficar na defensiva – DÊ BOAS-VINDAS À ESCU-
RIDÃO
• Não é algo ruim, a ser temido, algo que está tentando nos esmagar
• O diabo está me perseguindo… Até a escuridão, a opressão demoníaca – Deus permitiu!
• Exemplo – Josefo – lutou contra a depressão. Lutar, negar versus aceitar
• Nossas orações não são maneiras de evitar as noites escuras – salvar/proteger (sim, ore) mas Deus
pode precisar trazer certas coisas em minha vida para me libertar de ilusões
• É a mão de um Deus amoroso nos conduzindo ao fundo de nosso ser... Deus até permite o mal para
nos fazer perceber as coisas

b. Perdão
• Isso não é bonito. Não fico mais me flagelando, mas finalmente me rendo. Recebo o amor de Deus.
Eu me perdoo. Não consigo mais fingir e esconder minhas coisas
• Para eu poder amar você preciso me amar
• Para perdoar você, preciso me perdoar
• Se eu aceitar minha própria ira, imperfeições, então consigo aceitá-las nas pessoas
• A grande distinção do amor do Deus do cristianismo é que não há condições presas a ele. Deus sim-
plesmente ama os seres humanos. Nada que fizermos ou deixarmos de fazer muda o seu amor por
nós. Esse amor deve nos envolver, nos encher e nos transformar
• “O Deus que adoramos ama os pecadores, redime os fracassados, tem prazer em dar segundas chances
e permitir novos começos. Ele nunca se cansa de sair em busca de ovelhas perdidas, de esperar os filhos
pródigos ou resgatar os feridos pela vida e abandonados à beira do caminho.” – Benner
• Muitos de nós sabemos – Deus é amor – na crença, no intelecto, mas não na experiência
• Conhecimento pessoal – baseado na experiência. Está baseado no profundo de nosso ser
• E ENTÃO POSSO TER COMPAIXÃO PELAS OUTRAS PESSOAS

3. Aceitação
• Eu recebo e me aceito como sou. Meus limites, minha fraqueza/prostração
• Reconheço:
• Nunca serei totalmente curado nesta vida
• Sempre estarei em tratamento/recuperação
• Aceito minhas feridas agora pelo que elas me ensinam (Salmo 51; 2Coríntios 12)
• Há ricos tesouros na MURALHA
• Você não se reconhecerá quando chegar ao outro lado (só isso já vale a pena todo o trabalho)
• Resultado desse trabalho (1 tijolo por vez):
• Amor saudável por nós mesmos
• Amor verdadeiro pelos outros
• Amor verdadeiro por Deus e confiança
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 • Descobrimos os desejos profundos de nosso coração (não sabíamos que estavam lá)
• As expectativas da família, da cultura são diferentes das de Deus:
• Acabamos em lugares que nunca sonhamos com pessoas que nunca imaginamos!
• Você se torna o ser humano extraordinário que Deus planejou
• Ser provado por Deus é um elogio e um privilégio. Abraão – pai de muitos. Bênção a todas as na-
ções!!! SUA VIDA É UMA DÁDIVA!!
• Deus prova as pessoas que têm um grande chamado, um futuro
• Abraão nunca poderia imaginar a bênção que sua vida seria
• Verso 16 – Deus está atento aos detalhes. Você estava me entregando seu único filho
• Certamente te abençoarei e te darei descendentes
• Todas as nações serão benditas – Cristo veio por intermédio disso!!
• Onde há grande sacrifício, morte, há grande fruto, ressurreição. OLHE PARA JESUS
• Alguns de vocês estão travados (se sentem presos numa gaiola)
• Medo. A muralha abala sua fé!
• Oprimidos pelo tamanho da muralha!
• O que achávamos ser a muralha era apenas um tijolo
• Lidar com nosso casamento, nossa ira, tristeza mal resolvida, falta de relacionamento pessoal
com Jesus, vício ou pai alcoólatra

IX. O QUE FAÇO?

• Persevere com paciência. Fique tranquilo, quieto e ouça a voz de Deus. O SENHOR ESTÁ INVADINDO
VOCÊ!!! ESVAZIANDO PARA ENCHER
• Persevere nos exercícios espirituais mesmo quando não houver prazer neles
• Promessa – Você será cheio! Cristo – “minha alegria esteja em vocês!”

Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário. Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os
meus lábios te louvarão. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos (Salmo
63.2-4)

CONCLUSÃO
Isaque é a vítima perfeita, sem culpa, disposta a submeter-se a Deus para ser uma oferta queimada e ser
degolado – exatamente como Jesus.