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Ruth Costa
REALIZAÇÃO:
Texto e diagramação:
Leonard J. Grala Barbosa
Fotos:
Daniele Queiroz
Ruth Costa
Leonard Grala
Netto Dugon
Murilo Rodrigues
Arte Gráfica:
Murilo Rodrigues
Mapas:
NaGeo Cartografia
Pesquisadores:
Ádila Simone Barbosa Varela Franklin Rolim
Alessandro Braselino da Silva José Guilherme Wady Santos
Bartoloméa Padilha de Souza Luis Augusto Gonçalves Ramos
Brenda Letícia de Souza Silva Maria Nazaré Silva Vieira
Cristiani de Castro Viana Mariana dos Santos Gouveia
Cintia Maria da Silva Monteiro Rafael Nagem de Azevedo
Davi Lino da Silva Franco Olivia Varela Maia
Edson Sales Neto Pamela Suzane Souza Lobo
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ÍNDICE
04 Apresentação
05 Metodologias
08 Introdução
09 Mapa pontos de
contagem
10 Pontos com
cicloestruturas
24 Dados globais
Considera
30 ções finais
33 Documentos
Consultados
3
APRESENTAÇÃO
N os últimos cinco anos o uso de entregas utilizando a bi Segundo o próprio site da
da bicicleta vem se desta cicleta, ou ainda, dados prefeitura, a cidade possui
cando em âmbito mundial mais qualitativos, como as atualmente cerca de 90km
como parte das soluções pa motivações e hábitos dos de vias que contemplam ci
ra o ambiente urbano, princi ciclistas urbanos. Apenas clovias ou ciclofaixas. Po
palmente no que tange a recentemente, foi possível rém, mapeamento recente
mobilidade urbana e a quali obter dados comparativos aponta que, contandose ci
dade de vida nas cidades. em âmbito nacional com a cloestruturas abandonadas,
Apesar do reconhecido reedição da pesquisa “Perfil Belém já ultrapassa 100km
avanço na produção de es do Ciclista Brasileiro” (reali (PARÁCICLO, 2019).
tatísticas públicas no Brasil,
com pesquisas cada vez
zada pela ONG Transporte A pesquisa “Perfil do Ciclis
Ativo. os dados disponíveis ta” (Transporte Ativo, 2018)
mais periódicas e abrangen
são para os anos de 2016 e identificou que muitos usuá
tes, tanto do ponto de vista
temático quanto territorial, 2018). Porém, esses dados rios passaram a adotar a bi
ainda é escassa a produção não medem o volume do cicleta como principal meio
de informação e conheci uso da bicicleta nas cida de transporte quando houve
mento sobre mobilidade ur des, busca compreender a implementação de ciclo
bana no país, em especial apenas o comportamento estrutura em seu trajeto ca
sobre a bicicleta e demais que leva a pessoa a usar sa/trabalho. Além disso, em
modais ativos. ou não a bicicleta como uma contagemteste supe
Assim, apesar dos esforços meio de transporte. rior a 12h, o Coletivo Pa
de muitas organizações da ráCiclo identificou cerca de
sociedade civil, o uso da cinco (05) mil ciclistas pas
bicicleta como transporte sando em uma importante
urbano é ainda pouco avenida da cidade que pos
discutido no Brasil e na sui ciclofaixa.
América Latina, o que acar Este tipo de informação for
reta sua desvalorização e ao talece a execução de políti
não investimento público. cas públicas voltadas à mo
Há pouca informação coleta bilidade ativa e demonstram
da e publicada. Este cenário a importância das cidades
traz um grande desafio para
os atores interessados nas
A capital do Pará, Belém, em reconhecer a relevância
integra o contexto nacional bicicleta como um meio de
análises do uso da bicicleta,
de uso das bicicletas, marca transporte eficiente, eco
bem como para aqueles en
da por um grande fluxo de nômico, democrático e am
volvidos no processo de
pessoas que utilizam este bientalmente correto.
elaboração e implementação
veículo como principal meio Para tanto, se faz neces
de políticas públicas voltadas
de transporte, havendo sário a geração de dados
ao transporte cicloviário.
ainda, uma tendência à am
Pouco se sabe sobre dados pliação do uso recreativo.
seriados, que possam ser
básicos do uso da bicicleta tratados estatisticamente,
Belém encontrase em uma complementados por dados
nas cidades, por exemplo, situação mediana em rela
número de viagens de bici qualitativos, para compre
ção à quilometragem absolu ender, ao longo do tempo,
cleta feitas por dia, número ta de estruturas para aten
as mudanças no uso da
der os usuários da bicicleta.
bicicleta.
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METODOLOGIAS
CONTAGENS MANUAIS
Segundo o Traffic Monitoring Guide (FHWA/UDT, 2016), em pesquisas manuais em campo,
os coletores de dados humanos podem gravar volumes de pedestres e bicicletas usando
instrumentos simples, como folhas de papel, pranchas de contagem de tráfego, contadores
"clicker" ou aplicativos de smartphones. Tais contagens, em geral são tomadas em perío
dos de uma (01) a quatro (04) horas em intervalos de tempo discretos, geralmente 15 mi
nutos, embora as contagens possam ser coletadas em intervalos mais curtos, se desejado.
Algumas pranchas de contagem podem estampar todos os pontos os dados a serem
coletados. O treinamento, a motivação e o gerenciamento do coletor de dados são impor
tantes para obter contagens manuais precisas.
Entre os pontos fortes, podese citar a flexibilidade para reunir dados adicionais sobre via
jante (ou seja, informações direcionais, gênero e comportamentos); pode ser aplicável a to
dos os tipos de locais e usuários; sem custos de instalação ou impactos, e extremamente
móvel. Nas limitações, encontrase na literatura, que as contagens manuais somente
suportariam contagens de curto prazo; é necessário mais pessoal em maior volume locais
ou para recolher informações adicionais (ou seja, mais custos); pessoas estão sujeitas à
fadiga, e há a possibilidade de vieses de contagem (Transporte Ativo/ITDP, s/d).
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METODOLOGIAS
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METODOLOGIAS
Este ranking de prioridades quer dizer que, uma determinada cidade. Os principais da
em caso de momentos onde o fluxo de dos que devem ser considerados na elabo
ciclistas é menor, há a possibilidade de ração das análises são: a) Densidade po
pesquisadores registrar dados extras, que pulacional; b) Renda; c) Idade; d) Usos
irão complementar as análises. múltiplos do espaço urbano; d) Taxa de
Além disso, nos documentos consultados emprego; e) Temperatura/clima; e f) Estru
(FHWA/UDT, 2016; Transporte Ativo/ITDP, turas disponíveis. Esses dados são impor
s/d), diferentes dados populacionais po tantes para as análises posteriores à coleta
dem interferir na contagem de ciclistas em de dados.
4 Alguns dos ítens não puderam ser averiguados e
acabaram sendo descartados para esta primeira
pesquisa devido ao grande fluxo de ciclistas
computado.
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INTRODUÇÃO
As contagens de ciclistas e usuários de transporte ativo são
importantes para gerar dados estatísticos confiáveis para
fortalecer a implantação de políticas públicas de mobilidade
urbana que contemple os modais de deslocamento ativo nas
cidades. A capital do Pará, Belém, carece deste tipo de
dados.
A partir desta demanda, o Coletivo ParáCiclo se propôs a
desenvolver uma metodologia e campanha de contagem que
atendesse às realidades locais. A contagem inicial foi
distribuída em seis (06) pontos da cidade de Belém, estes
locais foram escolhidos levando em consideração aspectos
de distribuição populacional (IBGE, 2010), índices de deslo
camento da população (IPEA, 2015; IPEA 2016) e a
existência ou não de cicloestruturas (PARÁCICLO, 2018).
O presente relatório traz os
resultados gerais desta conta
gem. Os pontos com estrutura
cicloviária foram: Ciclovia da
Avenida Almirante Barroso,
Ciclofaixa da Av. Independên
cia e Ciclofaixa da Av. Arthur
Bernardes; os pontos sem
cicloestrutura foram: Av. O modelo de contagem
Magalhães Barata, Av. José foi o visual direto, uma
Bonifácio e Av. Barão de vez que não foi possível
Igarapé Miri. utilizar as câmeras urba
A metodologia desenvolvida nas, indisponibilizadas
preconizou uma contagem de pelo poder público esta
12 horas ininterruptas. Com dual e municipal. Não
início às 6h da manhã, esten seria possível realizar
dendose até às 18h da tarde. contagem fotográfica a
A contagem ocorreu em seis partir da metodologia do
(06) pontos distintos (Mapa 1), Transporte Ativo (TA,
durante quatro (04) dias con 2010) uma vez que o
secutivos, de 29 de janeiro volume de bicicletas em
(terçafeira) a 01 de fevereiro Belém é muito grande.
(sextafeira) de 2019.
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MAPA PONTOS DE CONTAGEM
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PONTOS COM CICLOESTRUTURA
Os pontos com cicloestruturas foram esco N este relatório usaremos os códigos referen
lhidos levando em consideração o tipo de tes aos pontos de contagem, o Ponto 4 repre
cicloestrutura e com o fluxo de usuários ob senta a primeira ciclovia segregada de Belém,
servados previamente. Deste modo, analisou na Avenida Almirante Barroso. O Ponto 5 foi
se a conveniência de realizar a contagem em situado na Rodovia Arthur Bernardes, onde há
ciclofaixa e ciclovias em um contexto de uma ciclofaixa e o Ponto 6 esteve localizado
bairro e no contexto de ligação entre os bair na ciclofaixa da Av. Independência, junto à
ros e o centro da cidade. Cabe ressaltar que sua intersecção com a Rodovia Augusto
Belém não possui ciclorrota, e a única ciclo Montenegro, importante local de escoamento
faixa compartilhada com pedestres é subuti entre as cidades de Belém e Ananindeua.
lizada em decorrência de planejamento equi
vocado para sua implantação.
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PONTO 4 – AVENIDA ALMIRANTE BARROSO
Primeira Ciclovia de Belém, teve sua período, ou seja, 171,75 viagens por hora o
largura reduzida após as reformas da via que equivale a passagem de 2,86 ciclistas
para implementação do BRT (Bus Rapid por minuto.
Train). N este ponto, o número total de O s maiores fluxos foram registrados no
viagens registradas foi de 10.305 no início (46,64%) e ao final do dia (33.93%).
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PONTO 4 – AVENIDA ALMIRANTE BARROSO
A seguir apresentase alguns gráficos com informações sobre
fluxo por turno avaliado, proporção de gênero e tipologia das
bicicletas para a Avenida Almirante Barroso. O gráfico à direi
ta, demonstra a proporção de gênero. Abaixo evidenciase a
distribuição do fluxo de ciclistas ao longo dos três turnos ava
liados.
Tipo de bicicleta
e uso do
equipamento
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PONTO 5 – AVENIDA INDEPENDÊNCIA
I mportante via de ligação entre Belém e equivale a passagem de 2,44 ciclistas por
Ananindeua (sua principal cidade metropo minuto. Os maiores fluxos registrados se
litana). Nesta ciclofaixa, o número total de concentraram no início (44,36%) e no final
viagens registradas foi de 8.776 no perío do dia (33,39%), no entreturno representou
do, ou seja, 146,27 viagens por hora o que 22,25% das viagens.
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PONTO 5 – AVENIDA INDEPENDÊNCIA
Os gráficos apresentados a seguir informam a
proporção de gênero, fluxo por turno avaliado e
tipologia das bicicletas na Avenida Independên
cia. O primeiro gráfico, à esquerda, demontra
um fluxo maior de mulheres, em relação à via
anteriormente apresentada, porém, menor que
o Ponto 6, (pág. 1516).
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PONTO 6 – AVENIDA ARTHUR BERNARDES
Ciclofaixa de ligação entre Belém e um de equivale a passagem de 1,34 ciclistas por
seus bairros mais populosos, distrito de minuto. O maior fluxo registrado se concen
Icoaraci. Neste ponto, o número total de trou no início (40,31%) do dia. O final do
viagens registradas foi de 4.838 no perío dia representou 33,59%, enquanto o
do, ou seja, 80,63 viagens por hora o que entreturno concentrou 26,11% das viagens.
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PONTO 6 – AVENIDA ARTHUR BERNARDES
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PONTOS SEM CICLOESTRUTURA
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PONTO 1 – RUA BARÃO DE IGARAPÉ MIRI
Relevante via de fluxo interno do bairro do ciclistas de um modo geral, inclusive maior
Guamá. Dá acesso a feiras, mercado e proporção de viagens realizadas por
serviços locais. É ainda, via de acesso à mulheres (10%).
UFPA. Neste ponto, o número total de via O maior fluxo registrado se concentrou no
gens registradas foi de 12.064 no período, que chamamos aqui de entreturno, no pe
ou seja, 201,07 viagens por hora o que ríodo de 10h14h (43,35%), seguido do pri
equivale a passagem de 3,35 ciclistas por meiro período da manhã com 33,94%. O
minuto. Este foi o ponto de maior fluxo de turno final concentrou 22,71% das viagens.
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PONTO 1 – RUA BARÃO DE IGARAPÉ MIRI
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PONTO 2 – AVENIDA JOSÉ BONIFÁCIO
Via de ligação do bairro do Guamá ao Mer te, que foi o segundo ponto em quantidade
cado de São Brás e Rodoviária. Neste local, de viagens, registrou 42,16% das viagens
o número de viagens registradas foi de realizadas no primeiro turno da manhã (6h
11.856 no período, ou seja, 197,60 viagens 10h) e um equilíbrio nos dois turnos
por hora o que equivale a passagem de subsequentes, com 29,57% (10h14h) e 28,
3,29 ciclistas por minuto. A distribuição nes 27% (14h18h).
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PONTO 2 – AVENIDA JOSÉ BONIFÁCIO
Os gráficos apresentados nesta sessão mos
tram o gênero, o fluxo de ciclistas por turno e a
tipologia das bicicletas utilizadas na Avenida
José Bonifácio. À direita, o gráfico da propor
ção mulher x homem, traz um percentual consi
derado entre médio e alto de viagens
realizadas por mulheres.
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PONTO 3 – AVENIDA MAGALHÃES BARATA
Via essecial de ligação bairrocentro da turnos avaliados (35,84% 32,31%
capital paraense. Neste ponto, o número 31,85%), isso quer dizer que há uma cons
total de viagens registradas foi de 7.118 no tância no fluxo, indicando ser esta uma via
período, ou seja, 118,63 viagens por hora o importante de ligação para as pessoas que
que equivale a passagem de 1,98 ciclistas usam a bicicleta como meio de transporte.
por minuto. Esta via já havia sido escolhida Entre as explicações para isso, pode ser
para uma contagem de teste do Coletivo em porque a mesma atravessa os bairros cen
2018, os resultados na época já chamavam trais em uma via reta e plana, e sua confi
a atenção. Neste local percebese certo guração de sombreamento, proporcionando
equilíbrio nas viagens realizadas nos três maior conforto no trajeto.
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PONTO 3 – AVENIDA MAGALHÃES BARATA
A seguir são apresentados três gráficos que
demonstram a proporção de gênero, o fluxo de
ciclistas por turno e a tipologia das bicicletas na
da Avenida Magalhães Barata. O índice de
viagens realizadas por mulheres, é menor do
que nos outros trechos sem estrutura.
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DADOS GLOBAIS
93%
M ULHERES X H OMENS
51.319
homens
7%
4.104
mulheres
0,8%
8,9%
465
crianças
adolescentes
4.945
I DOSOS
X
idosos
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DADOS GLOBAIS
N os seis pontos avaliados, apesar de algu mulheres e homens em separado, é pos
mas variações, a concentração maior do sível perceber que as viagens realizadas
fluxo de bicicletas esteve localizada no por mulheres na condução da bicicleta são
primeiro turno da manhã (6h10h) quando ligeiramente superiores no 2º turno (10h
consideradas as viagens totais. Entretanto, 14), que chamamos aqui de entreturno.
ao analisar mais detidamente dados para
40%
1º turno
30%
2º turno
10h14h
6h10h
30%
3º turno
14h18h
25
DADOS GLOBAIS
Netto Dugon
Netto Dugon
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DADOS GLOBAIS
A seguir são apresentadas as tabelas com os números totais de
viagens por turno, representando sentidos e gênero. Na página
27 apresentamse os dados dos pontos de contagem sem
ciclioestruturas e na página 28, são apresentados os dados dos
pontos com cicloestruturas.
27
DADOS GLOBAIS
28
DADOS GLOBAIS
Em relação a bicicletas usadas
para serviço é importante fazer
algumas considerações. Essa
categorização referese a pes
soas que utilizam a bicicleta
como instrumento de trabalho
e não apenas como veículo.
Para as características de Be
lém, optouse por separar a bici
cleta pelo tipo (cargueira em di
ferenciação às demais) e
incluiuse também outras bicicle
tas adaptadas ao uso de venda
de lanches (comumente conhe
cida na capital paraense como
“bike do completo ”, "bike do
lanche" ou "bike da merenda").
As bicicletas elétricas são uma ten
dência mundial. Há uma diferenciação
entre bicicleta elétrica de pedal assisti
do, onde o motor não funciona se a
pessoa não estiver pedalando. Ou se
ja, o motor é complementar. E há as
bicicletas elétricas que funcionam co
mo motonetas, onde a aceleração é
como uma moto, funcionando inde
pendentemente da propulsão humana.
Patins e Skates ainda são pouco usa
dos em Belém para o deslocamento
diário, provavelmente em decorrência
das condições precárias da cobertura
asfáltica.
N a categoria outros, incluiuse trici
clos, quadriciclos e outros veículos as
semelhados à bicicletas, porém sem
uma identificação própria.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A primeira pesquisa siste
mática de Belém realizada
pela sociedade civil reflete
o aumento da demanda pe
lo uso da bicicleta como
meio de transporte. Esta é
uma tendência global, atu
almente visualizada no
Brasil. Em outras capitais,
como São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, os
modelos de contagem
estão avançando para sis
temas autônomos, com a
utilização de sensores.
Estes equipamentos são
essenciais, sobretudo, para
cidades como Belém, onde
o fluxo de viagens realiza
das por bicicleta é intenso.
Com este estudo, foi pos
sível demonstrar que Belém
está entre as capitais que
mais utiliza a bicicleta como
meio de transporte, quando
comparada com contagens
de período similar, como na
Zona Sul de São Paulo, por
exemplo, onde foram con
tabilizados 933 ciclistas em
um período de 14h (CICLO Leo Grala
CIDADE, 2019), enquanto
que em um dos pontos de contagem, no com vivência da cidade por meio da bicicleta
bairro do Guamá, em Belém, foram contabi para promover ações que fortaleçam a utili
lizados 1.097, em 4h de contagem. zação da bicicleta na Região Metropolitana
Para consolidar estes índices, fazse ne de Belém. Isso possibilita um olhar regiona
cessário a continuidade da seriação de lizado sobre os dados, e particularidades
pesquisas que monitorem tanto o fluxo, que devem ser implementadas neste siste
quanto o perfil de pessoas usuárias deste ma. Os Representantes do Coletivo ParáCi
modal. clo são usuários cotidianos da bicicleta há
O poder público deveria aproveitar a pre mais de 10 anos, vivenciando além da cida
sença de profissionais capacitados na soci de, experiências nacionais e internacionais
edade civil. Bem como a experiência prática sobre o modal através do cicloativismo. Esta
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informação é relevante, uma vez que a vi provavelmente não são representados sig
vência do sistema disponível na cidade nificativamente nesta contagem. Uma vez
possibilita um olhar crítico e pragmático so que a maioria dos cerca de 60 passeios
bre as alterações e implementações ne semanais, levantados pelo Coletivo Pa
cessárias. ráCiclo em parceria com o grupo Bike
Ao trabalhar os dados, é possível perceber Belém, possuem início após 19h (cf. Tabela
algumas tendências de uso da bicicleta de passeios, 2018. Disponível em
como meio de transporte: coletivoparaciclo.org). Se estimarmos uma
O estudo apresenta um corte de 12h que média de 50 participantes por passeio,
prioriza o horário utilizado para o deslo este segmento representaria um acréscimo
camento urbano (6h às 18h). Deste modo, de 3 mil viagens em 7 dias.
pessoas que utilizam a bicicleta por lazer,
O
uso expressivo da bicicleta
como meio de transporte em
Belém, contrasta com as di
ficuldades encontradas por
quem opta por utilizar este
veículo. A mesma pesquisa do
Perfil do Ciclista, aponta que,
na opinião dos usuários entre
vistados, os principais proble
mas são a falta de infraestru
tura adequada, bem como a
falta de uma efetiva segurança
no trânsito. Ou seja, caso a
Prefeitura Municipal de Belém
e o DETRANPA tivessem inte
resse em melhorar as condi
ções de uso e segurança das
vias, teríamos mais usuários
de bicicletas e menos conges
tionamentos na capital, sem
destacar o alto investimento em vias para automotores, enquanto que os investimentos
para a ciclomobilidade possuem um custo bastante inferior, o que contribuiria posi
tivamente para o orçamento da cidade.
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Vale ressaltar que emb (PMB) para levanta
ora ciclistas e algumas mento e definição dos
entidades representati mais de 20 pontos para
vas da mobilidade este instalação, mas apenas
jam engajadas e inte cerca de cinco (5) pon
ressadas em contribuir tos saíram do papel.
com as gestões, pouco Outro exemplo da falta
do que foi e é sugerido de implantação das pro
por esses técnicos e ci postas encaminhadas à
clistas da sociedade ci PMB foi a campanha de
vil são incorporados nas educação para o trânsi
políticas públicas. Um to, planejada e desen
exemplo é a implanta volvida pelo coletivo Ci
ção de paraciclos em clomobilidade Pará e
pontos estratégicos da Observatório Social de
cidade. Para esta de Belém, apropriado de
manda, foram realiza forma inadequada pelos
das várias reuniões com gestores.
a Prefeitura de Belém
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DOCUMENTOS CONSULTADOS
CARVALHO et al s/d. Análise do Perfil de ciclistas e determinação dos principais atributos que
prejudicam seu deslocamento em BelémPA.
http://www.unibici.edu.uy/IMG/pdf/122_marcus_carvalho.pdf (acessado em 22 de outubro de 2018).
FHWAUS/DT. Traffic Monitoring Guide . The Federal Highway Administration Traffic FHWA/US
Dep. of Transportation DT, United States, October 2016. Disponível em
https://www.fhwa.dot.gov/policyinformation (acessado em 22 de outubro de 2018).
TRANSPORTE ATIVO. Pesquisa Perfil do Ciclista 2018 . Rio de Janeiro, 2018. Disponível em
http://www.ta.org.br/perfil/perfil18.pdf (acesso em 22 de julho de 2019).
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Sobre nós:
O Coletivo ParáCiclo atua debatendo mobilidade ativa em Belém desde 2017. Os
cerca de dez colaboradores fixos, possuem formação acadêmica em temáticas que
dão suporte técnico adequado para ajudar no planejamento urbano voltado ao uso
racional do espaço urbano. Apesar do Coletivo ser relativamente recente, nossos
colaboradores vivenciam a cidade e atuam há mais de dez (10) anos em outros co
letivos, como Bike Anjo Belém e Ciclomobilidade Pará. Levantando a bandeira da ci
cloinclusão, o Coletivo ParáCiclo vem participando de diversos eventos nacionais
(como o Bicicultura e Encontros Nacionais temáticos) e internacionais (como o Velo
city e o Fórum Mundial da Bicicleta) demonstrando as relações da bicicleta e seus
usuários de Belém.
coletivoparaciclo.org
@coletivoparaciclo
coletivoparaciclo@gmail.com
Financiamento:
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Netto Dugon
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