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Revista Ciências do Ambiente On-Line Julho, 2009 Volume 5, Número 1

PERMACULTURA E UNICAMP: PRÁTICAS E POSSIBILIDADES

FELIPE DO AMARAL MESQUITA1*, PLÍNIO SANDES DOS SANTOS1,


RAPHAEL KUBO DA COSTA1 , FERNANDO REIS DE ODRIOZOLA1

1Curso de Graduação em Engenharia de Computação – Unicamp

E-mail do autor para correspondência: fe.mesquita88@gmail.com

RESUMO: O conceito de permacultura (MOLLISON & HOLMGREEN, 1978), criado pelos


australianos Bill Mollison e David Holmgren nos anos 70, inicialmente significava a junção das palavras
“permanent” e “agriculture”, sendo depois considerada a união de “permanent” e “culture”. Trata-se de
uma idéia de criar “modelos sustentáveis de ocupação humana em harmonia com o meio ambiente e que
fornecem alimento, água, energia, habitação e retornos financeiros para uma determinada comunidade”
(IPOENA).
De acordo com os adeptos da idéia, a permacultura atual consiste em observar determinado
sistema problemático e tentar consertá-lo baseando-se na observação de um sistema sustentável e estável
que funcione corretamente há bastante tempo. Um desses sistemas seria justamente o ambiente natural
com o mínimo possível de interferência humana (em especial as atividades agrícolas e industriais), que
estariam “envenenando a terra e a água, reduzindo a biodiversidade e removendo bilhões de toneladas de
solo de regiões anteriormente férteis” (WIKIPEDIA, 2009).
Uma vez expostas a definição de permacultura e todas as questões filosóficas envolvidas,
prosseguimos no sentido de ver o quanto as técnicas permaculturais são aplicáveis ao ambiente da
Unicamp e, também, que práticas já são realizadas e podem ser melhoradas.
Para isso, investigamos o campus em busca de práticas sustentáveis adotadas pela Prefeitura da
Unicamp. Além de observar o ambiente ao redor, procuramos também entrar em contato com pessoas que
trabalham em instituição e órgãos da universidade a fim de obtermos mais informações acerca de como o
assunto é visto e posto em prática. Foi marcada uma entrevista com Márcia Nunes dos Santos Patrocínio,
nutricionista e Diretora Técnica do Restaurante Universitário da Unicamp. Outra fonte de informações foi
a Prefeitura da Unicamp, que disponibiliza grande gama de informações sobre os projetos ambientais que
mantém ou apóia.
A reunião com a Márcia Nunes dos Santos Patrocínio norteou principalmente a questão do lixo
produzido pelo RU. A administração do RU, terceirizada, procura destinar o lixo para associações ou
ONGs que possam vendê-lo ou reaproveitá-lo. Dentre as iniciativas da administração para minimizar os
impactos do lixo produzido pelo RU foram citadas: Venda de papel e papelão para unidades de
reciclagem; Venda de latas reaproveitáveis para usinas de reciclagem; Coleta seletiva do lixo;
Reaproveitamento de material orgânico para plantio de mudas (húmus); Reaproveitamento de material
orgânico para alimentar criação de suínos; Reaproveitamento do óleo utilizado em frituras.
Dentre os projetos mantidos ou apoiados pela Prefeitura da Unicamp (PREFEITURA DA
UNICAMP, 2009), citam-se aqueles que se caracterizam como práticas permaculturais: Pró-Água;
Programa de Uso Racional de Energia; Programa de Coleta de Lâmpadas Fluorescentes; Programa de
Plantio de Árvores; Programa de Prevenção contra o Desperdício; Programa de Coleta Seletiva.
Com base nos critérios de baixo custo e escalabilidade, tomam destaque as seguintes técnicas não
adotadas na Unicamp que poderiam ser facilmente implantadas: maior plantio de árvores frutíferas:
aumenta a área verde do campus, além de contribuir para o consumo de recursos naturais e disseminar
melhores hábitos alimentares; inclusão de plantio de mudas como tema prático e teórico nas creches da
Unicamp, com finalidade de educação ambiental; aquecimento solar de baixo custo utilizando garrafas

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PET nos vestuários da Faculdade de Educação Física, proporcionando maior conforto para os usuários
daquele estabelecimento concomitante ao reaproveitamento de material não-biodegradável;
compostagem do lixo orgânico que é produzido pelo RU; maior número de bioconstruções no campus
como, por exemplo, construções feitas a partir de bambu e telhado verde.

PALAVRAS-CHAVE: meio ambiente, permacultura, sustentabilidade, Unicamp

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Campanhas, Programas e Projetos. In: Prefeitura da Unicamp. Disponível em:


<http://www.prefeitura.unicamp.br/campanhas_projetos.php>. Acesso em: 26 mai 2009.

LIMA JÚNIOR, O. F.; RUTKOWSKI, E. A Gestão Ambiental na Cidade Universitária “Zeferino


Vaz” Unicamp – Campus Barão Geraldo – Campinas – S.P. Boletim CORI, Campinas, Abril/Maio
2002: online. Disponível em <http://www.cori.rei.unicamp.br/pdf/abril2002/Boletim-abril2002.PDF>.
Acesso em: 16 jun 2009.

MOLLISON, B.; HOLMGREEN, D. Permaculture One. Sidney, Transworld Publishers, 1978, 128 p.

Novidade também nos restaurantes. In: Jornal da Unicamp. Campinas, 30 de abril de 2003. Disponível
em <http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/sala_imprensa/notebem/notebem1.html>. Acesso
em: 26 mai 2009.

PERMACULTURE: HISTORY. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em


<http://en.wikipedia.org/wiki/Permaculture#Histry>. Acesso em: 26 mai 2009. Tradução dos autores do
artigo.

Produtos Analisados – Copos Descartáveis. In: Inmetro. Disponível em


<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/copos_plasticos.asp#resGeral>. Acesso em: 26 mai
2009.

Quem Somos – Permacultura. In: IPOEMA – Instituto de Permacultura, Ecovilas e Meio Ambiente.
Disponível em <http://www.ipoema.org.br/interna_a_01.htm> – Acesso em: 26 de mai 2009.

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