Você está na página 1de 106

Farmacobotânica 

2020/1 Segundo semestre - Prof. Lorena Albernaz 

Conceitos básicos 

FARMACOBOTÂNICA:​ É o estudo das famílias e espécies vegetais. Essas que, possuem 


moléculas bioativas potencialmente utilizadas terapeuticamente. Popularmente 
conhecidas como plantas​ medicinais​ e medicamentos​ fitoterápicos. 

MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS:​ ​Aqueles medicamentos produzidos que, em sua 


composição, apresentam ​apenas​ matérias-primas de origens ativas vegetais. Sem 
nenhum tipo de complemento sintético.  

Existem algumas regras necessárias para regularizar o uso e distribuição dos 


medicamentos fitoterápicos. Seus fabricantes devem comprovar sua eficácia, ter registro 
na ANVISA, padrão de reprodutibilidade (produtos sempre idênticos), ter fabricação 
industrial e controle rígido de microorganismos.  

PLANTA MEDICINAL:​ ​Qualquer vegetal que contenha indicações terapêuticas, sejam 


feitas popularmente, ou por profissional da área. Contém em si, sua ​droga vegetal. 

DROGA VEGETAL:​ Qualquer parte, ou inteiramente, de uma planta medicinal, que 


depois de coletada e processada (seca), mantém seus ​princípios ativos terapêuticos​. 

PRINCÍPIO ATIVO: ​São as moléculas quimicamente conhecidas em suas atividades 


farmacêuticas, que devem causar efeitos benéficos/positivos no organismo.  

É bom ressaltar que, em certas plantas, seus princípios ativos acabam por se perder total 
ou parcialmente, ou causar reações inesperadas ao passarem pelo processo de droga 
vegetal, que é coleta e processamento.  

Herborização 

A herborização é uma técnica utilizada pelos taxonomistas para estudo das plantas em 
geral. Por meio dela, é possível identificar espécimes de plantas por comparação, e evitar 
erros.  

1   
O processo em si consiste em, primeiramente, coletar a planta desejada ainda viva, 
preferencialmente fértil e saudável. 

Depois, em prensá-la e secá-la nas devidas condições a fim de conservar da melhor 


maneira possível seus órgãos. A secagem é extremamente importante, pois o resto de 
água em contato com a planta pode causar proliferação de micro organismos, mofo, 
fungos entre outros. A espécie escolhida deve ser colocada na prensa juntamente de 
algum papel absorvente para evitar que a peça se estrague. 

E por fim, é feita a montagem de uma ​Exsicata​, que é a planta colada, costurada, ou 
presa a uma superfície, e devidamente identificada com sua etiqueta de ficha de coleta. 
Ela deve conter informações como divisão, classe, subclasse, ordem, família, nome 
científico, nome vulgar, data da coleta, local da coleta, coletor e habitat. 

Para garantir uma Exsicata de qualidade e plenamente útil, é necessário colher 


exemplares bons para a observação. Evitar botões, estragos de insetos… Se existirem 
frutos, tentar demonstrá-los juntamente das flores e folhas por exemplo. Espécimes 
dióicas devem ser demonstradas, mas separadamente. Plantas herbáceas subarbustivas 
devem ser coletadas com suas partes subterrâneas intactas, pois essas são foco de estudo 
e observação importante. 

Não apenas no momento da coleta, mas também na hora da secagem e prensa, é 


necessário tomar alguns cuidados. Evitar dobras, amarrotamentos, flores escondidas ou 
em posição forçada. Também se atentar ao tempo de secagem. Não pode ser pouco para 
evitar proliferação de microorganismos, mas se for em excesso, o exemplar se tornará 
quebradiço.  

2   
Grupos taxonômicos e nomenclatura botânica 

Foram criados os denominados ​táxons​ para possibilitar uma organização, descrição e 


classificação entre as plantas. São eles: 

1. Reino 
2. Divisão 
3. Classe 
4. Ordem 
5. Família 
6. Subfamília 
7. Gênero 
8. Espécie 

Para padronizar mundialmente, a nomenclatura botânica das espécies tem alguns 


critérios a serem levados em consideração. Quem implementou essa nomenclatura 
binomial foi Lineu, um cientista sueco.  

A regra é que, as espécies são nominadas por 2 termos. Gênero + nome específico. Essa 
junção se chama binômio. 

O binômio deve ser escrito da seguinte forma: 

● Em latim; 
● Em ​itálico​ (ou ​sublinhado​ caso escrito à mão); 
● Gênero começado em letra maiúscula; 
● Espécie começada em letra minúscula; 
● O sublinhado não pode ser contínuo entre as palavras; 
● Quando se referir apenas ao gênero, utilizar após ele ‘sp’ ou ‘ssp’ que significa 
espécie ou subespécie do gênero (sem nenhum destaque itálico ou sublinhado). 

Alguns exemplos:  

Zea​ ​mays​ (milho) ​ rassica​ ​oleracea​ ​sp. (espécies de couve) 


​B

Musa paradisiaca (​ banana-da-terra) ​ Salvia rosmarinus ​ (alecrim) 

Ginkgo​ ​biloba​ ​Matricaria​ ​chamomilla​ (camomila) 

3   
Os Filos do Reino Vegetal ​Plantae  

Etnobotânica  

John Harshberger: ​primeira pessoa que​ ​definiu a etnobotânica, como o estudo de 
‘plantas usadas por povos primitivos e aborígenes’. 

1986:​ o mesmo estudioso publicou esse termo etnobotânica, e sugeriu como ‘um campo 
que estuda a posição cultural das tribos que usavam as plantas como alimento, abrigo ou 
vestuário’. 

Depois disso, vários outros estudiosos conceituaram de diferentes formas a etnobotânica. 

4   
Histologia Vegetal 

Estruturas 
A Célula Vegetal possui muitas estruturas em comum com a Célula Animal. Porém, 
existem algumas estruturas que são exclusivas das vegetais. São elas: 

● Vacúolos:​ Armazenamento de substâncias; 


● Plastos: ​Armazenamento de substâncias e de pigmento; 
● Glioxissomos:​ Transformação de ácidos graxos em açúcares. Existentes em 
sementes oleaginosas, como a mamona, é capaz de converter lipídios em 
carboidratos (utilizados durante a germinação). 

As demais organelas são: 

● Mitocôndrias: ​Respiração celular; 


● Retículo endoplasmático liso: ​Síntese de lipídios; 
● Retículo endoplasmático rugoso: ​Síntese de proteínas; 
● Ribossomos: ​Síntese de proteínas; 
● Aparelho de Golgi: ​Modificar, armazenar e exportar proteínas; 
● Lisossomos: ​Digestão de moléculas orgânicas; 
● Peroxissomos: ​Digestão de substâncias; 
● Centríolos: ​Divisão celular (só ocorre em algumas células vegetais de briófitas e 
pteridófitas). 

 
 

A Parede celular 
A parede celular é o que envolve a célula. Tem por suas características: 

● Semi-rígida; 
● Permeável, ou seja, permite a troca de substâncias entre os meios intra e extra 
celulares; 
● Grande resistência à tensão; 

5   
● Principalmente constituída por celulose, além de pectina (colabora para a entrada 
de água), glicoproteínas e outras. 

São suas funções: 

● Evitar a ruptura da célula; 


● Definir o tamanho, forma e textura; 
● Ajudar na defesa. 

Entre as células vegetais (na matriz 


extra-celular) ficam situadas 
estruturas denominadas de ​lamela 
mediana​, que confere adesão entre as 
paredes celulares de células diferentes 
entre si.  

A ​parede celular secundária ​é formada em alguns tecidos, depois que a célula atingiu 
seu crescimento máximo. Ela é uma camada mais rígida e espessa que a primária, e 
também confere maior sustentação do corpo do vegetal. 

Uso da celulose na indústria 


 

Justamente por não ser 


digerida por humanos, ela 
confere essa característica 
dietética. 

Visando a sustentabilidade 
e redução da produção de 
plástico. 

6   
 

Reações coloridas da membrana primária 


Para a melhor observação dessa ​estrutura primária​ em lâmina, podem ser utilizados os 
seguintes corantes que vão reagir com a estrutura, revelando tons mais azulados ou 
esverdeados: 

● Cloreto de zinco 
● Luminol - tratada previamente com ácido 
● Azul de astra 
● Hematoxilina de Delafield 

Reações coloridas da membrana secundária 


Para a melhor observação dessa ​estrutura secundária​ em lâmina, podem ser utilizados 
os seguintes corantes que vão reagir com a estrutura, revelando tons mais avermelhados, 
rosado ou arroxeado: 

● Floroglucina clorídrica 
● Verde Iodo 
● Safranina 
● Fucsina ácida 

Reações coloridas da membrana suberificada 


O ​súber​, quando depositado em uma parede celular, irá ocasionar eventualmente a 
morte da célula, por que ele impede a passagem de água e nutrientes.  

Para a melhor observação dessa estrutura suberificada em lâmina, podem ser utilizados 
os seguintes corantes que vão reagir com a estrutura contendo súber, revelando tons 
mais marrons e escuros: 

● Sudan III e IV 


● Lugol. 

7   
Os vacúolos 
São bolsas citoplasmáticas presentes no vegetal, ricas em minerais (NaCl) e substâncias 
orgânicas (carboidratos, proteínas, gorduras e pigmentos). 

Podem ter tamanhos variados dentre as espécies, podendo ser: 

● Células meristemáticas ​(células indiferenciadas) bem pequenas e em 


abundância; 
● Células parenquimáticas ​que podem representar até 90% do espaço celular em 
células já adultas. 

Tem seu pH = 5. São responsáveis pelo crescimento, autofagia (quase que como um 
lisossomo), manutenção do pH e armazenamento. 

O mirtilo 
 

8   
Os Plastos 
São organelas armazenadoras, que são subdivididas de acordo com a presença ou não de 
pigmento. 

1- Cromatoplastos (presença de pigmento):  

● Cloroplasto​ (verde - clorofila) derivado da fotossíntese 


● Eritroplastos​ (vermelho - carotenóide) 
● Xantoplastos​ (amarelo- xantona) 

Alguns vegetais, frutos e folhas armazenam cromatoplastos diferentes em fases da vida, 


conforme amadurecem, a concentração de um determinado pigmento muda, o que 
confere a mudança de cor.  

Exemplo: ​pimentão verde​ (cloroplasto) → p


​ imentão vermelho​ e maduro (eritroplasto) 

2- Leucoplastos (ausência de pigmento): 

● Amiloplastos ​(grãos de amido) 


● Oleoplastos ​(gorduras) 
● Proteoplastos ​(proteínas) 

Tecidos vegetais 
Temos 2 tipos de tecidos (conjuntos de células) vegetal. São eles o 1- ​Meristemático​ e o 
2- ​Adulto​. 

1- Meristemático: ​é composto de células indiferenciadas, e dão origem a qualquer tecido 


adulto. É um tecido que está constantemente realizando meioses e se dividindo. 

- Paredes finas primárias 


- Citoplasma denso 
- Núcleo volumoso 
- Presença de proplastídeos 

9   
 

Composto por ​meristemas apicais ou promeristemas 


(iniciais), e pode ser encontrado no ápice do caule, e no ápice 
da raiz (locais com potencial de crescimento).  

Existe uma estrutura denominada ​Coifa​, que protege e evita 


lesões no promeristema da planta, pois caso ele venha a se 
danificar, a planta vai perder sua capacidade de crescimento. 

Os meristemas apicais dão origem aos ​meristemas primários, 


que são responsáveis pelo crescimento primário longitudinal 
do vegetal. 

São meristemas primários: 

● Protoderme,​ que dará origem à ​epiderme; 


● Procâmbio,​ que dará origem ao ​xilema e floema primários; 
● Meristema Fundamental,​ que dará origem futuramente ao p
​ arênquima, 
esclerênquima e colênquima. 

Já os ​meristemas secundários​, são derivados de tecidos e sistemas ​que já estão adultos​, 


quando o crescimento primário já atingiu uma certa maturidade longitudinalmente.  

Esses meristemas secundários ​vão readquirir a capacidade de crescimento e o poder 


de divisão ​(desdiferenciação celular),​ só que em espessura.​ Vão formar novos tecidos, 
conferir rigidez, reforçar o corpo vegetal, e substituir tecidos antigos. 

Nem todas as espécies possuem estes meristemas secundários, como por exemplo folhas 
finas, grama etc. Esses exemplares apenas crescem em altura, e não em espessura.  

10   
Recapitulando:​ Os ​tecidos meristemáticos apicais ​(promeristemas) dão origem aos 
meristemáticos primários. ​Primários que são responsáveis ao crescimento longitudinal 
da planta. Ao atingirem maturidade, sendo tecidos adultos, ocorre a ​desdiferenciação 
celular ​que vai originar ​tecidos secundários​. 

Esses tecidos secundários, porventura darão origem a novos tecidos adultos, que são 
classificados em ​A)Tecidos Permanentes Simples​, e ​B)Tecidos Permanentes 
Complexos. 

A)Tecidos Permanentes Simples:  

Do ​Meristema Fundamental​, vão surgir três tipos de tecidos permanentes simples. 


Considerados simples por serem células de natureza semelhante. São eles: 

1- Parênquima 

● tecido de preenchimento, 
● com funções de armazenamento, secreção, cicatrização e fotossíntese; 
● ​ m 
tem ​potencial meristemático​, ou seja, tem a capacidade de se​ desdiferenciar e
meristema secundário; 
● tem paredes primárias delgadas, devido à sua constante atividade; 
● seu formato visível é isodiamétrico, células maiores e arredondadas; 

11   
● Existem parênquimas especializados para reserva. ​Amilíferos​ armazenam 
líquidos diversos, ​aerífero​ armazenam gases, e ​aquífero​ que armazenam água. 
● O parênquima que realiza fotossíntese é denominado ​parênquima clorofiliano 
(não confundir com colênquima); 
● Classificação quanto ao formato: Parênquima Paliçádico e Parênquima Lacunoso. 

2- Colênquima 

● tecido de sustentação, com paredes pouco homogêneas; 


● possui ​espessamento de celulose ​em suas paredes, que garante resistência; 
● geralmente aparecem em ​herbáceas​ ​(plantas de pequeno porte, com caule flexível 
​ ​arbustos ​(plantas de maior porte, com resistência 
e altura que não ultrapassa 1m) e
em seu caule, e que atingem de 1 a 3m em altura)​; 
● sustenta plantas que tem crescimento primário; 
● por possuir paredes um tanto quanto flexíveis, pode ser encontrado em órgãos 
que estão sofrendo alguma distensão. 
● Classificação quanto ao formato:  

12   
3- Esclerênquima 

● tecido de sustentação, com composição mais espessa e homogênea; 


● possui​ paredes secundárias​, que são reforçadas e impregnadas com​ Lignina,​ o 
que confere a esse tecido ainda mais sustentação que o colênquima; 
● pode ser encontrado em plantas jovens ou adultas; 
● esse tecido tem dois tipos de células: as ​fibras​ e os ​esclereídes; 
● normalmente as​ fibras​ desse tecido são encontradas numa parte mais interna do 
caule, ao acompanhar vasos condutores (impedindo que eles se colabem ou se 
fechem) podendo estar isoladas ou em feixes; 
● As células ​esclereídes​ são isoladas ou formam aglomerados. 

13   
B) Tecidos Permanentes Complexos 

São considerados complexos pois suas células tem naturezas diferentes. 

São eles ​1- Epiderme, 2- Periderme, 3- Xilema e 4- Floema 

1- Epiderme  

● é o tecido de revestimento primário mais externo, proveniente do meristema 


primário; 
● normalmente composta por apenas uma camada de células vivas, sem espaços 
intercelulares; 
● se por acaso apresentar mais de uma camada, é denominada ​múltipla ou 
multisseriada; 
● as células epidérmicas podem apresentar formato alongado ou isodiamétrico, com 
paredes retas ou sinuosas;  
● estas células deste tecido não possuem clorofila, com exceção das células oclusivas 
dos estômatos; 
● as células desse tecido são cobertas por uma camada de cutina, denominada 
cutícula, ​que é hidrofóbica, lisa, que tende a prevenir a perda de água; 
● as células deste tecido são aptas a elaborar diversas substâncias, como ​taninos, 
mucilagens, antocianas e cristais diversos, ​que trabalham para a proteção da 
planta; 
● além de ser a camada mais externa, também recobre órgãos vegetais; 
● possuem ​anexos​ que se projetam para fora da célula, os ​tricomas e estômatos;  

Estômatos:​ São responsáveis pela transpiração e trocas 


gasosas da planta, e ajudam na diagnose da droga vegetal 
da planta, pois é possível diferenciar espécies parecidas 
pela diferença em seus estômatos. 

14   
 

Tricomas:​ Existem dois tipos: Tectores (pêlos) e 


Glandulares (glândulas). 

O ​Tectores​ são mais finos, e têm a função de 


proteção. 

Já os ​Glandulares​, podendo ser unicelulares ou 


pluricelulares, são mais dilatados, para 
conseguirem armazenar substâncias. 

2- Periderme  

● é o tecido de revestimento ​secundário​, 


proveniente de ​desdiferenciação​ em tecido secundário; 
● composto pelas células do ​Súber (tecido 
morto)​, e a ​Feloderme​; 
● durante o crescimento secundário da planta, a 
periderme vai substituir a epiderme no caule e na raíz; 
● arranjo compacto, sem espaços intercelulares 
(exceto nas lenticelas, que são afrouxamentos para 
trocas gasosas); 

3- Floema  

● tem por função a condução de ​seiva elaborada​ da planta; 


● é o feixe vascular mais ​externo​; 
● contém tubos crivados com células companheiras, que dão os comandos ao tubo; 
● fibras de esclerênquima acompanhando os vasos de Floema para evitar rupturas. 

15   
4- Xilema 

● tem por função a condução de ​seiva bruta ​da planta; 


● é o feixe vascular mais ​interno​; 
● contém elementos traqueais, como traqueídes e elementos do vaso (perfurações); 
● fibras compostas por bastante esclerênquima, pois são vasos mais calibrosos que o 
Floema, e as fibras evitam que eles se fechem. 

Substâncias Ergásticas 

Componentes que não são organelas protoplasmáticas, que podem ser produtos de 
reserva ou produtos do metabolismo celular. Poder ser Orgânicas ou Inorgânicas: 

Orgânicas: ​ ​ Inorgânicas: 

● Grãos de amido ⠂Oxalato de Cálcio 


● Celulose ⠂Carbonato de Cálcio 
● Grãos de Aleurona 
● Inulina 
● Óleos Fixos 
● Sais Orgânicos 

16   
Raíz 
● É o primeiro órgão a sair da semente.  
● Não tem folhas.  
● Normalmente não tem clorofila. 
● Não apresenta nós, entrenós, gemas e folhas (principal diferença entre o caule) 

Funções principais: 

● Fixação da planta 
● Absorção de água e nutrientes para a planta 
● Condução de seiva bruta e elaborada 
● Produção e/ou armazenamento de ​metabólitos secundários​ (utilizados pela planta 
para melhor adaptação ao meio e proteção contra predadores) 

● Alguns vegetais específicos armazenam suas substâncias nutritivas, produzidas a 


partir da fotossíntese, ou mesmo água, em reservas localizadas na raiz. Essas 
raízes são chamadas de tuberosas e estão presentes em vegetais como o rabanete e 
a beterraba. 

Tipos de raízes quanto à origem: 

● Normal (vem da ratícula do embrião, vem da semente)  


● Adventícia (originada a partir de caule e folha) 

Tipo de raízes quanto ao meio em que se desenvolvem: 

● Aérea 
● Aquática 
● Terrestre (a mais comum) 

Estruturas: 

● Coifa: ​Parte apical da raiz, composta por tecido meristemático altamente 


protegido, formada por células do parênquima; 

● Zona de Multiplicação: ​região com células meristemáticas que estão protegidas 


pela coifa. Essa região está relacionada ao crescimento e penetração da raiz no 
solo; 

17   
● Zona lisa (de crescimento):​ nesta região ocorre o alongamento das células, que é 
responsável pelo crescimento em comprimento da raiz; 

● Zona pilífera (de diferenciação):​ região onde ocorre a diferenciação celular para 
formação dos diversos tecidos que compõem a raiz. É marcada pela presença de 
pêlos radiculares, que aumentam o contato com o meio, e proporcionam a 
absorção dos nutrientes e água; 
● Zona de ramificação (suberosa):​ Parte onde a raíz principal primária vai se 
dividir em mais raízes secundárias, promovendo mais fixação e absorção para o 
vegetal 

●  

18   
Quanto à classificação por especialização: 

Raízes Fixadoras 

Dois tipos: 

● Epífitas (grampiformes) têm função exclusiva de fixar. 


Exemplo: planta trepadeira, ​hera (img ao lado)… 

Hedera Helix​ (hera): ​muito conhecida 


farmacêuticamente, pois dela vem o medicamento 
fitoterápico xarope de ​folhas(droga vegetal)​ de 
hedera helix, que é broncodilatador e anti tussígeno. 

A planta tem a seiva tóxica venenosa, que pode causar náuseas vômitos, salivação 
excessiva e dores abdominais. Só é possível utilizar as folhas para o xarope depois 
de secas, pois perdem essa seiva e estão aptas ao uso.  

● Endófitas:​ a planta parasita se utiliza dessa 


raíz para ​sugar ​a seiva da planta hospedeira. 
Exemplo:  

cipó-chumbo: ​por meio de seus haustórios, 


que são raízes aéreas, conseguem penetrar em 
tecidos para sugar a seiva ​elaborada  

erva de passarinho:​ sugam a seiva ​bruta 

19   
Raízes Escoras 

ou tabulares, suportes. 

São raízes ​adventícias​ (originárias do próprio caule) 


normalmente encontradas em plantas de grande porte, ou 
em plantas que vivem em regiões de alta declividade ou em 
solos pouco firmes. Nesses vegetais, a raiz possui 
especialidade em fixar o organismo no solo. 

As raízes escoras se projetam a partir de pontos específicos 


do caule e auxiliam o vegetal a se escorar no solo. 

No milho, como seu caule é muito fino, suas raízes 


escoras auxiliam para que ele não se quebre.  

Raízes Respiratórias 

Também chamadas de ​pneumatóforos​, são muito encontradas nos vegetais presentes 


nos​ mangues,​ onde o solo possui pouca concentração de oxigênio. 

Esse tipo de raiz é um prolongamento com crescimento de raízes verticais em pontos 


específicos, para serem projetados para fora da água ou do solo onde a planta se 
encontra fixada.  

Nessas raízes, há a presença de poros ​(pneumatódios)​ que fazem a captação de oxigênio 


e outros gases presentes na atmosfera. 

20   
Raízes Tuberosas 

Especializadas em armazenar substâncias como carboidratos na forma de amido. Um 


exemplo de vegetal com essas raízes são a mandioca e a beterraba. 

É importante diferenciar raízes tuberosas de tubérculos e bulbo (que são caules, e 


não raízes).​ Ambas são estruturas que armazenam substâncias nutritivas no vegetal, 
mas a principal diferença entre elas é ​o local de armazenamento: 

● Nas raízes tuberosas, o armazenamento de amido ocorre ​nas raízes​ do 


organismo, como nas cenouras, beterrabas e mandiocas; 

● Nos tubérculos, como a batata por exemplo, o armazenamento de amidos ocorre 


no caule, que é subterrâneo. Geralmente, adota uma forma mais arredondada 
quando comparada com as raízes tuberosas, que tendem a serem mais pontudas; 

● O bulbo, por outro lado, se assemelha ao tubérculo, pois é em seu ​caule​ que há o 
armazenamento de amido. Porém, ele se ​diferencia quanto à estrutura.​ O caule 
do bulbo é reduzido a um ​disco achatado​, que é chamado de prato, onde brotam 
as estruturas de reserva, como na cebola e no alho. 

21   
Raiz em crescimento primário

A coifa protege o ​meristema apical da raiz​, que vai dar origem ao ​promeristema​, que 
futuramente origina os três tipos de tecidos: 

● protoderme​, que vai originar a epiderme; 


● procâmbio,​ que vai originar xilema e floema primários; 
● meristema fundamental​, que vai originar parênquima, colênquima e 
esclerênquima. 

A coifa é extremamente importante, pois se o meristema apical sofre danos, ele não 
consegue crescer e se desenvolver em comprimento. 

22   
 

Xp: Xilema primário 

Fp: Floema primário 

P: procâmbio 

En: Endoderme 

Pc: Parênquima 
Cortical 

Ex: exoderme 

Ep: Epiderme  

Pr: Pêlo radicular 

Epiderme da raiz 

● Formada por uma única camada celular. 


● Muitas células epidérmicas da raiz desenvolvem os pêlos absorventes.  
● Apresentam paredes epidérmicas externas espessadas (suberina, lignina e cutina) 
● As plantas orquidáceas e aráceas possuem sua epiderme pluriestratificada 
(velame) 

23   
Região cortical 

● Se inicia abaixo da epiderme; 

● Formada principalmente por parênquima; 


● Geralmente constituído por células parenquimáticas, mas possui também 
colênquima. 

● A camada interna do córtex, diferencia-se em uma ​endoderme​ e, frequentemente, 


as raízes desenvolvem uma ou mais camadas de células diferenciadas; 

● Na periferia do córtex, que se forma logo abaixo da epiderme, é denominada de 


exoderme; 

Endoderme:  

Na região de absorção da raiz primária, as paredes das células da endoderme 


apresentam um ​espessamento de ​suberina​, em forma de fita, completamente 
impermeável, que se estende ao redor das paredes radiais e transversais dessas células, 
denominada ​estria ou faixa de Caspary​. 

Esta faixa suberizada é formada durante a diferenciação da célula endodérmica, e faz 


parte da ​parede primária​ das células.  

Como as células da endoderme estão perfeitamente justapostas, se deixar espaços 


espaços entre si, e ainda se encontram fortemente ligadas umas às outras, pelas estrias 
de Caspary, fica assegurado que ​somente as substâncias que passam pela seletividade 

24   
da membrana plasmática, cheguem ao xilema,​ e daí sejam conduzidas para o restante 
do corpo da planta. 

● Raízes que apresentam ​crescimento secundário​ ​(dicotiledôneas e 


gimnospermas lenhosas)​: as células endodérmicas não desenvolvem nenhum 
outro tipo de espessamento além das estrias de Caspary e, eventualmente, são 
eliminadas junto com o córtex durante o crescimento secundário. 

● Raízes que​ ​não apresentam crescimento secundário​, especialmente entre as 


monocotiledôneas​: a endoderme permanece e apresenta modificações de parede. 
Nas regiões mais velhas destas raízes, as paredes das células endodérmicas vão 
sendo recobertas por uma lamela de suberina ou endodermina e num terceiro 
estágio, são recobertas uma espessa camada de celulose lignificada. Esse 
espessamento secundário pode se dar de modo uniforme em todas as paredes da 
célula ou ser irregular, mais fino, ou mesmo ausente, nas paredes tangenciais 
externas, o que leva as células endodérmicas a adquirirem o aspecto de ​U​, quando 
vistas em cortes transversal. 

Nestas raízes monocotiledôneas, as células da 


endoderme em frente aos elementos do 
protoxilema, não desenvolvem esses 
espessamentos secundários, continuando 
apenas com as estrias de Caspary, e são 
denominadas "células de passagem". 

25   
Estas células continuam a permitir a passagem de água e sais através da membrana 
plasmática, mesmo nestas regiões mais velhas das raízes. 

As raízes das plantas parasitas, geralmente, não apresentam endoderme, uma vez que a 
seleção do material a ser transportado nestas plantas, já foi feita pela endoderme da 
planta hospedeira. 

Cilindro central 

A parte interna da raiz é o cilindro central, composto principalmente por elementos 


condutores ​(protoxilema - s. bruta e protofloema - s. elaborada)​, fibras e parênquima.  

O cilindro central é delimitado pela endoderme, quando houver. 

As primeiras camadas do cilindro central são compostas pelo ​periciclo,​ que é uma ou 
duas camadas de parênquima. O periciclo é responsável pela ​formação de raízes 
laterais secundárias,​ ou seja, os novos prolongamentos de raízes vêm do meio da célula. 
Isso confere uma certa dificuldade para quebrar/cortar/arrancar essas raízes.  

● Monocotiledôneas: ​periciclo multisseriado em mais de uma camada 


● Dicotiledôneas:​ fileira única de células do periciclo  

Logo após o periciclo, o sistema vascular se dispõe, e podendo ou não conter medula 
(região mais central que pode conter células parenquimais). Normalmente 
acompanhados de fibras de esclerênquima.  

Nas raízes que apresentam crescimento secundário, o ​felogênio​ e parte do ​câmbio 


vascular​ também originam-se no periciclo, como veremos mais adiante.  

Nas monocotiledôneas que não apresentam crescimento secundário, frequentemente, o 


periciclo torna-se esclerificado (lignificado) nas regiões mais velhas da raiz. 

 
Raiz em crescimento secundário 

O crescimento secundário em raízes, bem 


como nos caules, consiste na formação de 
tecidos vasculares secundários ​a partir do 
câmbio vascular ​e de uma periderme 
originada no felogênio ​(câmbio de casca)​. 

26   
Este crescimento secundário é o que vai fazer a raiz crescer em ​espessura.  

Do câmbio vascular vão se originar xilema e floema secundários. Diferente dos x. e f. 
primários, que tem origem no procâmbio. 

O ​câmbio vascular​ se inicia por ​divisões das células do procâmbio​, que permanecem 
meristemáticas e estão localizadas entre o xilema e o floema primários. Logo a seguir, as 
células do periciclo também se dividem​ e as células-irmãs internas, resultantes desta 
divisão, contribuem para formar o câmbio vascular.  

casca da raíz: sem xilema. FLOEMA + CÓRTEX (SE PRESENTE) + TECIDO DE 
REVESTIMENTO QUE NORMALMENTE É A PERIDERME 

madeira da raiz: sem floema. XILEMA + MEDULA (SE TIVER) 

Estes três tecidos formados: ​súber, 


felogênio e feloderme ​constituem a 
periderme. 

Câmbio vascular: ​crescimento 


interno da planta 

Felogênio: ​crescimento externo em 


súber 

O felógeno pode ser originado de 


qualquer camada de região cortical. 

● As raízes da maioria das ​monocotiledôneas​, geralmente, ​não apresentam 


crescimento secundário. 

● Gimnospermas e dicotiledôneas apresentam crescimento secundário 

● Herbáceas não apresentam crescimento secundário 

27   
Exemplos de plantas que tem a raiz como droga vegetal  

Descritas na 6 edição da Farmacopéia Brasileira: 

(em negrito as que serão estudadas) 

Acônito, ​Alcaçuz​, Altéia, ​garra-do-diabo​, genciana, hidraste, jalapa, polígala, ​ratânia, 


Rauvolfia, Ruibarbo e valeriana. 

Drogas vegetais em medicamentos aprovados pela Anvisa (não descritas na FB):  

Ginseng, Ipeca, mama-cadela, unha de gato, podophyllum… 

Ratânia 

Krameria triandra 

Família Krameriaceae 

Droga vegetal:​ raíz seca 

e processada, contendo no mínimo 


5% de taninos  

● É inodora, quase insípida e sua casca possui um sabor 


fortemente adstringente. 
● Súber escurecido, sulcado, ritidoma (camada mais 
superficial da casca) que se desprende com facilidade. 
● Córtex e floema: cor castanho claro 
● Formas variadas. 
● Seu produto comercial é uma pasta de dente 

28   
extração da farmacopéia brasileira pg.448: 

A. Descrição macroscópica 

As raízes são recobertas por súber marrom-avermelhado, sulcado irregularmente, o que 


permite a formação de pequenas placas denominadas ritidoma, de formato irregular e 
que se desprendem com certa facilidade. Subjacentes, estão o córtex amiláceo e o floema, 
compondo uma camada de coloração castanho clara. A casca, formada pelos estratos 
acima, facilmente se desprende do cilindro central, lenhoso e também de coloração 
castanho clara externamente e marrom-avermelhada na porção mais central. Amostras 
fragmentadas apresentam formas curvadas de comprimentos diversos, torcidas, às vezes 
fibrosas.  

B. Descrição microscópica 

Nas raízes com crescimento secundário estabelecido, o súber é formado por diversos 
estratos de células com paredes pouco espessadas, tabulares, enfileiradas, e que reagem 
positivamente para polifenóis na presença do cloreto férrico 10%. Mais internamente 
forma-se nova periderme, cujas células encontram-se deformadas ou rompidas. Na 
região cortical, as células apresentam dimensões variadas e paredes espessadas, sempre 
alongadas longitudinalmente nas porções mais próximas ao floema e são repletas de 
grãos de amido de grandes dimensões e de formato esférico, simples ou compostos por 
duas a três porções. O floema apresenta raios parenquimáticos unisseriados formados 
por células volumosas, abundantes em idioblastos com cristais prismáticos de formas e 
tamanhos variados e com grãos de amido, como os do córtex. Tanto no córtex amiláceo 
quanto no floema ocorrem fibras isoladas ou agrupamentos de 5-15 elementos, cujas 
paredes são relativamente delgadas, sofrendo deformações por compressão mecânica, 
em suas porções mais externas, configurando um arranjo ramificado em relação às 
células adjacentes. O xilema é formado por grande quantidade de fibras relativamente 
largas, lignificadas e com pontoações areoladas em abundância. Esse tipo de pontoação 
também está presente nos elementos de vaso, os quais são em geral isolados, raramente 
em duplas, sempre associados com o parênquima axial, paratraqueal. A placa de 
perfuração é do tipo simples. Os raios xilemáticos são unisseriados. 

29   
Alcaçuz 

Glycyrrhiza Glabra ​L​.   

Família Fabaceae 

● Droga vegetal:​ raiz e estolões, 


com ou sem cascas, secos. 

● Caracteres organolépticos:​ A droga possui odor 


característico e ligeiramente aromático, sabor doce e 
fracamente adstringente. 

● As propriedades do alcaçuz:​ ação anti-inflamatória, antiespasmódica, 


expectorante, mucolítica, antitússico, antimicrobiana, antioxidante, anti-séptica, 
diurética, emoliente, laxante e tônica. 

● É feito um chá com o alcaçuz. 

extração da farmacopéia brasileira pg.23: 

A. Descrição macroscópica  

Fragmentos de raízes e estolões possuem de 5 a 25 mm de diâmetro e comprimentos 


variados, alcançando até 20 cm. A casca é de coloração castanho-escura, rugosa, marcada 
por estrias longitudinais e lenticelas transversais. A fratura da raiz e estolões é fibrosa.  

B. Descrição microscópica 

Em secção transversal, a periderme das raízes e estolões apresenta várias camadas de 
súber, com células retangulares. As células da feloderme são maiores que as do súber e 
podem conter grãos de amido. Internamente à periderme, o córtex é formado por 

30   
parênquima amilífero com feixes de fibras esclerenquimáticas remanescentes do floema 
primário e floema secundário inativo, cujas células foram obliteradas. O floema 
secundário apresenta-se em fileiras compostas por elementos de tubo crivado e células 
companheiras, parênquima do floema e feixes de fibras, intercaladas por parênquima 
radial amilífero em uma ou até cinco fileiras. Os grãos de amido são arredondados ou 
ovais. O câmbio vascular é bem visível e formado por células retangulares. O xilema 
secundário também se apresenta em fileiras compostas por células traqueais, 
parênquima não lignificado e feixes de fibras, intercaladas por parênquima radial 
contínuo com o do floema secundário, porém, com número menor de fileiras. Uma 
pequena região medular parenquimática é encontrada nos estolões, mas está ausente nas 
raízes. Em secção longitudinal, os feixes de fibras do floema e do xilema estão envolvidos 
por uma camada de idioblastos contendo cristais prismáticos, a qual é circundada por 
uma bainha de células parenquimáticas sem grãos de amido.  

31   
Garra-do-diabo 

Harpagophytum procumbens   

Família Pedaliaceae 

● Droga vegetal são suas raízes 


● É uma planta originária da 
Kalaari e da Namíbia, no sudeste da 
África 
● Tem propriedades 
anti-inflamatórias, demonstrada em 
animais e em estudos clínicos. 
● Seu medicamento fitoterápico está descrito na lista do sus, e não está na 
farmacopéia brasileira 

  

32   
 

Mama-cadela 

Brosimum gaudichaudii ​Tréc.   

Família Moraceae 

● Droga vegetal são suas raízes, que tem as substâncias 


Bergapteno e Psoraleno 
● Utilizada para o tratamento de vitiligo 
● Presença de xilopódio nas raízes: Espessamento tuberoso 
das raízes e caules subterrâneos da caatinga 

33   
Ipeca 

Cephaelis ipecacuanha 

Família Rubiceae 

● Droga vegetal:​ raíz seca 


● Raíz tortuosa, simples ou 
raramente ramificada, medindo 
até 15cm de comprimento e 6mm 
de largura. 
● Coloração variando do 
vermelho tijolo escuro ao 
castanho escuro 
● Externamente apresenta numerosos anéis rugosos 
separados entre si por sulcos arredondados 
contornando totalmente a raiz 
● Raiz com camada fina de súber marrom 
● O parênquima cortical é desenvolvido e constituído por 
tecidos de células repletos de grãos de amido e de 
células maiores contendo ráfides de oxalato de cálcio 
● Células da feloderme e dos raios parenquimáticos são 
repletos de grãos de amidos simples ou compostos de 
um a oito componentes  
● Seu floema é desprovido de fibras e apresenta camadas de células mais estreitas 
em relação ao xilema 
● Xilema denso consistindo principalmente de traqueídes estreitos, misturados com 
proporção menor de vasos, ambos com pontuações simples e areoladas nas 
paredes laterais. 
● Essa planta estava ameaçada de extinção, e estão fazendo micropropagações da 
planta para reflorestamento. 

34   
Ginseng 

Panax ginseng​; ​Panax​ Sp.   

Família Araliceae 

● É uma planta asiática 


● Droga vegetal: raízes com 4 a 6 
anos de idade, depois de removida a 
camada exterior 
● A raiz é depois seca, podendo 
originar ginseng vermelho ou branco, 
conforme seja submetida à vapor de água antes de 
seca ou não.  
● Utilizada como anti depressivo, melhora o humor, bem estar, diminui a ansiedade, 
dá energia, e melhora o sistema imune do organismo(adaptógeno). 
● O protopanaxadiol, derivado de saponinas do ginseng exibe efeito apoptótico 
sobre células cancerígenas, mas ainda não é utilizado como medicamento 
anticancerígeno pois ainda precisa de mais estudos conclusivos. 
● tem se mostrado citotóxico a vários tumores resistentes à outros fármacos. 

35   
●  

36   
Ginseng Brasileiro 

Pfaffia glomerata 

Família: Amaranthaceae 

● outra espécie de outra 


família diferente do 
ginseng original 
● não pode ser inserido na 
farmacopéia brasileira pois não foi enviada proposta de padronização em 
marcadores(substâncias químicas que ajudam na identificação da planta) 
para cada uma das quatro indicações terapêuticas solicitadas pela 
Anfarmag. São necessários mais dados para demonstrar posologia para 
enquadramento como produto tradicional, enquanto que para 
enquadramento como medicamento fitoterápico necessita da realização de 
um estudo clínico mais amplo.  

Mandrágora 

​ p. 
Podophyllum S

Família: Berberidaceae 

● Raízes secas e rizomas das mandrágoras fornecem 


uma resina obtida por extração com etanol, conhecida 
como podofilina 
● A podofilotoxina mostrou-se efetiva contra verrugas 
causadas por papilomas venéreos e também era 
empregada em tratamentos dermatológicos, além de 
possuir atividade antiviral. 

37   
 

Unha-de-gato 

Uncaria tomentosa / U. guianensis  

Família: Rubiaceae  

● U. guianensis​ é
​ um cipó lenhoso ou arbusto 
rasteiro típico de florestas secundárias, 
podendo alcançar até 20cm de comprimento e 
10cm de diâmetro.  
● possui espinhos em forma de ‘‘chifre de 
carneiro’’ com a ponta dobrada para dentro, 
que dificulta sua aderência à árvores.  

● ​ um cipó lenhoso gigante, pode alcançar até 35m de comprimento, 


U. tomentosa é
e 5-40cm de diâmetro em sua base 

fileira de cima: ​U. tomentosa​ fileira de baixo: ​U. guianensis 

38   
 

39   
Caule 
Muitas drogas vegetais utilizadas na elaboração de fitoterápicos são provenientes de 
caule. É importante estudar e saber identificar as substâncias corretas e onde elas estão. 

● Caule é o órgão portador das folhas; 


● Tem uma região que se chama gema, e é dela que saem as folhas (diferença 
primordial entre caule e raíz); 

● Suporte de ramos flores e frutos; 

● Reserva de nutrientes e água; 

● Realiza a condução da seiva bruta e elaborada, e dos nutrientes que a planta 


distribui entre suas partes; 

● Resistência à temperaturas altas ou baixas 

Morfologia externa  

O Nó é uma região meristemática, e dele saem as 


gemas, que podem dar origem a novas folhas ou até 
mais ramificações/prolongamentos do caule (galhos). 

A região entre dois nós se chama entrenó. 

A gema apical normalmente está associada com o 


crescimento longitudinal da planta. 

A gema lateral normalmente está associada com as 


ramificações da planta. 

40   
 

Classificação quanto à forma 

1- Caules cilíndricos 

● São os mais comuns; 


● Sua secção transversal tem formato circular; 
● Exemplos: Guaco ​(Mikania glomerata) ​antitussígeno, 
melhora da asma e bronquite 

Jurubeba (​Solanum paniculatum​ L. ) Diurético, 


anti-inflamatório 

2- Caules prismáticos 

● Sua secção transversal assume contornos 


obtuso-poligonal triangular, 
quadrangular, hexagonal 
● Carqueja​ ​Baccharis trimera   
(foto direita) contra enjôo, caule 
prismático triangular 
● Cordão de frade​ Leonotis nepetifolia (​ foto esquerda) estimulante, 
carminativo, diurético, antiespasmódico 
● Tiririca de jardim​ ​Cyperus rotundus (​ foto abaixo) diurético, 
vermífugo 

41   
 

Hortelã pimenta​ ​Mentha piperita 

Colagoga, colerética, carminativa 

Seu caule aparenta ser cilíndrico, porém tem 


um sulco em seu meio que percorre toda sua 
extensão de caule. Vai assumir formato 
quadrangular 

Erva tostão​ ​Glechoma hederacea  

Expectorante nas afecções respiratórias 

Assim como a hortelã pimenta, também tem 


um sulco em seu caule. 

Classificação quanto ao porte 

1- Herbáceo 

● Caules de pequeno porte, normalmente não ultrapassando 1 


metro; 
● Normalmente bem flexíveis (pouco tecido de sustentação); 
● verdes (clorofilados); 
● muito ramificados. 

42   
 

2- Arbustivo 

● Altura de 1 - 3m (aproximadamente) 
● caule menos flexível (com mais tecido de sustentação); 
● possui clorofila apenas quando jovem, perde a cor 
verde ao crescer; 
● muito ramificados desde o solo. 
● Foto: Café ​Coffea arabica 

3- Arbóreo 

● Plantas de grande porte normalmente com mais de 


3m; 
● Tronco extremamente rígido (muito tecido de 
sustentação, camada suberificada); 
● Suas ramificações não começam diretamente ao 
solo. 

  

Classificação quanto ao ambiente 

Aéreos:  

Crescem acima do solo 

A- ERETOS  B- LIANAS  C- RASTEJANTES 

I-Tronco III-Colmo  V- Tipo volúvel  VII- Estolho 

II-Estipe IV-Haste  VI- Com gavinha  VIII- Sarmento 

43   
 

ERETOS: 

I- Tronco: ​caule característicos das árvores e arbustos, com muitas ramificações, 


ligninizados, suberificados, rígidos 

II- Estipes:​ Caule cilíndrico, geralmente sem ramificações; 

apresenta uma roseta de folhas terminais. 

III- Colmo:​ Caule cilíndrico de 


diâmetro aproximadamente 
constante 

seus nós e entrenós bem visíveis,  

não se ramifica.  

IV- Haste:​ Maioria das ervas 

altamente flexível, geralmente de cor verde, ramificado. 

LIANAS: 

V- Caule tipo volúvel: (​Ou trepador) Não apresentam 

44   
órgãos de sustentação, caules frágeis, finos e longos que crescem enrolados nas mais 
variadas superfícies. 

VI- Gavinhas:​ Semelhante ao volúvel, porém apresenta a estrutura​ gavinha​. 

  

Gavinhas são adaptações caulinares que servem para fixação 


das plantas trepadeiras. Ao encontrar um substrato 
adequado, a gavinha se prende e se enrola a ele. Essas 
adaptações têm forma de mola, o que impede que ela se 
parta com facilidade. 

RASTEJANTES: 

VII- Estolho:​ O estolho é um tipo de caule que cresce paralelo ao chão, formando gemas 
de espaço em espaço, podendo 
originar plantas novas com 
raízes e folhas. 

Esse é o tipo de caule que 


ocorre no morangueiro e na 
grama. 

Apresenta raízes adventícias.  

VIII- Sarmentos: ​Se caracteriza por apresentar apenas um ponto de fixação da raiz, 
podendo ser cheio de ramos ou 
gavinhas. Esse tipo de caule 
consegue subir em suportes. 

Um exemplo é o chuchu, melancia, 


abobrinha… 

45   
 

Caules Subterrâneos 

Caules que se situam abaixo do solo. 

Rizomas  Tubérculos  Bulbos 

RIZOMAS: 

Geralmente cilíndricos, normalmente com crescimento horizontal, e têm por função 


armazenar reservas para a planta. Possui gemas. Alguns são comestíveis. A grosso modo, 
é um caule que ‘‘funciona como raíz’’ 

Ex: Gengibre, bananeira, etc. 

BULBOS: 

É uma formação subterrânea em forma de globo e dele 


surgem folhas e flores. O caule dos bulbos é semelhante ​a 
um prato,​ que costuma ter escamas, suculência e muitos 
nutrientes.  

A cebola, o alho, lírio e amarílis são exemplos de bulbos. 

TUBÉRCULOS: 

É um caule modificado em forma de raiz. Formados nas extremidades do caule 


subterrâneo. 

Tem a forma redonda, atrofiada com crescimento 


limitado e que acumula amido. Função de reserva para a 
planta.Dessa formação, surgem os olhos ou brotos.  

46   
São considerados tubérculos o cará, inhame, a batata inglesa, dália, caládio e o tinhorão. 

Crescimento primário do caule 

O crescimento primário corresponde ao crescimento longitudinal do caule. O caule, 


assim como a raiz, possui um ​meristema apical ​onde ocorre uma intensa proliferação 
celular e a formação dos tecidos primários (esquema abaixo - roxos). 

● O crescimento primário vai se dar por meio de ​revestimento ​(epiderme), ​suporte 


(colênquima esclerênquima, até mesmo o xilema) e de ​condução ​(xilema e 
floema) e ​preenchimento​ (parênquima). 
● É possível identificar essas estruturas primárias em plantas jovens, e em partes 
jovens de plantas já maduras. 

● O meristema apical produz estruturas que originam as folhas, chamadas de 


primórdios foliares​, e estruturas que originam caules laterais, chamadas de 
primórdios de gemas.  

● Quando examinado em corte transversal, o caule primário apresenta as seguintes 


camadas:​ epiderme, córtex e sistema vascular.  

47   
● A epiderme é a camada mais externa e, geralmente, é formada por uma única 
camada celular. Suas células são revestidas pela cutícula, substância cerosa que 
protege o caule e impede a perda de água. Alguns tipos de caule podem conter 
impregnação de lignina ou camada suberificada. 

● Abaixo da epiderme encontra-se o córtex, formado por células de colênquima e 


parênquima. O colênquima ocorre logo abaixo da epiderme e é um tecido de 
sustentação, principalmente de órgãos em fase. 

● Por fim, na região central, encontram-se os tecidos vasculares, ou seja, o xilema e 


o floema primários. Estes estão dispostos na forma de feixes, de modo que o 
floema ocupa sempre a posição mais externa em relação ao xilema.  

Organização vascular 

Existem três principais formas de organização do sistema vascular primário dos caules. 
No primeiro caso (exemplo da Tília a seguir), os feixes de xilema e floema formam um 
cilindro quase contínuo, intercalado apenas por regiões muito estreitas de tecido 
parenquimático.  

Tília 

Tilia americana 

Família: Malvaceae 

48   
 

No segundo caso (exemplo da alfafa a seguir), os feixes de xilema e floema também estão 
dispostos de forma cilíndrica, porém cada feixe encontra-se afastado um do outro por 
uma larga faixa de parênquima. 

Alfafa 

Medicago sativa 

Família: Fabaceae 

(O caule, ao contrário da raíz, tem sua região cortical menos 

49   
desenvolvida e extensa.) 

No terceiro caso (exemplo do milho a seguir), os feixes vasculares encontram-se 


dispersos no córtex e não formam uma medula. Este último tipo de organização é 
encontrado nas monocotiledôneas e nas dicotiledôneas, que não apresentam crescimento 
secundário. 

Milho 

Zea mays 

Família: Poaceae  

Não há uma distinção clara entre os elementos do 

50   
córtex. 

Crescimento primário do caule: meristemas apicais - crescimento em largura 

Crescimento secundário do caule: meristemas laterais - crescimento em espessura 

Crescimento secundário do caule 

51   
 

52   
 

Nem todas as plantas possuem o crescimento em espessura. As espécies que apresentam 


crescimento secundário são chamadas de ​plantas lenhosas. 

O crescimento secundário significa o ​aumento em circunferência​ de regiões da planta 


que não sofrem mais alongamento vertical. 

● O crescimento secundário se dá através do surgimento de novos tecidos 


vasculares e não vasculares.  

● Estes tecidos secundários são formados a partir da proliferação e diferenciação de 


células meristemáticas do câmbio vascular (novos tecidos vasculares) e do câmbio 
da casca (novos tecidos não vasculares, felogênio). 

Câmbio de casca 

Assim como na raiz, na estrutura secundária do caule, ​a epiderme, é substituída pela 


periderme​. 

A periderme é formada por três tecidos. O mais externo é o ​súber​, composto por células 
mortas revestidas por suberina, substância lipídica que evita a perda de água.  

O mais interno é a ​feloderme​, composta por tecido parenquimático. Entre os dois há o 


câmbio da casca (ou felogênio), responsável pela produção do súber e da feloderme. 

53   
 

Câmbio vascular 

Os novos tecidos vasculares se originam a partir da multiplicação e diferenciação de 


células do câmbio vascular.  

Na estrutura secundária, o xilema e floema estão posicionados radialmente, na forma de 


um cilindro ao longo do caule. 

Da mesma forma que na estrutura primária, os feixes de floema situam-se mais 


externamente do que o xilema.  

O crescimento periódico dos tecidos vasculares origina os chamados "anéis de 


crescimento", visíveis quando cortamos um caule lenhoso transversalmente. Em geral, os 
anéis são formados anualmente e, desta forma, o número de anéis pode fornecer uma 
estimativa da idade da árvore. 

54   
 

55   
 

56   
 

57   
Folhas 
● Surgem dos caules; 
● São o principal órgão responsável pela fotossíntese (autotrofia); 
● Distribuição de nutrientes para a planta; 
● Transpiração da planta; 
● Seus estômatos auxiliam tanto nas trocas gasosas quanto na transpiração; 
● Liberação de O2 pro ambiente; 
● São clorofiladas e possuem muitos plastídeos do tipo cloroplastos (verde); 
● Tem seu crescimento limitado, apresentando apenas crescimento primário; 
● Não possuem nenhum tipo de periderme (que é proveniente de cresc. secundário). 

Anatomia macroscópica 

As folhas podem ser formadas por 4 partes (limbo, pecíolo, estípula e bainha). Isso quer 
dizer que, embora existam 4 partes, nem todas as folhas apresentam a mesma estrutura: 

● Limbo ​- Ou lâmina foliar - é a parte mais conhecida da folha, que é considerada a 


folha propriamente dita. 

● Pecíolo -​ é a parte estreita que fica localizada entre o limbo e o caule. 

● Estípula -​ é uma pequena parte que protege o pecíolo, e que aumenta a superfície 
fotossintética. 

● Bainha ​- é a parte inferior da folha. Ela protege a estípula, e em algumas espécies 


ajuda na fixação. 

58   
Classificação quanto presença/ausência de estruturas 

Uma folha pode ser ​completa​ ou​ incompleta: 

● Folha Completa:​ Contém todas as estruturas comuns de uma folha. 


● Folha incompleta:​ Ausência de uma ou mais estruturas dentre estípulas, pecíolo, 
bainha ou até mesmo o limbo. 

Folha séssil​: Não tem pecíolo visível, conectada diretamente ao caule/galho (sem pecíolo) 

Folha invaginante :​ bainha grande que aumenta a fixação no caule/galho 

Folha com ócrea AMPLEXICAULE:​ estípulas muito grandes e que ‘abraçam’ o 


caule/galho 

Algumas plantas possuem ​heterofilia​, ou seja, presença de folhas diversas, surgindo um 
tipo em cada ambiente diferente.  

59   
Morfologia foliar e classificações 

Classificações quanto ao Limbo: 

● Expansão laminar 
● Possui nervuras 
● NORMALMENTE verde, mas algumas espécies variam em coloração devido a seus 
plastídeos diferentes de cloroplastos em maior quantidade 

Duas faces do limbo: 

ADAXIAL:​ parte interna/superior, mais brilhante. 

ABAXIAL​: parte externa/inferior, pouco brilhante ou completamente fosco, presença das 


nervuras, e normalmente predominância dos estômatos. 

O limbo é estudado e dividido por sua ​forma​, onde são considerados contorno, base, 
ápice e margem; 

também por sub-divisão do limbo, nervação, coloração, consistência e superfície. 

Contorno, forma foliar ou forma do limbo 

O contorno foliar é considerado 


como uma linha imaginária que 
liga os extremos da lâmina foliar.  

Na imagem é possível observar os 


contornos foliares e suas 
classificações. 

60   
Classificação 
quanto a base: 

A base da folha 
define algumas 
classificações 
quanto formato e 
simetria: 

Classificações quanto ao ápice da folha: 

61   
 

62   
Classificação quanto à duração 

O tempo de duração da vida das folhas - período de geminação até cadência - varia 
conforme a espécie. 

● Folhas persistentes: ​Apresentam uma duração maior, podendo permanecer até 


mais de um ano rente ao vegetal. 
● Folhas decíduas​: Caem em certas épocas do ano, ou estações, deixando a planta 
completamente sem folhas por um certo período. 
● Folhas caducas:​ Desprendem-se do vegetal ao alcançar seu desenvolvimento 
pleno. 

Classificação quanto composição foliar 

Folha simples:​ Apenas um limbo. 

Folha composta​: Portadora de mais um limbo (que passam a chamar-se de folíolos), 


todos eles presos a um mesmo pecíolo indiviso.  

63   
Folhas recompostas: ​Portadoras de muitos folíolos presos a pecíolos ramificados.

64   
Crescimento e desenvolvimento 

● Origem:​ meristema primário 


● Crescimento:​ até determinado tamanho 
● Duração:​ persistente, decídua ou caduca 
● Duas epidermes (superior e inferior) 

Anatomia foliar 

Define-se por ​MESÓFILO FOLIAR​ os tecidos abaixo da epiderme, sendo eles 


parênquima, esclerênquima, colênquima e os tecidos vasculares. 

65   
A estrutura das folhas está ligada ao habitat 

● Mesófita:​ ambientes nem secos, nem úmidos. 


● Hidrófita:​ grande suprimento de água. Possuem o Aerênquima - parênquima que 
armazena ar - e não possuem cutícula. 
● Xerófita: ​habitats áridos, como a caatinga e o cerrado. Presença da Hipoderme - 
colênquima que impede a perda de água - e esclerênquima abundante, que 
confere característica rígida para a folha. Súber hiperdesenvolvido. 

Epiderme da folha 

● Duas epidermes, superior e inferior; 


● Geralmente unicelular, com formato celular variado; 
● Cutículas para impedimento da perda de água, (exceção das aquáticas que não 
possuem cutícula); 
● A epiderme pode conter estômatos, tricomas glandulares e tricomas tectores. 

66   
A cutícula 

É quem retarda ou impede a perda de água excessiva da folha. 

● 1a barreira à penetração (camada lipídica) 


● Placas imbricadas ‘escamas’ 
● Mais finas em locais sem estresse hídrico 
● Protege também contra a abrasão por areia ou gelo 

Cutícula muito desenvolvida: 

67   
Tricoma tector visível a olho nu 

Estômatos: 

68   
Mesófilo 

● Grande volume de espaços intercelulares, que são conectados com a atmosfera 


externa por meio dos estômatos 
● Numerosos cloroplastos 
● Especializado para a fotossíntese 
● Trocas gasosas rápidas 

69   
 

Feixes vasculares 

Distribuídos por todo o mesofilo. 

O mesófilo da folha é totalmente permeado pelas nervuras, que são continuidades do 
sistema vascular do caule (xilema e floema). 

70   
Flores 
É o aparelho reprodutor das fanerógamas (gimnospermas e angiospermas) 

Funções: 

● Proteção das estruturas sexuais 


● Atração de animais polinizadores 

Cálice=​ conjunto de sépalas 

Corola= ​conjunto de pétalas 

Gineceu=​ conjunto de pistilos (órgão reprodutor feminino) 

Androceu=​ conjunto de estames (órgão reprodutor masculino) 

71   
Nem todas as flores possuem todas essas estruturas listadas acima. Algumas podem 
apresentar apenas órgãos femininos ou masculinos, algumas apresentam só cálice ou só 
corola, e etc. 

Classificação quanto ao sexo 

Plantas Monóicas: ​são aquelas que apresentam ambos os sexos no mesmo indivíduo, 
porém em flores separadas. Uma flor só com estrutura masculina e outra flor com 
estrutura apenas feminina. 

Plantas Dióicas​: apresentam sexo separados em indivíduos diferentes. Um indivíduo 


produzirá somente flores masculinas e outro indivíduo produzirá somente flores 
femininas. 

Plantas Hermafroditas:​ apresentam ambos os sexos na mesma flor. A flor produzida 


terá estruturas femininas e masculinas. 

Plantas Poligâmicas:​ apresentam tanto as flores que possuem os dois sexos, quanto as 
flores de apenas um sexo. 

Inflorescência ​é a parte da planta onde se localizam as flores. Algumas inflorescências 


como a do milho, são comestíveis. A do milho é inflorescência dos órgãos femininos. 

Tipos de inflorescências: 

72   
Cálice 

● É o verticilo mais externo das flores 


● Constituído por folhas sésseis modificadas 
● Geralmente da cor verde 
● Tem a função de proteção dos órgãos essenciais (estames e pistilos) 
● Conjunto de cálices é chamado de Sépala 

Quanto às classificações das Sépalas: 

● Sépala regular: ​Simétricas 


● Sépala Irregular​: Assimétricas 

Quanto a cor da Sépala: 

● Tépala​ - Sépala que não é da cor verde, é da mesma cor das pétalas. 

Quanto à soldadura: 

● Gamossépalo​ - juntas, fundidas, num único corpo de sépala 


● Dialissépalo​ - livres entre si, vários corpos que juntos formam a sépala 

73   
Corola 

● Internas às sépalas 
● Conjunto das pétalas forma a Corola da flor 
● Extremamente delicadas, mais que as folhas comuns 
● São folhas modificadas 

Classificações quanto à Simetria: 

● Actinomorfa​: 5 
planos de simetria 
● Zigomorfa:​ 2 
planos de simetria 
● Assimétrica:​ Sem 
simetria 

Quanto à Soldadura 
das pétalas: 

● Gamopétala:​ Pétalas fundidas entre si, num só corpo 


● Dialipétala:​ Pétalas livres entre si 

74   
Ainda sobre as Dialipétalas: 

● Papilionácea: ​5 pétalas livres e diferentes entre si, desiguais 


● Rosácea:​ 5 (ou múltiplos de 5) pétalas livres muito parecidas ou idênticas 
● Crucífera:​ 4 pétalas (ou múltiplas de 4) livres e que formam uma cruz 

Exemplos: 

Papilionacea: ​família ​Fabaceae 

Rosácea:​ morango, roseira, pêssego, flor de cerejeira, goiaba… 

Crucífera:​ couve, mostarda, nabo, couve-flor, repolho, brócolis (todos exemplos citados 
da família ​Brassicaceae)​ … 

Ainda sobre as Gamopétalas: 

75   
 

Quanto à presença dos verticilos estéreis: 

● Aclamídia:​ não tem cálice e nem corola.  


● Monoclamídia​: apresenta apenas o cálice ou apenas a corola. 
● Diclamídia:​ apresenta cálice e corola 

h[ 

76   
Quanto ao formato: 

Heteroclamídia:​ Pétalas e sépalas de formatos diferentes 

Homoclamídia: ​Pétalas e Sépalas de formatos iguais 

Androceu 

● é o verticilo floral fértil masculino 


● constituído por ​estames 

O estame completo é composto por 3 partes: 

Antera, Conectivo e Filete. 

A antera são expansões localizadas nas extremidades dos 


filetes.  

O conectivo é interno, não visível à olho nú. 

Classificação do Androceu quanto à soldadura: 

Gamostêmone:​ Fundidos entre si, num só corpo 

Dialistêmone: ​Livres entre si 

Quanto à abertura do 


Androceu Para a liberação 
do Pólen: 

Transversal 

Longitudinal 

Valvar:​ válvula específica que 


se abre e fecha 

Poricida:​ poros que liberam 

77   
Gineceu 

● é o verticilo floral feminino 


● é constituído por ​ovário, estigma e estilete 

Estigma: ​Abertura que serve como coletor do pólen e facilitador de sua chegada por N 
meios (água, vento, agentes polinizadores etc…) 

Estilete​: Região especializada para o crescimento do tubo polínico 

Ovário: ​Região que abriga e protege os óvulos da flor 

78   
Classificação do Gineceu quanto ao número de carpelos ( folhas modificadas, em 
que se formam os gametas femininos da flor) 

● Unicarpelar: ​Apenas um carpelo 


● Dicarpelar: ​2 carpelos 
● Tricarpelar: ​3 carpelos  
● Policarpelar: ​4 ou mais 

Quanto à fusão dos carpelos (com exceção do Unicarpelar): 

● Dialicarpelar: ​Fusões de corpos independentes 


● Gamocarpelar: ​Fusões de um só corpo final 

79   
Quanto à posição do 
ovário: 

● I- Súpero:​ localizado 
na parte superior da 
flor 
● II- Médio: ​localizado 
no centro da flor 
● III- Ínfero:​ localizado 
totalmente inserido 
no receptáculo 

Classificação quanto ao número de carpelos e lóculos: 

(visível em corte transversal do gineceu) 

são visíveis as cavidades, e se são separadas por septos ou não. 

80   
Inflorescência 

Conjuntos de flores agrupados regularmente sobre ramos especiais da planta. 

Na análise de fármacos constituídos de inflorescências, devem-se considerar: 

● As flores 
● As sépalas 
● O eixo de inflorescência 
● Inflorescência como um todo 

O ​eixo de inflorescênci​a é de natureza caulinar. 

Em sua análise, devemos considerar: 

● Aspecto geral 
● Consistência 
● Odor 
● Coloração 
● Sabor 
● Tamanho 
● Superfícies Externa e de Secção. 

1- Inflorescências Racemosas/Indefinidas 

As flores se abrem de baixo para cima, ou da periferia para o centro. 

● Umbela: ​Flores situadas em 


pedicelos​ que saem do mesmo 
ponto no ápice do eixo primário, 
atingindo uma altura 
aproximadamente igual. 

Umbela simples:​ Flores no final 


do pedicelo 

Umbela composta:​ Pedicelos cada 


um divididos entre si, com flores 
ao final. 

81   
● Capítulo​: O eixo se alarga na 
extremidade superior, formando um 
receptáculo côncavo, plano ou convexo, 
chamado de toro. 

No toro se inserem inúmeras florzinhas de 


tamanho reduzido muito próximas umas às 
outras.  

Rodeados por um conjunto de brácteas, o 


periclínio, falsas pétalas. 

Nas extremidades, observa-se flores liguladas 


do raio em algumas espécies.  

● Espiga: ​Flores sésseis situadas em diversas alturas sobre um 


eixo primário. 

Tem uma alteração, denominada 


Espádice, que apresenta o eixo principal 
espesso, protegido por uma bráctea 
vistosa e bem desenvolvida, denominada 
espata  

82   
● Panícula ​Racemo composto, divisão do eixo em alturas 
diferentes, e terminação delas em alturas diferentes também.  

● Corimbo: ​Racemo em 


que as flores pediceladas estão 
inseridas em alturas diferentes, 
porém que as terminações se 
encontram todas em um mesmo 
eixo, mesma altura.   

● Amentilo:​ Racemo com eixo primário flexível e pendente. Parecido com a espiga, 
porém a Espiga não é flexível, ela é rígida e não pende para baixo. 

  

2-Inflorescências Cimosas/Definidas 

As flores se abrem de baixo para cima, ou da periferia para o centro. 

83   
Fruto 

Conceito popular: 

● É o ovário amadurecido da flor 


● Estruturas derivadas do ovário que se transformam em estruturas de proteção e 
dispersão das sementes  
● Estruturas exclusivas dos angiospermas 
● Legumes: frutos, raízes, caules 

Frutas, legumes e grãos são exemplos de frutos. 

Frutos sem semente? Artificialmente 

● Redução da expressão dos genes envolvidos na biossíntese do ácido fítico (que é o 


responsável pela produção das sementes) e resultando em frutos sem sementes 
(estéreis) 
● Estímulos hormonais (auxinas) - arranjo do estímulo do ovário sem fecundação. 

84   
Camadas da folha carpelar do ovário na formação do fruto: 

● Exocarpo​ - epiderme externa 


● Mesocarpo ​- epiderme mesófila 
● Endocarpo ​- epiderme interna 

O conjunto das camadas é o ​pericarpo. 

Fruto = pericarpo + semente 

Normalmente, o endocarpo da fruta é onde a semente está inserida. 

85   
Classificação dos frutos  

Quanto ao número de ovários envolvidos: 

● Fruto simples:​ Derivado de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma flor 


● Fruto agregado:​ Derivados de muitos ovários livres entre si de uma mesma flor 
(gineceu apocárpico) 
● Infrutescência: ​Derivados de um conjunto de muitas flores de uma 
inflorescência, que vai originar um fruto único infrutescência. 

● Pseudofruto: ​Frutos que envolvem outros órgãos além do ovário em sua 


composição (receptáculo, pedúnculo) 

Frutos simples carnosos​: laranja, limão, pêssego, abacate, tomate, berinjela, côco, jiló, 
abobrinha, quiabo 

Frutos agregados:​ amora, anis estrelado, framboesa… 

Ovários livres entre si da flor da framboesa formando um único fruto: 

Frutos infrutescência:​ Figo, abacaxi, jaca 

Pseudofruto​: Pêra, caju, maçã, morango 

86   
Quanto à natureza de seu pericarpo maduro: 

● Simples:​ quando em seu estado maduro a semente está apta à germinar. Podem 
ser quaisquer frutos, de simples, agregados, infrutescências e pseudofrutos. 
❖ Carnosos:​ rico em água 
❖ Secos: ​não é rico em água, mais rígido (normalmente grãos) 

Quanto à abertura: 

Frutos Carnosos: 

● Deiscentes:​ Frutos que quando maduros, se abrem para a liberação da semente.  

Exemplo:​ Melão de são caetano, canjerana 

● Indeiscentes: ​Frutos que mesmo maduros, não se abrem para a liberação das 
sementes. O fruto cai, e cabe à outros agentes germinativos alheios realizar a 
distribuição dessa semente (animais que comem o fruto e espalham as sementes, 
por exemplo) 
❖ Baga: ​Uva, pimentão, maracujá, banana, pimenta, jabuticaba, graviola, 
romã, amora... 

Pericarpo carnoso, suculento, rico em parênquima aquífero, sem partes 


rígidas. 

❖ Drupa:​ Pêssego, côco, manga, pequi…  

Mesocarpo carnoso, e endocarpo pétreo lignificado, popularmente 

87   
chamado de caroço (estrutura rígida que abriga as sementes dentro de si) 

❖ Pomo:​ ​Maçã e Pêra.  

O fruto em si é apenas o meio, que abriga as sementes. A parte doce e 


comestível é um receptáculo hiperdesenvolvido.  

Tipos especiais de baga: 

O pepônio: ​o endocarpo é pouco consistente no fruto maduro. 

Abóbora, pepino, mamão, melão… 

O hesperídio:​ Frutos cítricos 

● Epicarpo:​ bolsas secretoras de óleo essencial 


● Mesocarpo: ​branco e subcoriáceos  
● Endocarpo​: estrutura membranosa, gomos, revestidos internamente por pêlos, 
cheios de suco. 

Frutos Secos: 

88   
Frutos Secos Deiscentes:  

● Unicarpelar (1 carpelo) 
❖ Folículo: ​abre uma única fenda para a liberação das sementes 

1 carpelo, 1 fenda. 

Típicos das famílias magnoliaceae e malvaceae. 

Perna de moça, algodão... 

❖ Legume:​ abre duas fendas para a liberação das sementes  

1 carpelo, 2 fendas. 

Típicos da família fabaceae. 

Amendoim, ervilha, feijão, vagem… O fruto não é o grão em si, o grão é a 


semente. O fruto seria a casca que os envolve 

● Policarpelar (mais de 1 carpelo) 


❖ Cápsula:​ cápsulas designadas à liberação 

Ex: ​Hemerocallis, Bixa orellana 

❖ Poricida:​ liberação das sementes por meio de poros específicos 

Ex: Papoula 

❖ Píxidiaria​: estrutura similar a uma tampa para a liberação das sementes 

Ex: Jequitibá, manacá, onze horas 

❖ Loculicida: ​septo nos lóculos do fruto, na parede do carpelo, para a 


liberação das sementes 

lírio, açucena 

❖ Septicida: ​septo onde os carpelos se fundem para a liberação 

Ex: papo de peru 

89   
❖ Septífraga: ​se abre tanto no septo, quanto no lóculo para a liberação das 
sementes 

Ex: cedro 

❖ Síliqua:​ Possui uma estrutura que os outros policarpelares não tem, uma 
certa membrana que envolve a semente.  

Ex: ipê 

Frutos Secos Indeiscentes: 

● Aquênio:​ Não alado. A semenste está unida ao fruto em um único ponto 

Ex: girassol, margarida, sementinhas do morango... 

● Aquênio Esquizocarpo: ​Fruto divisível. 

Ex: Frutos da apiaceae 

● Cariopse: ou grão. ​Não alado​. ​Ovário unicarpelar. A única semente que está 
unida às paredes do fruto, não dá para separá-los. 

Exemplo: Milho, arroz, cevada 

● Sâmaras: ​Frutos alados, expansões em forma de asa 

90   
● Noz:​ Fruto de pericarpo rígido, que abriga uma semente comestível.  

Ex: Avelã, Noz portuguesa, Castanhas... 

● Lomento: ​Leguminosas (Fabaceae) atípicas por serem indeiscentes. Se segmentam 


transversalmente. 

Frutos com atividade terapêutica 

​ . 
Papaver somniferum L

Papoula 

Família: ​Papaveraceae 

Indicações terapêuticas:​ o látex da planta é 


hipnótico, analgésico e sedativo. 

Foeniculum fulgare​ L. 

Erva doce 

Família: ​Apiaceae 

Ind. Terapêuticas:​ Digestivo, calmante, carminativo. 

91   
Vanilla planifolia​ Andrews 

Baunilha 

Família: ​Orchidaceae 

Ind. Ter.: ​Estimulante do apetite, digestivo, afrodisíaco 

​ . 
Punica granatum L

Romã 

Família: ​Lythraceae 

Ind. Ter.​: Tenicida e antiemético  

Estudos tem mostrado potencial para prevenção de 


doenças neurodegenerativas  

Fruta tipo baga, rica em compostos fenólicos   

Globóide com numerosas sementes (arilo róseo) 

92   
Tamarindus indica​ L. 

Tamarindo 

Família: ​Fabaceae 

Ind. Ter.: ​Laxativo 

O fruto é simples, indeiscente, seco, mono 


ou polispérmico.  

Citrus Aurantium​ L. 

Laranja Amarga 

Família: ​Rutaceae 

Ind. Ter.: ​Estimulante da função digestiva, carminativo 

Fruto baga hispérico 

93   
Pimenta 

Semente 

tegumento (casca) + amêndoa (embrião + reservas) 

Ategumentadas:​ não possuem tegumento, e são protegidas diretamente pelo pericarpo 


do fruto 

Bitegumentadas:​ dois tegumentos (testa e tégmen) 

Unitegumentadas: ​apenas um tegumento (testa) 

Tegumento 

● Proteção do embrião 
● Processo de dormência ou germinação 

A germinação ocorre apenas depois da quebra do tegumento para passagem de 


água, contato com solo e seus ácidos, ação de microorganismos e fungos, 
alternância de temperaturas, e ação de animais.  

Tegumento impermeável à água: angiospermas 

94   
Constituição do tegumento: 

● Testa: ​porção mais externa, geralmente rígida e lignificada para maior proteção 
● Tégmen​: porção mais interna, menos lignificada 

Algumas sementes não são rígidas, como a do mamão por exemplo. Isso se dá porque sua 
testa não é lignificada, mas sim rica em mucilagem. Portanto sementes assim, sua testa 
mucilaginosa recebe o nome de ​sarcotesta.  

O tegumento é a parte que mais ajuda na identificação da semente.  

Sua caracterização macroscópica pode obter detalhes bem distintos que vão facilitar a 
identificar. 

Caracterização macroscópica: 

● Secção transversal e longitudinal 


● Aspecto geral 
● Consistência 
● Cor 
● Odor 
● Sabor 
● Forma 
● Tamanho 
● Superfície - Cicatrizes e Excrescências: 
❖ Hilo - funículo:​ semelhante a um umbigo, era onde a placenta se conecta  
❖ Micrópila:​ buraco que facilita entrada de água 
❖ Rafe: ​cicatriz próxima ao hilo, deixada pela placenta quando se solta 
❖ Arilo:​ Excrescência mais carnosa, ou gelatinosa, ou até fibrosa, que 
engloba as sementes, como por exemplo no maracujá e no romã. Pode ter 
origem no funículo ou na primina (arilóide)  
❖ Membranas aliformes: ​membrana seca que envolve a semente, como a do 
ipê 

❖ Apêndice plumoso: ​ estruturas constituídas de filamentos plumosos, 


auxiliam o processo de dispersão (em geral por meio do vento). 

95   
Embrião 

● Parte fundamental da semente! 


● Caulículo: ​o corpo do embrião 
● Radícula: ​início do embrião 
● Cotilédone: ​reservas da semente 
● Plúmula: ​primeiras folhas geminadas 

Identificação macroscópica: 

Forma do embrião, tamanho e número do 


cotilédone, inclusões… 

Quanto às Substâncias de reserva: 

● Exalbuminadas ou Exospermadas:​ Semenetes que não apresentam endosperma, 


pois este foi utilizado e consumido pelo embrião em sua formação. 

Ex: Fabaceae, Orchidaceae, Asteraceae 

● Albuminosas ou endospermadas:​ Apresentam endosperma. 

Ex: ​Ricinus communis​ - Euphorbiaceae 

Sementes com importância farmacêutica   

Abóbora 

● Cucurbita pepo​ L. e ​Cucurbita maxima​ Duchesne 


● Família Cucurbitaceae  
● Cucurbitina 
● Helminticida e vermífuga  

  

96   
Cacau 

● Theobroma cacao​ L. 


● Família Malvaceae  
● Teobromina, cafeína e 
taninos 
● Tônico, agente de sabor 

Café 

● Coffea arabica  
● Família Rubiaceae 
● Cafeína, ácido clorogênico 
● Sementes saudáveis e limpas, sem 
tegumentos externos e não 
desprovida de sua cafeína 
● Cafeína: Estimulantes cerebrais, 
cardíacos e respiratórios, 
vasodilatador e diurético. 

Cola 

● Cola nitida 
● Família Malvaceae 
● Estimulante (cafeína) 

97   
Castanha da índia 

● ​ . 
Aesculus hippocastanum L
● Família Sapindaceae 
● Fragilidade capilar e insuficiência venosa, 
ajuda contra varizes e problemas de circulação, como 
edemas. 

Cultivo 

Pode-se direcionar rotas a fim de produzir em maior quantidade uma substância ativa de 
interesse em plantas medicinais. 

Como?  

● Manipulação de fatores biótico e abióticos​, como temperatura, sazonalidade, 


stress hídrico, ataque de patógenos, incidência solar, altitudes e etc… Com estudo 
prévio é descoberto qual estímulo mais funciona para a finalidade desejada; 

● Aumentar canalização de energia para caminhos de fabricação de fármacos - 


Conhecer a Metabolômica​ (metabólitos que a planta produz em determinadas 
condições) - para otimizar a produção dos metabólitos de interesse; 

● Selecionar bons genes da espécie desejada e priorizar o cultivo em regimes 


ambientais mais adequados. 

98   
Sistemas de produção 

3 tipos de cultivo: 

1. Sistema orgânico/agroecológico em solo 

Este tipo de cultivo visa a maior saúde e qualidade dos produtos vegetais, e também a 
saúde do consumidor.  

Evita qualquer tipo de agrotóxico ou fertilizante e qualquer substância tóxica comum em 
outros cultivos exacerbados. 

● Promove a integração entre atividades produtivas 


● Utilização de recursos locais e naturais: 
❖ palha, esterco, biofertilizantes  
❖ compostos orgânicos (restos de alimentos, cascas, bagaços e etc) 
❖ adubação verde 
● Rotação de culturas: sem forçar a natureza com a produção de vegetais que não 
estão em sua época, e promover grande diversidade na alimentação durante o 
ano. 
● Controle de pragas e doenças sem utilização de compostos tóxicos. 

Técnicas de Propagação do sistema orgânico: 

➔ A) Vegetativa  

Consiste na seleção de mudas jovens, saudáveis, perfeitas para seus critérios, de uma 
mesma safra, e a realocação em seu solo/terreno. Para manter a mesma genética e ainda 
ter essas plantas saudáveis, são retirados pedacinhos caulinares (estacas) da planta-mãe 
e plantadas no solo, e assim sucessivamente em novos ciclos. 

Vantagens: 

● Possibilidade da manutenção do valor agronômico da safra; 


● Constância de produção, espécies geneticamente sempre iguais (clonagem de 
mudas); 
● Redução do período reprodutivo, o que acelera a maturação da planta até sua 
colheita; 
● Maior uniformidade fenológica, e também resposta idêntica aos fatores 

99   
ambientais, de todos os exemplares cultivados; 
● Possível a combinação dos clones, principalmente quando se usa enxertia. 

Desvantagens: 

● Possibilita a transmissão de doenças, principalmente por vírus e bactérias; 


● Pode ocorrer ao longo do tempo, uma mutação das gemas, podendo ser gerado um 
clone diferenciado e de menor qualidade, e isso requer um controle por parte do 
agrônomo; 
● A ausência da variabilidade natural gerada nesses clones pode levar a futuros 
problemas devidos à falta de resposta evolutiva e adaptativa a fatores 
impactantes na planta, aumentando o risco de danos enormes à safras inteiras por 
problemas climáticos e/ou fitossanitários. 

Coleta de estacas: 

Pode ser realizada em qualquer época do ano, mas estudos comprovam que as estacas 
extraídas tem maior e mais fácil aderência (pegamento) ao solo na primavera.  

Algumas plantas produzem naturalmente suas próprias mudas e estacas, que são 
denominados rebentos ou filhotes, como a babosa por exemplo. 

Critérios da coleta de estacas: 

● A planta-mãe deve estar saudável e de bom aspecto 


● Coletar nas horas mais frescas do dia 
● Estacas herbáceas e semi-lenhosas devem apresentar folhagem mesmo que 
mínima 
● O corte da estaca deve ser realizado abaixo de um nó 
● Seu tamanho deve ser entre 7-15cm  
● Utilização de tesoura própria para poda, para não danificar os tecidos, que caso 
danificados poderão não enraizar 

Enraizamento: 

● 1 a 5 semanas 
● Leito de enraizamento: bandejas de isopor ou tubetes 
● Preferencialmente à sombra  
● Câmara úmida 

100   
➔ B) Por meio de sementes: 

Vantagens: 

● Fáceis de encontrar e transportar 


● Possibilidade do cultivo de espécies exóticas, mas com cautela para não causar 
problemas ambientais  
● Método mais saudável e natural para a planta, permitindo que ela cumpra 
processos evolutivos 

Desvantagens: 

● Algumas espécies só produzem sementes uma vez ao ano 


● Com o curso natural da reprodução, não se pode prever o que vai surgir em um 
novo ciclo da planta, diferente do vegetativo. 
● Algumas espécies possuem sementes que apresentam dormência extrema das 
sementes, grande dificuldade para compenetrar o tegumento, o que pode atrasar 
um cultivo. 

Caso a dormência da semente realmente não consiga ser quebrada, pode-se 


utilizar de meios alheios à planta que vão auxiliar essa quebra. Uma escarificação 
na semente pode quebrar com a impermeabilidade excessiva.  

Só é preciso tomar cuidado para não danificar a parte vital e crucial para a 
germinação: o embrião. 

➔ Ao lixar um tegumento, deve-se fazê-lo no lado oposto ao embrião. 


➔ Um corte na semente deve ser calculado para não encostar no embrião. 

Germinação: 

● água, luminosidade, temperatura e quebra da dormência 

Locais para semeadura: 

● Sementeiras até que possam ser transplantadas para canteiros definitivos 


● Sulcos (10-15 cm) pequenas camadas de solo intercaladas 
● Cobertura morta (sem semente) casca de arroz, capim seco... 

101   
Substrato para semeação: 

● Leve e fértil 
● Areia + esterco 
● Comprar substratos prontos comerciais 

Cuidados no plantio: 

● Retirar matos ou ervas-daninhas próximas do canteiro, para evitar a 


competitividade das plantas pelo solo, ou a danificação de crescimento e 
desenvolvimento das plantas que você está cultivando 
● Promover desbaste (5 cm) 

Bandejas de isopor: 

● Fácil manuseio 
● Menos mão de obra 
● Alta percentagem de pegamento 

Transplantio das câmaras úmidas para o canteiro definitivo: 

● Apenas após o enraizamento da planta ela pode ser transplantada 


● Molhar e sombrear as mudas após transplantio 
● Antes de fazê-lo, suspender a irrigação das plantas 1 dia antes 
● Melhor horário para transplantio é no final do dia 
● Colocar cobertura morta no pé da planta transplantada 
● Irrigação abundante nos primeiros dias já transplantada 

Irrigação: 

● Qualidade de água 
● Cuidado com o impacto das gotas sobre as estruturas secretoras (tricomas) para 
que não acabem por danificando-os 
● Cuidado com o impacto sobre o solo 
● Microaspersão 
● Gotejamento 

102   
Adubação: 

A adubação deve ser a correta para a planta e também para o solo, que vai promover a 
correção da acidez do solo, favorecendo o desenvolvimento da planta nele.  

O ideal é de 3-5 kg de adubo por metro quadrado. 

Uma adubação equilibrada garante plantas mais resistentes, e mais princípios ativos. 

● Urina de vaca (saudável e que se alimenta bem) para adubação: ​muitos 


nutrientes, muitos compostos químicos, hormônio natural do crescimento (ácido 
indolacético) e fenóis (que aumentam a resistência das plantas) 

Controle de pragas e doenças: 

Como nesta modalidade de cultivo não são utilizadas substâncias químicas, é preciso 
encontrar de forma natural a solução.  

No manual de cultivo de plantas medicinais da EMBRAPA, são encontradas as seguintes 


soluções: 

103   
Colheita e processamento: 

Devem ser feitos estudos específicos para cada espécie sobre quais dos seguintes critérios 
se adequam mais 

● órgão a colher 
● estado de desenvolvimento 
● época do ano 
● horário do dia 

Colheita na fase vegetativa ou fase reprodutiva? a diferença reduz acúmulo de biomassa, 


e pode mudar a composição de óleos essenciais  

Evitar a colheita de folhas queimadas, danificadas, secas, mortas… 

Regras gerais: 

I- Raízes e partes subterrâneas:​ Inverno 

II- Planta perene​: final do ciclo da planta 

III- Cascas:​ primavera e verão, fazendo cortes rasos para não danificar muito o tecido 
por baixo e a planta conseguir regenerar essa camada que lhe foi retirada  

IV- Flores:​ Antese completa (completamente abertas) e antes de formarem sementes 

V- Folhas: ​início da floração 

Cuidados finais: 

● Evitar colheita de plantas doentes ou contaminadas 


● Não amontoa-las 
● Não expor excessivamente ao sol após colheita 
● Identificação correta SEMPRE 
● Todas as informações para rastreabilidade da safra devem ser informadas. São 
elas: 
❖ Espécie 
❖ Lote 
❖ Data 
❖ Produtor 

104   
❖ Sistema de produção 

Cuidados para preservação da droga vegetal pós colheita: 

Pré-secagem: 

● Se forem estruturas contendo óleo essencial, não lavar 


● Lavar raízes e rizomas 
● Evitar sujar folhas e flores, para que não seja preciso lavá-las 

Secagem: 

Impede a deterioração do material. 

Deve ser bem conduzida para que não seja ineficiente, ou que não danifique nada por ser 
excessiva. 

Pode ser natural ou por estufas. 

Natural:​ Processo lento, normalmente por pequenos produtores. Feita à sombra e em 
local ventilado. 

Secadores industriais:​ Elétricos, à gás, lenha, solar… Ventilação mecânica forçada e 


definida previamente. Mas jamais abafado, para não proporcionar desenvolvimento 
microbiano. Ar úmido sai enquanto entra ar seco.   

2. Cultivo tradicional 

3. Hidroponia 

Cultivo utilizado em sua maioria para plantas folhosas. Raramente para raízes e rizomas. 

A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma 
solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao 
desenvolvimento da planta.  

As raízes podem estar suspensas em meio líquido ou apoiadas em substrato inerte. 

● Controle do ambiente e uniformização das substâncias químicas envolvidas 

105   
● Redução da carga microbiana 
● Soluções nutritivas para as folhas 

Exemplos de plantas medicinais cultivadas em hidroponia: ​Mentas, manjericão, 


artemísia, valeriana, melissa 

106   

Você também pode gostar