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"Existem investidores experientes e existem investidores

arrojados, mas não existem investidores experientes


RESPONSÁVEL
e arrojados."
X’
Howard Marks Eduardo
Guimarães,
#137 – As Melhores Ações também pagam CNPI - 575

dividendos Especialista em
Publicado em: 15 de outubro de 2020
análise
fundamentalista
melhoresacoes@levante.com.br
Olá, investidor.
(11) 98435-3455
Tudo bem?

Resumo do Relatório
AÇÕES RECOMENDADAS
No relatório de hoje, abordaremos os seguintes temas:

1. Os dividendos em cenário de juros baixos:


historicamente, no Brasil, a taxa de juros de referência da
economia (Selic) sempre foi alta. Porém, com ela a 2% a.a, Até que
preço
muitos investidores têm procurado investir em participações Ticker Preço comprar
Status
patrimoniais, seja em ações das tradicionais pagadoras de ?

dividendos ou em ações de companhias com outras BPAC11 74,61 95,00 Comprar


características. Na Carteira As Melhores Ações, eu avalio HYPE3 30,94 40,00 Comprar
outros aspectos relevantes, além do “checklist” tradicional BBAS3 30,85 45,00 Comprar
voltado para as ações de Dividendos. No entanto, como RAIL3 18,93 27,00 Comprar
gosto de alocar boa parte do meu “orçamento de risco” em CYRE3 26,01 30,00 Comprar
empresas de alta qualidade e com potencial de geração de
RENT3 61,69 55,00 Comprar
caixa, o potencial de retorno em dividendos de determinada
VVAR3 19,27 21,00 Comprar
ação é um dos fatores que acabo levando em consideração
PETR4 19,97 29,00 Comprar
no momento de montar posição em determinada
companhia. GOAU4 9,88 10,00 Comprar
JBSS3 21,48 32,00 Comprar
2. Reinvestindo os Dividendos: como boa parte das ações
da Carteira As Melhores Ações pagaram dividendos
relevantes desde o início, mostrarei qual foi o retorno que o
acionista obteve no seu patrimônio caso tenha reinvestido
os proventos recebidos em mais ações da companhia ou
caso tenha “retirado” o provento e utilizado para o
consumo. Para tal, utilizarei o caso da Cyrela (CYRE3).
Considerando apenas a parte da valorização da ação, o
retorno teria sido de 60,6%. Já quem reinvestiu os
dividendos obteve um retorno de 73,9%.

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3. JBS fecha acordo e ações sobem: a JBS anunciou, nesta quarta-feira (14), três acordos
relevantes com as autoridades dos Estados Unidos. Eu avalio como positiva as notícias do
acordo da JBS (JBSS3), visto que, em termos de ordem de grandeza, as multas representam
aproximadamente 1% da sua receita trimestral. Após o pagamento das multas, a JBS resolve
boa parte de suas “pendências” com a justiça, limpa o seu balanço e reduz a percepção de
risco com as suas ações. Superado esse capítulo, a JBS fica mais próxima da listagem das
suas ações nos Estados Unidos, importante catalisador que deve destravar o valor da
companhia.

Boa leitura!

Os dividendos em cenário de juros baixos


Historicamente, no Brasil, a taxa de juros de referência da economia (Selic) sempre foi alta.
Antigamente, além de ser influenciado por uma série de consequências macroeconômicas, o
investimento em ativos de risco apresentava uma atratividade relativa bem menor do que agora. Há
poucos anos, era comum encontrar títulos públicos com vencimentos curtos que remuneravam a
inflação mais uma taxa de 6% ao ano, por exemplo.

Contudo, o cenário mudou completamente. Com Selic a 2% a.a, os investidores têm buscado investir
em renda variável para alcançar uma remuneração maior para o seu patrimônio. Para tal finalidade,
muitos têm procurado investir em participações patrimoniais, seja em ações das tradicionais pagadoras
de dividendos ou em ações de companhias com outras características (crescimento).

Há alguns anos, um retorno anual em dividendos de 6% representava menos metade da remuneração


sem risco – a Selic era de 14,25% ao ano em 2017 –, agora, ele representa o triplo da taxa de
remuneração referencial.

Ou seja, o mercado de ações atual “paga” para o investidor correr o risco em ações, algo que não
acontecia há pouco tempo.

Sei que essa filosofia de “dividendos” está bem longe de ser considerada inovadora, visto que ela é
praticada há décadas por grandes investidores de ações ao redor do mundo, principalmente nos
Estados Unidos.

Basicamente, ela consiste em uma primeira etapa de seleção de empresas com determinadas
características, como:

1. a geração de caixa recorrente;

2. a previsibilidade de fluxo de caixa;

3. a liderança de mercado;

4. o baixo nível de endividamento;

5. a distribuição de dividendos aos acionistas.

Na Carteira As Melhores Ações, eu avalio outros aspectos relevantes, além do “checklist” tradicional
voltado para as ações de Dividendos.

No entanto, como gosto de alocar boa parte do meu “orçamento de risco” em empresas de alta
qualidade e com potencial de geração de caixa, o potencial de retorno em dividendos de determinada

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ação é um dos fatores que acabo levando em consideração no momento de montar posição em
determinada companhia.

Em alguns casos, como o da Localiza (RENT3), o retorno em dividend (yield), métrica que relaciona o
total pago em dividendos por ação pelo seu preço por ação, é pequeno. Porém, à medida que a
empresa apresentar elevadas taxas de crescimento de lucros, o dividendo pago por ação no futuro
dividido pelo preço histórico de aquisição (dividend on cost) será bastante elevado lá na frente.

Apesar do efeito negativo no total de recursos distribuídos por conta da pandemia, no caso do Banco
do Brasil (BBAS3), da Petrobras (PETR4) e da Cyrela (CYRE3), atualmente, os “retornos em
dividendos” são bem relevantes.

Além do mais, eu chamo atenção para um outro ponto: tão importante quanto escolher As Melhores
Ações e ter paciência para aguardar os retornos é a segunda etapa: trata-se do reinvestimento dos
proventos recebidos.

Reinvestindo os Dividendos
Na última semana, eu apresentei uma tabela que continha o retorno total das ações da Carteira As
Melhores Ações desde as suas respectivas datas de inclusão, “decompondo” o retorno em valorização
das ações pelo pagamento de proventos.

Esses dois “fatores”, combinados, geram o Total Shareholder Return (TSR), ou seja, o retorno total ao
acionista. Embora conceitualmente simples, o cálculo do TSR envolve a fatoração de cada provento e
dos seus respectivos ajustes na série de preços históricos – algo um pouco mais complexo e que
acredito ser dispensável para fins didáticos.

Como boa parte das ações da Carteira As Melhores Ações pagaram dividendos relevantes desde o
início, mostrarei qual foi o retorno que o acionista obteve no seu patrimônio caso tenha reinvestido os
proventos recebidos em mais ações da companhia ou caso tenha “retirado” o provento e utilizado para
o consumo. Para tal, utilizarei o caso da Cyrela (CYRE3).

Embora as ações da carteira não sejam tradicionais pagadoras de dividendos, a distribuição deles vem
sendo uma espécie de “cereja do bolo”, em especial, neste conturbado ano de 2020 – que tem gerado
retornos negativos no desempenho anual das ações.

No momento, das dez ações presentes na carteira, seis delas (Cyrela, Petrobras, Banco do Brasil,
Localiza, Hypera e M.Gerdau) já distribuíram proventos desde o período em que estão na carteira. As
três primeiras são as maiores pagadoras, com destaque para a construtora e para a gigante estatal do
petróleo.

Desde a sua inclusão na carteira em 13 de fevereiro de 2019, a Cyrela distribuiu três dividendos
“robustos”, que, somados, totalizam R$ 2,08 por ação, ou um retorno em proventos de 8%.

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A minha expectativa é que a Cyrela (CYRE3) distribua mais dividendos nos próximos meses por conta
da venda de parte das suas subsidiárias que, recentemente, realizaram os seus IPOs: Cury, Lavvi e
Plano & Plano.

Considerando apenas a parte da valorização da ação, o retorno teria sido de 60,6%, retorno
consideravelmente menor. Já quem reinvestiu os seus dividendos obteve um retorno total de 73,9% no
período.

Fonte: Comdinheiro | Elaboração: Levante Investimentos

Eu reitero a importância de reinvestir os dividendos recebidos na carteira de ações, aumentando,


assim, o efeito “bola de neve” (juros compostos) nos investimentos. Acredito que esse “detalhe”, no
futuro, possa fazer a diferença na qualidade de vida do investidor.

JBS fecha acordos e ações sobem


A JBS anunciou, nesta quarta-feira (14), três acordos relevantes com as autoridades dos Estados
Unidos. O primeiro deles se refere ao caso da Pilgrim’s Pride Corporation – a gigante divisão de frangos
com foco de atuação nos Estados Unidos, que era acusada de realizar práticas antimercado.

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A subsidiária acordou com o órgão de regulação de mercado e de competição do país o pagamento de
uma multa de US$ 110 milhões para que a “Antitrust Division não apresente acusações adicionais
contra a Pilgrim’s com relação a esse tema, condicionando que a Pilgrim’s cumpra com os termos e
condições do acordo”.

O outro caso diz respeito ao fato de o acionista controlador J&F Investimentos fechar um acordo, ainda
associado às questões das operações da Lava Jato, com o Departamento de Justiça dos Estados
Unidos.

A J&F se declarou culpada por violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior dos EUA, o que irá
acarretar uma multa de US$ 256,5 milhões às autoridades americanas. Porém, metade do valor foi
recebido “em créditos” devido aos valores já pagos às autoridades brasileiras, logo, o desembolso de
caixa será de US$ 128,2 milhões.

Por fim, a Pilgrim’s também fechou um acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC)
relacionado às falhas “em manter precisos seus livros, registros e controles contábeis internos”. A
multa será de US$ 26 milhões, e a companhia deverá, durante 3 anos, “revisar, avaliar e informar à
SEC sobre a efetividade das políticas anticorrupção, procedimentos, práticas, controles internos e
manutenção de registros e processos de reportes financeiros da JBS e de quaisquer emissores de
valores mobiliários nos Estados Unidos que estejam sob o controle direto ou indireto da JBS.”

Eu avalio como positiva as notícias do acordo da JBS (JBSS3), visto que, em termos de ordem de
grandeza, as multas representam aproximadamente 1% da sua receita trimestral. Logo, o efeito nos
resultados, em termos de geração de caixa, será residual.

Após o pagamento das multas, a JBS resolve boa parte de suas “pendências” com a justiça, limpa o
seu balanço e reduz a percepção de risco com as suas ações.

Por definição, a redução da incerteza e do risco gera, mesmo que de forma subjetiva, um aumento no
preço justo das suas ações. Além disso, superado esse capítulo, a JBS fica mais próxima da listagem
das suas ações nos Estados Unidos, importante catalisador que deve destravar o valor da companhia.

Por esse motivo, as ações da JBS (JBSS3) fecharam em alta de 9,2% nesta quarta-feira – a maior alta
do Ibovespa –, enquanto o índice fechou com valorização de apenas 0,8%.

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Desempenho da carteira As Melhores Ações
A carteira Melhores Ações acumulou rendimento total de 53,5% desde o seu início, em 28 de fevereiro
de 2018, comparado à alta de 16,4% do Ibovespa no mesmo período.

Carteira As Melhores Ações


Reiteramos a compra das ações da carteira As Melhores Ações: BTG Pactual, JBS, Hypera, Cyrela,
Rumo, Petrobras, Localiza, Via Varejo, M. Gerdau e Banco do Brasil.

Recomendamos seguir a alocação percentual sugerida conforme a coluna à direita.

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Mais conteúdo
Com o objetivo de aproximar nosso contato, estou presente nas redes sociais todos os dias falando
sobre a minha visão para o mercado de ações. Então, para quem quiser me seguir nas redes, deixo
abaixo os links:

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Dúvidas
Continue acompanhando nossos relatórios e não se esqueça: se você ficou com alguma dúvida, é só
mandar um e-mail para melhoresacoes@levante.com.br.

Conte comigo e até breve,

Um forte abraço,
Eduardo Guimarães

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