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Resumo:
Introdução
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Este artigo foi publicado em BARD, Chistine. (org.) Un siècle d’antifeminisme. Paris, Librairie Arthème
Fayard, 1999.
partir de uma análise da primeira parte da obra, denominada “Fatos e mitos”, podemos
verificar todo o trabalho de Beauvoir na tentativa de efetuar uma desconstrução da ideia
vigente de “ideal feminino” elaborada pelas históricas tradicionais formas de poder. Em
“O feminismo e a obra de Simone de Beauvoir” analiso a ideia de eterno feminino.
História e preconceito
O corpo do homem tem um sentido em si, abstração feita do da mulher, ao passo que este
parece destituído de significação se não se evoca o macho... O homem é pensável sem a mulher.
Ela não, sem o homem"(BEAUVOIR, 1980, p.10)
Em outra perspectiva, acentua Beauvoir é a mulher que se determina em relação
ao homem. É preciso ver a relação da mulher deste ponto de vista e não sempre em relação
ao homem, pois do ponto de vista masculino, o homem é sempre o Sujeito, como um
absoluto e a mulher um relativo. Aqui Beauvoir considera um ponto de fundamental
importância para o existencialismo. A mulher é uma consciência para si.2 Se a mulher é
um ser para si, ela deve construir um sentido para si mesma e não receber um sentido a
partir de uma relação de alteridade determinada. A concepção de alteridade, contido na
concepção masculina já presente nas mitologias que partem de uma noção de dualidade
da natureza.
A divisão primordial não foi estabelecida inicialmente sob o signo da divisão dos sexos.
Simone aponta para os trabalhos de Granet sobre o pensamento chinês de Dumézil sobre as índias
e Roma. Nos pares Varuna-Mitra, Urano-Zeus, Sol-Lua, Dia-Noite, nenhum elemento feminino
se acha implicado a princípio; nem tampouco na oposição do Bem ao Mal, dos princípios fastos e
nefastos, da direita e da esquerda, de Deus e Lúcifer. (RODRIGUES, 2016, p. 20)
2
Para Sartre, um “ser-em si” não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é.
Uma mesa, por exemplo, é um objeto criado para suprir uma necessidade. Já o “ser-para-si” é a consciência
humana é um tipo diferente de ser, por possuir conhecimento a seu próprio respeito e a respeito do mundo.
se, a partir de interpretações do comportamento feminino como algo natural, inerente e
não culturalmente condicionado, ele é colocado como atitude frágil, está se naturalizando
o que ainda não foi provado.
Feminismo e existencialismo
O existencialismo, sobretudo em sua versão desenvolvida por Jean Paul Sartre, foi
a corrente filosófica que efetuou a desconstrução da ideia de essência imutável e inata dos
humanos como seres racionais e pré-determinados por sua essência. Para o
existencialismo, como é corrente, a existência precede a essência. Isto é, eu sou o que eu
faço a cada dia de minha existência. Não existe uma essência pré-definida para o ser
humano. Na obra “O Existencialismo é um Humanismo”, Sartre afirma:
Considerações finais
Referências.
BEAUVOIR, S. O segundo Sexo: Fatos e Mitos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira,
1980.