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PROPOSTA DE LISTA DE VERIFICAÇÃO DA COMPATIBILIDADE DE PROJETOS


EM OBRAS DE REABILITAÇÃO

Conference Paper · December 2012

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2 authors, including:

João Carlos Gonçalves Lanzinha


Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal
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Coimbra, Portugal, 2012

PROPOSTA DE LISTA DE VERIFICAÇÃO DA COMPATIBILIDADE DE


PROJETOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO
1 1*
Joana F. M. M. G. Gomes , João C. G. Lanzinha

1: C-MADE - Centre of Materials and Building Technologies


Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura
Faculdade de Engenharia
Universidade da Beira Interior
6200 Covilhã
e-mail: joana_bls52@hotmail.com , joao.lanzinha@ubi.pt

Palavras-chave: Reabilitação, Projeto, Check-list

Resumo. Atualmente, o sector da construção vive dias difíceis, em resultado da crise económico -
financeira que o país atravessa. O sucesso de um empreendimento de construção passa cada vez
mais pela sua qualidade, que deve ser satisfeita num todo.
Os métodos de controlo e certificação existentes visam maioritariamente a qualidade das construções
na fase de execução, tendo sido subvalorizada a importância da conceção dos projetos na fase
inicial.
A qualidade dos projetos é atualmente reconhecida como um fator fulcral na melhoria da qualidade da
construção e utilização dos edifícios. As soluções adotadas no projeto são de extrema importância no
controlo de custos tanto a nível do cumprimento do programa predefinido como na durabilidade dos
materiais, exploração e manutenção do edifício. Também se insere aqui uma preocupação ambiental
e social de enquadramento do edifício com a envolvente.
No entanto, é raro o projeto que não apresente deficiências e omissões, que levam a desvios
significativos de preços e prazos. Frequentemente, esta situação implica o recurso a projetos de
alterações. A revisão de projetos surge neste âmbito como um meio preventivo de eventuais
insuficiências no projeto e visa incrementar a qualidade global dos mesmos.
Nos projetos de reabilitação há uma necessidade ainda maior de recorrer à revisão dos projetos, pois
a probabilidade de haver erros é maior. Mas, como nem sempre há possibilidade para tal, deve haver,
no mínimo, alguns pontos-chave que devem obrigatoriamente ser verificados antes de se começar a
construir.
Uma vez que não há conhecimento de nenhum modelo que permita fazer a avaliação rápida da
compatibilidade entre os projetos, foi criada uma Check-list / Lista de Verificação que permite fazer a
comparação entre os vários projetos, como meio de confirmação de compatibilidade. São analisados
pontos importantes dos projetos e situações específicas em que se torna mais complicado conseguir
fazer coincidir os projetos.
Apresentam-se neste artigo as principais características do modelo da Lista de Verificação e as
principais conclusões da sua aplicação ao projeto de reabilitação de um conjunto de edifícios
devolutos, com elevado estado de degradação, que iriam sofrer obras de reabilitação.
Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

1. INTRODUÇÃO
Com a crise económico-financeira instalada em Portugal, o sector da construção atravessa uma fase
crítica. Para garantir o sucesso de um empreendimento de construção, é necessária uma aposta
crescente na sua qualidade. Esta exigência de qualidade deve ser satisfeita num todo, incidindo em
todas as vertentes do mesmo empreendimento.
Contabilizando a totalidade dos custos envolvidos num edifício, desde a sua conceção até à sua
demolição, a fase inicial de conceção, projeto e construção representa apenas 15 a 20%. Os outros
80 a 85% são custos de utilização e manutenção. Da parcela correspondente à conceção, projeto e
construção, apenas uma pequena percentagem, da ordem dos 10 a 20%, é gasta em conceção,
projeto e fiscalização, sendo os restantes 80 a 90% gastos na construção. Isto significa que apenas
cerca de 3% dos custos totais envolvidos pela construção e exploração de um edifício correspondem
à conceção, projeto e fiscalização. No entanto, a qualidade do projeto é primordial para a redução dos
custos ao longo da vida útil do edifício. [1]
Nos últimos anos tem-se assistido a um incremento dos métodos de controlo e certificação, que
visam a qualidade das construções na fase de execução, tendo sido subvalorizada a importância da
conceção dos projetos na fase inicial. No entanto, a qualidade dos projetos deve ser um fator fulcral
na melhoria da qualidade da construção e utilização dos edifícios. As soluções adotadas no projeto
são de extrema importância no controlo de custos tanto a nível do cumprimento do programa
predefinido como na durabilidade dos materiais, exploração e manutenção do edifício. Também se
insere aqui uma preocupação ambiental e social de enquadramento do edifício com a envolvente.
Mas é raro o projeto que não apresente deficiências e omissões, que levam a desvios significativos
de preços e prazos. Frequentemente, esta situação implica o recurso a projetos de alterações.
A título de exemplo, um estudo recentemente realizado no norte do país sobre a qualidade dos
projetos de estruturas de betão de edifícios constatou-se que 64% dos projetos classificados quanto
ao nível da qualidade obtiveram nota “medíocre” ou “mau”, e só 2% obtiveram “bom”. [2]
Neste panorama, faz todo o sentido investir na revisão dos projetos. A revisão dos projetos permite
referenciar as eventuais insuficiências existentes no projeto e visa incrementar a qualidade global dos
mesmos. O trabalho de revisão de projetos deve decorrer em simultâneo com o trabalho dos
projetistas, permitindo que a contratação da obra seja efetuada com consideráveis ganhos a todos os
níveis (qualidade, custos globais e prazos de execução) para todos os intervenientes (Donos de
Obra, Fiscalização, Empreiteiro e Utilizador final). De uma forma geral, à medida que aumenta o grau
de complexidade dos projetos, assim deverá aumentar, também, o nível de exigência dos trabalhos
de revisão.
Nos projetos de reabilitação há uma necessidade ainda maior de recorrer à revisão dos projetos, pois
é grande a probabilidade de haver erros significativos no seu desenvolvimento, especialmente
devidos às imprecisões e aos erros no levantamento da situação inicial. Pode-se ainda afirmar que
uma das maiores dificuldades em obras de reabilitação é a compatibilidade entre os diversos projetos
de especialidades.
Uma vez que não há conhecimento de qualquer modelo que permita fazer a avaliação rápida da
compatibilidade entre projetos, foi criada uma Check-list / Lista de Verificação que permite fazer a
comparação entre os vários projetos, como meio para então confirmar a sua compatibilidade.

2. PROPOSTA DE CHECK-LIST / LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA PROJECTOS DE


REABILITAÇÃO
Os edifícios a necessitar de obras de reabilitação são, geralmente, antigos, o que muitas vezes
implica dificuldade em encontrar as peças desenhadas originais, que muitas vezes nem sequer
existem. Mesmo que estejam disponíveis algumas peças desenhadas do edifício, estas não são
completamente exatas pois, provavelmente, foram executadas obras, numa fase posterior, das quais
não há registo. O levantamento da situação existente é portanto o primeiro passo dos trabalhos a
executar.

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

Conforme o levantamento efetuado, procede-se à execução dos restantes projetos. Os novos


projetos de arquitetura, estabilidade, redes prediais de abastecimento águas, esgotos e drenagem,
térmica e acústica, têm de se adequar à arquitetura e estrutura já existentes. Esta adaptação é
sempre difícil de concretizar. Se em obras de construção nova é complicado fazer coincidir todos
estes projetos, em obras de reabilitação é ainda mais difícil, pois todos os projetos estão, de alguma
forma, confinados ao que já está construído e ao local da implantação.
A revisão dos projetos de reabilitação é fundamental, devido à grande probabilidade de existência de
erros. No entanto, como nem sempre há possibilidade para tal, deve haver, no mínimo, alguns
pontos-chave que devem obrigatoriamente ser verificados antes de se começar a construir.
São contemplados na Check-list / Lista de Verificação proposta os pontos-chave mais importantes
dos projetos e as situações específicas em que se torna mais complicado conseguir fazer coincidir os
projetos. No total, a Lista de Verificação contempla 90 pontos de verificação, em que as diferentes
peças dos projetos devem ser compatíveis.
A Check-list / Lista de Verificação que se propõe está dividida em três grupos globais de análise
comparativa:

GRUPO I - DIFERENTES ESPECIALIDADES


São analisados pontos de verificação entre as diferentes especialidades;
GRUPO II - CADERNO DE ENCARGOS / ESPECIALIDADES
Compara-se o descrito no caderno de encargos com o apresentado nas peças escritas e
desenhadas dos projetos de especialidades;
GRUPO III - MAPA DE MEDIÇÕES / ESPECIALIDADES
É feita a comparação entre o que está descrito e medido no mapa de medições e o
apresentado nas peças escritas e desenhadas dos projetos de especialidades.

Cada grupo está ainda dividido em subgrupos. Os subgrupos nada mais são que a divisão dos
grupos gerais consoante os elementos documentais a comparar.
No Grupo I – DIFERENTES ESPECIALIDADES (Tab. 1) são definidos nove subgrupos, os quais
permitem a verificação dos seguintes aspetos de compatibilidade:

1. Implantação/Levantamento de Arquitetura: Verificação da zona de implantação, a nível de


cotas e área de implantação;
2. Peças Desenhadas de Arquitetura / Pormenores: Verificação da compatibilidade da
constituição dos elementos construtivos, com especial incidência na ligação entre os
elementos estruturais e não estruturais;
3. Peças Desenhadas de Arquitetura / Caderno de Encargos: Localização e constituição dos
elementos construtivos;
4. Projeto de Arquitetura / Projeto Térmico: Verificação da constituição dos elementos
construtivos nas zonas de envolvente, com especial incidência nas zonas de pontes térmicas;
5. Projeto de Arquitetura / Projeto Acústico: Verificação da constituição dos elementos
construtivos nas zonas da envolvente interior e exterior;
6. Projeto Térmico/Projeto Acústico: Verificação da coerência dos elementos construtivos
previstos nos projetos;
7. Projeto de Estabilidade / Projeto de Arquitetura: Adequação da estrutura prevista aos
elementos de desenho arquitetónico, nomeadamente na constituição e possibilidade de
execução;
8. Projeto de Estabilidade / Projeto Térmico: Verificação da compatibilidade dos projetos com
especial incidência nas pontes térmicas planas;
9. Projeto de Arquitetura / Projeto de Redes Prediais de Águas e Esgotos: Adequação da
distribuição e diâmetro da tubagem das redes e sua compatibilidade com os elementos
construtivos previstos.

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

Tabela 1. Lista de verificação - Grupo I - Diferentes especialidades

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

O Grupo II - CADERNO DE ENCARGOS / ESPECIALIDADES (Tab.2) apresenta cinco subgrupos de


elementos de verificação, comparando os elementos dos projetos de especialidade com a descrição
constante do caderno de encargos. Em cada especialidade devem ser verificados os seguintes
aspetos:

1. Estrutura: Materiais utilizados e técnicas de inserção da estrutura a construir na existente;


2. Arquitetura: Tipos de revestimentos e acabamentos;
3. Térmica: Materiais utilizados;
4. Acústica: Materiais utilizados;
5. Redes de Águas e Esgotos: Materiais utilizados.

Tabela 2. Lista de verificação - Grupo II - Caderno de encargos / Especialidades

Por último, no Grupo III - MAPA DE MEDIÇÕES / ESPECIALIDADES (Tab. 3) propõe-se uma
análise semelhante à anterior, sendo comparados os materiais previstos nos projetos de
especialidades com os contabilizados no mapa de medições. Novamente, as especialidades a
analisar são as seguintes:

1. Estrutura: Tipo de materiais utilizados;


2. Arquitetura: Materiais utilizados nos revestimentos e acabamentos;
3. Térmica: Materiais utilizados;
4. Acústica: Materiais utilizados;
5. Redes de Águas e Esgotos: Materiais utilizados.

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

Tabela 3. Lista de verificação - Grupo III - Mapa de medições / Especialidades

3. APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO A CASO DE ESTUDO


Depois de criado e apresentado o modelo da Lista de Verificação, este foi a aplicado ao projeto de
reabilitação de um conjunto de edifícios devolutos, com elevado estado de degradação, que iriam
sofrer obras de reabilitação.

3.1. Caracterização do Conjunto de Edifícios


O conjunto de edifícios escolhido situa-se na zona histórica da cidade da Covilhã, na Rua Alexandre
Herculano, identificado como parcelas C124, C125 e C126 pelo Plano de Pormenor Intra-Muralhas da
cidade e concelho da Covilhã.

Figura 1. Localização do conjunto de edifícios em estudo

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

A entidade responsável pela gestão das obras de reabilitação é a SRU, Nova Covilhã, Sociedade de
Reabilitação Urbana, que disponibiliza técnicos para acompanhar as mesmas. Os projetos foram
executados por empresas de projeto subcontratadas, que apresentaram as suas propostas em
concurso público.
Dada a sua localização, em pleno centro histórico, um ponto importante foi a consideração das linhas
mestras das fachadas, que caracterizam o conjunto de edifícios, tentando recuperá-las e corrigindo
apenas algumas debilidades vitais para a adaptação às condições de vida e exigências atuais.
Apesar do estado de degradação em que o conjunto habitacional se encontrava exigir a demolição de
algumas zonas, prevê-se aproveitar os materiais em bom estado e tenta-se manter o aspeto das
fachadas, nomeadamente o revestimento em ardósia com forma de escamas de peixe (Fig.2).

Figura 2. Fotografia (esquerda) e desenho (direita) do alçado principal do conjunto de edifícios

Figura 3. Planta do piso 0 do conjunto de edifícios em estudo

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

A fachada será preservada em corpos separados, sendo opção do projeto reformular o miolo da
intervenção, através da criação de espaços interiores. A proposta apresentada mantém o uso
habitacional dos edifícios estando, no entanto, prevista uma reformulação das frações. A divisão entre
as parcelas C124 e C125 será aberta, adaptando-se essas paredes a compartimentos interiores.
Na totalidade, estão previstos 5 apartamentos: três T1 e dois T1 duplex, todos com entradas
independentes. Na figura 3 apresenta-se, a título de exemplo, a planta do piso 0 do conjunto de
edifícios em estudo.

Figura 4. Corte longitudinal do conjunto de edifícios em estudo

Após a análise da proposta de intervenção no conjunto de edifícios em estudo, seguiu-se a aplicação


da Lista de Verificação / Check-list. Para tal, foram analisados em detalhe os vários elementos dos
diferentes projetos, nomeadamente as peças desenhadas, as memórias descritivas, cadernos de
encargos e as listas de medições, que foram disponibilizados pela SRU, Nova Covilhã.
É de salientar que, no presente caso de estudo, a informação fornecida pelo caderno de encargos
não era suficiente para se proceder à verificação dos pontos propostos. Um caderno de encargos
deve apresentar as condições gerais (cláusulas jurídicas) e as condições técnicas gerais e especiais.
Neste caso, apenas estavam descritas as condições gerais, pelo que não foi possível a verificação
das condições técnicas, que eram as que mais interessavam conhecer e analisar.

3.2. Análise dos Resultados


Após a aplicação da Check-list, verificou-se que os projetos das diversas especialidades foram bem
executados e apresentavam boa compatibilidade, pois coincidiam em quase todos os pontos de

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

verificação.
A maior incompatibilidade verificada foi ao nível da laje do piso térreo. Os projetos de arquitetura,
térmica e pormenores não coincidem na dimensão da espessura das camadas que constituem a laje
deste piso térreo. No projeto de arquitetura faltava ainda especificar as camadas de
impermeabilização.
Também existia incompatibilidade entre as peças desenhadas da arquitetura e os pormenores quanto
à constituição da laje de cobertura, tanto a nível da espessura das camadas constituintes como,
novamente, nas peças desenhadas da arquitetura não era indicada a camada de impermeabilização.
Outros pontos onde se verificou incompatibilidade foram a inexistência de pormenorização da zona
de pilares no projeto de arquitetura, e a falta de informação, no projeto térmico, sobre as cores das
paredes exteriores. Ainda no projeto térmico, a altura prevista para as vigas não correspondia com a
especificada no projeto de estabilidade.
Quanto à compatibilidade entre o projeto de arquitetura e o projeto de redes prediais de águas e
esgotos, detetaram-se 5 pontos de não conformidade:

- A espessura da camada de enchimento dos pisos é insuficiente para envolver as tubagens


das águas residuais domésticas;
- A distribuição das redes de abastecimento de água para as instalações sanitárias dos três T1
simples não coincidia com as paredes interiores previstas na arquitetura;
- As dimensões dos tubos de queda não estavam especificadas no projeto de redes prediais de
água e esgoto;
- Não foi possível verificar a tubagem de evacuação de fumos na cozinha nem de ventilação
nas instalações sanitárias, devido à falta de informação;
- No mapa de medições, apesar de estar indicada a rede interior de drenagem de águas
residuais, os diâmetros das tubagens não estavam especificados. Esta situação pode-se
tornar um problema quando se fizer a encomenda dos materiais ou na verificação dos
mesmos após a receção em obra.
-
Uma falha grave detetada nesta obra foi a falta de informação fornecida no Caderno de Encargos.
Não se conseguiu verificar nenhum ponto relativo à compatibilidade entre os projetos de
especialidades e o Caderno de Encargos, pois este apresentava apenas as condições gerais. Os
pontos que se pretendiam comparar deviam estar descritos nas condições técnicas, que estavam
ausentes no documento.
Verificou-se que o modelo desenvolvido serviu os objetivos previstos, conseguindo-se identificar
alguns pontos que demonstravam incoerência entre projetos.

4. CONCLUSÃO
Uma vez que não existe um método específico para prever as incompatibilidades entre os diferentes
projetos de especialidades de uma obra, sentiu-se a necessidade de criar um modelo que permitisse
realizar essa função. A aplicação de uma lista de verificação de compatibilidade entre projetos é um
utensílio bastante útil quando se pretende encontrar pontos críticos de divergência entre soluções,
técnicas e materiais previstos.
Através da aplicação de uma lista de verificação conseguem-se detetar problemas de compatibilidade
que só seriam descobertos aquando da execução da obra. Assim, conseguem-se prevenir, antes das
obras terem início, divergências nos projetos, que provocam sempre inconvenientes e atrasos nas
obras, derrapagens de custos, dificuldades de gestão e eventuais conflitos judiciais.
No caso de obras de reabilitação, existe uma maior dificuldade em fazer coincidir todos os projetos
entre si e com a estrutura e arquitetura do edifício existente. O problema da incompatibilidade entre
projetos é acentuado, fazendo com que a aplicação da lista de verificação a este tipo de obras ganhe
ainda maior significado.
O modelo proposto vem abrir o caminho para que sejam desenvolvidos outros métodos de avaliação

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Joana F. M. M. Gomes, João C. G. Lanzinha

da qualidade de projetos em obras de reabilitação, através da sua adaptação e alteração, tentando


aplicá-lo a outros pontos de interesse e de forma a abranger o máximo de aspetos
necessários/desejados.

REFERÊNCIAS
[1] V. Cóias e I. Soares, “A Revisão dos Projetos como Forma de Reduzir os Custos da
Construção e os Encargos da Manutenção de Edifícios”.
[2] D. Ribas e J. Figueiras, “A qualidade do projeto de estruturas de betão em edifícios”,
Ingenium n.º 43, Lisboa, Dezembro 1999.
[3] http://www.revisaodeprojectos.com/, consultado em Maio de 2011.
[4] http://www.oz-diagnostico.pt/_pt/brochuras/C_05.pdf, consultado em Maio de 2011.
[5] J. Gomes, “Reabilitação de Edifícios/Construção Nova – Situação na Beira Interior”,
Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, com orientação do Prof. Doutor João Carlos
Gonçalves Lanzinha, U.B.I., Covilhã, 2011.
[6] J. Gomes e J. Lanzinha, ICEUBI2011-28.2 – “Reabilitação de edifícios/construção nova –
Situação na Beira Interior” in Proceedings (ISBN 978-989-654-079-1) of ICEUBI 2011
International Conference on Engineering UBI2011 – “Innovation and Development”,
http://www.iceubi2011.ubi.pt/ Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior,
Covilhã – Portugal, 28-30 novembro 2011.

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