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RESENHA

REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL E OS LIMITES


DA APLICAÇÃO DO DIREITO

Sumário
1
INTRODUÇÃO............................................................................3
O TEXTO....................................................................................3
CONCLUSÃO.............................................................................5
REFERÊNCIAS..........................................................................6

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Introdução
A reflexão apresentada no decorrer do texto baseia-se numa discussão
entre os autores clássicos como Norberto Bobbio e Max Weber embasado na crítica
marxista ao Direito. O discurso também aborda alguns aspectos relativos aos
problemas concretos de aplicação das leis e a crise do Poder Judiciário no mundo
atual.
No texto é esclarecido que a luta pelos direitos sociais tornou-se uma
bandeira importante ao Serviço Social na América Latina, passando a profissão por
uma nova reconceituação. A partir desse momento instalou-se uma visão crítica da
sociedade no que se refere a posicionamentos referentes à dominação capitalista e
movimentos antiimperialistas.

O texto
Os assistentes sociais têm como preceitos os direitos de cidadania, direitos
estes alcançados pela categoria nos últimos 25 anos. Mas ainda permanece a idéia
de uma justiça emanada por Deus em contraposição à justiça construída pelos
homens. Percebe-se que esses conceitos de direitos sociais e de justiça social ainda
são utilizados como idéias universais.
O direito anteriormente era identificado como estado autocrático e
interpretado como um instrumento de coerção sendo que a idéia de justiça era a
ética de sua profissão. Nesse período a proposta de ação dessa classe era a de um
profissional institucional, embora uma grande parte não institucional estava ligada e
engajada aos movimentos populares. A partir do momento que os movimentos
populares, os sindicatos e os partidos políticos obtiveram status legal o profissional
institucionalizado passa a ser efetivo. Começam a surgir avanços na legislação
social, onde a democracia e o Direito passam a lutar pela defesa de cidadania.
Porém o direito ainda encontra limites em sua legislação bem como
dificuldades de implementação sendo que a aproximação dos assistentes sociais
torna-se de suma importância para debater questões de ordem social e da aplicação
do direito.
Nos dias de hoje verificamos a crise da sociedade contemporânea para
construir e organizar projetos que visam o bem da sociedade que se encontra
impotente. Busca-se enfrentar o neoliberalismo e a social-democracia surge como
forma de lutar pelos direitos de cidadania e democratização da sociedade.
A autora, ao citar José Paulo Netto salienta que a luta pela democracia é de
suma importância para a crise global nos dias de hoje. Porém o neoliberalismo vem
corroendo a democracia nos levando a questionar os limites da política social-
democrata.
A estagnação da economia, o endividamento, o aumento da dívida pública e
o empobrecimento da população estão evidentes na sociedade, devido aos
programas falhos da estabilização monetária. Assim, os direitos sociais e os
sistemas políticos tornam-se defasados.
Nas décadas de 70 e 80, assistimos o movimento pelo fim da ditadura onde
se manifestou a luta pela democratização. Houve reivindicações que pediam o fim
da opressão política e a ampliação dos direitos de cidadania. Tal movimento abriu
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espaço para uma maior expressão dos segmentos populares e, posteriormente, foi
criada a Constituição de 1988. Esta apresentava contradições e conflitos entre os
diversos interesses econômicos e sociais embora tenha proporcionado uma
sensação de vitória aos democratas.
Após esse movimento houve a tendência de levar ao poder partidos socio-
democratas. Entre esses governos, cada um vem apresentando propostas diferentes
como recessão monetária, corte de gastos, etc. A Constituição de 1988 favoreceu
avanços que visaram à ampliação e a garantia dos direitos de cidadania como a
criação do Sistema Único de Saúde, a Lei Orgânica da Assistência Social e o
Estatuto da Criança e do Adolescente. Porém observam-se avanços e retrocessos.
Ao citar os três poderes que constituem o Estado, encontramos aqueles que
buscam e os que não buscam realizar ações sintonizadas com o Estado de Direito.
Compete ao Poder Judiciário interpretar a Lei maior, definindo quem, como e
quando esta é desrespeitada e quais sansões cabem a quem o fizer. É essencial
compreender o poder judiciário para estabelecermos com clareza os reais limites do
Estado de Direito e os caminhos para a ação política.
Observa-se no decorrer da discussão, que as transformações mundiais
estão levando o Judiciário a uma crise reduzindo sua capacidade de colocar em
prática as normas vigentes. Entretanto cresce o número de pessoas buscando o
tribunal de justiça no país. Talvez pelo sentimento de credibilidade na lei levando as
pessoas a irem em busca de seus direitos.
Questiona-se se a doutrina do Direito está corroída devido às dificuldades
apresentadas ao longo dos anos no que se refere aos direitos sociais. Torna-se
importante uma reflexão sobre limites e possibilidades do direito no mundo
capitalista
Para Rousseau um estado regido por leis estabelecidas com a participação
do conjunto da sociedade é necessariamente democrático. Já Max Weber salienta
que o poder legal é aquele que adquire legitimidade quando segue as regras
preestabelecidas. Acredita-se haver um processo de consolidação do direito devido
à aplicação e execução de suas leis.
Já na concepção madura de Karl Marx há uma crítica à possibilidade dele
ser uma forma de expressão democrática como mecanismo essencial de dominação
de classes.
Max Weber, por sua vez, introduz um elemento importante para
complementar essa identificação do Direito com a lei quando apresenta a discussão
da legitimidade. Para ele o poder legal é aquele que adquire legitimidade quando
segue as regras preestabelecidas e:
[...] pressupõe órgãos especificamente destinados à produção
e à contínua modificação destas regras, como são exatamente
os órgãos legislativos, que vão se diferenciando através de um
processo natural de divisão de trabalho dos órgãos do poder
judiciário e administrativo. (BOBBIO E MATTEUCCI: 1988, p.
354)

Marx e de Engels ressaltam que o Direito apresenta-se com uma dominação


e alienação dos homens possibilitando a democracia e a liberdade da humanidade.

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CONCLUSÃO

Fica como discussão aos assistentes sociais a visão da democracia, das leis
e do direito diante do mundo contemporâneo. Considera-se assim que podem-se
descortinar os dilemas, as tensões, as possibilidades e os limites implicados ao
objeto e à incidência do processo de trabalho do Assistente Social na sociedade
contemporânea.
Para tanto, há que se reconhecer o poder do discurso do Serviço Social no
campo jurídico em sua capacidade de apreender e dizer o que é abstraído pela ótica
e pela ética do Direito Liberal.

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REFERÊNCIAS
ALAPANIAN, Silvia. Reflexões sobre o Serviço Social e os limites da aplicação
do Direito.

BOBBIO, N. MATEUCCI, N. e PASQUINO. G. Dicionário de política. Trad. Carmen


C. Varriele et al. Editora Universidade de Brasilia, Brasilia, 1998.

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