RESUMO
Introdução: Diabetes Mellitus é o nome de um respectivo grupo de disfunções crônicas que interrompe o modo
com que o organismo aproveita os alimentos para fabricar a energia necessária para a vida, o qual é uma
modificação no metabolismo dos carboidratos, que também altera lipídeos e proteínas. Neste trabalho
abordaremos o exame de hemoglobina glicada ou glicosilada (HbA1c), realizado nas USF em pessoas com DM,
o exame mostra um “filme” do controle glicêmico em um período de dois a três meses, é medida a porcentagem
de hemoglobina que tem ligações com a glicose. Objetivos: caracterizar portadores de Diabetes Mellitus pelo
programa HIPERDIA, nas variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais dos pacientes diabéticos do
grupo e analisar os escores de conhecimento dos pacientes diabéticos. Método: um estudo descritivo em que
dados serão utilizados dois instrumentos de pesquisa. O primeiro um roteiro de entrevista semiestruturada,
contendo as variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. O segundo instrumento, o questionário
Diabetes Knowledge Questionnarie (DKN-A). Resultados: foram avaliados um total de 153 prontuários de
pacientes pertencentes ao grupo HIPERDIA. Apenas 32% dos pacientes que realizam o exame de hemoglobina
glicada, 75,5% apresentam alteração que varia em uma média 10,34% no HbA1c, entre o ano de 2016 e 2017, e
uma média 8,4% em um segundo exame no ano de 2018. Os escores obtidos no questionário DKN-A, com
pontuação igual ou maior a oito em 75% dos pacientes, indicando alto conhecimento e compreensão da doença
pela maioria deles. Conclusão: o estudo mostra que os pacientes cadastrados no HIPERDIA, ainda não realizam
seus exames com frequência, e, portanto, não estão dentro do padrão esperado, trazendo prejuízo no tratamento
da diabetes mellitus
Descritores: Diabetes mellitus, Conhecimento, Avaliação em Saúde.
ABSTRATC
Introduction: Diabetes Mellitus is the name of a group of chronic dysfunctions that interrupts the way the body
uses food to produce the energy needed for life, which is a modification in the metabolism of carbohydrates,
which also changes lipids and proteins . In this work we will examine the glycated or glycosylated hemoglobin
(HbA1c), performed in FHU in people with DM, the examination shows a "film" of glycemic control in a period
of two to three months, the percentage of hemoglobin that has connections with glucose. Objectives: To
characterize patients with Diabetes Mellitus by the HIPERDIA program in the sociodemographic, clinical and
laboratory variables of the diabetic patients of the group and to analyze the knowledge scores of diabetic
patients. Method: a descriptive study in which data will be used two research instruments. The first one is a
semistructured interview script, containing sociodemographic, clinical and laboratory variables. The second
instrument, the Diabetes Knowledge Questionnaire (DKN-A) questionnaire. Results: a total of 153 medical
records of patients belonging to the HIPERDIA group were evaluated. Only 32% of the patients who underwent
the glycated hemoglobin test, 75.5% present alterations that vary in an average of 10.34% in HbA1c, between
2016 and 2017, and an average 8.4% in a second examination in the year 2018. The scores obtained in the DKN-
A questionnaire, with scores equal to or greater than eight in 75% of the patients, indicating a high knowledge
and understanding of the disease by most of them. Conclusion: the study shows that patients enrolled in
HIPERDIA, still do not perform their examinations frequently, and therefore, are not within the expected
standard, leading to impairment in the treatment of diabetes mellitus
Descriptors: Diabetes mellitus, Knowledge, Health Assessment.
MÉTODO
Estudo descritivo, desenvolvido em uma Unidade da Saúde da Família em um
município do noroeste paulista. Avaliados 49 prontuários de pacientes portadores de Diabetes
Mellitus, acompanhados pelo programa HIPERDIA, os dados foram coletados no mês de
julho de 2018.
Para a coleta de dados utilizamos dois instrumentos, um roteiro de entrevista
semiestruturada, contendo as variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais e o
questionário Diabetes Knowledge Questionnarie (DKN-A) constituído de 15 itens de resposta
de múltipla escolha acerca de diferentes aspectos relacionados ao conhecimento geral do
diabetes. A escala de medida é de 0-15 e cada item é aferido com escore um para resposta
correta e zero para incorreta. Um escore maior que oito indica conhecimento sobre o diabetes.
Os dados serão coletados em duas etapas. Na primeira foram analisados os prontuários
dos portadores de diabetes que realizam acompanhamento no grupo HIPERDIA. Na segunda
etapa aplicado o questionário do DKN-A. Para segunda etapa os pacientes foram abordados
em suas casas, com agendamento prévio, a pesquisadora apresentara o tema e os objetivos do
estudo, e os que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) e após preencherão um questionário. O estudo foi aprovado pelo CEP do
Centro Universitário Padre Albino (UNIFIPA) sob o parecer nº 2.805.492.
RESULTADOS
Foram avaliados um total de 153 prontuários de pacientes pertencentes ao grupo
HIPERDIA. Desse total, apenas 49 possuíam dados suficientes para serem classificados,
apresentando o exame de hemoglobina glicada, HbA1c, representando 32% da amostra total,
desses 45% do sexo masculino e 55% do sexo feminino. Observando-se um baixo número de
pacientes que realizam o tratamento para Diabetes mellitus.
Entretanto nota-se que dos 32% dos pacientes que realizam o exame, 75,5%
apresentam alteração que varia em uma média 10,34% no HbA1c, entre o ano de 2016 e 2017,
e uma média 8,4% em segundo exame no ano de 2018 representados no gráfico 1. Portanto é
possível observar uma melhora significativa de um exame para o outro, mesmo que esteja
acima do ideal esperado que seria até 7%. Observou-se ainda, gráfico 2, nesse mesmo período
o exame de Glicemia de Jejum que na primeira média apresentou o valor de 187mg/dl
aproximadamente e na segunda 173mg/dl aproximadamente, também com notável melhora,
porém o valor esperado seria 126mg/dl.
A média de idade analisada ficou na casa dos 60 anos com 38,6% de prevalência e
26,5% entre pessoas com 50 anos. Entre os 45% dos homens relacionados 86% apresenta
alteração no exame e pouca frequência nas consultas fornecidas pelo programa, enquanto que
entre as 55% das mulheres relacionadas apenas 66% apresenta alteração, mas com maior
frequência nas consultas. A Figura evidencia a relação direta entre o aumento da idade e o
crescimento na prevalência de DM com glicemia de jejum alterada, assim como do HbA1c.
ESCORE DKN-A
2
25%
1
75%
DISCUSSÃO
Neste presente estudo é possível notar um bom escore dos entrevistados, em
concordância com pesquisa realizada em Ribeirão Preto 2009, em que 78,05% dos pacientes
entrevistados obtiveram uma escore acima de oito, este também foi feito em uma faixa etária
de 61 anos, com maioria de mulheres, e ainda ressaltou que a maioria dos entrevistados tinhas
até anos de estudo.12
Com relação ao acompanhamento do portador de Diabetes Mellitus, existe um estudo
que mostra um grupo de pacientes que foram submetidos a um questionário antes e depois de
serem implementados no Programa de Educação sobre Diabetes, com notória evolução dos
pacientes, nesse caso a informação ajudou no tratamento.13
Em contrapartida em este estudo, uma pesquisa relacionando que o aumento do
conhecimento reflete em uma aquisição de habilidades e autocuidado para seu tratamento,
mostrou que quando os pacientes começaram a ser melhor instruídos pelos profissionais de
saúde, ficaram mais atenciosos com seus cuidados diários.14
CONCLUSÃO
No presente estudo, verificou-se que a maioria dos pacientes diabéticos que são
acompanhados pelo programa HIPERDIA, apresentam um bom conhecimento e atitude
positiva sobre o DM, refletida pela pontuação dos questionários. Estes achados indicam a
importância de serem realizados estudos na condição do “mundo real”, fornecendo subsídios
para os profissionais intensificarem a educação em saúde a esta população de maior risco. No
entanto, diferente dos nossos achados, o exame de hemoglobina glicada pouco é realizado, tão
pouco ainda é realizado com a devida frequência.
Nota-se que muitos pacientes não aparecem em suas consultas regularmente sendo
assim não tem um tratamento adequado. Já entre os pacientes que apresentaram estar em dia
com seus exames ainda assim é possível ver resultados alterados, ou seja, mesmo com
acompanhamento existe dificuldade de controlar a glicemia.
Estes resultados permitem inferir que nem sempre o conhecimento leva à mudança na
atitude e que indivíduos com DM necessitam de um melhor monitoramento em seu
tratamento. Uma abordagem compartilhada entre paciente e profissional de saúde poderá
suprir as lacunas de conhecimento e de enfrentamento dos pacientes diabéticos. Permanece o
desafio para os educadores em saúde frente às peculiaridades do processo de ensino-
aprendizagem de indivíduos adultos, com vistas a garantir intervenções efetivas que
favoreçam a incorporação do autocuidado para o manejo da doença.
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Gestão e Custos – PNGC – Saúde
da Família – Estratégia Saúde da Família – ESF.2018
3. Silva CA. et al. Hipertensão em uma unidade de saúde do SUS: orientação para o
autocuidado. Rev. Baiana de Saúde Pública. 2008:30(1):10.
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Disponível em: https://www.unimed.coop.br/-/unimed-catanduva-diabetes-esta-entre-
as-doencas-que-mais-matam-no-mundo. Acesso em: 27 abril 2018.
9. Assunção MCF, Santos IS, Gigante DP. Atenção primária em diabetes no Sul do
Brasil: estrutura, processo e resultado.1999. Universidade Federal de Pelotas. RS.
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10. Oliveira KCS, Zanetti ML. Conhecimento e atitude de usuários com diabetes mellitus
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http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/3575/art_OLIVEIRA_Conhecime
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Acesso em: 20 maio 2018.
11. Rodrigues FFL. Conhecimento e atitude de usuários com diabetes mellitus em uma
Unidade Básica Distrital de Saúde de Ribeirão Preto -SP. 2011. 121 f. Dissertação
(Mestre) - Curso de Enfermagem, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011.Disponível em
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18072011-105441/en.php.
Acesso em: 30 maio. 2018.
12. Rodrigues FFL. Zanetti M. Santos MA. Martins TA. Sousa VD. Teixeira C.S.
Knowledge and atitude: important components in diabetes education. Rev. Latino-Am.
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13. Otero LM. Zanetti ML. Ogrizio MD KNOWLEDGE OF Diabetic patients about their
disease before and after implementing a diabets education program. Rev Latino-am
Enfermagem 2008 março-abril; 16(2):2317.