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[UFPA/ITEC/FEQ/DISC.

Química Analítica Experimental/Professora: Samira Carvalho/Colaboradora: Vitória Roma


(Química do LPA)]

MATERIAL DE APOIO No 02 – Utilização de balanças em laboratório químico.

1. OBJETIVOS

Manusear de maneira apropriada balanças utilizadas em Laboratório Químico.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Uma das mais comuns e importantes operações de laboratório é a determinação de massa
ou “pesagem”. O termo pesagem se refere à medida de massa de um corpo que é feita por
comparação com massas conhecidas, com a utilização de balanças.
Geralmente, as palavras massa e peso são utilizadas como sinônimas, mas na realidade têm
significados diferentes. A Massa é uma propriedade intrínseca do corpo, não varia conforme o
local onde ele se encontre, independe da posição do corpo na terra. Ela é escalar e sua unidade
no sistema internacional de unidades (SI) é o quilograma (kg). O Peso é o efeito da força da
gravidade da terra sobre a massa do corpo e depende de sua localização geográfica, já que a
força da gravidade varia com a latitude e a altitude. Assim, o peso do corpo não é constante
como a massa. O peso é expresso em unidade de força, que no Sistema Internacional (SI) é o
Newton (N). A relação entre o peso e a massa do corpo é expressa pela relação (F = M x g).
Onde: F, força da gravidade com que o corpo é atraído para a terra ou peso do corpo; M, massa
do corpo; g, aceleração da gravidade local.

BALANÇA ELETRÔNICA:
As balanças eletrônicas surgiram na década de 70. Uma balança analítica eletrônica
moderna fornece velocidade e facilidade de uso. Por exemplo, controlam-se as funções por
simples toques numa barra de controle. Numa posição da barra liga-se e desliga-se o
instrumento, numa outra posição, calibra-se automaticamente a balança usando um peso padrão e
numa terceira posição, realiza-se a tara, com ou sem um objeto no prato. Dados confiáveis de
pesagem são obtidos com pouca ou nenhuma prática de uso.
A operação em uma única etapa permite a leitura, em um visor digital, da massa do objeto
colocado no prato. A maior parte das balanças possui o recurso da tara, que permite compensar a
massa do recipiente, permitindo a leitura direta da massa do material adicionado. Elas
incorporam um sistema interno de calibração de pesos, mas recomenda-se comparar as leituras
contra uma série de pesos calibrados.

BALANÇAS DE USO GERAL:


São as balanças de uso mais comum no laboratório, usualmente apresentam o prato para
colocação de amostras exposto, mas é recomendável este ser protegido por uma simples caixa,
pois leves correntes de ar podem tornar instável o valor lido, ou até induzir a um erro de leitura.

BALANÇAS ANALÍTICAS OU DE PRECISÃO:


São as de uso mais restrito, especialmente na determinação de massas em análises
químicas de determinação da quantidade absoluta ou relativa de um ou mais constituintes de uma
amostra, usualmente apresentam o prato para colocação de amostras protegido por portinholas de
vidro corrediças, pois leves ou até imperceptíveis correntes de ar podem levar instabilidade ao
valor lido, ou até induzir a um grande erro de leitura. Devido à necessidade de precisão das
medidas efetuadas, estas devem ter salas específicas para sua manipulação, com condições
ambientais controladas (temperatura, ventilação, umidade,...), bem como observadas as
condições da rede elétrica de fornecer voltagem dentro dos limites de tolerância especificados no
manual de cada modelo.

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A balança analítica de precisão (como também é conhecida) faz parte dos modelos de
balanças para laboratório utilizadas para determinar as massas em análises químicas, com alta
precisão. Destinadas a mensurar: líquidos e sólidos, com segurança podendo ser usadas em
laboratórios de controle de qualidade, farmácia de manipulação, indústria de manipulação,
indústria alimentícia, farmacêutica, química e cosmética.
Em estabelecimentos de comércio de produtos para laboratórios encontra-se também a
balança semi-analítica. A diferença entre a Balança Analítica e a Balança Semi-Analítica é o
grau de precisão na pesagem. Uma Balança Analítica pode pesar com precisão (carga máxima)
de até quatro casas decimais (sensibilidade de 0,1 mg ou 0,0001 g; 0,1 µg ou 0,00001g),
enquanto a Balança Semi-Analítica pesa com precisão até 1 mg ou 0,001g.
A maioria das análises químicas requer uma balança analítica para obtenção de massas
com elevada precisão. As balanças semi-analíticas são também usadas para medidas de massas,
cujos resultados não necessite de confiabilidade crítica.

3. CUIDADOS GERAIS COM BALANÇAS DE LABORATÓRIOS


O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um instrumento de alto
custo e de grande sensibilidade.
A balança analítica deve ser instalada em um ambiente fora do laboratório para evitar a
ação de gases e vapores corrosivos sobre a mesma. O ideal é que seja instalada numa sala
climatizada. A balança deve ficar apoiada sobre uma superfície plana e firme que permita o seu
nivelamento e a proteção de vibrações;
Observe as seguintes regras gerais para se trabalhar com uma balança (analítica),
independentemente de sua marca ou modelo:

a) Mantenha a balança no seu lugar;


b) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança;
c) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à temperatura ambiente;
d) Sempre espere que um objeto quente volte à temperatura ambiente, antes de pesá-lo;
e) Mantenha a balança em local onde a vibração, mudanças bruscas de temperatura ou de
umidade e movimento do ar sejam mínimos;
f) Mantenha a balança limpíssima. Uma escova de pelo de camelo é útil para a remoção de
material derrubado ou poeira;
g) Proteja a balança contra corrosão. Objetos a serem colocados no prato devem ser de metais
não-reativos, plásticos não-reativos e materiais vítreos (vidro, porcelana, entre outros);
h) Consulte o seu professor se a balança precisar de ajustes;
i) Centre o objeto no prato da melhor forma possível;
j) Antes de se efetuar a operação de pesagem é necessário zerar a balança;
l) Nunca coloque qualquer objeto diretamente sobre a balança. Líquidos e sólidos, em pó ou
granulado, devem ser mantidos em algum recipiente seco, previamente pesado (tarado) e à
temperatura ambiente. Se, durante a pesagem, o material for passível de interagir com a
atmosfera (evaporação, oxidação, absorção de umidade) o frasco deve ser fechado;
m) Execute todas as operações com movimentos suaves e cuidadosos;
n) Use pinças e espátulas; nunca use os dedos para manusear os objetos e substâncias, que estão
sendo pesadas;

4. FONTES DE ERROS EM PESAGENS:


a) Efeitos de Flutuação: este erro tem sua origem na diferença da força de flutuação exercida
pelo meio (ar) sobre o objeto e sobre os pesos. Assim é importante que a balança fique em um
lugar reservado e durante a pesagem é necessário que as portas das balanças estejam fechadas.

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b) Fixação de Umidade: todo material exposto ao ar adsorve umidade sobre sua superfície. A
quantidade de umidade adsorvida depende dos seguintes fatores: natureza do material, superfície
exposta, tempo de exposição, umidade relativa do ar e temperatura.
A umidade adsorvida é eliminada por aquecimento em estufa a 110 ºC durante 1 - 2 horas. A
umidade adsorvida durante a pesagem dos recipientes de vidro ou porcelana é desprezível. No
caso de substâncias, a umidade adquirida durante a operação de pesagem só será significativa
quando a substância for bastante higroscópica. Com a maioria das substâncias, entretanto, a
umidade adsorvida durante a pesagem é desprezível se a operação é feita rapidamente.
c) Eletrificação dos Recipientes: recipientes de vidro, porcelana ou outro material isolante
adquirem carga de eletricidade estática quando são esfregados com um pano. Quando um
recipiente com carga estática é colocado no prato da balança vai ocorrer repulsão ou atração do
mesmo, dependendo do tipo de carga presente, o que causará erro na pesagem. Esse efeito só é
importante em ambientes onde a umidade relativa é baixa (< 45 %).
d) Efeitos de temperatura: o ato de se pesar um objeto cuja temperatura seja diferente de seu
ambiente provoca um erro significativo na medida. Não deixar tempo suficiente para que um
objeto aquecido volte à temperatura ambiente é a principal fonte deste problema. Erros devidos a
diferenças em temperatura têm origens: 1) o ar do interior da balança torna-se aquecido e cria
correntes de convecção que tendem a causar efeitos de flutuação no prato e no objeto fazendo
assim com que o peso do objeto seja menor do que o real; 2) ar quente preso num frasco fechado
pesa menos que o mesmo volume a temperatura mais baixa e 3) por outro lado, o aquecimento
do prato e outras partes da balança causa dilatação dos materiais, o que também ocasionará erro
na pesagem.
Ambos os efeitos provocam uma menor massa aparente do objeto. Este erro pode ser de
até 10 a 15 mg para um cadinho de porcelana, por exemplo. Portanto, objetos aquecidos devem
sempre ser resfriados a temperatura ambiente, antes de serem pesados.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

5.1. DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS (Gravimetria por volatilização)


1. Lavar um pesa-filtro e colocar na estufa à 105 ± 5 oC durante uma hora;
2. Transferir para um dessecador, deixar esfriar por 30 minutos e pesar;
3. Voltar à estufa e após 15 minutos colocar no dessecador, deixar esfriar por 15 minutos, pesar
novamente. Repetir a operação até peso constante;
4. Anotar o peso do pesa-filtro (TARA DO CADINHO);
5. Pesar analiticamente 2,0 g da amostra no cadinho tarado;
6. Anotar o peso do pesa-filtro com a amostra;
7. Colocar na estufa à 105 ± 5 oC durante duas horas;
8. Transferir para o dessecador, deixar esfriar por 30 minutos e pesar;
9. Voltar à estufa e após 15 minutos colocar no dessecador por 15 minutos e pesar novamente
Repetir a operação até peso constante;
10. Anotar o peso do pesa-filtro com a amostra desidratada.
11. Determinar a percentagem de água na amostra.

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