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ARTIGO ORIGINAL / RESEARCH REPORT / ARTÍCULO

Tendências de Tecnologia de Informação na Gestão da Saúde


Trends of Information Technology in Health Management
Tendencias de la Tecnología de la Información en la Gerencia de Salud
Luis Hernan Contreras Pinochet*

RESUMO: O problema com o gerenciamento da informação tem sido ainda mais dificultado devido a um exponencial aumento na quan-
tidade de dados a serem gerenciados, no número de profissionais que controlam os processos e nas demandas para acesso em tempo
real. O custo para lidar com a informação nos hospitais também tem representado o principal fator para o uso de computadores, na
tentativa de fornecer mais dados com menor custo. Nesse sentido, faz-se necessário um posicionamento estratégico das organizações
da área da saúde para o tratamento dos recursos informacionais, bem como a escolha de uma ferramenta de Tecnologia de Informação
capaz de trazer os benefícios esperados para essas organizações. Portanto, o objetivo deste trabalho foi apresentar, de forma ampla, as
novas tendências de Tecnologia de Informação emergentes que estão trazendo benefícios diretos e indiretos para a Gestão da Saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia da Informação. Gestão em Saúde. Gerenciamento de Informação.
ABSTRACT: The problem affecting information management has become ever more difficult due to the exponential increase in the
amount of data to be managed, in the number of professionals who control the processes and in the demands for real time access. The
costs to deal with information in hospitals also have become the main factor for the use of computers, in the attempt to supply more
with lesser costs. Because of this, a strategic positioning of organizations of the health area as regards the treatment of informational
resources becomes necessary, as well as the choice of a tool of Information Technology capable to bring to these organizations the
expected benefits. Therefore, the objective of this work was to present, in a broad way, the new emergent trends of Information Tech-
nology that are bringing direct and indirect benefits to Health Management.
KEYWORDS: Information Technology. Health Management. Information Management.
RESUMEN: El problema que afecta a la gestión de la información es siempre más difícil debido al aumento exponencial en la cantidad
de datos a ser manejados, en el número de profesionales que controlen los procesos y en las demandas para el acceso en tiempo real.
Los costes de ocuparse de la información en hospitales también se han convertido en el factor principal del uso de computadoras, en
la tentativa de suministrar más con pocos costes. Debido a esto, una colocación estratégica de las organizaciones del área de salud en
lo que concierne al tratamiento de recursos informativos llega a ser necesaria, así como la opción por una herramienta de tecnología
de la información capaz de traer a estas organizaciones las ventajas previstas. Por lo tanto, el objetivo de este trabajo era presentar, de
manera amplia, las nuevas tendencias emergentes de la tecnología de la información que están trayendo ventajas directas e indirectas
a la gerencia de salud.
PALABRAS-LLAVE: Tecnología de la Información. Gestión en Salud. Gestión de la Información.

Introdução prescrição, relatório de resultados e de qualquer empresa, mas, no caso


sistemas de prevenção. dos hospitais, essa combinação po-
A era da informação não dei- Segundo Hannan, Ball, Edwar- de ser uma questão de sobrevivên-
xou a área da saúde à margem. ds, começamos a presenciar o ad- cia. A situação do sistema de saúde
De fato, a tecnologia ultrapassou vento de registros eletrônicos de brasileiro exige cuidados especiais.
o processamento-padrão de da- saúde em muitos países. Além dis- Com o crescimento dos gastos em
dos para funções administrativas so, os sistemas de informação estão saúde, resultado da adoção de alta
comuns em todas as organizações, sendo mais amplamente usados no tecnologia para diagnóstico, e alto
tais como recursos humanos, fo- apoio à saúde da população e nas índice de desperdício, o segmento
lhas de pagamento, sistemas de atividades de saúde pública rela- enfrenta dificuldades para equili-
contabilidade, entre outros, e agora cionados à prevenção e promoção brar as contas.
desempenha um papel fundamen- de saúde, controle de doenças, vi- Seja na área pública, reconhe-
tal tanto no cuidado ao paciente, na gilância e monitoramento1. cidamente carente, ou na privada,
interpretação do eletrocardiogra- Reduzir custos e aumentar a em que as operadoras de planos de
ma, como em escalas de trabalho, eficiência é uma busca constante saúde reclamam das perdas conta-

* Doutor em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – EAESP/FGV. Coordenador e Professor do curso de graduação em
Administração do Centro Universitário São Camilo-SP. E-mail: adm@saocamilo-sp.br

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bilizadas, não há dúvidas de que é nhecimento e mais souber aplicá-lo concorrentes e substitutos) e obter
preciso rever processos e investir para desenvolver novas oportuni- retorno sobre o investimento5.
em tecnologias capazes de aumen- dades de negócios4. Oliveira complementa definin-
tar o controle e melhorar a quali- Considerando essas diversas do estratégia como um caminho,
dade da assistência. abordagens, a informação e o seu maneira ou ação, estabelecida e
Nos ambientes hospitalares, é adequado gerenciamento consti- adequada para alcançar os resulta-
frequente que se encontrem cente- tuem, atualmente, fatores críti- dos da empresa, representados por
nas de aplicações diferentes e que, cos de sucesso para as empresas. seus objetivos, desafios e metas6.
além disso, os softwares de infor- Na realidade atual, a informação Moura relaciona a estratégia com
matização hospitalar sejam geral- o conjunto de decisões que são to-
abarca uma série de aspectos, con-
mente complexos, de alto custo e madas visando definir a direção a
siderados imprescindíveis ao pro-
de difícil desenvolvimento e imple- ser seguida para se posicionar fren-
cesso de gestão, e sua importância
mentação. Assim, faz-se necessá- te ao ambiente7. Para McGee, Pru-
rio um posicionamento estratégico está fundamentada nos seguintes
aspectos: a informação vem sendo sak, o gerenciamento estratégico
das organizações da área da saúde
considerada cada vez mais a base da informação implica considerar
para o tratamento dos recursos in-
da competição; a informação é con- três questões: a necessidade de se
formacionais, bem como a escolha
siderada como um dos principais definir uma estratégia; a capacidade
de uma ferramenta de Tecnologia
recursos da empresa, devendo ser para compreender e executar a estra-
de Informação capaz de trazer os
gerenciada com a mesma preocu- tégia definida; e a capacidade para
benefícios esperados para essas or-
pação que os recursos tradicionais integrar definição e execução de forma
ganizações.
(finanças, materiais, pessoas, entre efetiva.
outros); a obtenção de informações À medida que a integração da
Importância da Gestão de estratégia e sua execução tornam-
do ambiente e do desempenho e da
Informação -se o desafio organizacional mais
realidade da organização são con-
importante, o papel da informa-
Segundo Spinola, Pessôa, a dições estratégicas para o tempo
ção como uma ferramenta essen-
informação é uma ferramenta presente; a informação é a base do
poderosa para uma organização, cial para chegar a essa integração
processo de tomada de decisões
pois, por meio dela, pode-se ter o torna-se mais claro. Ao focalizar a
e o instrumento de comunicação
domínio dos diversos parâmetros informação, as empresas poderão
e desdobramento de objetivos;
que regem a sua dinâmica. Nos sis- abordar a forma pela qual serão ca-
o registro de dados relacionados
temas empresariais, a informação pazes de obter desempenho supe-
aos fatos, processos e atividades
é reconhecida como o recurso mais rior e transformar a estratégia em
da empresa possibilita a obtenção
importante para a tomada de deci- alguma coisa concreta e operativa.
de informação e é a essência do
sões, sendo necessário haver uma Essa abordagem de definição,
controle; a informação é a base do
malha de informações abrangendo execução e integração para se tra-
conhecimento, e o uso do conheci- tar a estratégia oferece três pers-
diversos aspectos técnico-científi- mento é uma condição necessária
cos, administrativos, mercadológi- pectivas relativas à informação a
para o sucesso da empresa. serem examinadas: Informação e
cos, econômicos, legais, ambientais
e políticos2. definição da Estratégia – a informa-
Segundo McGee, Prusak, as in- Informação como Recurso ção sobre o ambiente competitivo
formações constituem um impor- Estratégico e sobre a organização atual auxilia
tante insumo estratégico, capaz de os executivos a identificarem tanto
influenciar o negócio da empresa, Porter destaca que a essência da as ameaças quanto as oportunida-
tornando-se cada vez mais a base formulação de uma estratégia es- des para a empresa e cria o cená-
para a competição3. tá em relacionar a empresa ao seu rio para uma resposta competitiva
A informação, segundo Swee- ambiente. Define estratégia com- mais eficaz. A informação funciona
ney, representa um recurso de vi- petitiva como o conjunto de ações também como um recurso essen-
tal importância para o sucesso das defensivas ou ofensivas para criar cial para a definição de estratégias
organizações, pois uma empresa uma posição sustentável no merca- alternativas; Informação e execução
será mais competitiva quanto mais do e poder enfrentar as cinco forças da Estratégia – a TI propicia novas
se destacar na exploração e no uso competitivas (clientes, fornecedo- alternativas para elaboração de
da informação para geração de co- res, concorrentes diretos, novos processos que criam e oferecem

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produtos e serviços. A informação que a tecnologia implantada surta de a informatização das empresas
representa uma das ferramentas efeitos positivos em ambientes re- integrando suas áreas internas,
mais importantes e maleáveis a estruturados para um novo modo passando por redes de clientes e
serem utilizadas pelos executivos de atuação12. fornecedores, até as tecnologias
para diferenciar produtos e servi- Assim, a adoção de tecnologia, de ponta, como utilização de equi-
ços. Em alguns casos, a informação em particular dos sistemas de infor- pamentos sem fio, telemedicina,
é o próprio produto; Informação e mação, se destaca como elemento prontuário eletrônico, entre ou-
Integração – o feedback da informa- integrador e útil para promover a tros, vêm acelerando cada vez mais
ção sobre desempenho é essencial reestruturação das organizações. esse setor, de uma forma nunca ob-
para a criação de uma organização Aplicações bem concebidas de servada anteriormente13.
flexível no qual existe um cons- Tecnologia de Informação permi- Seybold, Tapscott, Kim, Mau-
tante “aprendizado”, que imedia- tiriam às empresas se tornarem borgne consideram que a cada dia
tamente implementa a realização mais planas com a eliminação de cresce o índice de informação e co-
estratégica de seus objetivos quan- camadas gerenciais, sendo que a nhecimento entre os agentes que
do esses se tornam ineficazes. própria Tecnologia de Informação compõem o ambiente competitivo
Campos, Teixeira verificaram é um importante elemento na re- do mercado: concorrência, com-
que, entre os recursos tecnológi- estruturação não só de processos de pradores e fornecedores. E com isso
cos, a Tecnologia de Informação – negócios, mas de toda a empresa. se altera constantemente o poder
complexo tecnológico que envolve Outro fator relevante a se con- de negociação entre eles14,15,16. Ob-
computadores, software, redes de siderar é em que medida a tecno- serva-se uma mudança nas carac-
comunicação eletrônica públicas logia influencia e é influenciada terísticas da disputa mercadológica.
e privadas, rede digital de serviços pela ação das pessoas. São vários Os concorrentes estão se trans-
de telecomunicações, protocolos os grupos de interesse – acionistas,
formando, o foco da disputa tam-
de transmissão de dados e outros empregados de diversos níveis,
bém já não é tão evidente, novas
serviços8 – vem sendo apontada, fornecedores, parceiros de negócio
regras aparecem e desaparecem do
segundo Marcovitch9, como im- e clientes – atuantes nas organiza-
dia para a noite. Produtos substi-
portante fator para potencializar ções. Congregar os desejos desses
tutos e novos entrantes derrubam
o desenvolvimento dos processos grupos não é tarefa fácil, ainda
barreiras de entrada e assumem
produtivos e da gestão das organi- mais quando as fronteiras das or-
posições importantes em algumas
zações segundo Santos, Vieira10. ganizações estão se tornando cada
áreas graças aos efeitos dessa eco-
Logo, a Tecnologia de Infor- dia mais tênues, não havendo mais
mação cumpre papel significativo, separações claras entre os agentes nomia digital.
ao ser utilizada como recurso para internos (recursos humanos) e os A Tecnologia da Informação,
subsidiar a administração geral das externos (clientes, fornecedores, e por sua vez, entre outras especifi-
firmas, quando: a) fornece elemen- concorrentes). cidades, permite redução nos cus-
tos para a definição de estratégias No setor da Saúde no Brasil, es- tos de transação, abrindo caminhos
empresariais; b) apoia gestores no sa mudança é ainda maior; novos para novas parcerias entre empre-
acompanhamento dos negócios; c) entrantes, tanto domésticos como sas e, consequentemente, novas
promove maior rapidez na comu- internacionais, se apresentam sob formas de abordar o mercado mu-
nicação interna e com fornecedores as mais diversas formas de negó- dando o ambiente competitivo.
e clientes; d) agiliza tarefas buro- cios, principalmente com parcerias Nesse contexto, se observa, por
cráticas; e) facilita a execução de estratégicas, aumentando ainda um lado, o problema de perda de
atividades administrativas; f) ajuda mais a competição em um am- competitividade e mortalidade de
na gestão da produção. biente já altamente competitivo. algumas empresas, mas, por outro,
Várias pesquisas sobre a relação Novos modelos de negócios vêm uma infinidade de oportunidades
entre tecnologia e organizações sendo desenvolvidos buscando so- sendo criadas aos mais inovadores,
têm sido empreendidas desde a luções que focam a eficiência e a mudando a geografia dos negócios
década de 1960, segundo Gerwin eficácia em relação ao desempenho nos mais variados setores.
apud Roberts e Grabowski 11. A no mercado. A hipótese para esse fenômeno
partir delas, muitas questões foram Segundo Oliveira, Spinola, a é a de que a Tecnologia da Infor-
levantadas. Tapscott, Caston ressal- Tecnologia de Informação tem sido mação ora oferece maior eficiência
tam que são necessárias mudanças um dos maiores impulsionadores para as empresas em relação à re-
nos processos organizacionais para desse processo de mudança. Des- dução de custos, segundo Laurin-

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do, ora possibilita maior eficácia, pel hoje é controlado pelas empre- tentativa de fornecer mais dados
elevando seu valor ou permitindo sas com base em políticas de uso com menor custo.
novas formas de valor aos clientes racional de impressão e de cons- Hannan, Ball, Edwards verifica-
em geral e, com isso, propiciando cientização dos funcionários, de ram que os sistemas de informação
a entrada de empresas em novos modo a implantar uma cultura no em uso na área da saúde podem ser
mercados e, ao mesmo tempo, processo de impressão. Incluem- genericamente classificados em três
contribuindo com sua sustentabi- -se, também: o uso de inteligência tipos1:
lidade17. artificial ou sistemas de tomada O primeiro é composto de sis-
Assim, entender como as em-
de decisão no apoio à aplicação de temas limitados quanto ao obje-
presas têm se comportado perante
processos específicos; o emprego tivo e ao escopo. O mais comum
as tendências da nova economia
de sistemas computacionais no es- é o sistema isolado (stand-alone)
deverá contribuir para que se co-
nheça o impacto da tecnologia da tabelecimento e na distribuição de direcionado a uma área espe-
informação e seus desdobramen- equipes multiprofissionais em um cífica de aplicação. Exemplos
tos, alterando o ambiente compe- hospital ou em uma organização de são aqueles dedicados para
titivo das empresas. saúde; a utilização de computado- calcular a carga horária dos
res para orientação ao paciente; a enfermeiros, que vários hospi-
aplicação de aprendizagem auxi- tais possuem. Nos hospitais, os
O uso dos recursos de
liada por computador no ensino e sistemas incluídos nesse grupo
Tecnologia de Informação na pesquisa; e o uso de Sistemas de são direcionados a laboratórios,
na Saúde Informação Hospitalar (SIH) para controle financeiro, radiologia,
fornecer uma estrutura que faci- eletrocardiografia, controle de
A Tecnologia de Informação lite a comunicação da informação funções pulmonares, sistema
também pode ser utilizada como dentro dos setores hospitalares. Em de farmácia e nutrição. Na área
uma potencial ferramenta para essência, o SIH é um sistema de co- da saúde pública, os sistemas de
as políticas de responsabilidade municação entre os departamentos imunização podem ser conside-
ambiental dos diferentes tipos de (por exemplo: nutrição, enferma- rados como outro bom exem-
negócio na área da saúde, colabo- rias, farmácia, laboratórios), sen- plo dessa categoria.
rando para o uso racional dos re- do também um sistema central de O segundo tipo é composto
cursos e para a redução dos custos. informação para o recebimento, de sistema de informação hos-
Dentre eles, destaca-se que pode separação, transmissão, armaze- pitalar, que, com frequência,
se efetivar a contribuição na pre- namento e recuperação da infor- consiste de uma rede de co-
servação do meio ambiente em mação, bem como fornecimento municação, um componente
relação a: (a) redução do consumo de informação no formato que seja clínico e um componente admi-
de energia – mediante a substitui- mais útil ao usuário. nistrativo e financeiro. O com-
ção de servidores, com menores O gerenciamento da informa- ponente geral de comunicação
dimensões e maior capacidade de ção em setores hospitalares e áreas integra essas três grandes partes
processamento. A utilização de afins é um componente essencial em um sistema de informação
equipamentos eletrônicos com a no processo de prestação de cuida- mais coeso. Um sistema típico
“virtualização” dos servidores per- dos ao paciente. O problema com de informação hospitalar nessa
mite que vários equipamentos pos- o gerenciamento da informação categoria possibilita ter termi-
sam substituir um único, gerando tem sido ainda mais dificultado de- nais de computadores em cada
redução no consumo de energia. A vido a um exponencial aumento posto de enfermagem, assim
substituição dos monitores CRT pe- na quantidade de dados a serem como terminais que estão ou
los monitores de Plasma, LCD, LED gerenciados, no número de profis- podem ser acessados em cada
e agora Amoled permite uma redu- sionais que controlam os processos área do hospital. Os terminais
ção de mais de 70% de energia; e e nas demandas para acesso em são unidos por meio de um ou
(b) redução do consumo de papel tempo real. O custo para lidar com mais computadores de grande
– a virtualização das informações a informação nos hospitais também porte, que podem estar no lo-
possibilitou o uso cada vez maior tem representado o principal fator cal ou fora dele. Em geral, são
dos computadores, e o uso de pa- para o uso de computadores, na direcionados para a prestação

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de cuidado intensivo e organi- nam as redundâncias nos exames complexa na estrutura da aplicação
zados de acordo com as funções e a necessidade de estabelecer mais e na retenção de dados.
dos departamentos. de uma vez diagnósticos, fornecen- Um exemplo disso é o total
O uso do terceiro tipo, siste- do maior ciência sobre os medica- de integração de informação que
mas corporativos de informação mentos que o paciente está usando existe, proveniente de um labora-
em saúde, está em expansão e uma melhor comunicação entre tório, da radiologia, da farmácia e
nos ambientes de saúde. Tais todos os profissionais envolvidos dos registros médicos, que, por sua
sistemas capturam e armaze- com o cuidado ao paciente. Entre vez, interagem com o serviço de
nam informações mais comple- as principais funções dos SIHs que enfermagem, comunicando desde
tas, provenientes da assistência podem ser mencionadas, relacio- a prescrição até os resultados de
à saúde contínua realizada por nam-se: reconhecer as unidades exames.
diferentes organizações, usan- que estão enviando e recebendo O desenvolvimento de siste-
do um modelo integrado de informações, formatar todas as mas de gerenciamento de bases de
prestação de serviços. Esses mensagens e gerenciar suas respec- dados para a prestação de cuida-
registros são capturados e de- tivas rotas; validar, verificar e edi- dos ao paciente foi um imperativo
positados em diversos tipos de tar cada mensagem para garantir a para que diversas áreas dentro dos
mídia, incluindo som, imagem, qualidade; controlar toda necessi- hospitais pudessem explorar plena-
animação e impressão. Os regis- dade de hardware e software para o mente os recursos tecnológicos. Os
tros podem ser armazenados de desempenho das atividades men- sistemas gerenciais podem auxiliar
modo central, em um formato cionadas anteriormente; montar no atendimento das seguintes me-
total e abstrato, usando a abor- tas: (1) reduzir a redundância e/ou
a transação de dados e estabelecer
dagem dos data warehouse – sis- duplicidade de dados; (2) fornecer
comunicação com diversas áreas
temas que realizam tratamento dados com qualidade; (3) manter a
administrativas.
de dados armazenados. Como integridade de dados; (4) proteger
De forma gradual, os SIHs evo-
alternativa, esses registros po- a segurança de dados; (5) propor-
luíram com a rede de comunicação
dem ser fisicamente armaze- cionar uma interface relativamente
que unia terminais e os aparelhos
nados no ponto de captura e mais acessível com avanços da
de controle, que emitiam informa-
ligados a um registro virtual, tecnologia; e (6) facilitar o acesso
ção nos pontos-chave de prestação
que será unido somente quan- a uma única base de dados para
de cuidados ao paciente e nas áreas diversas aplicações, podendo ser
do for solicitado para atender à
demanda dos cuidados. Esses de serviço a uma unidade central utilizadas por múltiplos usuários.
sistemas são caracterizados por de processamento, que coordena- No segmento da saúde, gra-
focar o paciente que está rece- va todas as atividades essenciais de ças à evolução da Tecnologia da
bendo o cuidado, em diversos atendimento ao paciente. Informação, da Tecnologia de
setores (por exemplo, ambula- A diferença entre os sistemas Diagnóstico e da Biotecnologia, os
tório, unidade de tratamento que eram enquadrados nessa ca- exemplos são ainda mais fascinan-
intensivo, internação de longa tegoria não é a forma de comu- tes: os equipamentos de diagnósti-
permanência), com uma estru- nicação, mas a complexidade da cos estão cada vez mais precisos e
tura comum e organizada. integração de suas funções de apli- menos invasivos, fazendo parte do
Um pressuposto implícito no cação. Certos sistemas possuem dia a dia das instituições de saúde;
desenvolvimento de um SIH é condições mais sofisticadas do que equipamentos de laboratório es-
a habilidade de fornecer o dado outros para validar, verificar, edi- tão conectados em uma linha de
completo, exato e no momento tar, formatar e documentar. Alguns produção controlada por compu-
adequado para que a pessoa que respondem mais rapidamente e tadores que não necessitam de in-
esteja prestando a assistência possa oferecem melhor qualidade de vi- tervenção humana e são capazes de
desempenhar sua tarefa com maior sualização. Essas variações são di- processar os resultados em menos
qualidade e com melhor razão cus- ferenças a serem consideradas nos tempo e com uma menor margem
to/benefício. O fundamento de tal aspectos de apresentação e comu- de erro; a telemedicina já permite
pressuposto é dado pela simples nicação do sistema. Outros forne- que intervenções cirúrgicas ou
observação: esses sistemas elimi- cem capacidade de integração mais análises sejam feitas a quilômetros

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de distância entre o médico/cirur- o foco das maiores inovações, per- A adaptabilidade dos ERP a di-
gião e seus pacientes; hoje temos meia toda a organização e vai além, ferentes tipos de empresas advém
conceitos como e-paciente, e-mé- estabelecendo uma nova dinâmica dos processos de configurações
dico, e-gerente, e-provedor e mui- de relacionamento com todos os (customização) do sistema – diver-
tos outros em decorrência das redes participantes desse mercado. sas tabelas que associam processos
virtuais presentes no ambiente da a procedimentos (rotinas de pro-
internet; a sequência genética na Sistemas Integrados na gramas). Conforme esses processos
análise de alguns vírus atualmente Gestão da Saúde e procedimentos requeridos pela
é feita em até poucos dias; a nano- empresa constem dessas tabelas, o
tecnologia, em plena expansão, Muitas organizações da área ERP terá maior ou menor nível de
em uma velocidade inimaginável, da saúde, como hospitais, labo- adesão à forma de ser e trabalhar da
aponta para possíveis tratamentos ratórios, operadoras de plano de empresa. Quanto maior for a ade-
de doenças em pontos específicos saúde, entre outras, buscam paco- são de uma solução de ERP, me-
do organismo humano; a biotec- tes de softwares para seus negócios nores serão as adaptações a serem
nologia, com as células-tronco, traz com o objetivo de permitir a suas feitas durante o processo de custo-
a promessa de reparação de órgãos empresas automatizar e integrar a mização e menores serão o tempo
humanos ou tecidos danificados. maioria de seus processos de ne- e o custo de implementação. Essas
Diante desses grandes avanços gócios, compartilhar práticas e da- adaptações são feitas com pro-
tecnológicos, pode-se deduzir que dos comuns por toda a empresa e gramas de computador que, após
tanto as pessoas quanto as organi- produzir e acessar informações em executarem os procedimentos,
zações da área da saúde terão como tempo real. disponibilizam os dados para que
benefício uma grande evolução e Esse tipo de sistema integra- o ERP os processe.
transformação. A realidade, no do de gestão é denominado ERP Dentre os principais fatores mo-
entanto, poderá se mostrar con- (Enterprise Resource Planning) e tivadores que levam as organiza-
trária a essa dedução. A evolução caracteriza-se basicamente por in- ções da área da saúde a implantar
e transformação esperadas virão tegrar diferentes áreas da organi- um sistema de ERP, destacam-se: o
para as organizações que tiverem a zação em uma única aplicação, ou estratégico, a legislação e a tecno-
capacidade de gerenciar com com- seja, um único sistema com a visão logia. O primeiro está relacionado
petência e eficiência suas tecno- de processos de negócio, e não mais à melhoria de competitividade e
logias e o ciclo de vida, externos e a visão departamentalizada que a lucratividade, enquanto o segun-
internos, garantindo, dessa forma, precedeu. do refere-se às exigências legais
vantagem competitiva e conquista Tenório identificou que os que a organização deve cumprir e
de mercado. ERP contêm diferentes módulos que não estão sendo contempladas
O fato é que os avanços tecno- por área funcional ou processo, pelas aplicações atuais. Já o fator
lógicos, em especial em TI, nos mais trabalhando de forma integrada tecnologia está relacionado ao ob-
diversos setores, exigem um alto e geralmente em tempo real. Os soletismo – tecnologias ultrapassa-
investimento, têm um custo ope- sistemas integrados de gestão, ex- das tornam-se economicamente
racional e de manutenção altos e pressão maior do uso da TI, com- inviáveis de serem mantidas.
tornam-se obsoletos rapidamente. põem um fenômeno recente no Souza, Zwicker verificaram
É por isso que uma gestão compe- panorama empresarial. Eles podem que benefícios prometidos com a
tente, que compreenda a dinâmica ser aplicados praticamente a qual- implantação do ERP são bastante
desse cenário e que tome decisões quer empresa, devido a sua grande tentadores, embora nem sempre a
assertivas alinhadas às estratégias adaptabilidade18. realidade seja tão agradável. Esses
de curto e longo prazo da organi- Geralmente, para as organiza- benefícios, em geral, representam
zação, é fundamental. ções da área da saúde que atuam maior possibilidade de controle dos
Nesse cenário, a gestão da no setor de serviços, são imple- processos, atualização tecnológica,
Tecnologia de Informação nas or- mentados módulos específicos de redução dos custos de informática,
ganizações hospitalares tem pa- sistemas integrados para a redução retorno de investimento e acesso a
pel determinante, uma vez que a de custos e aumento da competi- informações de qualidade em tem-
Tecnologia de Informação é hoje tividade. po real para tomada de decisão19.

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No Quadro 1, são apresentadas Prontuário Eletrônico do Eletrônicos dos Pacientes (PEPs)


de forma cronológica algumas das Paciente mais modernos também possuem
grandes mudanças na Tecnologia características multimídia, ou seja,
de Informação na área da saúde Segundo Siqueira, o prontuá- podem incorporar imagens médi-
que estão impulsionando os hos- rio do paciente é o nodo principal cas, sons e sinais fisiológicos, além
pitais a se tornarem unidades de da atenção médica em todas as or- de textos. Assim, a tendência é de
negócios, nos quais os sistemas de ganizações de saúde. Assim, sua que desapareçam o papel e o fil-
gerenciamento integrado das in- informatização é fundamental20. me, e que a totalidade dos dados
formações administrativas e clíni- Ele consiste basicamente de um coletados sobre os pacientes possa
cas, como ERPs, HIS e RIS/PACS, software e de um conjunto de ban- ser incorporada ao prontuário. É o
tornam-se ferramentas funda- co de dados inter-relacionados que chamado paperless hospital. Embo-
mentais. permitem armazenar, recuperar e ra a implantação de um PEP seja
analisar todos os dados clínicos ge- um processo muitas vezes de alto
Tecnologias emergentes na rados pela passagem do paciente investimento, demorado e com-
no sistema de saúde, como identi- plexo, gradativamente os hospitais
Saúde
ficação, sintomas, sinais, resultados estão começando a adotá-lo. Diver-
A seguir são apresentadas algu- de exames, vacinações, medica- sas empresas já oferecem sistemas
mas tecnologias emergentes que mentos, cirurgias, atendimentos de PEP integrados aos Sistemas de
estão contribuindo para a área da ambulatoriais, internações, entre Informação Hospitalar (SIH) ou
saúde. outros. A maioria dos Prontuários para a informatização da saúde

Quadro 1. Cronologia das principais mudanças de Tecnologia de Informação na Saúde


Ano Tecnologia Descrição

1992 HIS (Hospital Information System) Primeiros ERPs clínicos começam a ser utilizados no Brasil

Profissionais de saúde começam a prescrever informações


1998 Prescrição Eletrônica do Médico
do paciente

2000 Portal de Informações Gerenciais (2ª fase do HIS)


Hospitais começam a utilizar informações geradas pelos
2002 BI – Business Inteligence
ERPs de forma estratégica para o negócio

PACS – Picture Archiving and Instituições armazenam e gerenciam seus exames de


2003
Communication Systems diagnóstico por imagem de forma eletrônica

2007 BSC – Balanced Score Card Hospitais adotam ferramentas para medir desempenho

ERPs são integrados ao setor de farmácia com objetivo


2007 Farmácia sem papel de otimizar processos e aumentar segurança na
dispensação de medicamentos

Uso de tecnologia móvel dentro e fora das instituições


2008 Mobilidade
de saúde

2009 Certificação Digital Método traz mais segurança para a prescrição eletrônica

Automação de processos reduz custo operacional e


2010 Tecnologia sem papel melhora o desempenho das equipes assistenciais e
administrativas dos hospitais

Integração de informação entre redes de hospitais, Data


2011 3ª fase do HIS
Center, EaDsil
Fonte: Adaptado da MV.

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pública. Devido à sua importância gais nos últimos anos, o que favo- abrange um leque de tecnologias,
e à possibilidade de erros afetarem rece a criação de novos negócios e traz para a área da saúde questões
o paciente, na maioria dos países, a expansão de oportunidades para como a sustentabilidade, os negó-
os softwares de PEP têm de passar empresas especializadas na área de cios a partir da análise de cenários
por um processo de certificação de tecnologia de informação focadas e cruzamentos eficiente dos dados
qualidade e aderência a princípios em saúde. O segmento de saúde, de atendimento, sazonalidade e
básicos de segurança e confiden- no Brasil, tem a chance de tornar- fluxos financeiros. Contribui com
cialidade. Com o auxílio de tecno- -se, da mesma forma que o setor a sustentabilidade, pois faz parte do
logias de Inteligência Artificial aos financeiro, um usuário de ponta conceito estratégico do Business In-
bancos de dados clínicos, os médi- e com soluções de Tecnologias de telligence, que otimiza a inteligência
cos e enfermeiros podem utilizá-los Informação e Comunicação inova- em relação aos seus stakeholders.
para tomar decisões baseadas na si- doras e de excelência reconhecida Esse conceito também possibi-
tuação particular de um paciente, mundialmente. lita a redução do tempo de resul-
por exemplo, para selecionar o me- tados de exames e automatiza os
lhor antibiótico economizando cus- BI (Business Intelligence) processos para geração de relató-
tos em medicamentos e, ao mesmo rios. Integra diversas tecnologias,
tempo, diminuindo a mortalidade O BI (Business Intelligence) é uma como banco de dados, Data Wa-
e a duração da internação hospita- solução que apoia praticamente rehouse, Data Mart, Data Mining,
lar. O prontuário eletrônico é con- todos os processos da empresa. As OLAP, ETL, ERPs, soluções wBI,
siderado o passo fundamental para informações gerenciais e os indica- WAP, por e-mail ou SMS, que pos-
um processo de gestão clínica efi- dores necessários para a tomada de sibilitam também um maior geren-
ciente. Isso implica armazenamen- decisão saem de sistemas que inte- ciamento no controle de materiais,
to e acesso a dados em tempo real gram a solução fazendo o alinha- para que não ocorram desperdícios.
e de forma segura, tanto por parte mento com o negócio. Segundo Essas tecnologias também possibi-
dos hospitais e clínicas, quanto pe- Kalakota, Robins, o BI é conhecido litam a análise multidimensional
los pacientes. É a saúde também se como um conjunto de aplicações (MDA) de várias categorias ou di-
mensões, para que o usuário sin-
rendendo ao mundo da comuni- projetadas para organizar e estru-
tetize informações do seu negócio
cação em rede. A partida está sen- turar dados de transação de uma
visualizando relatórios comparati-
do dada em várias frentes, tanto empresa de forma que possam
vos, personalizados, ou por meio
no setor público, quanto privado. ser analisados a fim de beneficiar
de análises históricas e projeções.
E embora exista um descompasso as operações e o suporte às deci-
Essas análises podem auxiliar os
nesses tempos, o que se espera no sões da empresa21. O BI também é
executivos a identificar os com-
futuro é uma integração dos dois uma tecnologia que permite que
portamentos de pacientes para que
mundos. O desafio não é só dos as empresas organizem enormes
possam ser tomadas ações preven-
hospitais, clínicas, seguradoras e quantidades de dados, de forma
tivas ou corretivas, dado que são
governo, mas também dos for- rápida, meticulosa e com aguçada apresentados onde estão localiza-
necedores de soluções e serviços. precisão analítica, para uma me- dos os problemas ou se há algo a
Primeiro, porque estamos falando lhor tomada de decisões. Ela pode ser redefinido no planejamento. O
de soluções especializadas. Segun- ser adotada para atingir muitas conceito de Business Intelligence per-
do, porque o grande “comprador” metas, tais como novas oportuni- mite, de forma ampla, a interação
dessas soluções não é a área de TI dades, auxiliar em uma visão mais do tomador de decisões.
apenas, mas principalmente a área profunda do consumidor, aumen-
usuária, isto é, médicos que diri- tar as vendas, reduzir os custos, Cartões inteligentes
gem a gestão clínica e hospitalar. ajustar orçamentos, entre outros. (smart cards)
Hoje, são poucas as soluções de Também pode substituir relató-
prontuário eletrônico presentes no rios e procedimentos de relatos Outra maneira de implemen-
mercado, porque, de forma geral, estáticos por relatórios dinâmicos tar o PEP é o uso dos cartões inte-
o setor da saúde vem passando por e em tempo real, permitindo que ligentes, usados para armazenar
diversas mudanças tecnológicas, as ações sejam realizadas a qual- informações demográficas e clí-
também apoiadas por aspectos le- quer momento. Esse conceito, que nicas sobre os pacientes de forma

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mais descentralizada. Eles podem lulares, câmeras digitais de foto- acessados via internet. Uma das
ser de três tipos: magnéticos, com grafia e vídeo. O futuro das redes inovações é que o certificado di-
chip (circuitos integrados) ou óp- e tecnologias sem fio é promissor, gital é a chave privativa do médi-
ticos. Os cartões de menor capaci- pois estão promovendo a con- co, que possibilita ao profissional
dade contêm um conjunto mínimo vergência entre telefonia celular assinar digitalmente o prontuário
de dados sobre o paciente, como (smartphones) e computação móvel eletrônico do paciente – PEP. Os
pessoais e civis, diagnósticos prin- (PDAs com comunicação), além de médicos podem, inclusive, con-
cipais, alergias, tipo sanguíneo, viabilizar redes digitais de área local sultar sua agenda por meio do site
plano de saúde, entre outros. Os e de área ampla de alto desempe- da instituição de saúde. Isso per-
de maior capacidade podem conter nho, graças às novas tecnologias mite à instituição trabalhar para
um prontuário completo, inclusive Wi-Max e OFDM. A convergência implementação do conceito pa-
com imagens médicas digitalizadas permitirá também que usuários perless, com base no qual todos os
e resultados de exames. O cartão sem computadores naveguem na processos se dão eletronicamen-
pode ser lido e gravado usando- internet, recebam e enviem correio te, evitando ocupação de espaços
-se um periférico especial ligado ao eletrônico e utilizem programas com arquivos, gastos com papel,
computador do médico do hospital. em sistemas Java descarregados impressão, preservação dos docu-
Tem, ainda, a grande vantagem de em aparelhos celulares. Outra ten- mentos, entre outros. A certificação
centralizar todas as informações dência de mobilidade que se firma comprova a identidade da empresa
médicas sobre um paciente em um cada vez mais pelas conveniências nas transações online e oferece se-
único lugar. que oferece são os computadores gurança nas trocas eletrônicas de
portáteis (palmtops) e agendas ele- documentos e pagamentos, sendo
Tecnologias sem fio e trônicas computadorizadas (PDAs). totalmente assimilada nas opera-
computação móvel Seu poder computacional apro- ções de faturamento entre hospi-
xima-se gradativamente ao dos tais, operadoras de planos de saúde,
Essa tecnologia abre caminho melhores microcomputadores e por meio do padrão TISS da ANS.
para o surgimento de milhares de notebooks, com a vantagem da por- As normas de validação jurídica da
redes internas em hospitais. Acom- tabilidade e da conectividade sem assinatura eletrônica em saúde se-
panhando essa evolução tecnoló- fio. Há muitas aplicações para es- guem a Resolução No. 1821/2007,
gica, há muitas aplicações para as sas plataformas móveis na área da do Conselho Federal de Medicina,
plataformas móveis que vêm sur- saúde. Palmtops com livros digitais e determinam os critérios para a
gindo na área da saúde. Terminais (e-books) médicos para fins de re- aceitação em procedimentos mé-
portáteis dão acesso ao Sistema ferencia rápida, softwares de cálculo dicos. O CFM – Conselho Federal
de Informação Hospitalar, de mo- e de apoio à decisão são usados uni- de Medicina – e a SBIS – Sociedade
do que os médicos e enfermeiros versalmente, hoje em dia, por di- Brasileira de Informática em Saúde
possam acessar o PEP (Prontuário versos estudantes e profissionais da – certificam os Sistemas de Regis-
Eletrônico do Paciente) de qual- saúde. Aplicações em telemedicina, tro Eletrônico de Saúde. Com essa
quer ponto do hospital, introduzir usando principalmente telefones tecnologia, os hospitais podem uti-
dados, preencher pedidos e prescri- celulares de terceira geração, dota- lizar os prontuários eletrônicos sem
ções, e assim por diante. Também dos de câmaras de vídeo, teclados a necessidade de imprimi-los. A
são tecnologias que abrem cami- e telas parecidas com a de desktops, principal diferença entre assinatura
nho para o surgimento de milhares permitem realizar videoconferên- digital e certificado digital é que o
de redes internas em hospitais, com cias, entre outras. último é criptografado, garantindo
a redução dos preços das estações a autenticidade e evitando a fraude.
radiobase (access point) e das placas Certificação digital A interoperabilidade entre os siste-
e dispositivos de acesso (clientes). mas e a adaptação às certificações
A tecnologia Bluetooth também A Certificação Digital é um ser- digitais para uso administrativo e
permitiu o desenvolvimento de viço referente à solução de Prontu- assistencial tornam-se recomen-
muitos tipos novos de periféricos ário Eletrônico do Paciente (PEP). dadas, uma vez que entidades de
e enlaces de comunicação entre Os dados históricos do paciente qualidade como ONA – Organiza-
equipamentos de informática, ce- ficam armazenados e podem ser ção Nacional de Acreditação – e a

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Joint Comission exigem uma gestão Arquivamento e Comunicação de acompanhamento domiciliar. Por
apurada em seus processos. Imagens). Assim, o médico pode outro lado, ao contrário de outros
visualizar o resultado do exame da setores, nos quais a tecnologia ge-
Sistema de imagem digital imagem sem necessidade de reve- ralmente é atualizada, no segmen-
lação do filme, instantaneamente, to de saúde ela é agregada. Ou seja,
O Sistema de imagem digital, em qualquer ponto do hospital. a adoção de um novo método ou
além de dispensar os filmes foto- Uma tendência mais recente per- equipamento não necessariamente
gráficos, uma de suas primeiras mite também disponibilizar as ima- elimina os antigos. A consequên-
aplicações desenvolvidas foi a re- gens na Web para serem visitadas cia disso é um processo contínuo
construção tridimensional (3D) pelos médicos em qualquer lugar de “encarecimento” dos serviços.
de determinadas partes do orga- do mundo. Um dos principais res- Para reverter o quadro, nada me-
nismo. Usando técnicas especiais ponsáveis pela grande difusão da lhor que oferecer ao cliente servi-
de software, obtém-se uma ima- radiologia digital e dos PACS foi ços que correspondam exatamente
gem realista, com sombreamento a adoção de padrões mundiais de às suas necessidades, deixando os
e perspectiva, que pode ser girada comunicação digital para imagens grandes hospitais livres para os
dinamicamente em várias direções, médicas, como o DICOM (Digital procedimentos mais urgentes ou
dando a sensação espacial deseja- Imaging and Communication in Me- complexos. A informática e as te-
da. Outra vantagem é a obtenção dicine). lecomunicações estão unidas para
e o processamento das chamadas o desenvolvimento tecnológico e
imagens funcionais. A velha ra- A internet na saúde social do setor da saúde. A promes-
diografia de raios-X mostra ima- sa da telemedicina, que possibilita
gens essencialmente anatômicas. O volume e variedade de in- desde o tratamento e acompanha-
Conseguiu-se desenvolver sistemas formações disponíveis na inter- mento médico até a Educação a
capazes de mostrar em grande de- net sobre assuntos relacionados à Distância (EaD) de pacientes e de
talhe e de forma dinâmica o me- medicina e à saúde são imensos e profissionais, reflete na redução de
tabolismo celular, a distribuição e não param de crescer. A internet custos operacionais e na eficiência
movimentação de substâncias en- oferece não apenas os tipos de in- no atendimento em hospitais, clí-
dógenas, o fluxo sanguíneo, a sín- formação médica presentes nos nicas e planos de saúde.
tese celular e muitas outras coisas. meios tradicionais impressos, mas
Os dois procedimentos diagnósti- também outros meios digitais, Telemedicina
cos mais relevantes nessa área são como gravações de áudio e vídeo,
atualmente o PET (Positron Emis- desenhos animados, imagens e tex- Entende-se por telemedicina
sion Tomography) e a Ressonância tos interativos. A internet possui qualquer tipo de aplicação da área
Magnética Funcional (fMRI). Am- recursos de informação e interação médica que utiliza uma infraes-
bos são capazes de mapear, com de relativamente fácil usabilidade trutura de telecomunicação para
impressionante precisão, o local e acesso, e introduz mudanças im- transmissão de dados. As infor-
de uma alteração funcional, bem portantes na educação, pesquisa mações são utilizadas basicamen-
como quantificá-la. Atualmente, e assistência, que passou a ser in- te para medidas assistencialistas
há sistemas comerciais que combi- dispensável para os “modernos” e preventivas, que vão desde um
nam imagens de várias modalida- profissionais da área da saúde. Os simples esclarecimento de dúvidas
des, de modo a obter o melhor de pacientes podem ter acesso de for- pelo telefone até o atendimento
cada uma. Talvez o maior benefício ma mais ágil as mesmas fontes de médico em um local com pou-
de trabalhar apenas com imagens informação primária e secundária cos recursos, em que a segunda
médicas digitais seja que, a partir de seus médicos, dentistas, labo- opinião de um especialista por
de uma rede própria do hospital, ratórios, entre outros serviços. A videoconferência representa um
interligada por cabos ópticos de internet e o acesso em banda larga diferencial. Para os hospitais, o uso
alta velocidade, é possível montar acabaram com a necessidade dos da telemedicina pode acarretar na
uma Intranet de alto desempenho, médicos de estarem em seus con- redução dos custos operacionais e
o chamado PACS (Picture Archiving sultórios para acessar os dados dos no aumento da eficiência e rapidez
and Communication ou Sistemas de pacientes, facilitando a consulta e o dos diagnósticos, pois, com a digi-

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talização dos exames, por exemplo, de planos de saúde e prestadores de outros). Sendo assim, a Agência
o médico pode ter acesso, pela web, serviços – aí estão incluídos hospi- Nacional de Saúde Suplementar
às imagens, traçando rapidamente tais e médicos –, tem movimentado publicou, no dia 13 de novembro,
o diagnóstico. A telemedicina per- o setor. O projeto estabelece a auto- a Instrução Normativa No. 38,
mite a realização de ações médicas matização da troca de documentos que determina que as operadoras
à distância. Uma de suas aplicações entre os prestadores de serviços de de plano privado de assistência à
mais frequentes são nas Unidades saúde e as operadoras e tem como saúde e prestadores de serviços de
de Atenção Primária à Saúde, onde objetivo aumentar a eficiência saúde deverão obrigatoriamente
buscam outras instituições médi- do sistema de saúde suplementar adotar a TUSS para codificação de
cas de referência para uma segun- criando uma base de informações procedimentos médicos. A TUSS
da opinião médica, consultorias sobre o setor que permita ter indi- é resultado do trabalho conjunto
e trocas de informações. Outras cadores de saúde em nível nacio- feito pela equipe técnica da AMB
aplicações da telemedicina são: nal. Essa tecnologia poderá auxiliar e da ANS, com os integrantes do
discussões de casos clínicos, auxílio na definição de políticas de pre- Comitê de Padronização das In-
diagnóstico, assistência a pacientes venção. A questão da segurança
formações em Saúde Suplementar
crônicos, idosos e gestantes de al- também é delicada, pois as infor-
(COPISS). Esse grupo definiu, por
to risco, assim como na assistência mações dos pacientes são sigilosas e
consenso, que a terminologia a ser
direta ao paciente em sua casa, por é preciso garantir a integridade dos
utilizada como base para constru-
meio da visita domiciliar realizada dados. Isso sem falar do aspecto
ção dos procedimentos médicos da
pelo médico do Programa Saúde da cultural, uma vez que os médicos
TUSS seria a CBHPM, gerenciada
Família. ainda apresentam certa resistência
ao uso de tecnologia. Com o TISS, pela AMB.
TISS (Troca de Informação em autorizações de procedimentos, or-
Redes sociais
Saúde Suplementar) e TUSS dens de pagamentos e processos de
(Terminologia Unificada da glosas – termo usado quando uma
Saúde Suplementar) As ferramentas de microblog
cobrança é questionada pela opera-
incluem, na web, novos públicos e
dora e o prestador precisa justificar geram oportunidades para as áreas
O projeto da Agência Nacional para receber pelo procedimento – de marketing institucional na área
de Saúde Suplementar (ANS) re- são transmitidos eletronicamente. da saúde. Muitas organizações
presentou a integração entre ope- No mercado de planos de saúde, procuram estabelecer relaciona-
radoras e prestadores de serviços, o como resultado de sua grande frag- mentos nas redes sociais como
que deve impulsionar a informati- mentação, sempre coexistiram um tipo de tendência de mercado.
zação da área. Esse foi um impor- múltiplas terminologias (tabelas), A área da saúde ganha ao estabe-
tante passo para criar a cultura de criadas por operadoras e presta- lecer vínculos com seu potencial
TI dentro dos hospitais. Os custos cliente, visando alcançar seus in-
dores para solução de problemas
teresses, com dados de medicina
elevados dos sistemas muitas vezes locais. O gerenciamento, o mapea- preventiva, orientações e eventos.
inibem as iniciativas, mas a difusão mento e o controle de versões des- O contato com o público possibilita
da tecnologia deve viabilizar a que- sas tabelas mostram-se aquém do informações mais rápidas, por meio
da dos preços da solução. Os custos necessário para um ambiente de de posts, além da possibilidade do
associados à aquisição e implemen- intercâmbio eletrônico de dados acompanhamento de jornalistas.
tação de sistemas de informação e comprometem a interoperabili- Entretanto, as redes sociais de-
ainda é elevado para a maioria das dade entre os diversos sistemas de mandam investimentos humanos
organizações de saúde. A expecta- informação. Durante o processo e dedicação nas atualizações cons-
tantes. As redes sociais permitem
tiva é que apareçam novas soluções de implementação do Padrão para
na área da saúde a aproximação
tecnológicas que possibilitem a Troca de Informação em Saúde Su- de profissionais da saúde, cientis-
oferta de sistemas de primeira linha plementar (TISS), tornou-se evi- tas, instituições e até ex-pacientes
a custos reduzidos. A resolução pu- dente a necessidade de adoção de – portanto, as redes sociais podem
blicada pela ANS, que estabeleceu uma terminologia clínica comum ser percebidas como um ativo in-
um padrão obrigatório para a troca a todos os atores do mercado (hos- tangível valioso para as organiza-
de informações entre operadoras pitais, médicos, laboratórios, entre ções.

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Conclusões e considerações mentava substancialmente o custo dicina de grupo, entre outros. Essa
do atendimento. diversidade obriga cada organiza-
Agora, o uso da tecnologia, ção estabelecer processos diferentes
Os diferentes modelos de ne-
principalmente no que se refere às que refletem em soluções diferen-
gócios na área da saúde estão pos-
possibilidades de parcerias e conse- tes. Entretanto, a padronização
sibilitando que se desenvolvam os quente redução de custos de tran- pode ser considerada uma questão
mais variados tipos de estratégias sação, permite ganhos importantes de sobrevivência para proporcio-
de negócios, oferecendo, cada vez em eficiência, gerindo a demanda nar a continuidade do modelo de
mais, versatilidade e funcionali- dos pacientes de forma racional e negócio da área da saúde, e o setor
dade, principalmente utilizando a responsável, inclusive com atendi- já sabe disso e busca esses padrões,
ferramenta internet. As empresas mentos preventivos. Pelo lado da principalmente para a comunica-
estão realizando transações de for- eficácia, ou seja, entre outros fato- ção e troca de informações.
ma mais eficiente e eficaz, e esse res, ótica do usuário, o avanço foi O padrão também é importante
fato vem causando um processo importante, pois se observa a ques- no avanço de práticas de gestão,
crescente de obsolescência dos tão dos cuidados com a saúde e não como o uso do prontuário eletrô-
negócios consolidados no setor da com doença, diferença importante nico, porque o histórico médico,
saúde. em um cenário em que se fala de como propriedade de cada pessoa,
O setor da saúde, que é um tra- qualidade de vida e longevidade. deve ser hospedado e gerenciado
dicional usuário da tecnologia no O modelo de negócio da saúde por cada instituição em um pa-
sentido de aprimorar as técnicas de brasileira ainda é muito complexo drão que seja acessado por todos
diagnóstico e solução dos proble- porque, além dos universos com e, principalmente, pelo paciente.
mas médicos, está diante de uma uma visão macro (saúde pública, Portanto, o prontuário eletrônico
grande novidade: antes, a tecnolo- suplementar e complementar), o representa o acesso à informação e,
gia, apesar de aumentar a resoluti- cenário ainda tem vários nichos de a partir disso, a área da saúde como
bilidade, ou seja, resolver os casos mercado diferentes, como hospitais um todo tem mais capacidade de
médicos de forma mais efetiva, no que pertencem às operadoras de reduzir custos e desperdícios, além
atendimento aos pacientes, au- saúde, cooperativas médicas, me- de garantir a vida.

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Recebido em 19 de abril de 2011


Versão atualizada 26 de maio de 2011
Aprovado em 15 de junho de 2011

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