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OAB SATELITÁRIO SÁBADO CENTRO

DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR: ADILSON
DATA: 10/07/2010

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Anulação também chamada de invalidação: Ocorrerá quando o


ato for ilegal e não pode ser convalidado.
A anulação opera efeitos “ex tunc” – retroage, sendo realizada
pela Administração ou pelo Poder Judiciário.

Revogação: Ocorrerá quando o ato for legal, porém


inconveniente e inoportuno ao interesse público.
A revogação opera efeito “ex nunc” não retroage, sendo
utilizada pela Administração já que o poder judiciário não revoga a atos
editados pela Administração.

ATENÇÃO: O Poder Judiciário não interfere no mérito dos atos


administrativos da Administração, salvo em casos de ilegalidade.
Ler: arts. 53, 54 e 55 da Lei 9.784/991.

BENS PÚBLICOS

São todos aqueles que pertençam às pessoas jurídicas de


direito públicos. Também são considerados públicos os bens que
pertençam as pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras de
serviços públicos, desde que afetados ao serviço público prestado.

Classificação (art. 99, CC)2

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Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
2 Art. 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,
estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou
real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

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Bem de Uso Comum do Povo: São aqueles utilizados por toda


a coletividade indistintamente, sendo normalmente bens abertos. Ex:
ruas, praias;

Bem de Uso Especial: são aquele que tem uma destinação


específica, sendo normalmente utilizados na prestação de serviços
públicos ou atividade de interesse público. Ex. hospitais, escolas.

OBS: Os bens de uso comum e os de uso especial estão


afetados e integram o patrimônio indisponível do Estado, pelo menos
enquanto mantiverem tais características.

Bens Dominicais – São aqueles que não tem qualquer


destinação pública, seja porque nunca tiveram, seja porque perderam a
destinação que tinha. Ex: terras devolutas, terrenos da marinha, etc.

OBS: Os bens dominicais estão desafetados e integram o


patrimônio disponível do Estado, desde que seguidos os requisitos
legais, tais como:
a) avaliação prévia
b) interesse público
c) realização de licitação, etc.
Arts. 17 da Lei 8.666/93.

OBS: A OAB segue o posicionamento de que o não uso de um


bem público não resulta em sua desafetação tácita automática. Neste
sentido para se desafetar um bem seria necessário uma lei, um ato
administrativo ou a ocorrência de um fato, ex. terremoto.

Atributos dos bens públicos (características)

Impenhorabilidade: Os bens públicos não podem ser


penhorados, inclusive os dominicais.

São basicamente duas fundamentações:

1) A penhora de um bem público poderia em certa medida


prejudicar a prestação do serviço público.

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2) Não adiantaria penhorar um bem público, vez que ele não


poderia ser levado a hasta pública, ou seja, não poderia ser leiloado ou
praceado (para imóveis).

Imprescritibilidade: Os bens públicos não podem ser objetos de


usucapião, (também chamado de prescrição aquisitiva).

Inalienabilidade: Os bens públicos não podem ser objetos de


alienação, porém é atributo de caráter relativo, pois se o bem for
desafetado e seguido os requisitos da lei poderá ser alienado.

Vejamos tais requisitos:

Para bens imóveis Para bens móveis

*Autorização legislativa Interesse público


*Interesse público Avaliação prévia
Avaliação prévia Licitação (em regra na modalidade
Licitação (em regra modalidade leilão).
concorrência.

Não oneráveis: Os bens públicos não podem ser dados em


garantia nos negócios firmados pela administração, logo não podem ser
hipotecados e empenhados.

Uso do Bem Público pelo Particular com Exclusividade


a) Autorização e Permissão de uso: São atos administrativo
unilateral, discricionário e precário (sem prazo determinado e sem
indenização), pelos quais o poder público confere ao particular o uso de
bem público com exclusividade.

AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO
* Visa preferencialmente o * Visa o interesse públicos
interesse do particular;
* Pode haver licitação no caso de
* Não há Licitação; vários interessados;

* Exemplo: interdição temporária * Espaço público utilizado pela


de uma via pública para realização banca de jornal, pelo ponto de
de festa junina táxis, pela barraca do feirante

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b) Concessão de uso: É o contrato administrativo pelo qual o


poder público atribui a particular o uso de bem público com
exclusividade, para que seja dado ao bem a destinação prevista em
contrato.
Exemplo: O funcionamento de um restaurante no interior de
aeroportos.

OBS: Na concessão de uso é necessária a realização de prévia


licitação.

FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA


PROPRIEDADE PRIVADA

DESAPROPRIAÇÃO

É o ato compulsório do poder público que declara um bem


móvel ou imóvel público ou privado como sendo de utilidade pública ou
de interesse social (Lei 4.132/62 - moradia, zona rural, campo) ou
utilidade pública (Decreto nº. 3365/41), mas sempre de acordo com o
interesse público.

Toda e qualquer desapropriação deve estar fundada no


interesse público, caso o contrário estará viciada pelo desvio de
finalidade ( aqui chamado de tredestinação ilícita).

Neste caso o particular poderá ingressar em juízo com a ação


de retrocessão visando desfazer a desapropriação. Neste caso, o bem
pode retornar ao seu proprietário, mas este terá de que devolver ao
poder público o valor atualizado do bem.
É importante lembrar que se for dado ao bem desapropriado
outra destinação, mais está também atende ao interesse público
(tredestinação lícita) não será cabível a propositura de ação de
retrocessão. Ex: a administração desapropria para construir uma escola,
mais posteriormente constrói um hospital.

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