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GERSON MARCOS
MARCOS QUADROS
QUADROS SILVA
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RODADA 02
criminologia
SUMÁRIO
1. A sociologia criminal ................................................................................................................ 3
1.1 A virada sociológica................................................................................................................ 3
1.2 Teorias do consenso ............................................................................................................... 3
1.3 Teorias do conflito .................................................................................................................. 3
2. A escola de Chicago .................................................................................................................. 4
2.1 Histórico .................................................................................................................................. 4
2.2 Conceitos essenciais .............................................................................................................. 5
2.2.1 Desorganização social ......................................................................................................... 5
2.2.2 Áreas de criminalidade ....................................................................................................... 6
2.3 Propostas ................................................................................................................................ 7
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2
1. A sociologia criminal
ções voluntárias de pessoas que partilham certos valores e criam instituições, com vistas a
assegurar que a cooperação funcione regularmente. As teorias do consenso têm cunho funcio-
MARCOS QUADROS
Por outro lado, segundo as teorias criminológicas do conflito, não há acordo entre
GERSON
RESUMO
2) As teorias do conflito, por outro lado, questionam as bases da sociedade em que vive-
1 Viana 193
2 Baratta, 59.
3
mos, propondo mudanças estruturais como forma de combate à criminalidade.
2. A escola de Chicago
2.1 Histórico
Na segunda metade do Século XIX, os Estados Unidos passaram por diversas trans-
formações, com a consolidação da industrialização e o intenso processo migratório para os
centros urbanos. Nesse contexto, as ciências sociais encontraram ambiente propício para seu
desenvolvimento, especialmente na cidade de Chicago, com a criação da Universidade de Chi-
cago em 1892.
Os índices criminais, por sua vez, eram mais acentuados na região periférica, e se
buscou identificar as razões de tal circunstância.
com o incremento da criminalidade, razão pela qual também é conhecida como Escola Ecoló-
gica.
QUADROS SILVA
a analisar como o crime se distribuía pela cidade. Em verdade, também foram feitos estudos
de casos individuais, necessários para o conhecimento das carreiras delinquentes.5
GERSON MARCOS
Por meio de Park, advém a ideia de cidade como organismo vivo, sendo importante
entender os conceitos criados pelo autor, por já terem sido objeto de questão em concurso
público.
ATENÇÃO!
No estudo dos espaços urbanos, Robert Ezra Park desenvolveu alguns importantes con-
ceitos:7
3 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 130.
4 Ibid, 131.
5 Ibid, 136.
6 VIANA, Eduardo. Criminologia. 5ª ed. Ver. Salvador: Jus Podivm, 2017, p. 197.
7 https://periodicos.ufsm.br/cienciaenatura/article/download/26613/pdf
4
• Fluidez: desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação.
• Concentração: reunião, em massa, de seres humanos e utilidades, em áreas
favoráveis à satisfação de suas necessidades.
• Centralização: integração de seres humanos e facilidades, ao redor de certos
pontos. Na área central, se concentrariam as atividades econômicas e sociais,
• Segregação: a distribuição dos diversos grupos pelos bairros de uma socieda-
de de acordo com a condição econômica. É a concentração de pessoas em cer-
tos territórios por sua capacidade financeira, ocupando o que se denominou
de “área natural”;
• Invasão: penetração de uma área por um grupo diferente do que a ocupa.
• Sucessão: resultado final de um ciclo de invasão.
O processo de crescimento da cidade descrito por Park foi utilizado por Burgess
para desenvolver o famoso gráfico de círculos concêntricos de divisão da cidade, que será es-
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tudado abaixo.
Um exemplo de aplicação prática das ideias desenvolvidas pela Escola de Chicago são os
Mapas de Riscos de Violência Urbana, desenvolvidos pelo Ministério da Justiça, em 1997,
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os quais analisem os índices de criminalidades nos diferentes bairros dos principais cen-
tros urbanos. Neste Mapa, atribuiu-se Nota socioeconômica aos diversos bairros, com-
posta por referências como “acesso precário à rede de água”; “acesso precário à rede de
esgoto”; “acesso precário à coleta de lixo”. Percebeu-se que, quanto menor a Nota Socio-
SILVA -- CPF:
sões.
5
não dão mais conta de impedir os atos antissociais.
Por sua vez, o conceito de “áreas de criminalidade” consiste no fato de que, em toda
cidade, existe regiões mais propensas ao cometimento de delitos do que outras, geralmente
aquelas mais próximas ao centro. As áreas mais distantes do centro tendem a ser ocupadas
pelas camadas altas, e, por isso, encontram-se mais distantes das áreas de criminalidade.
O “Loop” representa a zona comercial, com bancos, armazéns, fábricas etc. A se-
gunda zona, denominada de Zona de Transição, é uma zona intermediária, sujeita à invasão
do crescimento econômico, mas também servindo à moradia das pessoas com menor poder
aquisitivo, as quais normalmente desejam abandonar o local, pela proximidade com o baru-
lho e poluição do “Loop”. Nesta área, concentram-se bordéis, pensões baratas e albergues. Em
Chicago, a segunda zona concentrou os imigrantes, formando os guetos.11.
10 FAGUDES. Andréa Lucas. A municipalização da Segurança Pública: Estudo de caso em São Leopoldo/RS: Acesso
em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12090/000618768.pdf?sequence=1F
11 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p., p. 149.
12 Ibid, p., 149.
6
A partir da divisão acima, concluiu-se que os índices de criminalidade eram maio-
res próximos ao “Loop”, o que poderia ser explicado pela desorganização social destas regiões,
o que fragilizava o controle informal.
Frise-se, contudo, que não se trata de determinismo ecológico, mas apenas de re-
lacionar a distribuição da criminalidade com a organização urbana.13 A Escola de Chicago iden-
tificou que o crescimento industrial e a expansão do emprego geraram aglomeração de traba-
lhadores em áreas mais pobres, o que fragilizou o controle social, o que leva à desorganização
e à proliferação de valores delinquentes.
2.3 Propostas
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o controle informal.
de.
MARCOS QUADROS
2.4 Críticas
Outra crítica que se faz concerne na limitação da investigação dos delitos. Estudos
atuais permitem compreender que alguns delitos são realizados nas áreas de moradias dos cri-
minosos, enquanto outros não. Ou seja, um bairro nobre possui o menor índice de homicídios,
mas possui maior índice de furtos.
JÁ CAIU!
Ano: 2018 . Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-PE Prova: CESPE - 2018 - DPE-PE - De-
fensor Público (ADAPTADA)
13 Ibid, p. 150.
14 FAGUDES. Andréa Lucas. A municipalização da Segurança Pública: Estudo de caso em São Leopoldo/RS: Acesso
em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12090/000618768.pdf?sequence=1F
7
Com relação às escolas e às teorias jurídicas do direito penal, assinale a opção correta.15
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público (ADAP-
TADA)
Sobre as escolas criminológicas, é correto afirmar:
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico Legista
clusão para isolamento das áreas mais perigosas; disseminação de atividades recreativas
como escotismo e viagens culturais.
QUADROS SILVA
(igrejas, escolas, associações de bairros); apoio estatal para redução e diminuição da po-
breza e desemprego.
E) controle individualizado, ou seja, controle específico e rígido sobre cada indivíduo; po-
GERSON MARCOS
líticas uniformes em toda a cidade, diante do fracasso das estratégias “por vizinhança”;
implantação de escolas e postos de saúde.
GERSON
3. A teoria da anomia
15 Gabarito: Certo.
16 Gabarito: Certo.
17 Gabarito: D.
18 VIANA, Eduardo. Criminologia. 5ª ed. Ver. Salvador: Jus Podivm, 2017, p. 208.
8
mento negativo do sistema19.
Cada teoria sociológica rebateu com maior ênfase algum dos princípios da ideolo-
gia da defesa social, sendo que, como afirmado, a teoria da anomia refutou o “princípio do
bem e do mal”. Foram dois seus principais pensadores: Émile Durkheim e Robert Merton, cada
um com sua própria concepção.
Segundo Durkheim, o crime, até certo ponto, seria um fenômeno normal e útil, ten-
MARCOS QUADROS
do a pena a função de reforçar a consciência coletiva a respeito dos valores que devem ser pre-
servados. Ou seja, quando um indivíduo pratica um roubo e é devidamente punido, o Estado
transmite a mensagem a todos os cidadãos de que roubar é errado, e de que o patrimônio é
GERSON MARCOS
um bem jurídico tutelado e preservado pelo Estado. É justamente por conta dessa ideia de que
o crime exerceria um papel funcional na sociedade que a teoria da anomia é caracterizada de
GERSON
funcionalista.
19 BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do direito
penal; tradução Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 6ª
edição, outubro de 2011, 3ª reimpressão, agosto de 2016, p. 42.
20 Revisar na Rodada 5.
21 VIANA, Eduardo. Criminologia. 5ª ed. Ver. Salvador: Jus Podivm, 2017, p. 208.
9
1) As causas do desvio não devem ser pesquisadas nem em fatores bioantropo-
lógicos e naturais (clima, raça), nem em uma situação patológica da estrutura
social.
2) O desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social
3) Somente quando são ultrapassados determinados limites, o fenômeno do
desvio é negativo para a existência e o desenvolvimento da estrutura social,
seguindo-se um estado de desorganização, no qual todo o sistema de regras
de conduta perde valor, enquanto um novo sistema ainda não se afirmou (esta
é a situação de “anomia”). Ao contrário, dentro de seus limites funcionais, o
comportamento desviante é um fator necessário e útil para o equilíbrio e o de-
senvolvimento sociocultural.22
Importante esclarecer que, para Durkheim, não se poderia considerar o delito como
um sinal de patologia social, tendo em vista que o crime está presente em todas as sociedades.
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O delito, portanto, faria parte da fisiologia e não da patologia da vida social. Em verdade, uma
sociedade sem delitos seria primitiva, como visto anteriormente. Dessa forma, somente nas
hipóteses em que a criminalidade seja excessiva é que pode ser considerada anormal23.
Durkheim verifica, inclusive, uma função positiva no delito, pois provoca e estimula
a reação social, mantendo vivo o sentimento coletivo que a fundamenta24. Não bastasse isso,
conforme Durkheim, o crime desempenha um papel no desenvolvimento moral de uma socie-
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ATENÇÃO.
Durkheim afirma que o delito seria a antecipação da moral futura, o que pode ser consta-
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que antecipou a moral dos dias atuais, que considera absurda a ideia de criminalizar esta
conduta.
MARCOS QUADROS
22 BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do direito
penal; tradução Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 6ª
edição, outubro de 2011, 3ª reimpressão, agosto de 2016, p. 59.
23 Ibid, 60.
24 Ibid, 60
25 CACICEDO, Patrick. Pena e Funcionalismo: uma análise crítica da prevenção geral positiva. Rio de Janeiro:
Revan, 2017, p. 89.
26 BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do direito
penal; tradução Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 6ª
edição, outubro de 2011, 3ª reimpressão, agosto de 2016, p. 62.
10
Foi justamente desenvolvendo esta última ideia de Durkheim que Robert Merton
elaborou a sua teoria, conforme será abaixo demonstrado.
Ano: 2018. Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público – Re-
aplicação
O funcionalismo na criminologia27:
Ano: 2019. Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - De-
fensor Público
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A estrutura cultural consiste no conjunto de valores que orientam a vida dos in-
divíduos (objetivos culturais), ou seja, as metas almejadas pelos membros da coletividade,
GERSON
11
Vale frisar que não é qualquer desproporção entre os objetivos culturais e a estru-
tura social que representa anomia. Somente no caso de forte discrepância entre tais elemen-
tos é que se pode cogitar uma situação anômica.29
Ano: 2018 .Banca: VUNESP Órgão: PC-BA Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Po-
lícia
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A) Uma das principais críticas às teorias da subcultura delinquente é a de que ela não con-
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que a função da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção no corpo
social que desacredita o sistema normativo de condutas, fazendo surgir a anomia. Por-
GERSON
tanto, a anomia não significa ausência de normas, mas o enfraquecimento de seu poder
de influenciar condutas sociais.
D) O utilitarismo da ação é um dos fatores que caracterizam a subcultura deliquencial sob
a perspectiva de Albert Cohen.
E) O sentimento de impunidade vivenciado por uma sociedade é antagônico ao conceito
de anomia identificado sob a ótica de Durkheim.
3.4. Críticas
Critica-se a teoria da anomia, dentre outros motivos, pelo fato de que esta não ex-
plica adequadamente o fato de inúmeras pessoas se encontrarem em situações sociais des-
vantajosas e não praticam crimes.
29 BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do direito
penal; tradução Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 6ª
edição, outubro de 2011, 3ª reimpressão, agosto de 2016, p. 63.
30 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 197.
31 Gabarito: A
12
Além disso, a teoria da anomia não explica adequadamente os delitos que não per-
seguem o lucro, tampouco os crimes de colarinho branco.
Por fim, os teóricos da anomia partem de um consenso coletivo acerca dos valores
que importam para determinada sociedade, sendo que, na verdade, este consenso nada mais
é do que um critério imposto pelos grupos que detém o poder e que simplificam as divergên-
cias em benefício dos seus interesses.
4.1 Conceito
1) É um grupo com marcas distintas em relação à sociedade oficial por sua par-
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A cultura dominante nos Estados Unidos, neste contexto, era definida pela sigla
WASP (White Anglo-Saxon Protestant), ou seja, branco, protestante e anglo-saxão, o que ex-
cluía boa parte da sociedade.
32 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 214.
33 VIANA, Eduardo. Criminologia. 5ª ed. Ver. Salvador: Jus Podivm, 2017, p. 228.
34 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 216.
13
Diante dessa situação de exclusão, algumas minorias altamente desfavorecidas se
unem em “gangues”, que possuem uma subcultura criminal, ou seja, um conjunto de valores e
padrões de comportamento que, apesar de acolherem parte dos valores dominantes, são, em
grande medida, a sua negação.
Assim, pode-se dizer que essas “gangues” formam subculturas criminais, sendo
uma reação necessária de algumas minorias altamente desfavorecidas diante da exigência de
sobreviver, de orientar-se dentro de uma estrutura social, apesar das limitadíssimas possibili-
dades legitimas de atuar.
na comunidade em que vivem tendem a ser “contagiados” culturalmente por um grupo des-
viado, as chamadas “gangues”, sendo que estas irão impor seu próprio padrão moral.
O não utilitarismo da ação significa que as condutas desviadas praticadas por esses
grupos não têm uma finalidade específica. Muitas vezes, as condutas se justificam pelo puro
GERSON
prazer de praticá-las.
A malícia da conduta, por sua vez, como o nome indica, significa que as condutas
são praticadas pela sensação de desafio em atingir algumas metas proibidas, o prazer de deli-
ciar-se com o desconforto alheio.
14
no mesmo contexto histórico, qual seja, a decadência do American Dream, diante da ausência
de iguais oportunidades para atingir os objetivos culturais desejados por todos.
4.4 Críticas
Apesar de a obra de Albert Cohen ser a mais comumente citada em concursos públi-
cos ao tratar de subcultura delinquente, válido citar o desenvolvimento de Richard A. Cloward
e L. E. Ohlin, para os quais não só o acesso aos meios legítimos para alcançar os objetivos cul-
turais é desigual, mas também o acesso aos meios ilegítimos.
Isso significa que as pessoas com maior poder aquisitivo têm maior facilidade de
praticar crimes de colarinho branco, enquanto têm maior dificuldade de cometer delitos típi-
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Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público
Sobre as escolas criminológicas, é correto afirmar: (ADAPTADA – CERTO OU ERRADO).37
QUADROS SILVA
A teoria da subcultura delinquente foi o primeiro conjunto teórico a empreender uma ex-
plicação generalizadora da criminalidade.
MARCOS QUADROS
Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: DPE-RO Prova: VUNESP - 2017 - DPE-RO - Defensor Pú-
blico Substituto.
GERSON MARCOS
15
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-BA Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polí-
cia
No tocante às teorias da subcultura delinquente e da anomia, assinale a alternativa cor-
reta.
39
a) Uma das principais críticas às teorias da subcultura delinquente é a de que ela não con-
segue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo um apego ex-
clusivo a determinado tipo de criminalidade, sem que se tenha uma abordagem do todo.
b)A teoria da anomia, sob a perspectiva de Durkheim, define-se a partir do sintoma do vazio
produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfazem as expectativas
culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportunidade leve à prática de atos
irregulares para atingir os objetivos almejados.
c) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Merton, define-se a partir do momento em que
a função da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção no corpo social
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5.1 Conceito
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cial, segundo a qual o crime, como qualquer outro comportamento, é derivado de um proces-
so de aprendizagem. Além da teoria da associação diferencial, integram as teorias da aprendi-
MARCOS QUADROS
Esta teoria teve seus aportes iniciais com o pensamento de Edwin Sutherland, o
GERSON MARCOS
qual utilizou como uma de suas principais bases teóricas a obra de Gabriel tarde, que afirmava
que o delinquente era um profissional que necessitava de um aprendizado, assim como todas
GERSON
16
da lei superam os desfavoráveis.
Vale frisar que o termo “associações diferenciais” foi cunhado por Sutherland a
partir da percepção de que na sociedade existem diferentes interesses e valores, alguns favo-
ráveis à violação da lei, outros neutros, e outros contrários a esta violação.
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me de colarinho branco seria “cometido por pessoa respeitável e com elevado status so-
cial, no curso de seu trabalho” e o criminoso de colarinho branco seria “uma pessoa com
elevado status socioeconômico que violava leis destinadas a regular suas atividades pro-
GERSON MARCOS
fissionais”.44
GERSON
17
cessidade de ressocialização de tais delinquentes;
3) As consequências dos delitos não são sentidas por toda a comunidade, o que
leva a comunidade jurídica a não querer punir da mesma forma tal espécie de
crime.46
Como dito acima, o pensamento de Sutherland foi desenvolvido por diversas ou-
tras teorias, as quais são denominadas de teorias da aprendizagem social. Dentre estas, válido
citar a teoria da identificação diferencial, as teorias do condicionamento operante e do reforço
diferencial, e a teoria da neutralização.
imaginários.
modelo de conduta criminal decorre de experiências de vida, como abusos sofridos quando
criança, comportamentos violentos na escola etc.
MARCOS QUADROS
forma diferente daqueles saciados, seja nos crimes contra o patrimônio, seja nos crimes contra
a vida. 47
GERSON
18
c) Negação da vítima (“Ele teve o que merecia”)
d) Condenação dos condenadores (“Todo mundo pega no meu pé”)
e) Apoio à lealdade (“Eu não fiz isto por mim mesmo”)
5.5 Críticas
Uma das críticas que pode ser feita à teoria da associação diferencial é a de que é
insuficiente para explicar o fato de a preponderância de influências favoráveis à prática de cri-
mes não necessariamente induzirá ao cometimento de delitos. Ou seja, a teoria desconsidera
a incidência de fatores individuais de personalidade, ocultos e até inconscientes.49
Ano: 2013 Banca: PGR Órgão: PGR Prova: PGR - 2013 - PGR - Procurador da República
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Criminologia pode ser entendida como a ciência do ser, que visa reunir informações vá-
lidas e confiáveis sobre o “problema criminal”, sendo certo que seu objeto se divide no
estudo empírico e interdisciplinar do crime, do criminoso, da vítima e da reação social.
Diante disso, é incorreto afirmar:50
Para a teoria do crime do colarinho branco considera-se como tal o ilícito perpetrado por
pessoas de elevado status social, no âmbito de suas atividades profissionais, sendo certo
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que, por diversos motivos, tais pessoas gozam de um cinturão de impunidade. Isso não
impede a constatação de que a criminalidade perpassa todas as camadas sociais, ao con-
trário dos estudos que a associavam à pobreza ou à patologias psicológicas, biológicas ou
sociais.
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Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-MA Prova: CESPE - 2018 -PC-MA - Delegado
QUADROS SILVA
de Polícia Civil
MARCOS QUADROS
a) é o grau de autocontrole apresentado por um indivíduo que irá determinar sua maior
ou menor propensão ao crime, autocontrole esse que é adquirido por meio da socializa-
ção familiar.
b) nos termos propostos por Sutherland, a conduta criminosa não é algo anormal, não é
49 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p., p. 185.
50 Resposta: Certo.
51 Resposta: E.
52 Resposta: B.
19
sinal de uma personalidade imatura, de um deficit de inteligência, antes é um comporta-
mento adquirido por meio do aprendizado que resulta da socialização num determinado
meio social.
c) a tensão entre as metas socioculturais recomendadas pelo sistema social e as reais con-
dições de alcançá-las pelos meios legítimos, sobretudo para certos indivíduos, cria um
rompimento por meio do qual as normas sociais entram em conflito com os valores de um
indivíduo ou de uma subcultura exigindo um comportamento ilegal para alcance do fim
legítimo.
d) diferentes atos criminosos são intercambiáveis, porque estes mostram as mesmas ca-
racterísticas como o imediatismo e o baixo grau de esforço. Assim, as diferenças entre
crimes instrumentais e expressivos, ou entre crimes violentos e crimes não coercitivos,
“são sem sentido e enganosas”.
e) as diferenças de aspirações individuais e os meios disponíveis, as oportunidades blo-
queadas e a privação relativa são fatores que, articulados, ocasionam a prática de crimes.
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6.1 Introdução
Por outro lado, segundo as teorias criminológicas do conflito, não há acordo entre
os membros da sociedade sobre seus valores. Na verdade, a coesão e a ordem na sociedade
MARCOS QUADROS
são fundadas na força e na coerção, na dominação por alguns e sujeição de outros. Ou seja,
não seria a associação voluntária das pessoas que faz com que as organizações sociais tenham
coesão, e sim a coerção imposta.
GERSON MARCOS
Como visto anterior, os objetos da criminologia são o crime, o criminoso, a vítima e o con-
trole social. Com a teoria do labelling approach, o centro da atenção do pensamento cri-
minológico se volta para o controle social e suas consequências.
Depois da 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos passaram por uma época de rápi-
do crescimento econômico, possibilitando o sucesso financeiro, em especial, da classe média.
Essa circunstância, aliada à união política em face do inimigo comum (União Soviética, duran-
te a Guerra Fria), propiciaram um sentimento de estabilidade e integração que fundamentou
53 Ibid, p. 236
20
as teorias do consenso.54
ATENÇÃO:
A teoria do etiquetamento social também é denominada de teoria interacionista, teoria
da reação social, teoria da rotulação social, etiquetagem ou labelling approach.
6.2 Conceitos
Foi Howard Becker, com seu livro Outsiders: studies in the sociology of deviance, o
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Pode-se dizer que a teoria do etiquetamento social se baseia no fato de que, após
a criminalização primária, os agentes que praticaram condutas desviantes (criminosas) são
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Dessa forma, a teoria do labelling approach não estuda porque as pessoas come-
tem crimes, e sim porque determinadas condutas são definidas como criminosas, e de que
GERSON
forma o controle social sobre tais condutas tem efeitos no aumento da criminalidade.
54 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p, 237.
55 Ibid., p., 251.
56 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia, 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 263.
21
Além disso, ao sair do cárcere, essas pessoas continuam sendo discriminadas, não
encontrando oportunidades, o que acaba por incentivar a reincidência.
soas cujos problemas são criados pela reação social ao crime, o que é justamente o objeto de
estudo da teoria do etiquetamento.
ATENÇÃO:
mergulho do agente no estigma que lhe foi imposto, maior a possibilidade de que este se
comporte conforme este estigma.
Exemplo: aquele que foi encarcerado por longo período tem maior probabilidade de in-
corporar o estigma de criminoso do que aquele condenado a cumprir penas restritivas de
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direitos, exatamente porque, no primeiro caso, o mergulho no papel desviante foi maior.
QUADROS SILVA
Desinstitucionalização.
O devido processo legal, por sua vez, se torna necessário para evitar injustas puni-
ções e garantir a adequação da sanção penal aplicada.
Vale frisar que o Direito brasileiro adotou ensinamentos da teoria, como, por exem-
plo, no sistema progressivo de pena, o que reduz a institucionalização, bem como no direito
ao chamamento nominal. Além disso, os métodos alternativos de solução de conflitos da Lei
dos Juizados Especiais, bem como as penas restritivas de direitos, também são tentativas de
se evitar o processo de institucionalização.
22
estudar o processo de estigmatização provocado pela resposta estatal à criminalidade, anali-
sando-se suas causas e consequências.
6.3 Críticas
Da mesma maneira, pode-se dizer que o labelling approach criou um certo deter-
minismo da reação social. Ou seja, segundo os teóricos, havendo a desviação primária, e sendo
o indivíduo submetido aos processos de estigmatização, necessariamente haveria a desviação
secundária, o que não é verdade. Ora, muitos indivíduos são submetidos às humilhações do
cárcere e, mesmo assim, não voltam a delinquir. Vale frisar, contudo, que esse determinismo
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Por fim, importante destacar que a teoria do etiquetamento social, apesar de te-
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cer críticas às teorias do consenso, não pode ser enquadrada como uma vertente da Crimino-
logia Crítica, tendo em vista que, apesar de ter analisado criticamente as teorias do consen-
so, a teoria do labelling approach não questiona os pilares do Direito Penal e não investiga a
seletividade na criminalização primária.
SILVA -- CPF:
Por esta razão, Alessandro Baratta classifica o labelling approach como uma teoria
QUADROS SILVA
de médio alcance.
MARCOS QUADROS
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2012 - DPE-SP - Defensor Público. Assi-
GERSON MARCOS
A teoria do labelling approach dispõe-se a estudar, dentre outros aspectos do sistema pu-
nitivo, os mecanismos de reação social ao delito e a influência destes na reprodução da
criminalidade.
Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público
23
A teoria do labelling approach60
também é conhecida como teoria da anomia e exerceu forte influencia sobre o funciona-
lismo penal.
possui uma perspectiva transdisciplinar na discussão da questão urbana e da ecologia
criminal.
surge no Reino Unido na década de 1950 em reação à teoria da associação diferencial.
d)tem o interacionismo simbólico na sociologia como forte influência para seu desenvol-
vimento em ruptura aos modelos de consenso até então imperantes na criminologia.
e)tem sua raiz na sociologia marxista do conflito.
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público - Re-
aplicação
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Ficaria claro, com ele, que a maneira pela qual as sociedades e suas instituições reagem
diante de um fato é mais determinante para defini-lo como delitivo ou desviado do que a
própria natureza do fato (...).
(Adaptado de: ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos pensamentos criminológicos. Rio de
Janeiro: Revan, 2008, p. 588)61
a) Escola de Chicago.
b) Associação Diferencial.
c) Escola Positivista.
SILVA -- CPF:
d) Reação Social.
e) Garantismo Penal.
QUADROS SILVA
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: DPE-MG Prova: FUNDEP (Gestão
MARCOS QUADROS
rio brasileiro desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Brasil tem a quarta maior popula-
ção carcerária do mundo. São aproximadamente 700 mil presos sem a infraestrutura para
GERSON
24
citado?62
a) Teoria da Lei e Ordem, classificada como uma teoria de consenso. Essa teoria parte da
premissa de que os pequenos delitos devem ser rejeitados de plano, fazendo com que os
delitos mais graves sejam inibidos, atuando como prevenção geral.
b) Teoria do Labelling Approach, classificada como uma teoria de consenso. A teoria afir-
ma que o comportamento criminoso é apreendido, mas nunca herdado, criado ou desen-
volvido pelo sujeito ativo.
c) Teoria da Associação Diferencial, classificada como uma teoria de conflito. Referida te-
oria afirma ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o ego-
ísmo, o qual, por sua vez, leva os homens a delinquir.
d) Teoria do Etiquetamento, classificada como uma teoria de conflito. Afirma que a crimi-
nalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo
em que se atribui ao indivíduo tal “adjetivo”, principalmente pelas instâncias formais de
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controle social.
MARCOS QUADROS
GERSON MARCOS
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QUADROS SILVA
62 Resposta: D.
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