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ECT

ALUNO: Maiara Mauro Preti

TURMA (conforme descrição do CUBOZ): 2020.02-ECT-VIX.

Instruções:

1. A prova será disponibilizada no dia 05/12/2020 e o aluno deverá fazer o upload


das respostas na plataforma CUBOZ até as 19:00 do dia 07/12/2020.
2. O formato exigido é word, caso contrário o documento não será considerado para
fins de correção.
3. A prova deve ser respondida em no mínimo 1 (uma) e no máximo 5 (cinco) laudas
e ter profundidade e coerência interna.
4. O Tipo de Fonte deve ser Arial ou Times New Roman, em Tamanho da fonte 12,
com espaçamento entre as linhas de 1,5cm (sem espaçamentos extras antes e
depois. O alinhamento do texto deve ser justificado, com recuo do início do
parágrafo de 1,25 cm.
5. São permitidas citações apenas segundo as regras da ABNT, em fonte 10.
ATENÇÃO: todas as provas serão submetidas ao farejador de plágios e caso haja
citações em desacordo com as normas técnicas a avaliação não será aceita.

Questões:

1. Sobre o direito ao crédito do IPI, pergunta-se: É possível o aproveitamento de


créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos com alíquota zero ou imunes?
E de operações decorrentes da Zona Franca de Manaus adquiridos sobre o regime
de isenção? Se possíveis estes créditos, como quantificá-los? Fundamente sua
resposta e indique se há como compatibilizar as prescrições da Súmula Vinculante
nº. 58 (publicada em 07/05/2020) com o entendimento firmado no RE 592.891,
abaixo transcritos.

Em relação ao crédito de IPI, tem-se nas operações de alíquota zero/imunes não existe
a fixação de valor de alíquota positiva na saída, ou seja, neste caso, o creditamento não se
concretizaria. Neste caso, tem-se o que impõe o princípio da não-cumulatividade, a fim de que
não ocorra exacerbação na arrecadação tributária. Isso porque aquilo que tem alíquota zero ou
imune quando de sua saída, teve a investida de insumos durante sua produção, sobre os quais
pode ter ocorrido tributação. Assim, estes são os créditos que devem se propagar até o

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
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momento da tributação.

Se assim não fosse, os créditos anteriores passariam a integrar a base de cálculo


daquele insumo, ou seja, a tributação se daria sobre toda a operação, contrariando o princípio
da não cumulatividade.

Noutro giro, é possível o aproveitamento de créditos de IPI decorrentes da aquisição


de insumos com alíquota zero ou imunes ou isentos da Zona Franca de Manaus. Isso porque o
crédito se constitui a partir do próprio cumprimento do princípio da não cumulatividade, já
que a relação obrigacional com o crédito não é em razão do efetivo pagamento do tributo. Em
outras palavras, são diferentes as relações jurídicas estabelecidas, ou seja, há tanto a regra
matriz que possui relação com o fato gerador, quanto aquela que diz respeito ao crédito.

Inclusive, a Constituição Federal instituiu especificamente os casos em que há óbice


ao aproveitamento, conforme dispõe o artigo 155, § 2º, inciso II, alínea a, da Constituição
Federal, quanto ao caso do ICMS. Logo, considerando a lógica dual do sistema de Direito
Positivo, ausente menção expressa, há de se concluir pelo creditamento.

Para fins de quantificação deste crédito, há de se considerar a o Decreto nº 8.950, de


29 de dezembro de 2016, que institui a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados - TIPI. Segundo o instituído, o crédito corresponde ao valor que se daria
quando da saída do insumo. Para tanto, abstrai-se o que impõe a isenção, a fim de se verificar
o montante específico.

Por fim, há como compatibilizar as prescrições da Súmula Vinculante nº. 58


(publicada em 07/05/2020) com o entendimento firmado no RE 592.891, já que esta última -
tese de repercussão geral (Tema 322) - está fundamentada em preceitos constitucionais
distintos dos debatidos na primeira. Nesse contexto, considerando o processo de enunciação
da Súmula Vinculante nº 58, há de se considerar a ratio decidendi do tema, que o distingue do
que fora fundamentado na súmula em comento.

Ressalta-se que não se trata aqui das hipóteses comuns de creditamento de IPI

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relacionado a entradas isentas; a Zona Franca de Manaus é envolta de uma relevância oriunda
de sua natureza Constitucional, que a constitui instrumento para o desenvolvimento regional.
Logo, o entendimento do STF quando da edição da súmula é proveniente da tributação ou não
na etapa anterior para que se averiguar a legitimidade do respectivo direito ao crédito.

SÚMULA VINCULANTE Nº. 58 (editada em 27/04/2020)

Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de


insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não
contraria o princípio da não cumulatividade.

RE 592891
REPERCUSSÃO GERAL. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS – IPI. CREDITAMENTO NA AQUISIÇÃO
DIRETA DE INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE
MANAUS. ARTIGOS 40, 92 E 92-A DO ADCT.
CONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 3º, 43, § 2º, III, 151, I E 170, I E VII
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INAPLICABILIDADE DA REGRA 
CONTIDA NO ARTIGO 153, § 3º, II DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL À
ESPÉCIE. O fato de os produtos serem oriundos da Zona Franca de Manaus
reveste-se de particularidade suficiente a distinguir o presente feito dos
anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o creditamento do
IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento constitucional
conferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é
especialíssimo. A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de
interesse da federação como um todo, pois este desenvolvimento é, na
verdade, da nação brasileira. A peculiaridade desta sistemática reclama
exegese teleológica, de modo a assegurar a concretização da finalidade
pretendida.  À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não
cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da
Constituição, se compreendida como uma exigência de crédito presumido
para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede espaço para a
realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil e da soberania nacional. Recurso
Extraordinário desprovido. RE 592891 / SP, julg. 25/04/2019.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
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SÚMULA VINCULANTE Nº. 58 (editada em 27/04/2020)

Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de


insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não
contraria o princípio da não cumulatividade.

RE 592891
REPERCUSSÃO GERAL. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS – IPI. CREDITAMENTO NA AQUISIÇÃO
DIRETA DE INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE
MANAUS. ARTIGOS 40, 92 E 92-A DO ADCT.
CONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 3º, 43, § 2º, III, 151, I E 170, I E VII
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INAPLICABILIDADE DA REGRA 
CONTIDA NO ARTIGO 153, § 3º, II DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL À
ESPÉCIE. O fato de os produtos serem oriundos da Zona Franca de Manaus
reveste-se de particularidade suficiente a distinguir o presente feito dos
anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o creditamento do
IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento constitucional
conferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é
especialíssimo. A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de
interesse da federação como um todo, pois este desenvolvimento é, na
verdade, da nação brasileira. A peculiaridade desta sistemática reclama
exegese teleológica, de modo a assegurar a concretização da finalidade
pretendida.  À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não
cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da
Constituição, se compreendida como uma exigência de crédito presumido
para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede espaço para a
realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil e da soberania nacional. Recurso
Extraordinário desprovido. RE 592891 / SP, julg. 25/04/2019.

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