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Biologia 11º Ano

Reprodução nos seres vivos

A reprodução consiste no conjunto de processos através dos quais os seres


vivos originam novos indivíduos idênticos a si próprios. Assegura a continuidade da
vida, assim como a continuidade de cada espécie ao garantir a passagem de
informação genética ao longo das sucessivas gerações.

A reprodução pode ser:

 Assexuada: dá-se a formação de novos indivíduos a partir de um único


progenitor, sem ocorrer fusão de gâmeta ou seja, sem fecundação.
 Sexuada: os novos indivíduos resultam de um ovo, célula proveniente da
fusão de dois gâmetas – células sexuais que se conjugam na reprodução
sexuada originando o ovo ou zigoto.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Ideias Chave:

 Os descendentes têm origem num único progenitor;


 Não há intervenção de gâmetas;
 Tem como base a divisão da mitose e, por isso, os descendentes são iguais
ao progenitor, ou seja, são clones;
 É comum em seres unicelulares embora também ocorra em seres
pluricelulares, tais como algas, fungos e plantas.

Tipos de reprodução assexuada

i. Bipartição, cissiparidade ou divisão binária


•O núcleo da célula progenitora divide-se por mitose;
•O organismo divide-se em dois organismos-filhos de dimensões
semelhantes entre si;
•Os organismos formados crescem até atingirem o tamanho
característico da espécie;
•Ocorre em bactérias, paramécias e amibas.
ii. Gemulação ou gemiparidade
•O progenitor produz uma gema ou gomo que resulta de um pequeno
prolongamento do organismo que contém a informação genética;
•A gema desenvolve-se originando um descendente de menores
dimensões que pode separar-se do progenitor e ter vida própria ou
permanecer anexado ao mesmo, constituindo uma colónia;
•O descendente cresce até atingir o tamanho característico da espécie;
•Ocorre em leveduras, hidras, esponjas e algumas plantas;

iii. Esporulação
•O progenitor produz, por mitose, células especializadas muito leves e
resistentes, esporos;
•Os esporos são libertados e germinam apenas quando encontram as
condições favoráveis, originando novos indivíduos;
•Ocorre em fungos.
! O período de tempo em que os esporos aguardam pelas condições
favoráveis à sua germinação consiste no estado de latência !

iv. Fragmentação
•O organismo divide-se em diversos fragmentos, espontaneamente ou
por acidente;
•Cada fragmento regenera e origina um novo organismo completo;
•Ocorre em planárias e algas (ex.: estrela do mar)

v. Partenogénese
•O organismo desenvolve-se a partir de um óvulo não fecundado;
•É uma estratégia usada por algumas espécies quando o numero de
machos é reduzido;
•Ocorre em abelhas, pulgas-de-água e alguns vertebrados.

vi. Multiplicação vegetativa


•Consiste na reprodução assexuada que ocorre nas plantas;
•Pode ocorrer por gemulação, fragmentação ou regeneração de tecidos
em órgãos da planta (como o caule ou a raiz) originando novos
indivíduos a partir dessa parte do organismo progenitor.
Importância da multiplicação vegetativa
•A multiplicação vegetativa origina um elevado número de descendentes
•A micropropagação vegetativa é uma técnica laboratorial que permite
obter milhares de clones provenientes de um único progenitor. Para tal, são
retirados pequenos fragmentos de tecido de uma planta que são cultivados in vitro,
num meio nutritivo controlado por hormonas vegetais até desenvolverem
plantulas. Estas são depois transferidas para o solo ainda em ambiente controlado
(estufas). Mais tarde, são transferidas para o local onde irão efectuar o seu
desenvolvimento e atingir a fase adulta.
•Nas técnicas de micropropagação vegetativa são utilizados meios nutritivos
específicos (hormonas vegetais, controlo de temperatura e humidade, condições de
assepsia-conjunto de processos que impedem a introdução de agentes
patogénicos) para que as pequenas porções de tecido se possam desenvolver
correctamente de modo a originar uma nova planta na sua totalidade.

Vantagens e desvantagens da reprodução assexuada


Vantagens para as espécies
•Permite uma elevada produção de clones num curto período de tempo;
•Há pouco dispêndio de energia;
•A descendência resulta de clones do progenitor;
•Se o meio ambiente e as suas condições favoráveis ao progenitor, estes sê-lo-ão
também aos clones.

Vantagens para o ser humano


•Permite a selecção dos indivíduos com melhores características para a sua
multiplicação, o que resulta em clones também com as melhores características;
•Rapidez na obtenção de clones.

Desvantagens para as espécies, ecossistemas e para o ser humano


•Reduz a variabilidade intra-específica e, consequentemente, a biodiversidade;
•Como resultado da menor variabilidade genética, uma vez que todos os indivíduos
consistem em clones, alterações nefastas no meio resultam numa maior
adversidade à sobrevivência.
REPRODUÇÃO SEXUADA
Ideias Chave
• O indivíduo resulta da união de dois gâmetas – fecundação;
• Além da fecundação ocorre meiose;
• Os descendentes não são clones dos progenitores;
• Há variabilidade genética entre os descendentes.

Gâmetas Órgãos produtores de


gâmetas
Animais Espermatozóides Testículos
Óvulos Ovários
Plantas Anterozóides Anterídios
Oosfera Arquegónios

Existem espécies em que os seres vivos são capazes de produzir os dois gâmetas,
masculino e feminino, sendo denominados:
• Espécies monóicas quando se tratam de plantas;
• Espécies hermafroditas quando se tratam de animais.

Quando os gâmetas, feminino e masculino, são produzidos em organismos


diferentes as espécies denominam-se:
• Espécies dióicas, nas plantas;
• Espécies gonocóricas, nos animais.

Vantagens e desvantagens da reprodução sexuada


Vantagens
• Variabilidade genética na descendência
• Maior capacidade de sobrevivência a mudanças ambientais
• Favorece a evolução das espécies

Desvantagens
• Processo mais lento e com maior dispêndio de energia
SER HUMANO
Cada célula humana possui 46 cromossomas distribuídos por 23 pares.
Ambos os cromossomas de um par possuem a mesma forma, estrutura e sequência
genética, sendo por isso denominados cromossomas homólogos, podendo diferir a
informação contida no par.
As células podem se distinguir em diplóides, cujo conteúdo inclui os pares de
cromossomas homólogos (2n), ou haplóides, cujo conteúdo consiste em metade do
número de cromossomas da espécie (n).
Cromossomas homólogos: par de cromossomas, um de oigem materna e um
de origem paterna, que possuem a mesma forma, estrutura e sequência genética.

MEIOSE
A meiose consiste no processo de divisão nuclear com redução
cromossómica, em que células diplóides originam células haplóides, cujo núcleo
possui metade do número de cromossomas do núcleo inicial ou seja, um
cromossoma de cada par de cromossomas homólogos.
Na meiose ocorrem duas divisões: divisão I- reducional e divisão II-
equacional.

Divisão I – Divisão Reducional


Prófase I: fase de maior duração durante na qual os dois cromossomas de cada par
emparelham formando bivalentes. Nos pontos de quiasma (pontos de cruzamento
entre cromatídeos de cromossomas homólogos) pode ruptura de cromatídeos e
podendo ocorrer, consequentemente, trocas de informação genética.
Diferencia-se o fuso acromático e desintegra-se o involucro nuclear no final
da fase.

Metáfase I: os bivalentes ligam-se a microtúbulos do fuso acromático pelo


centrómero e os pontos de quiasma localizam-se no plano equatorial do fuso.

Prófase I: os dois cromossomas homólogos de cada bivalente separam-se e cada


cromossoma, constituído por dois cromatídios, migra para um polo da célula.

Telófase I: os cromossomas atingem os polos da célula e tornam-se mais finos e


longos. O fuso acromático desaparece e forma-se o invólucro nuclear em volta de
cada conjunto de cromossomas. Cada núcleo tem metade do número de
cromossomas do núcleo diplóide inicial.

Da divisão I resultam dois núcleos haplóides, pelo que cada cromossoma tem
dois cromatídios.
Na divisão II os cromatídios de cada cromossoma separam-se na anáfase II e
no final originam-se quatro núcleos haplóides.

Divisão II – Divisão Equacional


Prófase II: os cromossomas constituídos por dois cromatídeos tornam-se mais
grossos e mais curtos. Organiza-se o fuso acromático e o invólucro nuclear
desaparece.

Metáfase II: os cromossomas, no seu máximo encurtamento, dispõem-se no plano


equatorial do fuso.

Anáfase II: os centrómeros dividem-se e os dois cromatídeos de cada cromossoma


separam-se e migram para postos opostos da célula.

Telófase II: os cromossomas chegam aos polos da célula e tornam-se mais finos e
longos. Organiza-se um involucro nuclear em torno de cada conjunto de
cromossomas.

FECUNDAÇÃO
A fecundação consiste no processo de fusão dos dois gâmetas (cariogamia),
masculino e feminino, que origina o ovo ou zigoto.
Pode ser classificada como:
• interna: ocorre no interior da fêmea; ocorre na generalidade das plantas e animais
terrestres.
• externa: acontece no exterior do corpo, geralmente a água; é necessária a
produção de grande quantidade de gâmetas para garantir efectivamente a
fecundação.

No caso da maioria dos indivíduos que produzem simultaneamente os


gâmetas feminino e masculino, há fecundação cruzada ou seja, troca de gâmetas,
pois estes não são capazes de se auto-fecundar.
MUTAÇÕES
•Génicas: alteração num único gene devido a pequenas modificações nos
nucleótidos
▸silenciosas ▸sem sentido ▸alteração do modo de leitura

•Cromossómicas: alteração da estrutura dos cromossomas ou do seu


número, afectando muitos genes
▸Estrutura ▸Número
•Deleção •Euploidia (em todos os pares)
•Duplicação •Aneuploidia ( apenas num par)
•Inversão
•Translocação

REPRODUÇÃO SEXUADA NAS PLANTAS


Os gametângios são as estruturas onde se produzem os gâmetas e os órgãos
reprodutores são o estame, órgão masculino, e os carpelos, órgão feminino.
Para haver reprodução é necessária a polinização ou seja, transporte de
grãos de pólen para os carpelos da mesma flor – polinização direta – ou para
carpelos de flores pertencentes a outras plantas da mesma espécie – polinização
cruzada. A polinização cruzada permite uma maior variabilidade genética dos
indivíduos das novas gerações.

CICLOS DE VIDA
Em todos os ciclos de vida ocorre:
•meiose: permite a formação de células haplóides
•fecundação: fusão dos gâmetas, obtendo-se a célula diplóide

Há distinção de duas fases:


•fase haplóide: parte do ciclo em que as células são haplóides; tem inicio na meiose
e termina na fecundação
•fase diplóide: parte do ciclo em que as células são diplóides; tem inicio na
fecundação e termina na meiose

Ciclo de vida diplonte


•A meiose é pré-gamética ou seja, ocorre durante a formação dos gâmetas;
•Os indivíduos adultos são diplontes;
•Os gâmetas são as únicas células haplontes;
•Os indivíduos resultam de mitoses sucessivas do zigoto;
•É característico da maioria dos animais e algumas algas.
Ciclo de vida haplonte
•A meiose é pós-zigótica ou seja, ocorre após a formação do zigoto;
•Os indivíduos adultos são haplontes;
•O zigoto é a única célula diplóide;
•Os gâmetas são produzidos por mitose e não meiose;
•É característico da maioria dos fungos e algumas algas.

Ciclo de vida haplodiplonte


•A meiose é pré-espórica ou seja, ocorre durante a formação de esporos;
•Inclui entidades pluricelulares haplontes (esporófito) e diplontes (gametófito);
•É característico da maioria das plantas e de algumas algas.

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