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Pensamento Político

Material Teórico
Pensamento Político: Evolução e Instituições Políticas – Grécia e Roma

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Fábio Mariano da Silva

Revisão Textual:
Profa Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Pensamento Político: Evolução e
Instituições Políticas – Grécia e Roma

• O significado de Política e o objeto da Ciência Política

• Por que relacionamos Política e Estado?

• O que os gregos pensavam?

• Quais foram os pensadores romanos que nos ajudaram?

·· Nesta unidade, nós estudaremos os conceitos iniciais a respeito


de Política, seu objeto e o alcance dos seus termos. Para isso,
será necessário que autores clássicos sejam apresentados
como forma de melhorar a compreensão de todo o conteúdo.

Imagine que, em determinado momento da sua vida profissional, será preciso tomar uma importante
decisão. Para isso, você precisa pensar de que maneira deverá agir e traçar estratégias que serão
importantes para que possa se destacar.
Durante a leitura, você poderá elaborar e aplicar as seguintes questões ao seu cotidiano:
• Quem exerce esse poder?
• Deverá ser o agente envolvido na questão corporativa.
• De que forma ele exerce esse poder?
• A partir de estratégias que escolha e influenciem o meio.
• Como organizá-lo, distribuí-lo e exercê-lo de maneira eticamente responsável?
• O fim da política é o bem comum. Numa vantagem pessoal é possível atingir esse fim?

Espero que a leitura seja proveitosa e as atividades propostas sejam cumpridas, para aprimorar seu
conhecimento e facilitar a fixação de toda a matéria.

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Unidade: Pensamento Político: Evolução e Instituições Políticas – Grécia e Roma

Contextualização

Entender o pensamento político dos gregos e romanos lhe ajudará a entender a história do
mundo e também as suas instituições.
Sugiro, inicialmente, que você possa assistir a alguns dos filmes que remontam à mitologia greco-
romana, entre eles: 300, conhecido também como A Batalha de Termópolis; Tróia; Qvo Vadis.
As formas como muitas das guerras aconteciam também foram retratadas em filmes. Quem
nunca ouviu o famoso dito popular “[...] mas que presente de grego!” ?

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O significado de Política e o objeto da Ciência Política

Todos os dias nos deparamos com o noticiário escrito e televisivo, e raras são as vezes em
que o assunto não está relacionado à política em âmbito nacional e internacional. Por vezes,
consideramos que se trata apenas da conduta de um indivíduo tomado de forma isolada e,
portanto, sem tanta importância. Outras vezes, quando o fato se dá como manifestação coletiva,
ficamos mais atentos, muitas vezes, pela proporção, pela forma como acontece e pela repercussão.

Mas por que é tão importante saber qual é o significado e o objeto de que trata a política e
por que destacamos essa disciplina como uma ciência?

Podemos inicialmente destacar que se trata de uma das áreas das Ciências Sociais que
estuda como se exerce e distribui o poder e sua organização na sociedade. Relaciona-se a
tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos, ao governo, aos negócios que são públicos e como
todos esses atores se relacionam.

Atenção
De maneira sucinta, nas Ciências Sociais, as áreas se subdividem em:
• Sociologia – estuda as sociedades, a forma e por que se manifestam de determinada maneira.
• Antropologia – ramo que está ligado ao estudo da Cultura dentro das sociedades.
• Política – a maneira como o poder está inserido na cidade e nos negócio públicos.

O Significado de Política
A palavra política é originária de POLIS (no grego POLITIKÓS e no latim POLITICUS).
Polis quer dizer também cidade autônoma e soberana, onde se organiza por meio de várias
magistraturas, por um conselho e por uma assembleia de cidadãos.

De maneira mais clara, Polis se refere a tudo aquilo que se origina na cidade. Quando dizemos
isso, precisamos ter em mente que diz respeito a tudo aquilo que é urbano, civil, público e até
mesmo social ou sociável.

Vale destacar que, algumas vezes, ouviremos o termo Cidade-Estado que é equivalente a Polis.

POLIS = CIDADE-ESTADO

Alguns autores afirmam que a Polis teve sua origem em torno do ano 500 a.C.; outros, no
entanto, remetem à época monárquica, haja vista os poemas homéricos.

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Unidade: Pensamento Político: Evolução e Instituições Políticas – Grécia e Roma

Precisamos nos deter ao fato de que esse conceito se expandiu sobremaneira graças à obra
literária do grande pensador Aristóteles denominada Política. Aristóteles, discípulo de Platão,
influenciou juristas com essa obra e pensadores políticos da época em que eram inclinados ao
realismo e à ciência.
O conceito é habitualmente empregado para indicar “atividade ou conjunto de atividades
que tem de algum modo, como termo de referência a Polis, isto é, o ESTADO”.

Por que relacionamos Política e Estado?

A política é exercida de muitas formas em nossas vidas. Como está relacionada ao poder,
precisamos compreender que, muitas vezes, ela se manifesta em quase todas (senão todas)
as esferas da vida privada, mas a nós interessa saber como é que funciona dentro do espaço
público e, por isso, no Estado.
É no Estado, espaço público, que vai ser exercido o monopólio político para o exercício de
determinadas ações. É do Estado que emanam regras perante todos os cidadãos.
Aristóteles considerava que o homem era
um animal político, já que o homem vive no Glossário
Estado, mas o Estado também vive no homem,
este também chamado de ZOON POLITIKON. A palavra idiota tem sua etimologia na
palavra idion que significa aquele que é
Aquele que não vive a totalidade do Estado, ou carente das coisas do Estado, ou aquele que
toda a sua dimensão, era chamado de ídion, ou diz não gostar de política.
seja, um ser carente (idiota).
Através dos tempos, muitos foram os pensadores que refletiram a respeito da política e de
que maneira era e é exercida. Poder e política são termos intimamente ligados, já que sempre
imaginamos que quem faz política busca ou faz uso de poder, com fim de obter vantagem
pessoal ou coletiva.
Autores mais ligados ao pensamento moderno, por exemplo, como Max Weber, diziam que
todo homem que se entrega à política, aspira ao poder, seja como instrumento para consecução
de outros fins, seja porque queira o poder e o prestígio decorrente desse exercício. Observem
que, a partir daquilo que aprendemos com os gregos, como Aristóteles e Platão, e agora com
outros autores, já é possível relacionar conceitos e aplicá-los ao nosso dia a dia.
Todos os nossos grandes temas, antes de serem ambientais, econômicos, sociais etc., são
essencialmente políticos, pois dependem da tomada de decisões no âmbito do Estado.

Mas como se divide a Teoria Política?


Dentre as várias manifestações feitas por renomados pensadores, é necessário para melhor
compreensão acerca do Pensamento Político, entendermos a forma como estão divididas e
classificadas as teorias que são objeto da nossa disciplina. Assim, como melhor forma de elucidar,
iremos recorrer a três classificações:

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A Teoria Política Clássica tem por intento estudar os primeiros pensadores que discutiram o
surgimento do Estado e, consequentemente a sua necessidade para os homens, assim como
as relações que foram criadas entre os homens e o poder político, em especial no que se refere
à forma de controle deste poder. Os pensadores clássicos gregos mais conhecidos são: Platão,
Aristóteles e Políbio, protagonistas no estudo acerca da Democracia. Há também, na Roma
antiga, os pensadores: Cícero e Santo Agostinho. Devemos esclarecer que Santo Agostinho, ou
Agostinho de Hipona, viveu na Era Cristã e é por nós considerado um pensador de transição.
Existe um intervalo que diz respeito a um período do pensamento que está compreendido
entre o fim da Idade Antiga da humanidade e início da Idade Moderna. Se atentarmos para
esse período será fácil perceber que, no período Medieval, em razão das disputas que envolviam
reis, Igreja e senhores feudais, não se configurou um pensamento político que pudesse originar
uma teoria propriamente dita. A confusão Estado x Igreja contribuiu para isso. Mesmo assim,
importantes pensadores fizeram parte da época Medieval, são eles: São Tomás de Aquino,
Dante Alighieri e Marsílio de Pádua.
A teoria Política Moderna se deu a partir daquilo que consideramos um terceiro período da
história e é considerado um dos mais importantes, pois foi quando surgiram pensadores que
embasaram teorias sustentadas até hoje.
Além disso, fase em que foram configurados o Estado e seus elementos – povo, soberania e
território – que passamos a conhecer como Estado Moderno.
Foi Maquiavel que contribuiu fundamentalmente para entendermos de que forma o Estado
foi adotando uma personalidade própria. Outros pensadores como Hobbes, Rosseau e Locke,
foram essenciais para o entendimento da formação do Estado e dos grupos sociais que se
desenvolveram. Esses autores serão estudados em conteúdos específicos mais adiante e são
conhecidos em razão de teorias chamadas de Contratualistas.
É importante atentar que foram os gregos e os romanos que nos deram referências para a
constituição de obras e leituras acerca do que seja a Política, embora com algumas diferenças acerca
do que entendemos hoje, muito do que nos embasaram pode ser aplicado em nosso dia a dia.

O que os gregos pensavam?

Platão
Platão (428/427 a.C – 348/347 a.C.). Foi um filósofo e um matemático
da Grécia Antiga, fundador da Academia em Atenas. Academia
equipara-se às Universidades ou Escolas de Ensino Superior, ou seja, ele
foi responsável e fundador da primeira instituição de educação superior
no mundo ocidental. Considerado moralista, foi ele quem elaborou a
Teoria do Estado Ideal abstrato, que busca o bom governo.
Fonte: Thinkstock/Getty Images

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Unidade: Pensamento Político: Evolução e Instituições Políticas – Grécia e Roma

Segundo Platão, a verdade somente era possível por meio da reta razão.

Vale destacar que, pela filosofia política de Platão, todos os indivíduos se sujeitam ao governo
daqueles que são considerados os melhores. É preciso dizer aqui que, pelos antecedentes
vividos por ele e, sobretudo, pela morte de seu mestre Sócrates, que foi executado em 399 a.C.,
Platão passou a pensar no Estado como um sistema político defeituoso, por considerar injusta
a condenação do seu mestre. Além disso, observava que o Estado vivia uma depravação moral.

A virtude, a justiça, o direito, o bem e o belo são institutos discutidos pelos filósofos desde
sempre, o que faz com que o pensador grego se aproprie destes mesmos institutos para destacar
que a Política era uma forma de tornar os homens mais justos e virtuosos quanto possível e não
o contrário. Sem essas premissas, o Estado seria um ente injusto.
Assim poderíamos dizer que:

Política é a arte de tornar os homens mais justos e virtuosos.

Suas obras, dentre tantas outras, no que diz respeito ao pensamento político são: A República,
O Político e As Leis.
A obra A República, tem por objetivo estabelecer uma concepção filosófica da justiça,
defendendo a organização de um estado ideal no qual prevaleça sempre a justiça.
Ao contrário dos sofistas, o Direito não nasce da força, sendo que o homem injusto não é
feliz. Para Platão, não se pode conceber o Estado fora do homem; portanto, surge a ideia de um
Estado abstrato.

Para Pensar
Mas a pergunta que podemos e devemos fazer neste momento é: de onde nasce o Estado ?

Se o considerarmos, a partir do pensamento platônico como algo abstrato e que não está
fora do homem, podemos imaginar que o Estado nasce:

1) dos desejos e necessidades humanas e

2) da cooperação necessária entre os homens para execução dos fins.

Ainda como forma de organização social, o Estado se desenvolve por meio de três classes:

• Agricultores – são aqueles que têm por função satisfazer às necessidades humanas.

• Guerreiros – têm por função principal proteger os trabalhadores e garantir a segurança.

• Magistrados – são aqueles que se encontram em mais elevado grau social e regem a
comunidade para que se realize o bem estar geral.

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Vejamos este gráfico que facilmente ilustra como Platão idealizava a concepção de Estado:

Essa forma de organização , segundo ele, permitia incumbir aos sábios o papel de reinar, aos
guerreiros, o de proteger, e à classe obreira, obedecer.
Por mais que pareça estranho, na leitura de sua obra, depreendemos o fato de que os
guerreiros, assim como os sábios, não deveriam ultrapassar o número de 1.000 e o de cidadãos
2.000. No entanto, é preciso que tenhamos em mente o limite histórico e o contexto em que
vivia o autor, já que atualmente, em razão da complexidade social em que vivemos, não seria
possível imaginar sociedades tão pequenas em número de cidadãos.
Platão parecia importar-se pouco com os trabalhadores e guerreiros, sua preocupação
estava focada na classe governante, composta por homens mais velhos, ou por aqueles a quem
chamava de sábios.
Para ele, a unidade orgânica do estado se dá com a abolição da propriedade privada e dos
laços familiares. O Estado é quem decide sobre os progenitores, garantindo assim uma boa
descendência. Os magistrados, ao educar, capacitam os indivíduos para funções especiais.
Na sua obra A República, a ideia é de um estado moralmente melhor. Na obra As Leis, temos
uma visão mais empírica do mundo político, há o ideal de um Estado próximo da realidade dada.
Atentem, no decorrer da produção teórica de Platão, à medida que a sociedade grega também
foi se alterando, passou a existir outra visão acerca do número de cidadãos que pudessem
compor o Estado, assim de 2.000 esse número se alterou para 5.000.
Um Estado, pelos seus governantes, passa sempre por momentos políticos em que se alterna
a trajetória do auge à decadência, ou seja, um Estado pode atingir seu auge quando pratica os
ideais do justo e do virtuoso, mas também pode, quando se corrompe e se desvia da virtude,
alcançar o seu declínio. Esse sistema se traduz da seguinte forma:
• Aristocracia – se dá pelo governo dos mais sábios, magistrados, anciãos.
• Timocracia – mais sábios e outras classes; no entanto, acrescenta-se o fato de que há
disputa por posses e controle de riquezas.
• Oligarquia – nesse sistema político, os proprietários adquirem o poder político.
• Democracia – nesse sistema, ocorre a emancipação das massas que nos tempo de
Platão correspondem aos obreiros, trabalhadores e agricultores.
• Anarquia – diz respeito ao abuso da liberdade.
• Tirania – essa é a etapa mais distante da justiça, na qual as massas exigem um governante forte.

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Se observarmos atentamente aquilo que o filósofo nos explica, vamos deduzir que o Estado
ideal é, portanto, aquele que adota como regime a Aristocracia, já que comporta aquele seleto
grupo de pessoas que demonstram maior inteligência.

Aristóteles
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.), era
também conhecido como Aristóteles de
Estagira, pertencia à escola socrática,
mas era aluno de Platão. Foi professor de
Alexandre da Macedônia, conhecido como
Alexandre – O Grande, o maior conquistador
do mundo antigo. Após Alexandre assumir
o trono, seu tutor Aristóteles voltou a Atenas
e fundou o Liceu. Escreveu sobre política,
metafísica, poemas, lógica, retórica e tantos
outros assuntos. Era um homem prático,
lógico e sistemático. Seu estudo sobre
o Estado se deu em comparação com os
vários tipos de governo.
Ao constituir uma filosofia política, ele coloca
que a Ética não faz parte do campo de estudo
da ciência política, ou seja, afasta suposições
metafísicas para o campo do empirismo.
Aliás, essa era uma das características dos
filósofos socráticos que, em contraposição aos
chamados sofistas, afastavam de suas teorias
questões transcendentais, o que de certa forma
ajudou a constituir um discurso normativo.
Fonte: Thinkstock/Getty Images

Para Aristóteles, Ciência Política é a busca do bem comum e, em todas as ciências e em todas
as artes, a finalidade é sempre o bem comum.
Segundo o filósofo, os governos devem adequar-se de maneira geral a todos os povos de
acordo com suas constituições e leis, ou seja, um governo não atende a todos os povos de forma
indistinta, maneira pela qual o Estado acaba atingindo o seu fim último.
Aristóteles defendia a manutenção da família e da propriedade privada. Ele entendia que o
homem é um ser político com tendência para a vida em sociedade. É dele a famosa frase que
sempre ouvimos de que o homem é um animal político, já que o homem acaba por se definir em
razão da sua vida em sociedade e esta sociedade está sempre organizada de maneira política.
O Estado era uma instituição natural e necessária, decorrente da natureza humana, cuja
finalidade era a convivência entre os homens e, em seguida, a promoção do bem estar coletivo,
sendo assim autossuficiente.

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Na obra A Política, chegou a conclusões diferentes de Platão. Aristóteles defendia que muitos
problemas do Estado seriam solucionados por meio de princípios da justiça social. Embora
defendesse a escravidão por contingências do momento histórico, estabeleceu que o supremo
poder da cidade devesse caber à multidão. A política pertencia ao domínio do conhecimento
prático e isso fazia com que se estabelecessem critérios de justiça e do bom governo.
O Estado deveria promover o bem comum, tinha por fim a virtude. Da virtude decorria a
formação moral de todos os cidadãos.
Quando paramos para refletir sobre esse importante filósofo, depreendemos que o Estado é
um ente moral. No entanto, para que não haja equívoco, é preciso esclarecer que Estado e Moral
são conceitos distintos, já que a Moral relaciona-se diretamente com o indivíduo, enquanto a
Política visa atingir a coletividade.
Por fim, iremos trabalhar com os conceitos que são importantes para entender o pensamento
político no qual estamos inseridos, mas vale destacar que, como Platão, seu discípulo Aristóteles
também destacava as formas de governo, classificando-as em formas puras e impuras, são elas:

Formas puras Formas Impuras


Monarquia – governo de um só Tirania
Aristócracia – governo dos melhores Oligarquia
Politeia – governo de muitos Democracia

As formas impuras se degeneram em impuras por questões relacionadas a interesses pessoais


e privados, isso ocorre quando o bem comum deixa de ser o fim principal perseguido pelo bom
governo. Pode ser que cause dúvida o fato de o pensador destacar a Democracia como uma
forma impura; no entanto, ele entende que nesta forma a população não teria a mais perfeita
igualdade política, o que é ideal dentro de um governo se que forma para todos, ou seja, alguns
iriam se beneficiar em detrimento de outros.

Quais foram os pensadores romanos que nos ajudaram?

A expansão de Roma, segundo a história,


começou na República; portanto, remonta ao
século III a.C. Foi no governo dos imperadores
– a partir de Augustus, herdeiro adotivo de Explore
Julius Caesar – que atingiu sua maior extensão,
que se estendeu por quase toda a Europa e os
Indico estes filmes:
países do Mediterrâneo, da África e da Ásia.
Para entendermos melhor esse período, há Bem –Hur - http://youtu.be/OPNojA5Zi7M.
grandes obras cinematográficas que mostram Quo Vadis - http://youtu.be/BDNu76OJYX0.
Roma e sua formação, regime e organização
política. Demonstram também como se davam
as disputas em torno do trono e do Senado.

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Antes de citar dois dos grandes pensadores romanos, vale destacar que inicialmente Roma
vivia sob um regime monarquista e mais tarde se tornou uma República Aristocrática, chegando
por último a viver sob o regime de um Império. Em Roma, a organização política se deu de
várias formas, são elas:
• A Monarquia – Rei, Senado e Assembleias do povo.
• A República – Consules, Senado e Assembleias do povo.
• O Império – Imperador e Senado.

Imperador também era conhecido como Imperator, Caesar, e Augustus

Na República, eram dois os Cônsules. Enquanto um era responsável por governar o Estado,
o outro se responsabilizava pelo comando do Exército. Ambos eram eleitos anualmente.
Tanto em um regime, quanto no outro, o Senado, também conhecido como Comitia, tinha
função essencial na organização política de cada um dos seus governos. No entanto, enquanto
na Monarquia o número de Senadores era de 100, no Império podia chegar a 600 membros.
As Comitias na República variavam de função, eram organizadas da seguinte forma: Comitia
Curiata (funções religiosas), Comitia Centuriata (funções judiciais e militares) e Comitia Tributa
(era considerado o mais importante órgão da soberania popular).

Você Sabia ?
Os Comitia deu origem a palavra Comício e a organização atual dos partidos são baseados
no modelo romano?

Tratando brevemente sobre a organização política de Roma, vamos destacar dois pensadores
de grande influência para o pensamento filosófico e político, são eles: Cícero e Santo Agostinho.

Cícero
Marco Túlio Cícero (106 a.C. – 43 a.C.) é considerado um dos
maiores oradores da história. Erudito e dono de uma retórica irretocável,
foi também político, advogado e escritor. Era tido como uma das mentes
mais versáteis na Roma antiga. Como escritor, escreveu grandes tratados
sobre o Estado, o Bem, a Velhice, o Conhecimento, a Amizade e tantos
outros temas que os homens se debruçam até os nossos dias.
Teve grande influência dos gregos antigos, em sua obra, sendo
relacionado algumas vezes à escola aristotélica, tanto que, em seu texto
sobre a República, ocupou-se dos gregos para inferir que a melhor
forma de governo era aquela que reunia aquilo que considerava de
grande qualidade nos regimes políticos: a unidade da Monarquia, a
excelência da Aristocracia e o consenso da Democracia; portanto,
Fonte: Wikimedia Commons apresentava que a forma mista era a melhor forma de se governar.

Todo governo é inimigo do seu povo.

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Santo Agostinho
Santo Agostinho (354 d.C – 430 d.C), considerado grande erudito, era teólogo, escritor,
filósofo e Doutor da Igreja Católica. Era conhecido também como Bispo de Hipona, cidade que
atualmente é conhecida como Annaba na Argélia. Por se tratar de um dos grandes pensadores
do final da Idade Antiga, muito se diz a respeito da sua obra que influenciou o pensamento
medieval, mas podemos considerá-lo como um pensador da transição entre os dois períodos.
Também influenciou muito o desenvolvimento do Cristianismo.
Escreveu obras do ponto de vista filosófico como A potencialidade da alma, Confissões
e tantas outras. No entanto, do ponto de vista de interesse da nossa disciplina, precisamos
destacar De Civita Dei (Cidade de Deus), que está reunido em 22 volumes e foi escrito em
aproximadamente 10 anos.
Pelo conteúdo da obra, temos noção que é universal dado o seu alcance. Durante todo seu
escrito, Santo Agostinho expõe a cidade ideal – Cidade de Deus – e de que maneira pode estar
degrada em relação à sua criação quando é tomada pelo desprezo a Deus, já que os homens
estão preocupados somente com sua vida terrena – Cidade dos Homens. Há quem entenda que
o célebre pensador quis exemplificar que Igreja e Estado estavam separados. Além disso, ele tenta
mostrar que a queda de Roma nada tem a ver com o Deus dos cristãos, mas com o paganismo
dos homens que cultuavam vários deuses, o que não propiciava uma felicidade eterna.
Se por um lado há, na Cidade de Deus, homens que amam tanto a Deus que são capazes de
desprezar a si mesmos, há, na Cidade dos Homens os que amam tanto a si mesmos que são capazes
de desprezar a Deus – estes são os ambiciosos, tomados pela vaidade e com o pecado do orgulho.
Toda questão se dá à medida que os homens que vivem em ambas as cidades estão misturados e se
identificam somente pelo tipo de amor que exercem, ou seja, a si mesmos ou a Deus.
Nessas cidades, ora governam os bons, ora governam os maus. E isso só acontece porque
é uma prerrogativa de Deus conceder o livre arbítrio. Assim, o Estado não é mau, mas é uma
forma de fazer com que os governantes bons consigam converter os maus a governarem bem,
coibindo condutas ilícitas aplicando-lhes a lei. É como se o Estado devesse estar, na concepção
de Santo Agostinho, submetido aos valores cristãos.

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Material Complementar

Explore
Para ajudá-lo na compreensão do período Antigo, sugerimos que possa ler um breve texto que trata
do início da Idade Média. Para isso, precisamos destacar as questões desenvolvidas na Idade Antiga
e seu declínio. Verifique quão interessantes essas questões! Basta acessar ao link:
• http://www.historialivre.com/revistahistoriador/espum/marcosfaber.pdf.

Explore

Youtube: esta música poderá ajudá-lo a refletir sobre o tema; é do famoso cantor brasileiro
Chico Buarque – Mulheres de Atenas.
• http://youtu.be/MabbVn0Rlv4.

Leia este poema de Bertold Brecht:

Perguntas de um Operário Letrado


\Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?

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César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas

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Referências

BOBBIO, Norberto. et. al. Dicionário de Política. Trad. João Ferreira e Luiz Guerreiro Pinto
Cascais. Brasília: Editora Universidade Brasília, 13° edição, 2007, 2008. Vol. 1 e 2.

DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência


Política. 3° edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.

JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3° edição. Rio


de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1996.

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Anotações

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